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Relatório Diagnóstico:

Mapa da Fome e do Desperdício de Alimentos no Brasil

Dezembro de 2022

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O projeto

  • A fome é uma realidade no nosso país. É possível atuar neste tema de forma mais estrutural?�A redução no desperdício de alimentos pode ajudar no combate à fome? Estes temas estão relacionados?�O primeiro passo para qualquer discussão foi a realização de um projeto de captura de informações básicas com o objetivo de trazer visibilidade do mapa da fome e desperdício de alimentos no Brasil para, a partir daí, discutir caminhos de atuação.

  • A primeira versão deste documento foi desenvolvida dentro de um projeto de quase 4 meses, no período de junho até setembro de 2021, sob a liderança da Ana Maria Diniz e Geyze Diniz, a participação da Gabriella Marques, Integration e Consultoria do Amanhã. Na pesquisa foram adotadas fontes qualitativas e quantitativas acerca da compreensão da fome e desperdício no país.

  • Em 2022, com a atualização das fontes e se utilizando das próprias como rascunho, iniciamos o plano de criação de um Movimento de combate à fome, que tem como pilar a redução do desperdício com foco em inteligência de dados e mobilização estratégica, de forma a criar sinergias entre setores e conexões com o que já existe, sem reinventar a roda.

O Movimento

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O projeto

  • O objetivo deste material é proporcionar um ponto de partida para quem quiser atuar no combate à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil. Ele não é um relatório exaustivo de todas as causas nestes dois desafios.

  • A fome é um dos mais trágicos problemas sociais no nosso país, já que afeta a saúde, a capacidade de estudar, de trabalhar e até mesmo a esperança de dias melhores.

  • O desperdício não está diretamente relacionado à fome, mas, em um país protagonista na produção de alimentos, todo e qualquer ganho de aproveitamento tem o potencial para fazer uma grande diferença no acesso a alimentos.

  • Este relatório busca servir de diagnóstico inicial para ambos os problemas, trazendo uma análise dos dados disponíveis e a perspectiva dos principais especialistas nesses assuntos. As conclusões aqui descritas buscam ser objetivas, apartidárias e baseadas em dados.

Objetivos deste material

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O projeto

Índice do Material

Principais Conclusões

Pág. 5 – 13

Mapa da Fome

Pág. 14 – 50

Mapa do Desperdício de Alimentos

Pág. 51 – 68 

Entendimento do Ecossistema

Pág. 69 – 97

Anotações do Workshop

Pág. 113 – 115

Apêndices

Pág. 116 – 149

7

1

2

3

4

6

Apêndice 6.1

Mapa da Fome: Análise Regional Municipal e Cesta Real

119 – 120

Apêndice 6.2

Mapa do Desperdício de Alimentos: Análise de Produção e Desperdício por Elo

121 – 126

Apêndice 6.3

Detalhamento Ecossistema:

A. Detalhamento Atores

127 – 138

Apêndice 6.4

Possíveis Caminhos de Atuação

139 – 144

Apêndice 6.5

Glossário

145 – 147

Apêndice 6.6

Fontes de Informação

148 – 149

Possíveis Caminhos de Atuação

Pág. 98 – 112

5

4

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Principais Conclusões do Estudo

1

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O que foi realizado

    • ONGs atuando na ponta no combate à fome
    • Atores de governo incluindo ex-Ministros
    • Pesquisadores e economistas que estudam �o tema da fome
    • Empresas do setor privado
    • Visita a comunidade de Jardim Gramacho �e entendimento profundo da operação e estratégia
    • Portais de Imprensa
    • Pesquisas feitas durante a pandemia
    • Portais de Governo

27 entrevistas com especialistas de diferentes esferas do ecossistema:

Visita de 2 dias à Gastromotiva:

Pesquisa quantitativa e análises e dados:

Primeira visão de possíveis caminhos �e recomendação de modelo de atuação usando Capacidade Instalada

A primeira versão deste relatório foi criada em 2021 com base nas seguintes atividades:

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6

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vivo e que seja atualizado de acordo com o sum

O projeto

Anos de Fontes

Estes são os anos das últimas atualizações das informações do documento. A intenção é mantermos o material como conteúdo vivo, atualizando-o de acordo com o surgimento de novas pesquisas.

Dados sobre a prevalência da fome 

Composição de cestas/Atualização de preços

Dados gerais de economia

Orçamentos federais

Mapa mundial da fome

2022

2022

2018/2022

2022

2022

Estimativa de produção agropecuária

Desperdícios da produção

2018

Porcentagens de desperdício por alimento

2011

Entrevistas com especialistas

2021

FOME

DESPERDÍCIO

ECOSSISTEMA

2020

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FOME

DESPERDÍCIO

ECOSSISTEMA

1

Qual é o tamanho da população que tem fome e como ela se distribui �a nível regional?

2

3

Quanta comida é desperdiçada, de qual tipo, em quais elos da cadeia e em quais regiões são os maiores desperdícios?

Como os atores do ecossistema se relacionam com esses problemas e que barreiras os impedem de solucioná-los?

MAPA DA FOME E DO DESPERDÍCIO �DE ALIMENTOS �NO BRASIL

Terceiro Setor

Empresas

Sociedade Civil

Governo

População urbana faminta

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8

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Mapa da Fome – Reflexões (Parte 2/2) 

Em nível estadual e municipal existem oportunidades a ser alavancadas através dos governos locais, do Terceiro Setor, Setor Privado – e neste caso as prioridades deveriam seguir os focos regionais mencionados previamente começando pelos estados de SP, RJ, PA, CE, PE e MA

Dessa forma é possível impactar 19 milhões de pessoas com fome, o que representa 56% do total nacional.

Os grupos vulneráveis mais expressivos passando fome são a população preta e parda (18,1% de seu total), população urbana (15% do seu total) com foco nas favelas, pessoas com insegurança hídrica (42% do seu total), famílias chefiadas por mulheres (19,3% do seu total), crianças e adolescentes (18,1% do seu total). Um trabalho bem focado nas favelas de SP, por exemplo, pode atingir quase 2,4 milhões de pessoas - 7% da população total com fome.

Para fins de comparação quantitativa, consideramos a cesta nutricional estimada pela POF (2018), e constatamos que a população com fome consome 0,6 kg/dia a menos por dia. Isso representa uma refeição e meia a menos em relação a uma pessoa com segurança alimentar, e soma 218 kg a menos no ano. 

Para entender o volume de alimentos necessário para combater a fome, calculamos o déficit alimentar da população com fome (33,1 milhões de pessoas) em relação às cestas consideradas neste estudo, estamos entre R$ 139 a 145 bilhões falando de um volume mínimo de alimentos a serem supridos entre 4,4 e 7,3 milhões de toneladas/ano. Seria necessário um orçamento para combater a fome, a depender da cesta definida. 

Programas estruturais de segurança alimentar e transferência de renda são essenciais para se combater a pobreza e a fome efetivamente. Em nível nacional, o governo federal tem papel fundamental para garantir capilaridade e abrangência. Para isso, é preciso garantir prioridade política, orçamento dedicado ao longo dos anos e ferramentas de participação e controle social para fazê-lo de maneira sustentável.

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Mapa da Fome – Reflexões (Parte 1/2) 

Em 2022 o Brasil atingiu o número de 125,2 milhões de pessoas com insegurança alimentar e 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020. Esse número está espalhado por todo o Brasil, mas SP e BA concentram 23% do volume total. Em termos de proporção relativa dentro de cada estado, AM e MA são os que mais sofrem com a fome, com 39% e 37% de suas populações em insegurança alimentar grave.

Já tivemos uma situação bem diferente, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave, ou seja 7,2 milhões de pessoas, após uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013. Apesar do número ainda expressivo, o Brasil conseguiu sair do mapa da fome mundial com esse resultadoEste movimento foi reflexo de um período de crescimento econômico, mobilização da sociedade civil e estruturação de políticas públicas intersetoriais com foco em renda e segurança alimentar para os mais vulneráveis.

A fome já tinha aumentado de forma considerável desde 2018 (10,3 milhões de pessoas, 30% de aumento desde 2014), de modo que a causa não pode ser atribuída exclusivamente à pandemia – ela só exacerbou uma situação que já vinha se deteriorando. Este efeito é resultado de múltiplos fatores incluindo corte de orçamentos nos programas estruturais mencionados anteriormente e a crise político-econômica.

A fome está ligada diretamente à pobreza e desemprego. Estamos falando de 12 milhões de pessoas desempregadas e 28 milhões de pessoas vivendo com menos de R$303 per capita por mês em 2022. Entre esses 28 milhões, 43% se encontravam em situação de insegurança alimentar grave. Este quadro só pode mudar com programas bem definidos de transferência de renda e geração de empregos. 

Sem uma atuação efetiva em programas de segurança alimentar e transferência de renda, existe uma forte tendência da situação da fome no Brasil piorar – e o problema não é falta de orçamento. Exemplo disso foi o Auxílio Emergencial, que contou com um investimento alto - R$ 295,6 bi, isto é 9 vezes o orçamento anual dos programas de segurança alimentare não foi capaz de reduzir a quantidade de pessoas na pobreza e com fome de maneira perene. Além disso, 21,5% das pessoas recebendo o Auxílio Brasil ainda estão em situação de fome.

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Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 1/2)

Fome e desperdício são dois desafios independentes e resolver um deles não vai necessariamente resolver o outro. A redução do desperdício na cadeia de valor traz eficiências (sustentabilidade ambiental, redução do custo de produção do alimento, maior disponibilidade de produtos...), mas não necessariamente ajudam a alimentar quem tem fome diretamente.

Se aumentássemos a nossa eficiência de aproveitamento de alimentos em 10 pontos percentuais, reduzindo o desperdício do produtor até o varejo e nos igualando à eficiência dos EUA, ainda teríamos cerca de 39 milhões de toneladas de desperdício por ano. Esse volume é 5,4 vezes a quantidade de alimentos necessários para erradicar a fome no país por 1 ano.

Não existem estudos integrados e profundos no Brasil que façam o mapeamento completo do desperdício na cadeia de alimentos. Para combater o desperdício de alimentos, é fundamental a geração de dados detalhados ao longo da cadeia alimentícia por elo, tipo de alimento e regiões.

Olhando a cadeia de alimentos, identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, com volumes significativos em todos os elos. Dentre os elos da cadeia produtiva (do produtor até o varejo/food service, excluindo a casa do consumidor) o desperdício é de 47,9 milhões de toneladas (84% do total) e particularmente o elo com maior impacto é o produtor (30% do total). Como os elos da cadeia estão interligados, é preciso atuar em todos eles.

Frutas, Hortaliças, Tubérculos e Laticínios são as 4 principais categorias de alimentos desperdiçados na cadeia de alimentos e representam 45 milhões de toneladas/ano – justamente esses 4 alimentos são necessários para cobrir as principais necessidades da fome. A única categoria relevante para o combate à fome que tem desperdício menor do que o déficit e um custo mais alto são carnes vermelhas, mas ainda assim existe potencial a ser explorado.

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Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 2/2)

Olhando os dois mapas – tanto de fome quanto de produção – vemos que existem desafios fundamentais em termos logísticos e financeiros ao se tentar conectar o desperdício com as pessoas passando fome. Considerando isso, os primeiros estados para começar a trabalhar seriam SP e MG, caso o foco do combate à fome seja o redirecionamento do desperdício.

Na visão por região e olhando o desperdício apenas na produção vemos que 56% dos alimentos produzidos e desperdiçados estão nos estados de Sudeste e Sul (SP, MG, PR, RS) – particularmente SP e MG somam 8,5 milhões de pessoas com fome. No entanto, os estados de AL e PI – os quais têm a maior penetração de fome – enfrentam uma escassa capacidade para resgatar alimentos da produção local.

No último elo, do consumidor, vemos um desperdício de 7,5 milhões de toneladas/ano – 15% do desperdício total na cadeia de alimentos.

Nossa hipótese é que o fator crítico que provoca esse desperdício nos lares é a cultura de abundância de comida, já que o brasileiro acredita que é importante ter fartura e valoriza refeições frescas e feitas no mesmo dia. Um trabalho de conscientização neste elo pode fazer a diferença.

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Entendimento do Ecossistema – Reflexões

Todos os atores da sociedade e elos da cadeia produtiva de alimentos são afetados pela fome e o desperdício de alguma maneira e podem contribuir para o combate a ambos os problemas nos seus cotidianos – a capacidade financeira e responsabilidade constitucional fazem do governo federal um protagonista nesse desafio.

Analisamos diferentes iniciativas no ecossistema do combate à fome e ao desperdício e identificamos 5 modelos de atuação entre elas, incluindo geração de dados, escoamento alimentar, consumo consciente, capacitação para a geração de renda e apoio a políticas públicas.

Identificamos 10 principais barreiras que impedem a conquista desses fatores críticos de sucesso hoje, e que precisam ser endereçadas de alguma forma por iniciativas de combate à fome e o desperdício para viabilizar uma mudança estrutural na conjuntura atual – entre elas estão barreiras políticas, econômicas e sociais.

Mapeamos 24 fatores críticos de sucesso que precisam ser endereçados para um combate eficaz à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil, e por cada um dos 11 atores identificados. Dentre os atores estão a sociedade civil, o setor público e os principais agentes da cadeia de alimentos.

Ao contrastar esses modelos de atuação com as barreiras, identificamos um possível modelo de atuação pouco explorado entre as iniciativas contempladas – trata-se do trabalho de mobilização de agentes privados, que pode levar a uma atuação mais forte e coordenada na redução do desperdício, expansão do cooperativismo e apoio a economias criativas.

No apêndice deste documento incluímos também os fatores críticos para o sucesso de novas iniciativas em qualquer um dos modelos de atuação observados, com base nas nossas conversas com especialistas e análise das iniciativas existentes.

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Mapa da Fome

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14

14

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DESPERDÍCIO

ECOSSISTEMA

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3

Quanta comida é desperdiçada, de qual tipo, em quais elos da cadeia e em quais regiões são os maiores desperdícios?

Como os atores do ecossistema se relacionam com esses problemas e que barreiras os impedem de solucioná-los?

Terceiro Setor

Empresas

Sociedade Civil

Governo

População urbana faminta

FOME

1

Qual é o tamanho da população que tem fome e como ela se distribui �a nível regional?

MAPA DA FOME E DO DESPERDÍCIO �DE ALIMENTOS �NO BRASIL

15

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Abordagem

Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício

1

Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

Os principais resultados são:

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Escala de Experiência de Insegurança Alimentar

(FIES – Food Insecurity Experience Scale)

Prevalência de subalimentação

(PoU - Prevalence of Undernourishment)

Fontes: (1) IBGE – Escala de Brasileira de Insegurança Alimentar EBIA (2004), (2) Food and Agriculture Organization [FAO] – Food Insecurity Experience Scale (2004); Prevalence of Undernourishment – PoU (1999)

Mapa da Fome – Como se define a fome?

Incerteza ou preocupação quanto ao acesso a alimentos no futuro, ou seja, quando a família não sabe se vai ter o que comer no dia seguinte.

Redução quantitativa ou qualitativa de alimentos por falta de recursos. As pessoas pulam refeições ou ficam sem alimentos ocasionalmente, ou seja, quando a família começa a comer menos ou pior.

Escassez de alimentos a níveis perigosos à sobrevivência da família, ou seja, quando a família fica dias sem comer, às vezes sem conseguir alimentar nem mesmo as crianças.

Nacional - EBIA (IBGE)(1)

Internacional – PoU e FIES (FAO) (2)

Pleno acesso de todos os integrantes da família aos alimentos, em quantidade e qualidade adequadas.

EBIA – Escala Brasileira de Insegurança Alimentar

Indicador baseado em um questionário sobre o consumo de alimentos e a disponibilidade de renda para tal por domicílio. É utilizado em sua forma extensa (8 a 14 perguntas) nas pesquisas PNAD e POF do IBGE, e na forma resumida (8 perguntas) nas pesquisas VigiSAN, da Rede PENSSAN.

O indicador classifica a situação familiar em 4 níveis:

FAO tem 2 indicadores chave para medir insegurança alimentar e fome de forma padronizada a nível global:

Insegurança Alimentar Leve

Insegurança Alimentar Moderada

Insegurança Alimentar Grave

Segurança Alimentar

Mede a probabilidade do consumo alimentar habitual do indivíduo médio estar abaixo da necessidade calórica mínima para se manter saudável.

