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Modernismo no Brasil.

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O aparecimento de um novo espaço plástico no Brasil ocorre dentro de um conjunto de profundas modificações, pelas quais passava a sociedade brasileira. Em algumas décadas, a escravatura havia sido abolida, a República proclamada, a imigração crescera, as indústrias surgiam e as cidades se modernizavam.

O modernismo vai ser uma expressão desse novo Brasil. O objetivo de artistas e intelectuais será o de colocar a cultura brasileira coerente com a nova época, além de torná-la um instrumento de conhecimento efetivo de seu país. Esse projeto ambicioso se afirmará no tempo como formador de uma nova consciência cultural brasileira.

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O centro cultural do país era o Rio de Janeiro, onde, ao lado do governo, estavam as principais instituições culturais como a Academia Brasileira de Letras e a Escola Nacional de Belas-artes. Esta última, fundada pela Missão Artística Francesa, continuava, apesar de algumas poucas transformações, dentro do seu ensino tradicional e acadêmico. Fora isso, a vida artística se resumia ao salão anual, cujo premiado ganhava uma viagem de estudos à Europa, às poucas encomendas oficiais de monumentos, à decoração de prédios públicos e ao magistério oficial para os artistas mais famosos.

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A arte moderna surge no Brasil como que caída de um avião ou, mais precisamente de um navio. Em 1917, Anita Malfatti, então com 21 anos, retornando de estadas na Alemanha e nos Estados Unidos, realiza em São Paulo, uma exposição individual. Foi o detonador do movimento. Suas telas expressionistas compunham um conjunto totalmente inédito para o olhar do público e dos intelectuais paulistas. Entre eles a repercussão é dupla: provoca a vontade de ruptura com os preceitos do passado e um princípio de unidade de ação.

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A Estudante Russa. (1915)

óleo sobre tela

76cm x 61 cm

Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros - USP (São Paulo)

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O Farol de Monhegan

(1915)

óleo sobre tela

46,5 x 61 cm

Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ

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O homem amarelo

(1917)

óleo sobre tela

61cm x 51 cm

Coleção Mário de Andrade, IEB-USP-São Paulo

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A Semana de Arte Moderna no Brasil

Também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal.

Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e escultura, poesia, literatura e música.

O objetivo dos artistas participantes da Semana era o de criar uma linguagem nacional e contemporânea, entretanto, a exposição mostrou a dificuldade de assimilação de um novo espaço plástico, onde predominou apenas uma desobediência desorientada às velhas regras.

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Tarsila do Amaral toma conhecimento da Semana de Arte Moderna em Paris, através das cartas de sua amiga Anita. Voltando para São Paulo em 1922, poucos meses após a Semana, conhece através de Anita, alguns dos participantes do Modernismo, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia e Mário de Andrade, com os quais forma junto com Anita o Grupo dos Cinco, servindo o atelier de Tarsila como ponto de encontro para as reuniões.

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O Modernismo no Brasil pode ser dividido em três fases...

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Primeira Fase (1922-1930)

Com a Semana de Arte Moderna em 1922 tem início a Primeira Fase do Modernismo, que também é chamada de Fase Heróica. Pode-se caracterizar tal fase por um maior compromisso dos artistas com a renovação estética inspiradas nas vanguardas europeias como o cubismo, o futurismo, o surrealismo e outros. A linguagem literária tenta romper com o tradicional, sendo algumas dessas mudanças: a liberdade formal, a valorização do cotidiano, reescritura de textos do passado, etc. É também importante ressaltar que foi durante este período que surgiram os grupos de movimento modernista, entre eles o Pau-brasil, Antropófago e Verde-Amarelismo, por exemplo.

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Segunda Fase (1930-1945)

Também chamada de Fase de Consolidação, a Segunda Fase do Modernismo é caracterizada pelo predomínio da prosa de ficção. É nesse período que os ideais difundidos na fase anterior se espalham e normalizam os esforços de antes para redefinir a linguagem artística, que acaba por se unir a um grande interesse pelas temáticas nacionalistas. As novas obras dos autores da Primeira Fase acabam amadurecendo e surgem novos grandes poetas, como Carlos Drummond de Andrade.

