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LUIZ ROMERO

LÍNGUA PORTUGUESA:

LITERATURA

LITERATURA PORTUGUESA:

POESIA E PROSA

30/03/2022

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LITERATURA PORTUGUESA

ERA MODERNA

2. REALISMO: “A vida como ela é...”.

1865 .......................................... 1890

QUESTÃO COIMBRA

ANTERO DE QUENTAL (COIMBRA)

X

ANTÔNIO CASTILHO (LISBOA)

REALISMO

ROMANTISMO

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CONTEXTO HISTÓRICO

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  • 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL;
  • CAPITALISMO X SOCIALISMO (MARX)
  • MEDICINA EXPERIMENTAL / EVOLUCIONISMO (DARWIN);
  • POSITIVISMO (AUGUSTO COMTE);
  • DETERMINISMO (HYPOLITE TAINE).

HOMEM: meio / raça / momento histórico.

  • O PESSIMISMO DE SCHOPENHAUER;
  • A PSICANÁLISE DE FREUD;
  • A NEGAÇÃO DE DEUS POR NIETZSCHE;

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ORIGENS / CARACTERÍSTICAS / TEMAS

Madame Bovary

Gustave Flaubert

1857 – 1º romance realista

Tema: adultério

CRÍTICA: Romantismo / Classe burguesa / Clero

Thérèse Raquin

Émile Zola

  • 1867 / Romance experimental / “Tese”...
  • Origem do Naturalismo

 Racionalismo / Materialismo / Objetividade / Linguagem clássica;

 Verossimilhança (observação da realidade e do cotidiano);

 Pessimismo / Ironia / Análise psicológica e social;

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  • O Realismo em Portugal não foi apenas uma renovação da literatura. Representou uma tentativa de tirar o país da mentalidade romântico-cristã.

  • Os autores valeram-se de temas inovadores e revelaram espírito crítico, participativo e reformista.

  • É uma literatura que busca estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos.

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EÇA DE QUEIROZ (1845 – 1900)

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"O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenarmos o que houve de mau na sociedade.“

  • PARTICIPOU DAS CONFERÊNCIAS DO CASSINO LISBONENSE (1871): “O Realismo como Nova Expressão da Arte” (4ª Conferência).
  • REALISTA-NATURALISTA;
  • ANÁLISE SOCIAL E PSICOLÓGICA;
  • LINGUAGEM CLÁSSICA / IRONIA;
  • CRÍTICA À BURGUESIA E AO CLERO;
  • MENTALIDADE REFORMISTA.

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OBRA: Crítica e Ficção

1ª FASE (1866 – 1875) - influência romântica:

  • Prosas Bárbaras (artigos e relatos críticos).
  • Uma Campanha Alegre (artigos publicados em “As Farpas”).
  • O Mistério da Estrada de Sintra (romance

em parceria com Ramalho Ortigão).

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2ª FASE: Realismo-Naturalismo (1875 –1888)

  • crítica social e análise psicológica da sociedade

portuguesa de seu tempo / ironia e sarcasmo.

Romances:

  • O Crime do Padre Amaro (1875).
  • O Primo Basílio (1878)
  • Os Maias – (1888 obra-prima)
  • A Relíquia (1887)
  • CONTOS (cerca de 16 contos): “Singularidades de uma rapariga loura”; “José Matias”, “No Moinho”, “Civilização”.

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O CRIME DO PADRE AMARO (1875)

SEXO E RELIGIÃO NUMA PROVÍNCIA PORTUGUESA

O Crime do Padre Amaro passa-se em Leiria. Amaro, sacerdote jovem e pouco seguro de sua vocação, apaixona-se por Amélia, moça ingênua e sonhadora, educada em moldes religiosamente piegas e supersticiosos. Estimulada pela relação ilícita entre a mãe, S. Joaneira, e o Cônego Dias, aceita a corte de Amaro e repudia o noivo, João Eduardo. Tudo transcorria placidamente até que Amélia se descobre grávida. Ela é escondida por Amaro, que teme um escândalo. Amélia morre no parto; a criança é entregue a uma ama conhecida como “tecedeira de anjos” e falace sob os “cuidados” dela. O padre se muda e continua sua vida sacerdotal em outra cidade.

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Nesse romance, Eça de Queiroz põe em foco o tema do celibato e da hipocrisia social. O personagem central é o jovem padre amaro, que inicialmente aparenta bom caráter, mas ao longo da história se mostra egoísta e manipulador. O sacerdócio de Amaro não é uma devoção e opção religiosa, mas apenas um pretexto para satisfazer seus interesses pessoais. Sem forças para reprimir seus desejos sensuais, Amélia, uma jovem muito beata cuja educação familiar a convencera a aceitar passivamente todos os conselhos dos padres.