Ele é calculado utilizando dados nacionais sobre as seguintes variáveis:

  • Taxa básica de metabolismo - média dos limites inferiores entre pessoas de diferentes gênero, alturas e idades
  • Fator de aumento do gasto energético para níveis ativos de atividade física
  • Consumo e disponibilidade de alimentos, com base em oferta e renda

Denota a média móvel de 3 anos do percentual da população subalimentada.

1

2

Escala de referência global que permite comparar a insegurança alimentar em todos os países através de uma pesquisa quantitativa que inclui 8 perguntas.

Ela tem seus resultados classificados em 3 níveis de insegurança alimentar, alinhados de forma geral com a escala EBIA.

Existem 3 indicadores chave seguindo parâmetros internacionais (FAO) e nacionais (IBGE). Utilizamos no estudo o EBIA/FIES considerando 3 níveis de insegurança alimentar – leve, moderada e grave. Classificamos a fome como insegurança alimentar grave. 

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Em 2008 criou-se o primeiro Mapa Mundial da Fome, elaborado pela FAO buscando trazer um diagnóstico global da fome no mundo através do indicador Prevalência de Subnutrição* (Prevalence of Undernourishment - PoU) onde Brasil tem ficado historicamente na faixa de 5% - 9% até 2013, onde teve seu mínimo (menos de 5%). Depois desse período é possível ver o aumento do índice, de forma a ser ainda mais agravado pela pandemia.

Fontes: Food and Agriculture Organization [FAO] - The Hunger Map (2011, 2014, 2019).

*Prevalência de Subnutrição (PoU): Parcela da população que tem uma ingestão calórica (energia alimentar) insuficiente para atender às necessidades energéticas mínimas definidas como necessárias para uma determinada população. **Em 2019 Brasil ainda não aparece oficialmente com fome moderada no mapa da FAO pela falta de dados oficiais do IBGE.

Muito baixa: menos de 5%

Baixa: 5% - 9%

Porcentagem da população do país com PoU:

Moderada: 10% - 19%

Alta: 20% - 34%

Muito Alta: mais de 35%

Não medido

Mapa da Fome – Referência Internacional da FAO*

Mapa Mundial da Fome anos 2011 – 2014 – 2019 – 2022

Porcentagem da população que tem uma ingestão calórica (energia alimentar) insuficiente para atender às necessidades energéticas mínimas definidas como necessárias para uma determinada população.

2011

2014

2019

2022

18

18

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Abordagem

Mapa da Fome – Tamanho do Desafio

POF (2018)

Insegurança Alimentar:

Leve

Moderada

Grave

Grave – Pessoas em Situação de rua(2)

A cada 5 anos

9,0%

5,0%

27,0%

59,0%

18,6

10,3

56,0

122,2

Com Segurança Alimentar

*Pesquisas específicas para mostrar as % de insegurança alimentar, Se assume que o total da amostra é representativa da população do Brasil – intervalo de confiança de 95%

Autores

Frequência

Amostra

Cobertura

Método

Período

Nome

2017 – 12 meses de pesquisa

68.862 domicílios

Brasil

Presencial

Resultados da fome

VigiSAN (2022)

Food for Justice (2020)

Datafolha (2021)

26,9

31,8

67,1

86,0

12,7%

15,0%

31,7%

40,6%

Segunda vez, dados bienais

Dez 2021 - abril 2022

12.745 domicílios

Brasil

Presencial

Primeira vez, não frequente

Ago-Dez 2020

2.004 domicílios

Brasil

Telefônica

Primeira vez, ad-hoc

Mai 2020

2.071 domicílios

Brasil

Presencial

Pensando nos últimos meses, você diria que a quantidade de comida na sua casa para você e sua família foi:

IBGE

Food for Justice | FU Berlin UFMG, U. Brasília, IBPAD

Folha de São Paulo

Menos do que suficiente

25%

65%

10%

O suficiente

Mais do que suficiente

PENSSAN | OXFAM Brasil, ActionAid, Friedrich Ebert

Para 2022, usamos o estudo da FGV Social em comparação às pesquisas de fontes distintas dos anos anteriores.

Pesquisas representativas da população* para estudar a fome durante a pandemia

Referência Metodológica

(critérios, amostra e método)

Mesmos critérios de segurança Alimentar que IBGE

FGV Social (2022)

FGV Social, com dados da Gallup World Poll

Primeira vez, dados anuais

Ago-Nov 2021

1-3 mil pessoas

Brasil

Telefônica

Em algum momento, nos últimos 12 meses, faltou dinheiro para comprar alimentos para você ou para a sua família ?

41,3%

28,0%

15,2%

15,5%

19

19

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Abordagem

Mapa da Fome – Tamanho do Desafio

0,18

0,1

0,07

(IBGE(4))

(VigiSAN(6))

182,1

201,3

207,1

213,3

72,3

52,1

85,0

125,2

(IBGE(2))

191,5

66,3

Fontes: IBGE - (1) PNAD (2004), (2) PNAD (2009), (3) PNAD (2013), (4) POF (2018). Foram considerados os dados originais de IBGE sem reanálise por escala EBIA de 8 itens. (5) Rede PENSSAN – I VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020); (6) Rede PENSSAN – II VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2022); (7) IPEA – Estudo Pessoas em Situação de Rua (2020) e estimativa para 2022 com 31% de aumento. Se assume que todos passam por insegurança alimentar grave.

7,7%

3,6%

5,0%

15,5%

% da população com fome

5,8%

(39,7%)

(25,9%)

(41,1%)

(58,7%)

(34,6%)

(IBGE(1))

(IBGE(3))

(28,0%)

-24%

62%

15%

31%

-19%

0,05

Após a redução entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população, ou seja 7,2 milhões de pessoas com insegurança alimentar grave, o Brasil tem aumentado esta parcela chegando a 33,1 milhões de pessoas em 2022 (15,5% da população)

Insegurança Alimentar:

Leve

Moderada

Grave

Grave – Pessoas em Situação de rua(2)

Distribuição Insegurança Alimentar (milhões)

População Brasil (milhões)

População em Insegurança Alimentar (milhões)

Importante reforçar que a fome já tinha aumentado de forma significativa antes da pandemia

Ainda com uma diminuição da fome, o tamanho da população faminta ainda é significativo

(VigiSAN(5))

211,8

116,9

(55,3%)

9,0%

0,22

(15,2%)

73%

85%

81%

44%

28%

2018

2022

2009

2004

2013

2020

19%

36%

43%

31%

33%

Em 2022 vimos que pessoas com IA leve regrediram para situações mais graves de insegurança alimentar

0,28

20

20

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.

A evolução da fome está atrelada também à situação econômica. Até 2013 a economia do Brasil cresce numa média de 3,6%, no entanto, desde 2014 o Brasil entra num período de crise econômica (-0,16% na média), com piora da situação por conta da pandemia.

Abordagem

Mapa da Fome – Tamanho do Desafio

Fontes: IBGE - Serie de Inflação (2020); World Bank - Serie de Inflação Brasil (2020) ; Agência IBGE Notícias (2022).

Variação do PIB do Brasil | 2004 - 2021

2000 - 2004

2005 - 2009

2010 - 2013

2014 - 2018

2019 - 2021

Nos 5 primeiros anos do milênio, tivemos um período de crescimento sólido na economia brasileira, com uma média de 3,1% a.a.

Crescimento médio de 3,6%, mesmo com a queda em 2009, fruto da crise financeira do sub-prime nos Estados Unidos

Período de forte crescimento, com média anual de 4,1%, o que trouxe um maior orçamento público no período

Tivemos uma crise econômica resultante em uma queda na média do PIB de -0,7% a.a., reflexo da crise política existente no Brasil, entre outros fatores

Atravessando a pandemia o PIB acumulou uma leve alta na média, de 0,6% a.a., com números mais fortes em 2021

21

21

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Dentre os fatores chaves da redução da fome com evidência internacional se incluem as políticas públicas que impulsionam o aumento do emprego, programas de transferência de renda, programas de alimentação escolar e fortalecimento da agricultura familiar.

(1) FAO - Food and Agriculture Organization - Food Insecurity in the World (2014).

Segundo as pesquisas da ONU/FAO(1), até 2013, Brasil teve

5 fatores de sucesso na meta de combate à fome:

Aumento da renda dos mais pobres com o crescimento real de 71,5% do salário mínimo e geração de 21 milhões de empregos;

Bolsa Família: Programa do Governo Federal de Acesso à Renda;

PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar: 43 milhões de crianças e jovens com refeições nas escolas;

CONSEA - Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: Governança, transparência e participação da sociedade, com tomada de decisão e conexão direta com a liderança do governo;

Garantir oferta a preços competitivos no mercado local, incentivando a produção para segurança alimentar através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF)

Abordagem

Mapa da Fome – Fatores na evolução da fome

2018

2022

2009

2004

2013

2020

22

22

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Informação oficial e histórica no detalhe pelo Portal de Transparência

Abordagem

Mapa da Fome – Programas de Segurança Alimentar

Programa Bolsa Família e Auxílio Brasil – transferência de renda para famílias em situação de pobreza

Programa Nacional de Alimentação Escolar

Programa de Aquisição de Alimentos – conectando refeições escolares com produtos da Agricultura Familiar

Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – o qual inclui Câmara Interministerial e Conselhos de Segurança Alimentar a nível Federal, Estadual e Municipal.

Companhia Nacional de Abastecimento – que busca manter níveis de estoque de alimentos para Segurança Alimentar

Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar - que entrega financiamento para produtores e agricultores rurais familiares para investimento em modernização da produção

Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (PRONAMP) – com o objetivo de créditos para investimento em tecnologia e capacitação para produtores pequenos e médios

Programa emergencial entregue durante o período de pandemia (2020-2021) – ele é apenas uma referência em comparação aos programas de Segurança Alimentar acima

Segurança Alimentar

Auxilio Emergencial (1)

Transferência de Renda(2)(4)

PAA(1)

PRONATEC / PRONAMP

PNAE(1)

PRONAF

CONAB(1)

Programa SISAN (1)

TOTAL Programas

Inflação (IPCA)(3)

Aqui identificamos os principais programas que foram bem sucedidos em contribuir para a segurança alimentar.

À continuação fizemos uma primeira análise da evolução do orçamento público de cada um deles para entender a diminuição de programas relevantes para combater a fome de forma estrutural.

Para maior detalhes da Governança das políticas públicas de assistência social ver slide 128 e 129

A partir de 2013/14 o Brasil foi aumentando os indicadores de fome devido a vários efeitos e desincentivos nos pilares de Segurança Alimentar incluindo a diminuição de orçamento desde 2014 e de programas sociais e suporte à segurança alimentar como o CONSEA.

Fontes: (1) Programa Bolsa Família, Auxilio Emergencial, PAA, SISAN e CONAB - Portal Transparência (2020); (2) Programa Bolsa Família 2004 e 2009 - IPEA A Trajetória Histórica da Segurança Alimentar e Nutricional na Agenda política Nacional: Projetos, Descontinuidades e Consolidação (2014); (3) Inflação [IPCA] - IBGE Serie de Inflação (2020); (4) Caixa.gov – Auxílio Brasil (2022).

2018

2022

2009

2004

2013

2020

23

23

24 of 150

R$ 295,6 bi

R$ 11,8 bi

R$ 1,2 bi

R$ 29,4 bi

R$ 4,8 bi

R$ 24,0 bi

R$ 18,9 bi

R$ 4,3 bi

R$ 3,5 bi

R$ 31,6 bi

R$ 35,4 bi

R$ 148 mi

R$ 1,2 bi

R$  326 mi

O orçamento gasto com o Auxílio Emergencial foi de 9 vezes o investimento de programas em 2013 e 10% do Gasto Público Total de 2020

75%

12%

35,8%

25,2%

5,6%

23%

36%

103%

145%

8%

A partir de 2013 o Brasil foi piorando nos indicadores da fome, ao mesmo tempo em que ocorreram diversos cortes de gastos do governo federal com programas sociais de suporte à segurança alimentar, como se pode observar nos números de orçamento realizados abaixo.

Informação oficial e histórica no detalhe pelo Portal de Transparência

Abordagem

Mapa da Fome – Programas de Segurança Alimentar

Fontes: (1) Orçamento liquidado do governo federal (2004-2013) - Portal Câmara; (2) Orçamento realizado do governo federal - Portal Transparência (2018 - 2022); (3) Orçamento atualizado do governo federal - Portal Transparência (2022); (4) Subvenções do PRONAF (Equalização de taxas de juros) – 4º Orçamento de Subsídios da União; (5) Inflação [IPCA] - IBGE Série de Inflação (2020) - as taxas foram acumuladas entre julho do ano inicial e junho do ano final de cada período;

Principais Programas de SAN

Auxílio Emergencial

Bolsa Família/ Auxílio Brasil

PNAE

PRONAF(4)

Estoques CONAB

TOTAL Programas

Inflação (IPCA) do período(5)

R$ 24,7 bi

16%

R$ 4,0 bi

(valor final – valor inicial)

valor inicial

%

28,6%

410%

2018

2022

2009

2004

2013

2020

R$ 2,0 bi

R$ 1,0 bi

R$ 520 mi

R$ 2,5 bi

R$ 1,3 bi

R$ 1,7 bi

Auxílio Gás

R$ 2,8 bi

Diminuições importantes

Lei de Teto de Gastos 2016

R$ 5,8 bi

R$ 190,8 mi

R$ 3,6 bi

R$ 113 bi

R$ 151 mi

R$ 613 mi

R$ 294 mi

49%

52%

PAA

R$ 488 mi

R$ 170 mi

R$ 510,4 mi

-

R$ 186 mi

R$ 2 mi

100%

99%

Inclusão Produtiva Rural

R$ 16,5 mi

R$ 39 mi

R$ 15 mi

Programa de Cisternas

R$ 25 mi

R$ 440 mi

R$ 90 mi

-

R$ 11,6 mi

R$ 17,6 bi

R$ 7,1 bi

R$ 125,9 bi

497%

100%

75%

14%

8%

383%

400%

-

48%

55%

29%

187%

25%

238%

1660%

80%

Eliminação CONSEA em 2019

100%

160%

377%

148%

80%

R$ 609 mi

R$ 768 mi

26%

121%

24%

20,4%

30%

24

24

25 of 150

Os programas de governo estruturais de segurança alimentar e transferência de renda são essenciais para realmente combater os problemas da pobreza e fome. A nível nacional o governo é a única instituição que tem o nível de investimento e abrangência que precisa para combater estruturalmente a fome.

Abordagem

Mapa da Fome – Programas de Segurança Alimentar

“Para eliminar a insegurança alimentar grave, são necessários R$ 500 milhões por mês.

Com R$ 6 bilhões no ano é possível tirar as pessoas da fome

Rodrigo “Kiko” Afonso – Diretor Executivo Ação Cidadania

“Ninguém vai conseguir dar conta de milhões de famintos com doações e trabalho voluntário. O central deve ser a política pública, que pode dar escala”

Teresa Campello – Ex-ministra de Desenvolvimento Social

“O Brasil consegue diminuir a fome devido ao desenho de políticas públicas sólidas incluindo o Programa Bolsa Família para alivio da pobreza, valorização do salário mínimo e políticas de segurança alimentar. O contexto deveria ser de manter essas sólidas políticas públicas voltadas para os mais vulneráveis.”

Ricardo Henriques – Economista e Superintendente Instituto Unibanco

“O que era incompreensível nos anos 1990, e particularmente nesse momento de pandemia ainda, é que a renda necessária para tirar a pessoa da pobreza é mínima se comparada com a renda do Brasil. Uma transferência de 0.5% - 1% do PIB (R$ 37 – R$ 75 bi) tem impacto gigantesco na pobreza.”

Ricardo Paes de Barros – Economista e Formulador do Programa Bolsa Família

25

25

26 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Variáveis relacionadas à fome

R$ 65

R$ 116

R$ 170

R$ 239

R$ 261

N/A

5,1

12

13,8

14,6

N/A

23,9

20,1

22,3

18,0*

R$ 68

R$ 95

R$ 152

R$ 180

R$ 190

11,7

7,1

14,1

11,9

14,0

15,0

11,3

7,2

10,3

19,1

*Sem Auxílio Emergencial teriam sido

27,3 milhões de pessoas

A fome está diretamente relacionada com a pobreza e o desemprego. Desde 2004, o Brasil teve redução de todos esses indicadores chegando a uma diminuição de 65% da pobreza extrema, 51% da fome e 21% do desemprego.