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Terceira Fase (1945-1960)

Nesta fase a prosa dá sequência às três tendências observadas na Segunda Fase, que são: a prosa urbana, intimista e regionalista, com certa renovação formal. A poesia desse período conta com os poetas que apareceram na fase anterior, afinal eles continuam em constante renovação. Foi criado um grupo de escritores que se autodenominaram de “geração 45”, seus membros procuravam por uma poesia equilibrada e séria, sendo até chamados pelas outras pessoas de neoparnasianos.

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Principais representantes brasileiros do Pré-Modernismo e do Modernismo...

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  • Alcântara Machado
  • Manuel Bandeira
  • Augusto dos Anjos
  • Mário de Andrade
  • Monteiro Lobato
  • Euclides da Cunha
  • Lima Barreto
  • Cecília Meireles
  • Clarice Lispector
  • Jorge Amado

  • Érico Veríssimo
  • Mário Quintana
  • Graciliano Ramos
  • Oswald de Andrade
  • Olavo Bilac
  • Menotti Del Picchia
  • José Lins do Rego
  • Graça Aranha

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Algumas características dessa escola literária

  • Uma das características era a busca por melhores formas de se desfazer das “marcas antigas” e substituir por novas formas, possivelmente melhores, de chegar ao progresso;
  • Os modernistas queriam que as pessoas se adaptassem as suas visões de mundo e aceitassem que o “novo” também era bom e belo;
  • Tentava se desprender ao máximo das heranças do Parnasianismo;
  • Revolucionou as artes plásticas, a literatura, o design e até mesmo a organização social.

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Autores e obras - Poesia

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social.

Na poética de Carlos Drummond de Andrade, a expressão pessoal evolui numa linha em que a originalidade e a unidade do projeto se confirmam a cada passo. Ao mesmo tempo, também se assiste à construção de uma obra fiel à tradição literária que reúne a paisagem brasileira à poesia culta ibérica e européia.

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Principais Obras :

  • Alguma Poesia (1930)
  • Sentimento do Mundo (1940)
  • A rosa do povo (1945)
  • Claro Enigma (1951)
  • Antologia poética (1962)
  • José (1967)
  • Corpo (1984)

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José Oswald de Sousa Andrade

Nasceu em 1890 e morreu em 1954. Foi jornalista, poeta, romancista e autor de peças teatrais.

Escreveu poesias originais com humor, ironia e com uma linguagem coloquial, deixando de lado o purismo e artificialismo.

Como era crítico e debochado estava sempre pronto para satirizar a burguesia (classe de onde veio).

Oswald defendia a valorização de nossas origens e de nosso passado. Buscava uma língua brasileira que incorporasse os “erros” gramaticais, que para ele eram verdadeiras contribuições para a definição da nacionalidade.

Oswald propunha uma ruptura com os padrões da língua literária culta.

Revoltou-se contra a poesia que se limitava a obedecer e copiar certas fórmulas e padrões consagrados pelos tradicionalistas.

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OBRAS:

- Poesias Reunidas

- Memórias Sentimentais de João Miramar (1924): baseada em algumas experiências do autor. A obra narra a história de um burguês paulista e todas as suas experiências (estudos, viagens, casamento, crises, etc)

- Serafim Ponte Grande

- Os condenados (romance): gênero que mais despertou o interesse de Oswald de Andrade. Esse romance marca a estréia de Oswald na prosa em 1922. Esse é o primeiro volume da Trilogia de Exílio. Também fazem parte dessa trilogia:Estrela do Absinto (1927) e Escada Vermelha (1934).

Em 1930, o escritor lança três importantes textos dramáticos:

- O homem e o cavalo (1934)

- O rei da vela (escrita em 1933 e publicada em 1937): peça mais conhecida dessa trilogia.

- A morta (1937)

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Oswald morreu em São Paulo em 1954 e sua poesia é considerada em exemplo de renovação na linguagem literária.

Ele e Mário de Andrade foram os principais responsáveis pela implantação e definição da nossa literatura moderna.

Não eram parentes, apesar do sobrenome, foram amigos por 12 anos (de 1917 ate 1929), porém, depois se separaram e ninguém sabe a razão.

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Artistas Modernistas e algumas de suas obras ...

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A boba

(1915-16)

Óleo sobre tela

61x50,5

Col. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP.

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Mario de Andrade I

(1921-22)

óleo sobre tela

51x41

Col. Particular, SP.

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