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O PRIMO BASÍLIO (1878)

UMA HISTÓRIA DE SEDUÇÃO E HIPOCRISIA (I)

O romance O Primo Basílio ilustra bem a posição crítica de Eça de Queiroz diante da sociedade lisboeta de seu tempo. Luísa e Jorge são casados e vivem uma vida confortável e rotineira. Luísa, ociosa e sonhadora, é visitada por seu primo Basílio, com quem tivera um namoro antes de conhecer o marido. Basílio aproveita a ausência de Jorge, que está viajando a trabalho, e seduz a prima. Passam a encontrar-se, mas não conseguem evitar que o caso seja percebido.

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A empregada da casa, Juliana, encontra no lixo alguns rascunhos de cartas que comprometem Luísa e passa a chantageá-la. Nessa altura, Basílio já foi embora de Lisboa e Jorge voltou. Luísa desespera-se, não sabendo o que fazer para sair dessa enrascada. Com a ajuda de um grande amigo, consegue recuperar as cartas. A empregada morre e Luísa, esgotada, adoece gravemente. Jorge fica sabendo de tudo, mas resolve perdoá-la. Ela, porém, não se recupera e falece. Basílio, ao saber da morte de Luísa, lamenta apenas a perda de uma mulher que poderia ser um bom passatempo para ele, quando tivesse que voltar a Lisboa.

O PRIMO BASÍLIO (1878)

UMA HISTÓRIA DE SEDUÇÃO E HIPOCRISIA (II)

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V I: O Bilhete

E Luísa tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria dum luxo radioso de sensações !

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1. Empenhado em diagnosticar problemas da sociedade, o romance realista-naturalista os toma como peças de demonstração de tese. Com O Primo Basílio, Eça de Queiroz trata o adultério na sociedade lisboeta, buscando as causas que teriam levado Luísa, a personagem principal, a cometê-lo.

Escolha dentre as alternativas seguintes a que mais se aproxima das causas que abriram a Luísa o caminho do adultério.

  • Personalidade forte, Luísa conduz a ação de acordo com suas ambições pessoais.
  • Frívola e em disponibilidade, ela fica à mercê de circunstâncias propícias.
  • Doentiamente apaixonada pelo primo, deixa-se conduzir sem opor resistência.
  • Insatisfeita com o marido, burguês insensível, busca na aventura sua satisfação.
  • Conhecedora dos casos extraconjugais do marido, procura uma forma de vingança.

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  • Antero de Quental e sua obra:

Intelectual de formação socialista que se chocava com

a educação tradicionalista.

  • A crítica o considera um dos mais consagrados poetas (sonetista) ao lado de Camões, Bocage e Fernando Pessoa.

  • Primeira fase: romântico-realista

. Odes Modernas (1865)

  • Segunda fase: metafísica

. Sonetos Completos (1886-1891)

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A UM POETA

Surge et ambula!

Tu, que dormes, espírito sereno,

Posto à sombra dos cedros seculares,

Como um levita à sombra dos altares,

Longe da luta e do fragor terreno,

Acorda! é tempo! O Sol, já alto e pleno,

Afugentou as larvas tumulares...

Para surgir do seio desses mares,

Um mundo novo espera só um aceno...

Escuta! é a grande voz das multidões!

São teus irmãos, que se erguem! São canções...

Mas de guerra... e são vozes de rebate!

Ergue-te pois, soldado do Futuro,

E dos raios de luz do sonho puro,

Sonhador, faze espada de combate!

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  • O soneto apresenta como locutor (eu lírico) um poeta realista, que defende as novas ideias, e apresenta um interlocutor (tu, a segunda pessoa do discurso) como

a) um poeta romântico, que dorme, à sombra..

b) um leitor que se encontra muito passivo.

c) um poeta árcade, barroco e moderno.

d) um soldado que lutou fora e retorna ao seu país.

e) uma multidão, ao povo que precisa de proteção.

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2. Há no soneto um jogo de claro/escuro que justifica a reação contra a mentalidade dos artistas da época. O que isso significa?

a) sombra / sol – significa jogo de luz nos altares das igrejas.

b) sombra / luz – manifestam a poesia da arte pela arte.

c) sombra / sol – sombra representa o distanciamento da realidade social e o sol, uma nova mentalidade..

d) sombra / sol – são reflexos antitéticos do poema sem significação de mudança.

e) sombra / luz – um distância o entendimento; o outro, reforça a distância do entendimento.

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3. Segundo o soneto “A um poeta”, inferimos que a poesia deve

 

  • ter uma função meramente lúdica.

b) ter uma função essencialmente informativa.

c) assumir a si mesma: arte pela arte.

d) apresentar excelentes rimas paralelas.

e) ter uma função social; refletir os anseios do povo..