Pobreza

(milhões de pessoas; 

Salário mínimo; montante em R$ de ¼ salário mínimo)

% Pessoas vivem com menos de 1/4 de SMPC(1)

Bolsa Família/ Auxílio Brasil

(milhões de famílias /

Valor médio entregue)

Desemprego

(milhões de pessoas; 

Taxa desemprego)

Fome

(milhões de pessoas; 

% da população)

R$ 260

R$ 465

R$ 678

R$ 954

R$ 1.045

2018

2022

2009

2004

2013

2020

R$ 303

18,1

27,6(2)

R$ 216

11,9

33,1

R$ 1.212

12,3%*

* Medição considerando Auxílio Emergencial – sem ele o total de pessoas na linha da pobreza seria de 27,3 milhões de pessoas (12,3% da população) (1)SMPC: Salário Mínimo Per Capita (2) Dados do 3ºtrimestre de 2021

Fontes: IBGE - PNAD (2004), PNAD (2009), PNAD (2013), POF (2018); Rede PENSSAN – VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020); IPEA – Estudo Efeito PBF (2019); FGV Social com dados de IBGE – PNAD Continua (2011 – 2021)

43% das pessoas abaixo da linha da pobreza estavam em situação de fome

21% das pessoas recebendo o Auxílio ainda estão em situação de fome

26

26

27 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Variações (%) nos preços da alimentação

Fonte: IBGE – Série histórica do IPCA (2022)

A flutuação nos preços dos alimentos tem dificultado o acesso a uma alimentação saudável para muitos brasileiros, especialmente no período de pandemia, quando itens básicos como arroz e feijão sofreram aumentos de mais de 60% no ano de 2020.

27

27

28 of 150

Abordagem

Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício

2

1

Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

Os principais resultados são:

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).

28

28

29 of 150

O Índice de Distribuição da Fome (IDF) é uma análise da distribuição da fome a nível regional no Brasil. Este indicador inclui dados regionais para entregar informação relevante para decidir onde focar os esforços:

POPULAÇÃO COM FOME

Já temos calculada a quantidade de pessoas com fome no Brasil

POPULAÇÃO COM

FOME NO ESTADO

Como resultado final, temos uma estimativa da população com fome em cada estado, podendo informar esforços

IDF (%)

Distribuição da população com fome através de variáveis regionais correlacionadas com fome e pobreza

Abordagem

Mapa da Fome – Distribuição regional da fome

29

29

30 of 150

O IDF foi calculado em 2 etapas incluindo VigiSAN como distribuição regional e depois uma ponderação de variáveis municipais associadas com a fome. Adicionalmente avaliamos os resultados qualitativamente com base na localização das favelas.

Base: Pesquisa PENSSAN – VigiSAN (2022 – Análise por estado)

Consideramos a população com fome por estado fornecidas na última publicação da VigiSAN para entendermos como se comportam esses números.

Abordagem

Mapa da Fome – Distribuição regional da fome

IDF (%)

Distribuição da população com fome através de variáveis regionais correlacionadas com fome e pobreza

1

Informação agrupada por Município – Auxílio Emergencial, Bolsa Família e IBGE (POF e PNAD)

Consideramos esses indicadores para o cálculo por município, onde ajustamos pelo valor fornecido pela VigiSAN, por proporcionalidade.

Calibração qualitativa: Localização de Favelas

Consideramos também a nível qualitativo o estudo de Favelas no IBGE – Aglomerados Subnormais (2019) para fins de validação dos resultados.

30%

30%

15%

15%

Auxílio Brasil

% de Adultos com baixo IMC

SISVAN 2022

Distribuição População

IBGE 2022

Distribuição Renda

POF 2018

Consumo Alimentos

POF 2018

10%

Pesos da distribuição

2

3

  • Variação de 2%-5% com Resultados VigiSAN
  • Variação até 2,5% com POF 2018
  • Análise de Sensibilidade dos pesos das variáveis com variação de 7%

30

30

31 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Distribuição regional da fome

A Fome está presente em todo o Brasil.�(1) Em valor absoluto, 56% da fome está em 6 estados - SP, RJ, PA, CE, MA e PE que representam 46% da população do Brasil.

Estado

UF

% Pop. Brasil

% Pop. c/ Fome

Pop. c/Fome (milhões)

% Pop. c/ Fome Acumulado

São Paulo

SP

21,9%

20,0%

6,6

Rio de Janeiro

RJ

8,2%

8,2%

2,7

28%

Pará

PA

4,1%

7,7%

2,6

Ceará

CE

4,3%

7,1%

2,4

Maranhão

MA

3,4%

6,3%

2,1

Pernambuco

PE

4,5%

6,3%

2,1

56%

Minas Gerais

MG

10,0%

5,2%

1,7

Bahia

BA

7,0%

5,0%

1,7

Rio Grande do Sul

RS

5,4%

4,8%

1,6

71%

Alagoas

AL

1,6%

3,6%

1,2

Amazonas

PI

2,0%

3,3%

1,1

Piauí

AM

1,5%

3,3%

1,1

Paraná

PR

5,4%

2,9%

1,0

Goiás

GO

3,4%

2,5%

0,8

Sergipe

SE

1,1%

2,1%

0,7

Mato Grosso

MT

1,7%

1,9%

0,6

Paraiba

PB

1,9%

1,3%

0,4

Distrito Federal

DF

1,5%

1,2%

0,4

Rio Grande do Norte

RN

1,7%

1,1%

0,4

Santa Catarina

SC

3,4%

1,0%

0,3

Espírito Santo

ES

1,9%

1,0%

0,3

96%

Tocantins

TO

0,8%

0,8%

0,3

Mato Grosso do Sul

MS

1,3%

0,8%

0,3

Rondônia

RO

0,9%

0,8%

0,3

Amapá

AP

0,4%

0,8%

0,3

Acre

AC

0,4%

0,5%

0,2

Roraima

RR

0,3%

0,5%

0,2

100%

5,0%

20,0%

6,3%

5,2%

7,7%

8,2%

3,3%

4,8%

3,3%

2,5%

1,9%

1,0%

1,0%

0,5%

0,8%

0,8%

0,8%

0,5%

0,8%

7,1%

1,3%

1,1%

2,1%

6,3%

3,6%

Visão 1: Distribuição da população com Fome no Brasil

(Valor absoluto - 33,1 milhões)

Fonte: (1) Relatório VigiSAN II: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil – Por estado (2022)

Nota: Os valores de População com Fome e IDF foram ajustados para que a soma das pessoas com IA Grave atingisse o valor exato de 33,1 milhões.

1,2%

2,9%

31

31

32 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Distribuição regional da fome

A Fome está presente em todo o Brasil.�(1) Em valor absoluto, 56% da fome está em 6 estados - SP, RJ, PA, CE, MA e PE que representam 46% da população do Brasil.

Estado

UF

% Pop. Brasil

% Pop. c/ Fome

Pop. c/Fome (milhões)

% Pop. c/ Fome Acumulado

São Paulo

SP

21,9%

20,0%

6,6

Rio de Janeiro

RJ

8,2%

8,2%

2,7

28%

Pará

PA

4,1%

7,7%

2,6

Ceará

CE

4,3%

7,1%

2,4

Maranhão

MA

3,4%

6,3%

2,1

Pernambuco

PE

4,5%

6,3%

2,1

56%

Minas Gerais

MG

10,0%

5,2%

1,7

Bahia

BA

7,0%

5,0%

1,7

Rio Grande do Sul

RS

5,4%

4,8%

1,6

71%

Alagoas

AL

1,6%

3,6%

1,2

Amazonas

PI

2,0%

3,3%

1,1

Piauí

AM

1,5%

3,3%

1,1

Paraná

PR

5,4%

2,9%

1,0

Goiás

GO

3,4%

2,5%

0,8

Sergipe

SE

1,1%

2,1%

0,7

Mato Grosso

MT

1,7%

1,9%

0,6

Paraiba

PB

1,9%

1,3%

0,4

Distrito Federal

DF

1,5%

1,2%

0,4

Rio Grande do Norte

RN

1,7%

1,1%

0,4

Santa Catarina

SC

3,4%

1,0%

0,3

Espírito Santo

ES

1,9%

1,0%

0,3

96%

Tocantins

TO

0,8%

0,8%

0,3

Mato Grosso do Sul

MS

1,3%

0,8%

0,3

Rondônia

RO

0,9%

0,8%

0,3

Amapá

AP

0,4%

0,8%

0,3

Acre

AC

0,4%

0,5%

0,2

Roraima

RR

0,3%

0,5%

0,2

100%

5,0%

20,0%

6,3%

5,2%

7,7%

8,2%

3,3%

4,8%

3,3%

2,5%

1,9%

1,0%

1,0%

0,5%

0,8%

0,8%

0,8%

0,5%

0,8%

7,1%

1,3%

1,1%

2,1%

6,3%

3,6%

Visão 1: Distribuição da população com Fome no Brasil

(Valor absoluto - 33,1 milhões)

Fonte: (1) Relatório VigiSAN II: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil – Por estado (2022)

Nota: Os valores de População com Fome e IDF foram ajustados para que a soma das pessoas com IA Grave atingisse o valor exato de 33,1 milhões.

1,2%

2,9%

32

32

33 of 150

Visão 2: Proporção da fome em relação a população de cada estado (Penetração)

Abordagem

Mapa da Fome – Distribuição regional da fome

A Fome está presente em todo o Brasil.�Penetração da fome é maior no Norte e Nordeste AL, PI, AP, PA, SE, MA, RR, CE, AM e PE, onde mais de 28% da população tem fome.

14,6%

11,4%

29,9%

8,2%

30,0%

15,9%

26,3%

26,0%

14,1 %

12,6%

4,6%

34,3%

11,9%

17,7%

8,2%

9,4%

17,5%

18,8%

15,1%

27,2%

32,0%

10,6%

10,9%

30,0%

22,2%

36,7%

Estado

UF

% Penetração

Pop. c/Fome (milhões)

Alagoas

AL

36,7%

1,2

Piauí

PI

34,3%

1,1

Amapá

AP

32,0%

0,3

Pará

PA

30,0%

2,6

Sergipe

SE

30,0%

0,7

Maranhão

MA

29,9%

2,1

Roraima

RR

27,2%

0,2

Ceará

CE

26,3%

2,4

Amazonas

AM

26,0%

1,1

Pernambuco

PE

22,2%

2,1

Acre

AC

18,8%

0,2

Mato Grosso

MT

17,7%

0,6

Tocantins

TO

17,5%

0,3

Rio de Janeiro

RJ

15,9%

2,7

Rondônia

RO

15,1%

0,3

São Paulo

SP

14,6%

6,6

Rio Grande do Sul

RS

14,1%

1,6

Distrito Federal

DF

13,1%

0,4

Goiás

GO

11,9%

0,9

Bahia

BA

11,4%

1,7

Rio Grande do Norte

RN

10,9%

0,4

Paraiba

PB

10,6%

0,4

Mato Grosso do Sul

MS

9,4%

0,3

Paraná

PR

8,6%

1,0

Minas Gerais

MG

8,2%

1,7

Espírito Santo

ES

8,2%

0,3

Santa Catarina

SC

4,6%

0,3

13,1%

Fonte: (1) Relatório VigiSAN II: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil – Por estado (2022)

Nota: Os valores de População com Fome e IDF foram ajustados para que a soma das pessoas com IA Grave atingisse o valor exato de 33,1 milhões.

33

33

34 of 150

Abordagem

Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício

Os principais resultados são:

3

Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.

2

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).

1

Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

34

34

35 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Personas

Fontes: (1) FGV Social – Montanha Russa da Pobreza (2022); (2) Estimativa realizada com base em Relatório VigiSAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2022) e IBGE – PNAD Contínua (2019)

População Rural e Urbana

  • Favelas
  • Trabalhadores e Pequenos produtores Rurais

Cor ou raça

  • Preta e Parda
  • Branca

Insegurança hídrica

  • Pessoas em geral

Com base nas entrevistas e estudos consideramos alguns grupos mais vulneráveis perante a fome:

Quando falamos de grupos vulneráveis perante a fome, os primeiros que aparecem são as pessoas que estão na linha da pobreza, pessoas desempregadas e pessoas pretas e pardas. Alguns dados mostram essa correlação:

  • Pessoas na linha da pobreza: 23 milhões de brasileiros vivem com R$ 210 per capita/por mês (1/6 salário mínimo)(1).
  • Pessoas com fome: 24,5 milhões de pessoas pretas/pardas estão passando fome, em comparação à 8,3 pessoas brancas(2).

Na seguinte análise quisemos ir um passo além, identificando e quantificando grupos mais específicos considerando os seguintes cortes:

Crianças

  • Crianças até 4 anos
  • Crianças de 5 até 14 anos

Chefes do lar por gênero

  • Mulheres como pessoa de referência do lar
  • Homens como pessoa de referência do lar

35

35

36 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Personas

Vemos 5 grandes grupos com maior vulnerabilidade perante a fome, dos quais os mais volumosos são pessoas em áreas urbanas com foco em favelas, pessoas pretas/pardas, e lares chefiados por mulheres:

Fontes: (1) VIGISAN – “Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil” (2022), “Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil” (2021); (2) IBGE – Projeção da População por Idade, gênero, raça/cor (2022); (3) IBGE – Projeção de famílias no Brasil (2022)

População Rural e Urbana

Crianças

Cor ou raça

Chefes de lar segundo gênero

Preto Pardo

Branco

Urbana

Rural

Pessoas até 10 anos

População Total

% com Fome (IA Grave)

Pessoas com Fome (IA Grave)

Lares chefiados por mulheres

135,4 milhões

77,9

milhões

18,1%

8,3

milhões

10,6%

24,5

milhões

182,8 milhões

30,5

milhões

29,4

milhões

105,1

milhões

15%

18,6%

18,1%

11,9%

5,7

milhões

27,4

milhões

8,8

milhões

20,3

milhões

Lares chefiados por homens

108,1

milhões

19,3%

12,9

milhões

Insegurança Hídrica (IH)

Aumento da fome 2022 vs 2020 (%)

69%

41%

55%

74%

55%

93%

77%

21,5

milhões

42%

Pessoas com IH

89%

9,0

milhões

36

36

37 of 150

Os grupos vulneráveis mais expressivos passando fome são a população preta e parda (24,5 milhões), população urbana (27,4 milhões) e famílias chefiadas por mulheres (20,3 milhões). Além dos números é essencial lembrar que por trás dos números existem pessoas que lutam dia a dia para conseguir comer.

Abordagem

Mapa da Fome – A cara da fome no Brasil

Os dados são hoje os mais preocupantes desde o início da pandemia nas favelas. [...] seja no número de pessoas sem poupança, seja no número de pessoas com falta de dinheiro para comprar comida, seja na redução do número de refeições

Renato Meirelles – Presidente Instituto Locomotiva

A cara da fome no Brasil ela tem CEP, tem gênero, tem cor e tem idade. A maioria das pessoas passando fome são negras, moradores de favelas e parte importante de mulheres e crianças. Isto revela vários Brasil para nós.”

Preto Zezé – Presidente Nacional da CUFA e Fundador da LIS

“Proporcionalmente, ainda há uma maior parte da população em situação de fome no campo, mas a gente já vê quantitativamente e em grandes proporções, não somente no Norte ou Nordeste, mas nas grandes cidades em diferentes pontos do país” [...] “Se pudéssemos usar uma palavra, diríamos que a fome se ‘alastrou”, mostrando-se muito nitidamente aos olhos de todo mundo”.

Francisco Menezes – ActionAid, Ibase e Ex-Presidente do CONSEA

Ninguém tem que comer só na crise. Precisamos estabelecer agendas e projetos de meio e longo prazo.

Exemplo disto é a Favela 3D que busca uma intervenção sistémica para interromper o ciclo de pobreza social.”

Edu Lyra – Fundador e CEO da Gerando Falcões

37

37

38 of 150

Em termos das características da população com insegurança alimentar, o maior impacto é nos lares onde mulher é chefe (63% dos lares deste grupo), pessoas pretas ou pardas (60% dos lares deste grupo).

Fontes: Rede PENSSAN VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2022);                         IBGE – POF IBGE – POF Insegurança Alimentar (2017-2018)

  • 60% desses lares de pessoas pretas/pardas possui algum tipo de insegurança alimentar
  • 35,8% desses mesmos lares passa fome ou pula refeições

Abordagem

Mapa da Fome – Personas

  • 63% desses lares possui  algum tipo de insegurança alimentar (vs 52,1% onde homem é o chefe do lar)
  • 36,7% dos lares passa fome ou pula refeições
  • Em 2018, entre os domicílios com insegurança alimentar grave, ou seja, em situação de fome, 51,9% eram chefiados por mulheres

Mulher chefe de lar

Homem chef do lar

Domicílios chefiados por mulheres: 

       Domicílios de famílias pretas/pardas: 

Insegurança Alimentar:

Leve

Moderada

Grave

Segurança Alimentar

27,4%

35,9%

13,2%

11,9%

19,3%

28,5%

46,5%

17,4%

Branca

Preta/Parda

10,6%

10,3%

25,9%

53,2%

18,1%

17,7%

29,2%

35,0%

38

38

39 of 150

Famílias com crianças menos a 10 anos

Fontes: Rede PENSSAN – VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020, 2022);

UNICEF Brasil - Impactos primários e secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes (2020)

  • Houve aumento da insegurança alimentar dos domicílios com crianças de idade até 10 anos, de 7,7% % para 18,1% em um ano.
  • As proporções de insegurança alimentar moderada e grave variaram cerca de 13,0% nos domicílios apenas com moradores adultos, a cerca de 25,0%, naqueles que tem três ou mais crianças/adolescentes.

Efeitos qualitativos da fome

Abordagem

Mapa da Fome – Personas

Quando se olham os lares com crianças até 10 anos, 66,1% dos lares têm algum tipo de insegurança alimentar. A insegurança alimentar moderada e grave ocorre em cerca de 25% dos lares com três ou mais pessoas menores de 18 anos.

Neurológico

Físico

Crianças com deficiência calórico-proteica tem impacto no desenvolvimento na capacidade cognitiva

Impacto em atenção, memória, leitura e aprendizagem de linguagem como um todo, o que por sua vez leva ao mau rendimento escolar. 

Mal nutrição gera fraqueza, baixo sistema imunológico, diminuição de estatura, má formação e até cegueira.

Adultos que foram desnutridos quando crianças apresentam maiores riscos de desenvolverem doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.

Distribuição de lares com pelo menos um morador menor a 10 anos

Insegurança Alimentar:

Leve

Moderada

Grave

Segurança Alimentar

39

39

40 of 150

Fontes: Rede PENSSAN – VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2022); IBGE – POF Insegurança Alimentar (2017-2018)

  • As pessoas que estão em meio urbano conseguem mais alternativas para a sua alimentação, substituindo itens com maior facilidade que na área rural, que tem menor variedade de alimentos disponíveis.
  • Fatores que ameaçam a segurança alimentar: pobreza, falta de educação e recursos de investimento, menor acesso a cisternas de agua para produção agrícola.

Abordagem

Mapa da Fome – Personas

VIGISAN 2022

Nas áreas rurais a percentagem de pessoas com insegurança alimentar é maior, chegando a 63,5% em 2021, no entanto, nas áreas urbanas esta percentagem aumentou em maior medida nos últimos anos.

30,5 milhões pessoas

URBANA

RURAL

Segundo VIGISAN, em 2022, mais de 35% da população rural sofreu insegurança alimentar grave ou moderada vs quase 30% da população urbana

182,8 milhões pessoas

12,1

36,2%

9,5

28,3%

5,6

16,6%

6,2

18,6%

77,1

42,2%

51

27,9%

27,2

14,9%

27,4

15%

Insegurança Alimentar:

Leve

Moderada

Grave

Segurança Alimentar

VIGISAN 2020

30,51 milhões pessoas

URBANA

RURAL

Segundo VIGISAN, em 2020 esse número era de 27% da população rural vs 20% da população urbana

181,2 milhões pessoas

12,2

40%

10,1

33%

4,6

15%

3,7

12%

82,7

46%

63,3

35%

19,7

11%

15,5

9%

40

40

41 of 150

Abordagem

Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício

4

Considerando uma cesta nutricional, a população com fome consome 220 kg/ano a menos (0,6 kg/dia). Se aplicarmos à população com fome (33,1 milhões de pessoas em 2022) esta dieta nutricionalmente balanceada, o mínimo volume de alimentos necessário é de �7,3 milhões de toneladas/ano.

Os principais resultados são:

3

Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.

2

1

Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).

41

41

42 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?

Para analisar o volume de alimentos necessários para combater a fome, consideramos o consumo real da população brasileira segundo o nível de segurança alimentar, o qual entrega como resultado que a população com fome consome 0,6 kg/dia a menos que uma pessoa com insegurança alimentar.

Fontes: IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018)

Pessoas com Fome (Ins. Alimentar Grave)

Pessoas com Segurança Alimentar

1,6 kg

1 kg

Consumo de alimentos:

Pessoas com Insegurança Moderada

1,1 kg

Pessoas com Insegurança Leve

1,2 kg

Média da população

1,4 kg

Diário

47 kg

29 kg

34 kg

36 kg

42 kg

564 kg

346 kg

404 kg

436 kg

504 kg

Mensal

Anual

% Diferença

112%

69%

80%

87%

Referência 100%

Consumo Real segundo Nível de Segurança Alimentar | POF 2018

  • Ao comparar o consumo de uma pessoa com fome vemos que é 0,6 kg a menos por dia em relação a uma pessoa com segurança alimentar - isto representa pouco mais de uma refeição por dia.

  • A nível anual isto significa 218 kg/ano a menos entre uma pessoa com segurança alimentar e uma pessoa com fome.

  • Importante ressaltar que as pessoas com segurança alimentar não necessariamente estão se alimentando bem, ainda que consumam categorias fundamentais para a nutrição tais como carnes, frutas e hortaliças.

42

42

43 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?

Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.

Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);

Com base nas entrevistas e pesquisas concluímos:

  1. Precisamos de uma cesta básica que permita estimar a quantidade de alimentos necessária para combater a fome
  2. Não existe uma cesta recomendada durante nosso mapeamento que considere o volume de alimentos necessário para ter um adequado balanço nutricional
  3. Dado isso, mapeamos 4 cestas que tem diferentes objetivos (é um ponto de partida...não o ideal)
  1. Estimamos dois cenários: (a) com a Cesta Básica Emergencial e (b) com a Cesta Nutricional

Tipo

Fonte

Objetivo e Pontos Chaves

Cesta Básica de Inflação

Cesta Nutricional

Cesta Real Consumida

Governo (1) / Terceiro Setor

IBGE – POF (2018) (4)

DIEESE (3)

  • Contém o volume real de alimentos consumidos por ano
  • Inclui diferenças por ingresso e nível de segurança alimentar
  • Cesta mínima para família em momentos de emergência
  • Não atende objetivos nem de quantidade nem nutricionais
  • Medir a variação dos preços e o impacto dos alimentos no salário mínimo
  • Busca balanço de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo

Cesta Básica Emergencial

  • Não existe uma cesta nutricional quantificada e consensuada por expertos no Brasil.

  • Estimamos uma cesta nutricional com base na análise da POF
  • Inclui dieta dos brasileiros com indicação de nutrientes

IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)

43

43

44 of 150

Cesta Básica de Inflação

Cesta Real Consumida

Governo (1) / Terceiro Setor

IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)

IBGE – POF (2018) (4)

DIEESE (3)

  • Contém o volume real de alimentos consumidos por ano
  • Inclui diferenças por ingresso e nível de segurança alimentar
  • Cesta mínima para família em momentos de emergência
  • Não atende objetivos nem de quantidade nem nutricionais
  • Medir a variação dos preços e o impacto dos alimentos no salário mínimo
  • Busca balanço de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo

22 kg – família de 4 pessoas

R$ 180 - 200 por caixa (aprox.)

70 kg – per capita/mês

22 a 47 kg – per capita/mês

R$ 760,45 (SP) por mês

R$ 700 - 740 por mês (aprox.)

47,2 kg – per capita/mês

R$ 900 - 940 por mês (aprox.)

Cesta Básica Emergencial

Cesta Nutricional

Tipo

Fonte

Volume

Custo

Cesta

Abordagem

Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?

Fontes: (1) [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);

Alimentos

Volume

Medida

Arroz

10,0 

 kg 

Feijão

4,0 

 kg 

Farinha Mandioca ou Trigo

2,0 

 kg 

Macarrão

1,0 

 kg 

Óleo de Soja

1,0 

 kg 

Leite em pó

1,0 

 kg 

Flocos de Milho ou Fubá

1,0 

 kg 

Açúcar

2,0

 kg 

Alimentos

Volume

Medida

Carne

6,0

kg

Leite

15,0

lts

Feijão

4,5

kg

Arroz

3,0

kg

Farinha

1,5

kg

Batata

6,0

kg

Legumes (Tomate)

9,0

kg

Pão francês

6,0

kg

Café em pó

0,6

kg

Frutas (Banana)

12,7

kg

Açúcar

0,3

kg

Banha/Óleo

1,5

kg

Manteiga

0,9

kg

Alimentos

Volume

Medida

Bebidas

14,5

kg

Leguminosas

5,4

kg

Cereais (Arroz)

4,7

kg

Carnes (Bovino)

2,6

kg

Alimentos prep.

2,5

kg

Frutas

2,0

kg

Farinhas e Massas

1,7

kg

Aves e Ovos

1,9

kg

Panificados

1,5

Kg

Hortaliças

1,3

kg

Açucares e Doces

1,3

kg

Lacticínios

1,2

kg

Tubérculos

0,8

kg

Pescados

0,5

kg

Óleos e gorduras

0,3

kg

Alimentos

Volume

Medida

Bebidas

9,5

kg

Laticínios

8,1

Kg

Frutas

8,3

Kg

Hortaliças

7,6

Kg

Cereais e legum.

6,2

Kg

Carnes

4,0

Kg

Panificados

2,6

Kg

Aves e ovos

3,7

kg

Açúcares, doces

1,7

Kg

Farinhas e massas

1,6

Kg

Óleos e gorduras

1,2

Kg

Alimentos prep.

0,7

Kg

Sal/cond.

0,8

Kg

Pescados

0,6

kg

Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.

1

2

Objetivo e Pontos Chaves

  • Não existe uma cesta nutricional quantificada e consensuada por expertos no Brasil.

  • Estimamos uma cesta nutricional com base na análise da POF
  • Inclui dieta dos brasileiros com indicação de nutrientes

44

44

45 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?

Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);

Tipo

Fonte

Objetivo e Pontos Chaves

Volume

Custo

Cesta

Buscando um volume mínimo de alimentos para combater a fome consideramos 2 cestas:

Cesta Básica e uma Cesta Nutricional Estimada

Comparamos cada uma destas cestas com o volume de alimentos consumidos pelas pessoas com fome.

Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.

IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)

  • Não existe uma cesta nutricional quantificada e consensuada por expertos no Brasil.

  • Estimamos uma cesta nutricional com base na análise da POF
  • Inclui dieta dos brasileiros com indicação de nutrientes

R$ 900 - 940 por mês (aprox.)

Cesta Nutricional

Alimentos

Volume

Medida

Bebidas

9,5

kg

Laticínios

8,1

Kg

Frutas

8,3

Kg

Hortaliças

7,6

Kg

Cereais e legum.

6,2

Kg

Carnes

4,0

Kg

Panificados

2,6

Kg

Aves e ovos

3,7

kg

Açúcares, doces

1,7

Kg

Farinhas e massas

1,6

Kg

Óleos e gorduras

1,2

Kg

Alimentos prep.

0,7

Kg

Sal/cond.

0,8

Kg

Pescados

0,6

kg

Governo (1) / Terceiro Setor

  • Cesta mínima para família em momentos de emergência
  • Não atende objetivos nem de quantidade nem nutricionais

22 kg – família de 4 pessoas

R$ 180 - 200 por caixa (aprox.)

Cesta Básica Emergencial

1

2

Alimentos

Volume

Medida

Arroz

10,0 

 kg 

Feijão

4,0 

 kg 

Farinha Mandioca ou Trigo

2,0 

 kg 

Macarrão

1,0 

 kg 

Óleo de Soja

1,0 

 kg 

Leite em pó

1,0 

 kg 

Flocos de Milho ou Fubá

1,0 

 kg 

Açúcar

2,0

 kg 

47,2 kg – per capita/mês

45

45

46 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?

Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);

Tipo

Fonte

Objetivo e Pontos Chaves

Volume

Custo

Cesta

  • Para conseguir levar as pessoas com fome para insegurança alimentar moderada seria necessário pelo menos 1 cesta básica por mês para cada família.

  • Com isto o volume mensal adicional seria de 22 kg por família 5,5 kg por pessoa.

  • Isto faria que cada pessoa com fome consuma 0,15 kg de alimento a mais por dia e 34,5 kg/mês.

  • Neste caso o foco é quantidade de alimento, não qualidade da alimentação dado que não tem aumento de carnes, frutas e hortaliças.

  • Considerando 33,1 milhões de pessoas, o volume total de alimentos necessários seria de 2,2 milhões de toneladas com um valor de R$ 18,9 bilhões/ano.

Pessoas com Fome (Ins. Alimentar Grave)

1 kg

29 kg

346 kg

Pessoas com Insegurança Moderada

1,1 kg

34 kg

404 kg

Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.

1

Governo (1) / Terceiro Setor

  • Cesta mínima para família em momentos de emergência
  • Não atende objetivos nem de quantidade nem nutricionais

22 kg – família de 4 pessoas

R$ 180 - 210 por caixa (aprox.)

Cesta Básica Emergencial

Alimentos

Volume

Medida

Arroz

10,0 

 kg 

Feijão

4,0 

 kg 

Farinha Mandioca ou Trigo

2,0 

 kg 

Macarrão

1,0 

 kg 

Óleo de Soja

1,0 

 kg 

Leite em pó

1,0 

 kg 

Flocos de Milho ou Fubá

1,0 

 kg 

Açúcar

2,0

 kg 

46

46

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Abordagem

Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?

Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);

Pessoas com Fome (Ins. Alimentar Grave)

Pessoas com Segurança Alimentar

1,6 kg

1 kg

Consumo de alimentos:

Diário

47 kg

29 kg

564 kg

346 kg

Mensal

Anual

Cesta Nutricional POF

1,6 kg

47,2 kg

566 kg

% Diferença

112%

69%

115%

Média da população

1,4 kg

42 kg

504 kg

Referência 100%

IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)

47,2 kg – per capita/mês

R$ 900 - 940 por mês (aprox.)

Cesta Nutricional

Alimentos

Volume

Medida

Bebidas

9,5

kg

Laticínios

8,1

Kg

Frutas

8,3

Kg

Hortaliças

7,6

Kg

Cereais e legum.

6,2

Kg

Carnes

4,0

Kg

Panificados

2,6

Kg

Aves e ovos

3,7

kg

Açúcares, doces

1,7

Kg

Farinhas e massas

1,6

Kg

Óleos e gorduras

1,2

Kg

Alimentos prep.

0,7

Kg

Sal/cond.

0,8

Kg

Pescados

0,6

kg

2

  • A meta de levar as pessoas com fome para uma dieta nutricionalmente balanceada é bastante ambiciosa por dois motivos:
    1. Alto volume adicional: Seria necessário entregar 0,6 kg/dia para cada pessoa com fome – isto significa 18,2 kg/mês e 218,4 kg/ano.

    • Requer um mix de alimentos variado – incluindo aumentos significativos em carnes, frutas, hortaliças e lacticínios.

Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome, olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.

  • Não existe uma cesta nutricional quantificada e consensuada por expertos no Brasil.

  • Estimamos uma cesta nutricional com base na análise da POF
  • Inclui dieta dos brasileiros com indicação de nutrientes

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  • A meta de levar as pessoas com fome para uma dieta nutricionalmente balanceada é bastante ambiciosa por dois motivos:
    1. Alto volume adicional: Seria necessário entregar 0,6 kg/dia para cada pessoa com fome – isto significa 18,2 kg/mês e 218,4 kg/ano.

    • Requer um mix de alimentos variado – incluindo aumentos significativos em carnes, frutas, hortaliças e lacticínios.

Abordagem

Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?

Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);

Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome, olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.

  • Neste caso o foco é quantidade e qualidade com um balanço nutricional, incluindo carnes, frutas, hortaliças e laticínios, justamente os alimentos que faltam na dieta das pessoas com insegurança alimentar.
  • Considerando 33,1 milhões de pessoas, o volume total de alimentos necessários seria de 7,3 milhões de toneladas.
  • Estimamos que o orçamento para garantir apenas o custo adicional desta cesta varia entre R$ 139 a 145 bi considerando uma média de R$ 900 - 940 ao mês para uma dieta mais balanceada.

IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)

47,2 kg – per capita/mês

R$ 900 - 940 por mês (aprox.)

Cesta Nutricional

Alimentos

Volume

Medida

Bebidas

9,5

kg

Laticínios

8,1

Kg

Frutas

8,3

Kg

Hortaliças

7,6

Kg

Cereais e legum.

6,2

Kg

Carnes

4,0

Kg

Panificados

2,6

Kg

Aves e ovos

3,7

kg

Açúcares, doces

1,7

Kg

Farinhas e massas

1,6

Kg

Óleos e gorduras

1,2

Kg

Alimentos prep.

0,7

Kg

Sal/cond.

0,8

Kg

Pescados

0,6

kg

2

  • Não existe uma cesta nutricional quantificada e consensuada por expertos no Brasil.

  • Estimamos uma cesta nutricional com base na análise da POF
  • Inclui dieta dos brasileiros com indicação de nutrientes

48

48

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Abordagem

Mapa da Fome – Quanto alimento seria necessário?

Considerando que buscamos que todas as pessoas com fome (33,1 milhões em 2022) passem a ter uma dieta similar a uma pessoa com segurança alimentar, o volume de alimentos necessário está na faixa entre 4,4 e 7,3 milhões de toneladas/ano.

Alimentos

Cesta

Básica

Cesta Nutricional

Bebidas

-

37

Laticínios

12

49

Frutas

-

56

Hortaliças

-

47

Cereais e legum.

84

4

Carnes

-

11

Panificados

-

-

Aves e ovos

-

8

Açúcares, doces

6

-

Farinhas e massas

18

-

Óleos e gorduras

12

2

Alimentos prep.

-

-

Sal/cond.

-

2

Pescados

-

4

33,1 milhões de pessoas

Fome

Alimentos

Cesta

Básica

Cesta Nutricional

Bebidas

-

1,2

Laticínios

0,4

1,6

Frutas

-

1,9

Hortaliças

-

1,5

Cereais e legum.

2,8

0,1

Carnes

-

0,4

Panificados

-

-

Aves e ovos

-

0,3

Açúcares, doces

0,2

-

Farinhas e massas

0,6

-

Óleos e gorduras

0,4

0,1

Alimentos prep.

-

-

Sal/cond.

-

0,1

Pescados

-

0,1

7,3 milhões ton/ano

Fonte: Cálculos realizados com base em cesta nutricional utilizando IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); IBGE - Análise da Segurança Alimentar no Brasil POF (2018)

132 kg per capita / ano

4,4 milhões ton/ano

Diferença de consumo entre dieta com segurança alimentar e fome (Kg de alimentos)

Volume mínimo necessário de alimentos

(ton de alimentos)

População com Fome e Insegurança Alimentar

220 kg per capita / ano

1

2

1

2

49

49

50 of 150

Mapa da Fome – Reflexões (Parte 1/2) 

Em 2022 o Brasil atingiu o número de 125,2 milhões de pessoas com insegurança alimentar e 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020. Esse número está espalhado por todo o Brasil, mas SP e RJ concentram 28% do volume total. Em termos de proporção relativa dentro de cada estado, AL e PI são os que mais sofrem com a fome, com 36,7% e 34,3% de suas populações em insegurança alimentar grave.

Já tivemos uma situação bem diferente, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave, ou seja 7,2 milhões de pessoas, após uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013. Apesar do número ainda expressivo, o Brasil conseguiu sair do mapa da fome mundial com esse resultadoEste movimento foi reflexo de um período de crescimento econômico, mobilização da sociedade civil e estruturação de políticas públicas intersetoriais com foco em renda e segurança alimentar para os mais vulneráveis.

A fome já tinha aumentado de forma considerável desde 2018 (10,3 milhões de pessoas, 30% de aumento desde 2014), de modo que a causa não pode ser atribuída exclusivamente à pandemia – ela só exacerbou uma situação que já vinha se deteriorando. Este efeito é resultado de múltiplos fatores incluindo corte de orçamentos nos programas estruturais mencionados anteriormente e a crise político-econômica.

A fome está ligada diretamente à pobreza e desemprego. Estamos falando de 12 milhões de pessoas desempregadas e 28 milhões de pessoas vivendo com menos de R$303 per capita por mês em 2022. Entre esses 28 milhões, 43% se encontravam em situação de insegurança alimentar grave. Este quadro só pode mudar com programas bem definidos de transferência de renda e geração de empregos. 

Sem uma atuação efetiva em programas de segurança alimentar e transferência de renda, existe uma forte tendência da situação da fome no Brasil piorar – e o problema não é falta de orçamento. Exemplo disso foi o Auxílio Emergencial, que contou com um investimento alto - R$ 295,6 bi, isto é 9 vezes o orçamento anual dos programas de segurança alimentare não foi capaz de reduzir a quantidade de pessoas na pobreza e com fome de maneira perene. Além disso, 21,5% das pessoas que recebem o Auxílio Brasil ainda estão em situação de fome.

50

50

51 of 150

Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 1/2)

Fome e desperdício são dois desafios independentes e resolver um deles não vai necessariamente resolver o outro. A redução do desperdício na cadeia de valor traz eficiências (sustentabilidade ambiental, redução do custo de produção do alimento, maior disponibilidade de produtos...), mas não necessariamente ajudam a alimentar quem tem fome diretamente.

Se aumentássemos a nossa eficiência de aproveitamento de alimentos em 10 pontos percentuais, reduzindo o desperdício do produtor até o varejo e nos igualando à eficiência dos EUA, ainda teríamos cerca de 39 milhões de toneladas de desperdício por ano. Esse volume é 5,4 vezes a quantidade de alimentos necessários para erradicar a fome no país por 1 ano.

Não existem estudos integrados e profundos no Brasil que façam o mapeamento completo do desperdício na cadeia de alimentos. Para combater o desperdício de alimentos, é fundamental a geração de dados detalhados ao longo da cadeia alimentícia por elo, tipo de alimento e regiões.

Olhando a cadeia de alimentos, identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, com volumes significativos em todos os elos. Dentre os elos da cadeia produtiva (do produtor até o varejo/food service, excluindo a casa do consumidor) o desperdício é de 47,9 milhões de toneladas (84% do total) e particularmente o elo com maior impacto é o produtor (30% do total). Como os elos da cadeia estão interligados, é preciso atuar em todos eles.

Frutas, Hortaliças, Tubérculos e Laticínios são as 4 principais categorias de alimentos desperdiçados na cadeia de alimentos e representam 45 milhões de toneladas/ano – justamente esses 4 alimentos são necessários para cobrir as principais necessidades da fome. A única categoria relevante para o combate à fome que tem desperdício menor do que o déficit e um custo mais alto são carnes vermelhas, mas ainda assim existe potencial a ser explorado.

51

51

52 of 150

Mapa do Desperdício de Alimentos

3

52

52

53 of 150

ECOSSISTEMA

3

Como os atores do ecossistema se relacionam com esses problemas e que barreiras os impedem de solucioná-los?

Terceiro Setor

Empresas

Sociedade Civil

Governo

População urbana faminta

FOME

1

Qual é o tamanho da população que tem fome e como ela se distribui �a nível regional?

DESPERDÍCIO

2

Quanta comida é desperdiçada, de qual tipo, em quais elos da cadeia e em quais regiões são os maiores desperdícios?

MAPA DA FOME E DO DESPERDÍCIO �DE ALIMENTOS �NO BRASIL

53

53

54 of 150

Abordagem

Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício

5

Mesmo sem estudos profundos no Brasil para trazer visibilidade do desperdício completo da Cadeia de Alimentos identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, sendo que o elo com maior impacto é o produtor (30% do total).

Existe um potencial de 38,6 milhões de toneladas de alimentos aproveitáveis – quase 5,4 vezes o necessário para combater a fome.

2

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, BA, MA, MG, PA �e RJ), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste ( AM, MA, PA, PI, AC, RR ).

1

Em 2020 o Brasil alcançou 19,1 milhões de pessoas com fome, indicador que quase se duplicou desde 2014.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

3

Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, Favelas e crianças até 14 anos, principalmente em SP, são os mais expressivos

4

Considerando uma cesta nutricional, a população com fome consome 220 kg/ano a menos (0,6 kg/dia). Se aplicarmos à população com fome (33,1 milhões de pessoas em 2022) esta dieta nutricionalmente balanceada, o mínimo volume de alimentos necessário é de �7,3 milhões de toneladas/ano.

Os principais resultados são:

3

Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.

2

1

Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).

54

54

55 of 150

Com base nas entrevistas e pesquisas até agora:

Mapa do Desperdício de Alimentos – Indicadores Relevantes

  1. Não existem estudos profundos no Brasil que façam o mapeamento da perda e desperdício completo da Cadeia de Alimentos
  2. Vemos que existem 3 indicadores chaves, os quais vão direcionar onde aprofundaremos para definir possíveis caminhos (Ex. Frutas no elo de produção para o Nordeste)
  3. Com o objetivo de ter uma primeira estimativa consideramos 3 variáveis chaves – Cadeia, Alimentos e Região – usando a base de produção de alimentos e usados dados da FAO (2011) e cruzando com dados de EMBRAPA e outras fontes relevantes.

O Mapa do Desperdício está definido por 3 indicadores: Cadeia de Alimentos e seus elos, Tipo de Alimento e as Regiões relevantes onde se produzem as perdas/desperdícios.

Cadeia

Em quais elos da Cadeia estão as maiores perdas/desperdício?

Alimento

Qual é o tipo de alimento que pode ser utilizado?

Com base no alimento e Cadeia, onde estão as perdas/desperdícios no Brasil?

Região

55

55

56 of 150

Abordagem

Perda: todo o descarte que acontece na produção e distribuição, antes de chegar ao consumidor (segundo a FAO, até o varejo)

Desperdício: todo o descarte realizado pelo consumidor (segundo a FAO, também no varejo)

Implicação: atribui-se um peso maior aos descartes feitos pelo consumidor, tirando o foco das ineficiências da produção

Perda: todo o descarte que acontece por atritos ao longo da distribuição e não poderia ser evitado

Desperdício: todo o descarte que poderia ter sido evitado com um melhor planejamento

Implicação: atribui-se um peso maior aos descartes feitos pelo consumidor, tirando o foco das ineficiências da produção

Não importa a origem ou motivo, todo o descarte deve ser chamado de desperdício para enfatizar a necessidade de que tudo seja aproveitado

Utilizamos o termo “desperdício” para nos referir a todo o descarte de alimentos ao longo da cadeia de abastecimento

A ABRAS recentemente passou a chamar “perdas” de “oportunidades para ganho de eficiência operacional”

Existem 3 maneiras distintas utilizadas para se classificar o descarte de alimentos

Fonte: Lana, M. M., Perdas e Desperdício de Hortaliças no Brasil, Embrapa (2018)

Mapa do Desperdício de Alimentos – Definições Perda/Desperdício

Para este estudo, adotamos a definição nº 3

1

2

3

Por localização na cadeia alimentícia

Por evitabilidade do descarte

Tudo é desperdício

56

56

57 of 150

Abordagem

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

Mapeamos onde está a principal perda/desperdício dentro da Cadeia de Alimentos na Produção e no Consumo – as 2 pontas com informação de alta confiabilidade

Identificamos % de desperdício na Cadeia com base em estudos de FAO (2011 e 2019) e cruzados com estudos de EMBRAPA no Brasil.

Calculamos o volume de perda/desperdício por categoria de alimento considerando dados de desperdício de Latino América – melhor aproximação que temos de FAO.

TOTAL

CADEIA

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

Manufatura

(Alimentos processados)

Varejo Alimentar

(Grande, Médio e MPE)

Consumidores

Pós-colheita, Armazenamento e Transporte

  • Desperdício em casa

Foodservice

(Restaurantes, Fast Food, outros)

CEASAs | CEAGESP

(Alimentos não processados)

  • Categorias: Cereais, Carnes, Frutas e Hortaliças, Lacticínios, Leguminosas, Aves e Ovos, Pescados.

DESPERDÍCIO

DE COMIDA

METODOLOGIA

1

2

3

No Apêndice 6.2 apresentamos o cálculo detalhado de cada passo.

57

57

58 of 150

Abordagem

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

TOTAL

CADEIA

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

Manufatura

(Alimentos processados)

Varejo Alimentar

(Grande, Médio e MPE)

Consumidores

Pós-colheita, Armazenamento e Transporte

  • Desperdício em casa

Foodservice

(Restaurantes, Fast Food, outros)

CEASAs | CEAGESP

(Alimentos não processados)

  • Categorias: Cereais, Carnes, Frutas e Hortaliças, Lacticínios, Leguminosas, Aves e Ovos, Pescados.

DESPERDÍCIO

DE COMIDA

10.794.651

ton

17.278.025

ton

Frutas e Hortaliças

8.445.944

3.355.653

6.040.176

2.899.284

2.236.301

22.977.359

Tubérculos

4.880.546

4.221.434

3.111.800

684.596

931.286

13.829.662

Laticínios

1.256.160

2.078.047

651.121

2.552.396

1.234.935

7.772.659

Cereais

958.366

811.919

876.872

744.367

1.879.042

5.270.567

Aves

733.785

99.917

449.173

426.714

511.658

2.221.247

Carnes

615.100

89.452

402.125

382.019

458.066

1.946.762

Ovos

185.001

33.771

151.818

144.227

172.938

687.756

Leguminosas

174.390

81.200

210.037

48.309

49.795

563.732

Pescados

28.732

23.257

39.770

40.212

15.226

147.197

11.932.893

ton

7.922.124

ton

7.489.248

ton

55.416.941

ton

20%

14%

3,5%

6%

5,3%

5,3%

5,3%

6%

5,7%

10%

14%

6%

4%

1.1%

1,1%

1,1%

3%

5%

20%

12%

2%

4.5%

5%

5%

5%

8%

9%

12%

3%

8%

4%

5%

5%

5%

2%

10%

10%

4%

4%

10%

6%

6%

6%

2%

4%

54.1%

39.5%

21.5%

32.4%

15.9%

16.6%

19.5%

19.3%

29.1%

Desperdício de alimentos por tipo (volume)

Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).

Alta

Média

Baixa

Qualidade e confiabilidade informação:

Grau de necess. do alimento p/ combater a fome

58

58

59 of 150

7.489.248

ton

55.416.941

ton

Abordagem

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

TOTAL

CADEIA

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

Manufatura

(Alimentos processados)

Varejo Alimentar

(Grande, Médio e MPE)

Consumidores

Pós-colheita, Armazenamento e Transporte

  • Desperdício em casa

Foodservice

(Restaurantes, Fast Food, outros)

CEASAs | CEAGESP

(Alimentos não processados)

DESPERDÍCIO

DE COMIDA

10.794.651

ton

17.278.025

ton

11.932.893

ton

7.922.124

ton

Desperdício de alimentos por tipo (volume)

Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).

Alta

Média

Baixa

Qualidade e confiabilidade informação:

Grau de necess. do alimento p/ combater a fome

PRODUÇÃO

161.305.648 ton

DESPERDÍCIO

NA CADEIA

47.927.693 ton

29,7% de perdas

(vs. 19,3% em USA)

(vs. 18,8% na Europa)

PRODUÇÃO

161.305.648 ton

10,4% DESPERDÍCIO

(ineficiência da Cadeia no Brasil)

16.795.703

ton/ano

16.795.703 ton

  • É importante entender que existe desperdício inerente à Cadeia de Alimentos.
  • O Brasil perde 29,7% da produção de alimentos nestas ineficiências, em comparação a regiões desenvolvidas como EUA (19,3%) e Europa (18,8%).
  • Usando os EUA como benchmark, poderíamos reduzir em 10,4% as perdas na Cadeia Produtiva: (29,7% - 19,3% = 10,4%)
  • Há um volume potencial de escoamento de 31 milhões de toneladas por ano.

47.927.693 ton

DESPERDÍCIO NA CADEIA

AUMENTO POTENCIAL DE EFICIÊNCIA NA CADEIA

31.131.990

ton/ano

  • Categorias: Cereais, Carnes, Frutas e Hortaliças, Lacticínios, Leguminosas, Aves e Ovos, Pescados.

59

59

60 of 150

Abordagem

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

TOTAL

CADEIA

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

Manufatura

(Alimentos processados)

Varejo Alimentar

(Grande, Médio e MPE)

Consumidores

Pós-colheita, Armazenamento e Transporte

  • Desperdício em casa

Foodservice

(Restaurantes, Fast Food, outros)

CEASAs | CEAGESP

(Alimentos não processados)

  • Categorias: Cereais, Carnes, Frutas e Hortaliças, Lacticínios, Leguminosas, Aves e Ovos, Pescados.