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4. Segundo o soneto, o papel desempenhado pelo poeta é o de 

a) assumir uma função de combatente, de “soldado do futuro”..

b) assumir uma função de indiferença, passiva e conformada.

c) surdo e cego ao cotidiano e aos clamores das multidões.

d) que ele deve continuar sonhando romanticamente.

e) buscar compreender que a arte poética é somente metafísica.

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  • UM POETA ORIGINAL: LIRISMO DO COTIDIANO DA VIDA URBANA: O COMÉRCIO / OS OPERÁRIOS / OS MENDIGOS / AS PROSTITUTAS / O GÁS QUE ILUMINA AS RUAS...
  • EXERCEU A ATIVIDADE COMERCIAL.
  • REALISMO LÍRICO, SOCIAL E REFLEXIVO.
  • POETA SENSÍVEL ÀS PULSAÇÕES DA CIDADE.
  • POESIA COMPROMISSADA.
  • PRECURSOR DA POESIA MODERNA.

(1855-1886)

CEÁRIO VERDE

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  • POETA IMPRESSIONISTA
  • CONSCIÊNCIA CRÍTICA DO POETA-TRANSEUNTE.
  • POETA-OBSERVADOR-REPÓRTER.

  • OBRA-PRIMA E ÚNICA: O LIVRO DE CESÁRIO VERDE (1887);

  • DESTAQUE PARA O POEMA: O SENTIMENTO

DUM OCIDENTAL – PUBLICADO NO DIA

10/06/1880 – HOMENAGEM AOS TREZENTOS

ANOS DA MORTE DE CAMÕES.

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O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL

I

Ave-Marias

Nas nossas ruas, ao anoitecer,

Há tal soturnidade, há tal melancolia,

Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia

Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

O céu parece baixo e de neblina,

O gás extravasado enjoa-me, perturba;

E os edifícios, com as chaminés, e a turba

Toldam-se duma cor monótona e londrina.

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Batem os carros de aluguer, ao fundo,

Levando à via férrea os que se vão. Felizes!

Ocorrem-me em revista exposições, países:

Madri, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!

[. . .]

E evoco, então, as crônicas navais:

Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!

Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!

Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

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II

Noite Fechada

[. . .]

Na parte que abateu no terremoto,

Muram-me as construções retas, iguais, crescidas;

Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas,

E os sinos dum tanger monástico e devoto.

[. . .]

E eu, de luneta de uma lente só,

Eu acho sempre assunto a quadros revoltados:

Entro na brasserie; às mesas de emigrados,

Ao riso e à crua lua joga-se o dominó

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01. A primeira parte de O Sentimento dum Ocidental é “Ave-Maria, entendida como a mais célebre, por:

a) aproximar todas as grandes cidades do mundo no final do século XIX.

b) mostrar as cidades com otimismo, alegria e lirismo.

c) revela somente as classes proletárias de Lisboa.

d) anda pela cidade sem esboçar sofrimento.

e) evocar o fim das conquistas navais.

02. O poema reflete o eu lírico inquieto captando as impressões, a pulsação da cidade e não esconde forte emoção lírica em face do que descreve. Um bom exemplo disso é:

a) toda a primeira estrofe da primeira parte: Ave-Maria.

b) o comportamento do poeta como um pintor e seus traços frios.

c) o poeta-repórter olhando a cidade, mas sem emoções.

d) como o poeta-câmera movimenta as lentes para captar detalhes fúteis.

e) o poeta evoca as ruas da cidade velha de Coimbra.

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03. A poesia de Cesário Verde:

a) é produto de um pensamento ainda romântico.

b) é o resultado ainda da mentalidade romântico-cristã.

c) é um trabalho poético original: temática nova e expressão impressionista.

d) cantou o cotidiano das ruas de Coimbra em estilo rigorosamente realista.

e) manteve-se ligada às regras acadêmicas da época.

 

04. O que mais aproxima a poesia de Cesário Verde do Modernismo é: 

a) o cotidiano citadino.

b) o conflito religioso.

c) o cotidiano do cais do rio Tejo.

d) o verso livre.

e) o gás expelido das chaminés.

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04. O poema O Sentimento dum Ocidental:

a) capta flagrantes do cotidiano da cidade do Rio de Janeiro.

b) revela ironia contra os estudantes da Universidade de Coimbra.

c) capta flagrantes do cotidiano da cidade de Lisboa.

d) são flashes das ruas de Londres.

e) é um conjunto de poemas espiritualistas.

05. No verso: “Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!”.

O livro a que o poeta se refere é:

a) a Bíblia.

b) a Canção do Exílio.

c) Os Lusíadas.

d) As rimas.

e) o Cancioneiro Geral.

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