DESPERDÍCIO

DE COMIDA

10.794.651

ton

17.278.025

ton

11.932.893

ton

7.922.124

ton

Desperdício de alimentos por tipo (volume)

Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).

Alta

Média

Baixa

Qualidade e confiabilidade informação:

Grau de necess. do alimento p/ combater a fome

Volume de escoamento potencial na Cadeia Produtiva de Alimentos no Brasil

7.489.248ton

38.621.238

ton

31.131.990

ton/ano

7.489.248ton

Potencial de aproveitamento no Consumidor

7.489.248

ton

55.416.941

ton

41,6 kg/ano per-capita

No Brasil existe uma cultura da abundância no consumidor(2)

52% consideram importante ter fartura

77% cozinham duas ou mais vezes por dia em casa

68% considera que é importante ter a despensa cheia

60

60

61 of 150

Abordagem

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

TOTAL

CADEIA

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

Manufatura

(Alimentos processados)

Varejo Alimentar

(Grande, Médio e MPE)

Consumidores

Pós-colheita, Armazenamento e Transporte

  • Desperdício em casa

Foodservice

(Restaurantes, Fast Food, outros)

CEASAs | CEAGESP

(Alimentos não processados)

  • Categorias: Cereais, Carnes, Frutas e Hortaliças, Lacticínios, Leguminosas, Aves e Ovos, Pescados.

DESPERDÍCIO

DE COMIDA

10.794.651

ton

17.278.025

ton

11.932.893

ton

7.922.124

ton

Desperdício de alimentos por tipo (volume)

Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).

Alta

Média

Baixa

Qualidade e confiabilidade informação:

Grau de necess. do alimento p/ combater a fome

CONCLUSÕES:

  1. Existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, sendo que o elo com maior impacto é o PRODUTOR com 30% do total.
  2. Importante ver que existe desperdício significativo em todos os elos da Cadeia Produtiva incluindo o Consumidor - por isto seria necessário explorar e aprofundar as estimações e ações possíveis em cada elo e tipo de alimento.
  3. Existe um potencial de oportunidade para diminuir o desperdício e combater a fome com 38,6 milhões de toneladas de alimentos ao ano – 86% está na Cadeia Produtiva e 14% no Consumidor.

7.489.248

ton

55.416.941

ton

Volume de escoamento potencial na Cadeia Produtiva de Alimentos no Brasil

7.489.248ton

38.621.238

ton

31.131.990

ton/ano

61

61

62 of 150

Com base nas estimativas de desperdício tanto na Cadeia de Produção de Alimentos quanto no Consumidor vemos potencial para evitar o desperdício e combater a fome. Vemos que sim podemos e devemos atuar no combate à fome e desperdício no Brasil.

Abordagem

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

“Na ABIA falamos muito sobre o desperdício pensando no nosso papel social como setor que representa 10% do PIB [...] A gente não faz nada sozinho. Precisamos aliar as ações do campo e da cadeia alimentícia em prol do impacto socioambiental, buscando o que nos une.”

Grazielle Parenti – Vice-presidente Sustentabilidade de BRF e Presidente Conselho ABIA

“A redução do desperdício e o uso integral dos alimentos ao cozinhar são vantagens que ainda precisam de mais conscientização e de quebra de paradigma por parte dos consumidores [...] A Gastronomia Social permite combater a fome, o desperdício e ajudar o meio-ambiente.”

David Hertz – Presidente e CEO da Gastromotiva

“As evidências empíricas apontam para a força da cultura nos hábitos de desperdiçar alimentos dos brasileiros. [...] O desafio passa pela conscientização, da educação nutricional e pela vontade política necessária para a implementação da Estratégia e articulação de ações conjuntas que envolvam diferentes elos da cadeia agroalimentar.”

Gustavo Porpino – Pesquisador área Alimentos e Territórios EMBRAPA

“Dentro da Cadeia do Foodservice existem diversas oportunidades para reduzir desperdício e aproveitar os alimentos. Vemos várias iniciativas incluindo uso de tecnologia para aproveitar melhor as matérias primas, controle de qualidade, cuidado de transporte e processos para garantir eficiência”

Cristina Souza – Socia e CEO de Gouvêa Foodservice

62

62

63 of 150

Abordagem

Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício

5

Mesmo sem estudos profundos no Brasil para trazer visibilidade do desperdício completo da Cadeia de Alimentos identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, sendo que o elo com maior impacto é o produtor (30% do total).

Existe um potencial de 38,6 milhões de toneladas de alimentos aproveitáveis – quase 5,4 vezes o necessários para combater a fome.

2

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, BA, MA, MG, PA �e RJ), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste ( AM, MA, PA, PI, AC, RR ).

1

Em 2020 o Brasil alcançou 19,1 milhões de pessoas com fome, indicador que quase se duplicou desde 2014.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

3

Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome Pessoas pretas e pardas, Favelas e crianças até 14 anos, principalmente em SP, são os mais expressivos

6

Considerando o mapa do desperdício na produção se vê que os estados mais relevantes estão nas regiões Sudeste e Sul – SP, MG, PR, RS. AM e MA.

4

Considerando uma cesta nutricional, a população com fome consome 220 kg/ano a menos (0,6 kg/dia). Se aplicarmos à população com fome (33,1 milhões de pessoas em 2022) esta dieta nutricionalmente balanceada, o mínimo volume de alimentos necessário é de �7,3 milhões de toneladas/ano.

Os principais resultados são:

3

Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.

2

1

Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste ((SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).

63

63

64 of 150

Abordagem

Mapa do Desperdício – Tipo de Alimento

A produção total de alimentos no Brasil supera 1 bilhão de toneladas, das quais somente quase 15% é produção de alimentos da dieta típica brasileira. 85% corresponde à produção de cana de açúcar e grãos para consumo de animais e exportação.

Fontes: IBGE – Produção Agropecuária (2020); ABPA – Mercados por Tipo de Carne Aves, Suínos e Ovos (2020); EMBRAPA – Produção e exportação por tipo de alimento (2018); Imprensa: Canal Rural – Representatividade de exportação de Carne Bovina (2020)

Do 1,1 bilhão de toneladas de produção agropecuária no Brasil ao ano, a maior parte corresponde a monoculturas do agronegócio – cana de açúcar, milho e soja.

É por isso que decidimos não considerar eles como potencial para combater a fome.

752,8

215,4

36,3

34,8

17,3

15,9

11,6

5,8

2,9

0,5

35,9

66,7%

19,1%

3,2%

3,1%

1,5%

1,4%

1,0%

0,5%

0,3%

<0,1%

3,2%

Produção por Tipo de Alimento a Nível Nacional

(milhões de toneladas)

Porcentagem da Produção de Alimentos

Apenas 15% do volume total da produção correspondem a alimentos que são parte da dieta do brasileiro isto representa 161 milhões de toneladas.

64

64

65 of 150

Produtores e Colheita (Matéria Prima) | 17.278.025 ton

Abordagem

Mapa do Desperdício – Tipo de Alimento

Os principais produtos produzidos para consumo interno e também os mais desperdiçados são Frutas, Laticínios e Tubérculos (incluindo Batatas/Cebola)

7.269.267

4.880.546

1.256.160

1.176.677

958.366

918.786

615.100

174.390

28.732

Fontes:

  • IBGE – Produção Agropecuária (2020)
  • ABPA – Mercados por Tipo de Carne Aves, Suínos e Ovos (2020)
  • EMBRAPA – Produção e exportação por tipo de alimento (2018)
  • Imprensa: Canal Rural – Representatividade de exportação de Carne Bovina (2020)

Olhando apenas o desperdício na produção vemos que os produtos com maior volume desperdiçado são Frutas e Tubérculos (70% do desperdício na produção).

As seguintes 5 categorias – De Lacticínios até Carne – representam os 29% restantes.

O cálculo detalhado está disponível no Apêndice 6.2.

Desperdício por Tipo de Alimento a Nível Nacional

(toneladas)

66,7%

19,1%

3,2%

3,1%

1,5%

1,4%

1,0%

0,5%

3,2%

Porcentagem da Produção de Alimentos

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65

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Produtores e Colheita (Matéria Prima) | 17.278.025 ton

Mapa do Desperdício na Produção

Os estados de SP, MG, PR e RS representam 56% do desperdício total na produção, ou seja 9,7 milhões de toneladas.

Fonte: Cálculos realizados com base em dados de produção agropecuário por estado e tipo de alimento, e porcentagens de desperdício por tipo de alimento utilizando: IBGE Explica – Produção Agropecuária (2020) e FAO – Save Food (2011). Ver Apêndice 6.2

6,0%

24,1%

0,4%

13,5%

5,6%

1,3%

0,9%

9,1%

9,2%

0,3%

6,4%

1,5%

2,1%

7,3%

0,2%

0,8%

0,8%

1,0%

0,3%

0,1%

1,8%

1,0%

1,2%

1,1%

2,5%

1,0%

Estados

UF

Valor Absoluto de Desperdício

% de Desperdício

% Acum.

São Paulo

SP

4.171.006

24,1%

56,0%

Minas Gerais

MG

2.339.001

13,5%

Paraná

PR

1.590.564

9,2%

Rio Grande do Sul

RS

1.566.828

9,1%

Santa Catarina

SC

1.266.427

7,3%

81,3%

Goiás

GO

1.111.017

6,4%

Bahia

BA

1.034.620

6,0%

Pará

PA

972.335

5,6%

Pernambuco

PE

437.611

2,5%

95,7%

Espírito Santo

ES

358.555

2,1%

Ceará

CE

312.328

1,8%

Mato Grosso

MT

257.016

1,5%

Rio de Janeiro

RJ

216.451

1,3%

Rio Grande do Norte

RN

208.648

1,2%

Sergipe

SE

189.950

1,1%

Alagoas

AL

171.794

1,0%

Tocantins

TO

169.942

1,0%

Paraí­ba

PB

165.724

1,0%

Amazonas

AM

154.462

0,9%

100,0%

Mato Grosso do Sul

MS

139.119

0,8%

Rondônia

RO

135.150

0,8%

Distrito Federal

DF

80.779

0,5%

Maranhão

MA

67.772

0,4%

Piauí

PI

54.173

0,3%

Roraima

RR

50.769

0,3%

Acre

AC

39.957

0,2%

Amapá

AP

16.027

0,1%

17.278.025

66

66

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Mapa do Desperdício na Produção

Nos 4 estados com maior desperdício, frutas, tubérculos e arroz somam 6,8 milhões de toneladas.

Produtores e Colheita (Matéria Prima) | 17.278.025 ton

6,0%

24,1%

0,4%

13,5%

5,6%

1,3%

0,9%

9,1%

9,2%

0,3%

6,4%

1,5%

2,1%

7,3%

0,2%

0,8%

0,8%

1,0%

0,3%

0,1%

1,8%

1,0%

1,2%

1,1%

2,5%

1,0%

Tubérculos, Raízes e Bulbos (12%)

Laranja

Frutas (74%)

Cebola

SP

4,1 MM

Frutas (21%)

Cebola

Tubérculos, Raízes e Bulbos (51%)

Laranja, Banana

MG

2,3 MM

Frutas (18%)

Batata

Tubérculos, Raízes e Bulbos (31%)

Laranja

PR

1,6 MM

Tubérculos, Raízes e Bulbos (23%)

Arroz

Cereais (35%)

Cebola, Batata

RS

1,6 MM

Tubérculos, Raízes e Bulbos (25%)

Abacaxi

Frutas (66%)

Mandioca

AM

0,15 MM

Lacticínios (19%)

Banana

Frutas (33%)

Leite

MA

0,07 MM

Frango e Ovos (9%)

Cebola

Tubérculos, Raízes e Bulbos (58%)

Frango

SC

1,2 MM

Frutas (12%)

Cebola

Tubérculos, Raízes e Bulbos (53%)

Melancia

GO

1,1 MM

Frutas (41%)

Cebola

Tubérculos, Raízes e Bulbos (42%)

Banana

BA

1,0 MM

Tubérculos, Raízes e Bulbos (6%)

Dendê

Frutas (86%)

Batata

PA

1,0 MM

Frutas (26%)

Bovinos

Carnes Vermelhas (29%)

Banana

MT

0,26 MM

Região MATOPIBA produz principalmente produtos para exportação (Soja, Algodão, Milho) �e algumas frutas (baixo volume relativo ao total)

Fonte: Cálculos realizados com base em dados de produção agropecuário por estado e tipo de alimento, e porcentagens de desperdício por tipo de alimento utilizando: IBGE Explica – Produção Agropecuária (2020) e FAO – Save Food (2011)

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Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 1/2)

As principais conclusões deste capítulo são:

Fome e desperdício são dois desafios independentes e resolver um deles não vai necessariamente resolver o outro. A redução do desperdício na cadeia de valor traz eficiências (sustentabilidade ambiental, redução do custo de produção do alimento, maior disponibilidade de produtos...), mas não necessariamente ajudam a alimentar quem tem fome diretamente.

Se aumentássemos a nossa eficiência de aproveitamento de alimentos em 10 pontos percentuais, reduzindo o desperdício do produtor até o varejo e nos igualando os à eficiência dos EUA, ainda teríamos cerca de 39 milhões de toneladas de desperdício por ano. Esse volume é quase 5,4 vezes a quantidade de alimentos necessários para erradicar a fome no país por 1 ano.

Olhando a cadeia de alimentos, identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, com volumes significativos em todos os elos. Dentre os elos da cadeia produtiva (do produtor até o varejo/food service) o desperdício é de 47,9 milhões de toneladas (84% do total) e particularmente o elo com maior impacto é o produtor (30% do total). 

Não existem estudos integrados e profundos no Brasil que façam o mapeamento completo do desperdício na cadeia de alimentos. Para combater o desperdício de alimentos, é fundamental a geração de dados detalhados ao longo da cadeia alimentícia por elo, tipo de alimento e regiões.

Frutas, Hortaliças, Tubérculos e Lacticínios são as 4 principais categorias de alimentos desperdiçados na cadeia de alimentos e representam 45 milhões de toneladas/ano – justamente esses 4 alimentos são necessários para cobrir as principais necessidades da fome. A única categoria relevante para o combate à fome que tem desperdiço menor do que o déficit e um custo mais alto são carnes vermelhas, mas ainda assim existe potencial a ser explorado.

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Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 2/2)

Olhando os dois mapas – tanto de fome quanto de produção – vemos que existem desafios fundamentais em termos logísticos e financeiros ao se tentar conectar o desperdício com as pessoas passando fome. Considerando isso, os primeiros estados para começar a trabalhar seriam SP e MG, caso o foco do combate à fome seja o redirecionamento do desperdício.

Na visão por região e olhando o desperdício apenas na produção vemos que 56% dos alimentos produzidos e desperdiçados estão nos estados de Sudeste e Sul (SP, MG, PR, RS) – particularmente SP e MG somam 8,5 milhões de pessoas com fome. No entanto, os estados de AL e PI – os quais têm a maior penetração de fome – enfrentam uma escassa capacidade para resgatar alimentos da produção local.

No último elo, do consumidor, vemos um desperdício de 7,5 milhões de toneladas/ano – 15% do desperdício total na cadeia de alimentos.

Nossa hipótese é que o fator crítico que provoca esse desperdício nos lares é a cultura de abundância de comida, já que o brasileiro acredita que é importante ter fartura e valoriza refeições frescas e feitas no mesmo dia. Um trabalho de conscientização neste elo pode fazer a diferença.

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Entendimento do Ecossistema

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ECOSSISTEMA

3

Como os atores do ecossistema se relacionam com esses problemas e que barreiras os impedem de solucioná-los?

Terceiro Setor

Empresas

Sociedade Civil

Governo

População urbana faminta

FOME

1

Qual é o tamanho da população que tem fome e como ela se distribui �a nível regional?

DESPERDÍCIO

2

Quanta comida é desperdiçada, de qual tipo, em quais elos da cadeia e em quais regiões são os maiores desperdícios?

MAPA DA FOME E DO DESPERDÍCIO �DE ALIMENTOS �NO BRASIL

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Abordagem

Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício

5

Mesmo sem estudos profundos no Brasil para trazer visibilidade do desperdício completo da Cadeia de Alimentos identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, sendo que o elo com maior impacto é o produtor (30% do total).

Existe um potencial de 38,6 milhões de toneladas de alimentos aproveitáveis – quase vezes o necessários para combater a fome.

2

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, BA, MA, MG, PA �e RJ), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste ( AM, MA, PA, PI, AC, RR ).

1

Em 2020 o Brasil alcançou 19,1 milhões de pessoas com fome, indicador que quase se duplicou desde 2014.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

7

Após a rodada de entrevistas com agentes deste ecossistema temos um entendimento profundo dos fatores que contribuem a prevalência da fome no Brasil. Identificamos 5 modelos de atuação que consolidam iniciativas de combate à fome.

3

Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome Pessoas pretas e pardas, Favelas e crianças até 14 anos, principalmente em SP, são os mais expressivos

6

Considerando o mapa do desperdício na produção se vê que os estados mais relevantes estão nas regiões Sudeste e Sul – SP, MG, PR, RS. AM e MA.

4

Considerando uma cesta nutricional, a população com fome consome 220 kg/ano a menos (0,6 kg/dia). Se aplicarmos à população com fome (33,1 milhões de pessoas em 2022) esta dieta nutricionalmente balanceada, o mínimo volume de alimentos necessário é de �7,3 milhões de toneladas/ano.

Os principais resultados são:

3

Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.

2

1

Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.

Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.

A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).

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Ecossistema

!

Nesta seção olhamos para a fome e o desperdício de alimentos pela perspectiva micro, para entender o que nos impede de resolver esses problemas.

Se trata de problemas sociais profundos e abrangentes, que afetam e são influenciados por diversos agentes da sociedade através de fatores estruturais.

Aqui providenciamos uma análise inicial das causas e possíveis soluções para esses problemas, de forma a propor um direcionamento para a avaliação e o desenho de iniciativas que visem combatê-los de alguma forma - não temos a pretensão de encontrar soluções definitivas ou de analisar cada perspectiva à exaustão.

Esperamos que essa análise possa ajudar no desenho de novas iniciativas de impacto e recomendamos um aprofundamento analítico rigoroso para garantir seus êxitos.

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3

2

Entender em profundidade a essência dos papéis e fatores críticos de sucesso dos diferentes atores da sociedade e da cadeia produtiva de alimentos

Ecossistema

A partir das entrevistas com os 27 especialistas pudemos identificar o seguinte:

Analisar as barreiras por trás de fator de sucesso, buscando entender o que os tem prevenido de ser concretizados

Mapear as diferentes iniciativas atuando no combate à fome e ao desperdício, buscando entender seus modelos de atuação, avaliando sua efetividade �e as barreiras que atacam

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2

Entender em profundidade a essência dos papéis e fatores críticos de sucesso dos diferentes atores da sociedade e da cadeia produtiva de alimentos

Ecossistema

A partir das entrevistas com os 27 especialistas pudemos identificar o seguinte:

Analisar as barreiras por trás de fator de sucesso, buscando entender o que os tem prevenido de ser concretizados

Mapear as diferentes iniciativas atuando no combate à fome e ao desperdício, buscando entender seus modelos de atuação, avaliando sua efetividade �e as barreiras que atacam

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Fatores que contribuem à fome e ao desperdício

A partir das nossas entrevistas com especialistas, destacamos abaixo o nosso entendimento sobre os papéis e os principais fatores críticos de sucesso tangentes a cada um dos atores da sociedade

Essência

Fatores críticos de sucesso

Terceiro setor

Empresas

Sociedade civil

Governo

População urbana faminta

    • Definir políticas públicas para combater a fome de maneira eficaz e sustentável
    • Garantir o orçamento necessário para que as políticas públicas possam atender a todos os que precisem
    • Coordenação nas 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal
    • Coordenar ações e instituições, maximizando sinergias e minimizando sobreposições
    • Incorporar inteligência para direcionar esforços às regiões e grupos que mais precisam
    • Ativar o pilar ESG em mais empresas com ações específicas, tangíveis e monitoradas contra fome e desperdício
    • Promover a colaboração entre iniciativas de empresas e associações para amplificar seus impactos
  • Garantir renda mínima para acessar alimentos e meios de preparo
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas
  • Promover uma gestão alimentar mais efetiva nos lares

Agente com um papel protagonista para combater a fome de maneira estrutural. Sem o governo o problema da fome dificilmente pode ser resolvido.

Este é o ator que está mais desenvolvido para atuar no combate à fome. Composto por múltiplas organizações que estão atuando no problema da fome mas de maneira específica e independente.

O setor privado através do pilar ESG pode e deve utilizar seus recursos e influências para contribuir no combate aos 2 problemas: fome e desperdício

As pessoas impactadas pela fome precisam de empoderamento com educação e geração de renda para conseguirem viver com dignidade

Os cidadãos podem e devem usar da solidariedade e do consumo consciente para fazer suas partes no combate aos problemas sociais

    • Aumentar o engajamento para transformar a indignação com problemas sociais em ação
    • Garantir uma melhor gestão alimentar nos lares para diminuir o desperdício

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Fatores que contribuem à fome e ao desperdício

A partir das nossas entrevistas com especialistas, destacamos abaixo o nosso entendimento sobre os papéis e os principais fatores críticos de sucesso tangentes a cada um dos atores da sociedade

Essência

Fatores críticos de sucesso

Processamento �de alimentos

Food

service

Varejo alimentar

Logística e distribuição

Grandes produções agrícolas

Agricultura familiar

  • Viabilizar a competitividade do pequeno produtor
  • Ajudar o pequeno produtor a se proteger de condições adversas
  • Priorizar o combate ao desperdício na operação de restaurantes
  • Viabilizar uma regulamentação que incentive as doações de alimentos e a redução de perdas
  • Assegurar que restrições sanitárias ajudem na redução de perdas e incentivem doações de alimentos
  • Manter o foco na redução de perdas dentro dos supermercados e ao longo da cadeia de suprimentos
  • Elevar a importância da mitigação de desperdícios além do controle de custos
  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados
  • Garantir preços justos na distribuição para pequenos produtores
  • Assumir o protagonismo na mitigação de perdas logísticas
  • Assegurar a oferta de alimentos necessária para o abastecimento nacional
  • Proteger o abastecimento nacional de choques de preços e oferta

Diretamente afetados pela fome devido a oscilações climáticas e ao poder de barganha dos atravessadores

Faz uma interface próxima com a sociedade civil por lidar com alimentos prontos para o consumo, o que em contrapartida gera um acúmulo significativo de desperdício

Possui uma capilaridade importante na distribuição de alimentos nos centros urbanos, o que pode ser de grande ajuda para fazer alimentos chegarem a quem precisa

Concentram volumes importantes de desperdício de insumos e produtos finais, que poderiam reforçar a alimentação de quem precisa ao longo da cadeia

Exercem o papel de conectar a produção de insumos, o processamento e o varejo, e podem tomar cuidados adicionais para mitigar perdas que acontecem no caminho

Apesar da maior lucratividade do fornecimento ao mercado internacional, é possível alinhar os interesses de grandes produtores para garantir o abastecimento nacional

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Perspectiva Micro – Atores

Nos slides a seguir, descrevemos os principais fatores críticos de sucesso relativos a cada ator da sociedade que precisam ser endereçados no desenho de iniciativas estruturantes

Para ler em maiores detalhes os pontos que discutimos com os especialistas entrevistados, basta clicar no ícone do ator de interesse para navegar para o slide com os detalhes

(Ctrl+click fora do modo apresentação)

Para voltar para a página do resumo, clique no ícone retornar

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Entender em profundidade a essência dos papéis e fatores críticos de sucesso dos diferentes atores da sociedade e da cadeia produtiva de alimentos

Ecossistema

A partir das entrevistas com os 27 especialistas pudemos identificar o seguinte:

Analisar as barreiras por trás de fator de sucesso, buscando entender o que os tem prevenido de ser concretizados

Mapear as diferentes iniciativas atuando no combate à fome e ao desperdício, buscando entender seus modelos de atuação, avaliando sua efetividade �e as barreiras que atacam

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Combater a fome e desperdício não é só endereçar os fatores críticos de sucesso nos atores, por isso fomos um passo além identificando as barreiras estruturais que precisam ser atacadas.

A continuação mostramos o processo para chegar nas barreiras listadas com base nos pontos críticos de sucesso.

Barreiras no combate à fome e o desperdício de alimentos

A partir da nossa análise dos problemas sociais pela ótica dos atores, pudemos identificar 10 barreiras no caminho os fatores de sucesso

Barreiras políticas

Barreiras econômicas

Barreiras sociais

  • Desconhecimento sobre a realidade da fome e do desperdício
  • Dificuldades de mobilização
  • Necessidade de planejar e preparar alimentos para o consumo
  • Incentivos políticos adversos
  • Dependência de vontade política
  • Complexidade burocrática
  • Flutuações nas condições econômicas e climáticas
  • Condições logísticas desafiadoras
  • Ineficiências na produção, transporte e processamento de alimentos
  • Capacitação necessária para a atividade econômica

Barreiras

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    • Definir políticas públicas para combater a fome de maneira eficaz e sustentável
    • Garantir o orçamento necessário para que as políticas públicas possam atender a todos os que precisem
    • Coordenação nas 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal
    • Coordenar ações e instituições, maximizando sinergias e minimizando sobreposições
    • Incorporar inteligência para direcionar esforços às regiões e grupos que mais precisam
    • Ativar o pilar ESG em mais empresas com ações específicas, tangíveis e monitoradas contra fome e desperdício de alimentos
    • Promover a colaboração entre iniciativas de empresas e associações para amplificar seus impactos
  • Garantir renda mínima para acessar alimentos e meios de preparo
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas
  • Promover uma gestão alimentar mais efetiva nos lares
    • Aumentar o engajamento para transformar a indignação com problemas sociais em ação
    • Garantir uma melhor gestão alimentar nos lares para diminuir o desperdício de alimentos

As 10 barreiras para o combate à fome e ao desperdício surgiram a partir da nossa análise dos fatores críticos de sucesso identificados abaixo:

Perspectiva Micro – Fatores críticos de sucesso

  • Viabilizar a competitividade do pequeno produtor
  • Ajudar o pequeno produtor a se proteger de condições adversas
  • Priorizar o combate ao desperdício de alimentos na operação de restaurantes
  • Viabilizar uma regulamentação que incentive as doações de alimentos e a redução de perdas
  • Assegurar que restrições sanitárias ajudem na redução de perdas e incentivem doações de alimentos
  • Manter o foco na redução de perdas dentro dos supermercados e ao longo da cadeia de suprimentos
  • Elevar a importância da mitigação de desperdícios além do controle de custos
  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados
  • Assumir o protagonismo na mitigação de perdas logísticas
  • Assegurar a oferta de alimentos necessária para o abastecimento nacional
  • Proteger o abastecimento nacional de choques de preços e oferta

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

Barreira política

A alimentação é um direito constitucional e portanto é papel do governo combater a insegurança alimentar em todo o território nacional. No entanto, a perenidade da fome no Brasil indica que isso nem sempre tem sido uma prioridade.

Muitas das pessoas que passam fome no Brasil não possuem nem título de eleitor para retribuir à assistência social em votos. Por outro lado, o combate ao desperdício pode também se tornar oneroso à cadeia produtiva, o que também pode prejudicar o apoio do setor ao governo.

A criação de incentivos para alinhar os interesses dos políticos aos da sociedade pode viabilizar a priorização do combate a esses problemas.

  • Incentivos políticos adversos
    • Definir políticas públicas para combater a fome de maneira eficaz e sustentável
    • Garantir o orçamento necessário para que as políticas públicas possam atender a todos os que precisem
    • Coordenação nas 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal
  • Garantir renda mínima para acessar alimentos e meios de preparo
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas
  • Viabilizar uma regulamentação que incentive as doações de alimentos e a redução de perdas
  • Assegurar que restrições sanitárias ajudem na redução de perdas e incentivem doações de alimentos
  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados
  • Garantir preços justos na distribuição para pequenos produtores
  • Proteger o abastecimento nacional de choques de preços e oferta
  • Ajudar o pequeno produtor a se proteger de condições adversas

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

De acordo com especialistas, o governo tem um papel central no combate à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil. Prova disso é que o único momento em que conseguimos sair do Mapa da Fome da ONU nos últimos anos se deveu principalmente a políticas públicas.

Por um lado, é realmente difícil equiparar qualquer orçamento privado ao poder financeiro do governo, principalmente o federal. Ainda que o setor privado como um todo represente uma parcela significativa da economia, não tem a mesma capacidade de mobilização que o governo tem.

Entretanto, os gastos necessários para se combater a fome no Brasil não são vultuosos. Com ações bem focalizadas, seria no mínimo possível reduzir a dependência que as pessoas famintas têm do governo para se alimentarem.

  • Dependência de vontade política

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

    • Definir políticas públicas para combater a fome de maneira eficaz e sustentável
    • Garantir o orçamento necessário para que as políticas públicas possam atender a todos os que precisem
    • Coordenação nas 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal
  • Garantir renda mínima para acessar alimentos e meios de preparo
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Barreira política

  • Viabilizar uma regulamentação que incentive as doações de alimentos e a redução de perdas
  • Assegurar que restrições sanitárias ajudem na redução de perdas e incentivem doações de alimentos
  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados
  • Ajudar o pequeno produtor a se proteger de condições adversas
  • Garantir preços justos na distribuição para pequenos produtores
  • Proteger o abastecimento nacional de choques de preços e oferta

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

A legislação e a regulamentação do setor alimentício no nosso país é bastante complexa, muitas vezes conflitando entre órgãos e entre as esferas federal, estadual e municipal.

Isso acontece especialmente em assuntos relacionados à segurança alimentar, pois o assunto impacta e é impactado pelas decisões de diferentes ministérios e secretarias.

Por isso, alinhar incentivos políticos e conscientizar legisladores nem sempre é necessário para viabilizar políticas e regulamentações mais justas e humanas.

Para vencer a complexidade burocrática do nosso país, é necessário um trabalho extenso de mapeamento das leis que precisam mudar para viabilizar mais doações de alimentos e menos desperdício. Uma simplificação da legislação sobre o setor alimentício também pode contribuir para a mudança.

  • Complexidade burocrática

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

    • Coordenação nas 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Barreira política

  • Viabilizar uma regulamentação que incentive as doações de alimentos e a redução de perdas
  • Assegurar que restrições sanitárias ajudem na redução de perdas e incentivem doações de alimentos
  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados
  • Proteger o abastecimento nacional de choques de preços e oferta
  • Ajudar o pequeno produtor a se proteger de condições adversas

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

Políticas de assistência social e os esforços de abastecimento nacional são fortemente impactados pelos ciclos econômicos e pelas condições de produções de alimentos.

Enquanto seria irrazoável tentar impedir a flutuação da oferta e demanda por alimentos, existe sim a possibilidade de se mitigar os impactos desses movimentos à segurança alimentar nacional. Isso envolveria uma priorização das despesas com assistência social de maneira anticíclica e um sólido planejamento central da oferta de alimentos.

Faria sentido ter a participação ativa do governo no combate a essa barreira, mas a iniciativa privada também pode protagonizar o abastecimento nacional, contanto que haja um foco prioritário à segurança alimentar.

  • Flutuações nas condições econômicas e produtivas

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

    • Garantir o orçamento necessário para que as políticas públicas possam atender a todos os que precisem
    • Coordenação nas 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal
  • Garantir renda mínima para acessar alimentos e meios de preparo

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Barreira econômica

  • Assegurar a oferta de alimentos necessária para o abastecimento nacional
  • Proteger o abastecimento nacional de choques de preços e oferta
  • Ajudar o pequeno produtor a se proteger de condições adversas

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

Vivemos em um país muito extenso, cuja infraestrutura ainda deixa a desejar em relação ao seu potencial. Se historicamente a distância entre a produção e os consumidores sempre foi grande, ela ainda tem muito a encurtar.

Esses problemas afetam toda a cadeia produtiva de alimentos. Se por um lado isso limita as alternativas de escoamento para a produção da agricultura familiar em lugares remotos, do outro implica em maiores custos de transporte e maiores desperdícios ao longo do caminho. Além disso a distância física entre a produção e o consumo também contribui para a distância de relacionamento entre um e o outro.

Portanto, a melhora da infraestrutura e o aumento de modos alternativos de transporte pode contribuir para encurtar essas distâncias.

  • Condições logísticas desafiadoras

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

    • Ativar o pilar ESG em mais empresas com ações específicas, tangíveis e monitoradas contra fome e desperdício de alimentos
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Barreira econômica

  • Priorizar o combate ao desperdício de alimentos na operação de restaurantes
  • Elevar a importância da mitigação de desperdícios além do controle de custos
  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados
  • Assegurar a oferta de alimentos necessária para o abastecimento nacional
  • Viabilizar a competitividade do pequeno produtor
  • Garantir preços justos na distribuição para pequenos produtores
  • Assumir o protagonismo na mitigação de perdas logísticas
    • Aumentar o engajamento para transformar a indignação com problemas sociais em ação
    • Garantir uma melhor gestão alimentar nos lares para diminuir o desperdício de alimentos

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

Todo processo produtivo ou logístico sempre apresenta ineficiências, e essas tendem a ser ainda maiores quanto se trata dos grandes volumes da produção alimentícia brasileira.

Exemplos se encontram ao longo de toda a cadeia. Desde os restos de grãos que ficam nos fundos do caminhões, passando pelas frutas que não se encaixam nas máquinas de suco, até as perdas por padronização no preparo de alimentos em restaurantes. Ineficiências também afetam o pequeno produtor, cuja escala muitas vezes limitam a sua competitividade.

O combate ao impacto dessas ineficiências exige esforços em diversas frentes. Além de muito foco em redução de desperdício, são necessárias mobilizações setoriais e um alto investimento em soluções tecnológicas.

  • Ineficiências na produção, transporte e processamento de alimentos

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

    • Ativar o pilar ESG em mais empresas com ações específicas, tangíveis e monitoradas contra fome e desperdício de alimentos
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Barreira econômica

  • Priorizar o combate ao desperdício de alimentos na operação de restaurantes
  • Elevar a importância da mitigação de desperdícios além do controle de custos
  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados
  • Assegurar a oferta de alimentos necessária para o abastecimento nacional
  • Viabilizar a competitividade do pequeno produtor
  • Garantir preços justos na distribuição para pequenos produtores
  • Assumir o protagonismo na mitigação de perdas logísticas
    • Aumentar o engajamento para transformar a indignação com problemas sociais em ação
    • Garantir uma melhor gestão alimentar nos lares para diminuir o desperdício de alimentos

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

A educação tem um poder transformador e principalmente a capacidade de empoderar famílias a garantirem as suas próprias seguranças alimentares. Infelizmente o Brasil se encontra atrás de muitos países em termos de acesso a uma educação de qualidade.

Nos centros urbanos, a falta de capacitação profissional marginaliza uma parcela menos favorecida da população, impedindo-a de se inserir no mercado de trabalho. Por outro lado, a capacitação também é importante na competitividade de quem já atua ou quer começar atuar na agricultura familiar.

Ampliar a qualificação profissional e produtiva da população brasileira pode ajudar famílias a se tornarem menos dependentes do assistencialismo e a se protegerem da insegurança alimentar.

  • Capacitação necessária para a atividade econômica

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

  • Garantir renda mínima para acessar alimentos e meios de preparo
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Barreira econômica

  • Viabilizar a competitividade do pequeno produtor

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

A fome e o desperdício de alimentos não são novidades no Brasil, mas a falta e a baixa divulgação de informações sobre esses problemas contribui para reduzir o engajamento da sociedade na busca por soluções.

Do lado da fome, a falta de informações sobre quem tem fome dificulta a elaboração e priorização de políticas públicas eficazes no combate estrutural à insegurança alimentar. A informação que já existe também poderia ser melhor utilizada para fiscalizar a ação de organizações privadas e envolver toda a sociedade na solução.

Quanto ao desperdício, existem poucas métricas confiáveis sobre exatamente quanto se perde ao longo da cadeia alimentícia. Uma maior transparência poderia ajudar na cobrança pelo melhor aproveitamento dos alimentos.

  • Desconhecimento sobre a realidade da fome e do desperdício

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Barreira social

    • Definir políticas públicas para combater a fome de maneira eficaz e sustentável
    • Garantir o orçamento necessário para que as políticas públicas possam atender a todos os que precisem
    • Incorporar inteligência para direcionar esforços às regiões e grupos que mais precisam
    • Ativar o pilar ESG em mais empresas com ações específicas, tangíveis e monitoradas contra fome e desperdício de alimentos
    • Aumentar o engajamento para transformar a indignação com problemas sociais em ação
    • Garantir uma melhor gestão alimentar nos lares para diminuir o desperdício de alimentos
  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas
  • Priorizar o combate ao desperdício de alimentos na operação de restaurantes
  • Elevar a importância da mitigação de desperdícios além do controle de custos
  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados
  • Assegurar a oferta de alimentos necessária para o abastecimento nacional
  • Garantir preços justos na distribuição para pequenos produtores
  • Assumir o protagonismo na mitigação de perdas logísticas

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

Todos temos um papel a desempenhar no combate à fome e ao desperdício, e o impacto que temos juntos é muito maior do que a diferença que podemos fazer sozinhos. O problema é que nem sempre é tão fácil mobilizar ações coordenadas.

Enquanto a “onda ESG” vem crescendo no mundo coorporativo, muitas vezes observamos que as empresas e ONGs atuam de maneira isolada, sem necessariamente ajudar a quem mais precisa. Também observamos isso nos esforços individuais de combate ao desperdício ao longo da cadeia produtiva.

Mobilizações setoriais poderiam ajudar a potencializar o impacto de cada instituição no combate à fome e ao desperdício. Coordenando-se bem, produtores agrícolas poderiam inclusive ajudar a garantir mais segurança no abastecimento nacional.

  • Dificuldades de mobilização

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

Atores da sociedade

Atores da Cadeia produtiva de alimentos

Barreira social

    • Coordenação nas 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal
    • Coordenar ações e instituições, maximizando sinergias e minimizando sobreposições
    • Ativar o pilar ESG em mais empresas com ações específicas, tangíveis e monitoradas contra fome e desperdício de alimentos
    • Promover a colaboração entre iniciativas de empresas e associações para amplificar seus impactos
    • Aumentar o engajamento para transformar a indignação com problemas sociais em ação
  • Manter o foco na redução de perdas dentro dos supermercados e ao longo da cadeia de suprimentos
  • Elevar a importância da mitigação de desperdícios além do controle de custos
  • Assegurar a oferta de alimentos necessária para o abastecimento nacional
  • Proteger o abastecimento nacional  de choques de preços e oferta
  • Garantir preços justos na distribuição para pequenos produtores
  • Assumir o protagonismo na mitigação de perdas logísticas

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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos

Em uma escala mais microssocial, podemos também observar que nem sempre a disponibilidade de alimentos leva à alimentação.

Um exemplo que ficou claro durante a pandemia foi a falta de água e gás de cozinha para famílias que receberam cestas básicas e não tinham como cozinhar. Mesmo na disponibilidade desses itens, a alimentação da família pode ficar prejudicada quando os adultos precisam trabalhar 2 ou 3 empregos para sustentar as crianças e sem que elas tenham quem cozinhe para elas. E quando as famílias conseguem vencer esse obstáculos, muitas vezes não sabem ou não tem tempo para planejar uma dieta nutritiva e balanceada.

É preciso ir além das doações para empoderar as famílias em insegurança alimentar a gerirem suas alimentações.

  • Necessidade de planejar e preparar alimentos para o consumo

Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:

Atores da sociedade

Barreira social

    • Aumentar o engajamento para transformar a indignação com problemas sociais em ação
    • Garantir uma melhor gestão alimentar nos lares para diminuir o desperdício de alimentos
  • Promover uma gestão alimentar mais efetiva nos lares

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3

2

Entender em profundidade a essência dos papéis e fatores críticos de sucesso dos diferentes atores da sociedade e da cadeia produtiva de alimentos

Ecossistema

A partir das entrevistas com os 27 especialistas pudemos identificar o seguinte:

Analisar as barreiras por trás de fator de sucesso, buscando entender o que os tem prevenido de ser concretizados

Mapear as diferentes iniciativas atuando no combate à fome e ao desperdício, buscando entender seus modelos de atuação, avaliando sua efetividade �e as barreiras que atacam

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Descrição

Relatórios e campanhas sobre problemas sociais para viabilizar iniciativas

Busca de alimentos descartados para destinar a consumidores

Ensino sobre nutrição e organização para ajudar na gestão da alimentação

Capacitação profissional e/ou construção e apoio de negócios comunitários

Conscientizar, motivar, coordenar e fiscalizar políticas públicas

Público

Governo, empresas, terceiro setor, cidadãos

Pessoas com fome, empresas, varejo

Famílias e comunidades

Famílias e comunidades de baixa renda

Órgãos do governo

Investimento

Mediano – requer estudos com amostragens significativas

Alto – exige infraestrutura logística considerável

Baixo – requer professores especialistas no tema

Mediano – envolve o ensino e/ou a formação de uma empresa

Mediano – requer coordenação com vários atores

Impacto

Escala

Ampla – permite refletir muitas realidades

Variável – depende das fontes e destinos

Restrita – localizado em famílias/comunidades

Restrita – tende a se limitar a comunidades

Ampla – pode mobilizar orçamentos consideráveis

Duração

Mediana – descobertas acionáveis por alguns anos

Diária – o alimento fornecido hoje precisa chegar de novo amanhã

Vitalícia – com um ensino eficaz, é possível mudar vidas

Vitalícia – habilidades e produtos criados podem durar pra sempre

Mediana – dura enquanto os políticos impactados estiverem no poder

Exemplos:

Classificamos as iniciativas que investigamos em 5 modelos de atuação, cada um com suas implicações para os investimentos necessários, além da escala e duração dos impactos observados entre as iniciativas agrupadas:

Iniciativas existentes

Geração de dados

Escoamento alimentar

Consumo consciente

Geração de renda

Políticas públicas

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Análise de pontos cegos

No próximo slide cruzamos as barreiras identificadas com os modelos de atuação definidos para identificar potenciais pontos cegos

Barreiras políticas

Barreiras econômicas

Barreiras sociais

Ilustração:

!

O objetivo dessa análise é única e exclusivamente o de examinar se os modelos de atuação que identificamos são exaustivos, ou se poderiam existir outros modelos de atuação além �dos que encontramos.

Não temos intenção de fazer uma análise exaustiva de todas as iniciativas de combate à fome e ao desperdício no Brasil, nem muito menos de avaliar o desempenho das iniciativas que já identificamos.

Geração de dados

Escoamento alimentar

Consumo consciente

Geração de renda

Políticas públicas

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94

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Análise de pontos cegos

Na tabela abaixo buscamos identificar as barreiras que mais precisam de atenção, contrastando-as com as iniciativas estudadas

Endereçamento

das barreiras:

Barreiras

Avaliação

Barreiras políticas

Incentivos políticos adversos

++

Dependência de vontade política

++

++

Complexidade burocrática

+

Barreiras econômicas

Flutuações nas condições econômicas e climáticas

+

+

+

+

Condições logísticas desafiadoras

+

++

+

Ineficiências na produção, processamento e transporte de alimentos

+

+

+

+

Conhecimentos e habilidades exigidos para a atividade econômica

+

+

++

+

Barreiras sociais

Desconhecimento sobre a realidade da fome e do desperdício

++

++

++

++

Dificuldades de mobilização

+

Necessidade de preparo dos alimentos para o consumo

++

++

+

+

Identificamos algumas iniciativas atuando diretamente sobre esse problema

Há bastante espaço para mais atuação direta sobre esta barreira

Encontramos pouca ou nenhuma atuação entre os modelos definidos

Avaliação das barreiras:

Geração de dados

Escoamento alimentar

Consumo consciente

Geração de renda

Políticas públicas

++ Direto

+ Depende da iniciativa

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95

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Organização do Setor Privado

Ao contrastar os modelos de atuação com as barreiras, identificamos um modelo de atuação pouco explorado atualmente

Modelos de Atuação

DESCRIÇÃO

Articulação entre atores do setor privado para que atuem de maneira mais coordenada e se mobilizem em prol de um melhor acesso a alimentos.

PÚBLICO

Empresas e associações setoriais, além de produtores e processadores de alimentos de diferentes escalas.

INVESTIMENTO

Mediano: Requer coordenação com múltiplos atores.

IMPACTO

  • Escala

Ampla: Pode mobilizar algumas das maiores empresas no país a fazerem as suas partes no combate ao desperdício. 

  • Duração

Vitalícia: Ações tomadas por grandes empresas dificilmente seriam revogadas mais à frente, especialmente caso isso ameace trazer publicidade negativa.

Mobilização setorial pela redução de desperdícios

Coordenação do abastecimento nacional/regional

Cooperativismo na Agricultura Familiar

Apoio profissional a economias criativas

Exemplos

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96

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A partir da nossa pesquisa, identificamos algumas modalidades dentro de cada modelo de atuação:

Geração de dados

Escoamento alimentar

Consumo consciente

Capacitação para Geração de Renda

Políticas públicas

Planejamento & Coordenação

Advocacy

Implementação

Fiscalização

Pesquisas sobre o desperdício

Pesquisas sobre a fome

Bancos de alimentos

Cozinhas solidárias

Foodtechs

Campanhas de conscientização

Ensino comunitário

Capacitação para inserção no mercado de trabalho

Cursos de empreendedorismo

Capacitação da agricultura familiar

Organização do Setor Privado

Mobilização pela redução de desperdícios

Coordenação de abastecimento

Cooperativismo na Agricultura Familiar

Apoio profissional a economias criativas

Este foi o modelo de atuação identificado a partir da análise de pontos cegos

As iniciativas de apoio a políticas públicas podem se concentrar em qualquer das etapas do processo de implementação de uma política pública. Ilustramos isso exibindo-as aqui de maneira sequencial

Modelos de Atuação

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97

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Entendimento do Ecossistema – Reflexões

As principais conclusões deste capítulo são:

Todos os atores da sociedade e elos da cadeia produtiva de alimentos são afetados pela fome e o desperdício de alguma maneira e podem contribuir para o combate a ambos os problemas nos seus cotidianos – a capacidade financeira e responsabilidade constitucional fazem do governo federal um protagonista nesse desafio.

Analisamos diferentes iniciativas no ecossistema do combate à fome e ao desperdício e identificamos 5 modelos de atuação entre elas, incluindo geração de dados, escoamento alimentar, consumo consciente, capacitação para a geração de renda e apoio a políticas públicas.

Identificamos 10 principais barreiras que impedem a conquista desses fatores críticos de sucesso hoje, e que precisam ser endereçadas de alguma forma por iniciativas de combate à fome e o desperdício para viabilizar uma mudança estrutural na conjuntura atual – entre elas estão barreiras políticas, econômicas e sociais.

Mapeamos 24 fatores críticos de sucesso que precisam ser endereçados para um combate eficaz à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil, e por cada um dos 11 atores identificados.

Ao contrastar esses modelos de atuação com as barreiras, identificamos um possível modelo de atuação pouco explorado entre as iniciativas contempladas – trata-se do trabalho de organização do setor privado, que pode levar a uma atuação mais forte e coordenada na redução do desperdício, expansão do cooperativismo e apoio a economias criativas.

No apêndice deste documento incluímos também os fatores críticos para o sucesso de novas iniciativas em qualquer um dos modelos de atuação observados, com base nas nossas conversas com especialistas e análise das iniciativas existentes.

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Discussão de Caminhos de Atuação

5

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Possíveis Caminhos de Atuação

  • Nos capítulos anteriores trouxemos uma primeira visão consolidada do mapeamento da fome, do desperdício de alimentos e do ecossistema

  • Os temas de fome e desperdício de alimentos são muito amplos e seria possível ficar muito mais tempo ainda no diagnóstico - por isto vimos que mais adequado pensar em caminhos e partir deles aprofundar

  • Existem várias perspectivas para ver como combater os problemas da fome e do desperdício de alimentos. Aqui trouxemos 2 visões de caminhos:

      • A partir de modelos de atuação com iniciativas já existentes ou não

      • Ou por núcleos de personas/regiões e a partir dai pensar em ecossistemas

Este capítulo tem como objetivo trazer uma primeira visão de possíveis caminhos de atuação para quem quiser trabalhar no combate à fome e ao desperdício de alimentos.

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100

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Visão por Modelo de Atuação

Vantagens

  • Facilita o mapeamento das iniciativas que já existem
  • Conecta com agentes que podem ter melhor match

Visão por Ecossistema das Personas

Vantagens

  • Priorização dos grupos de personas e regiões
  • Engaja o ecossistema através de um propósito (ex. agricultor rural)
  • Cria uma proposta de valor para quem queira atuar

Possíveis Caminhos de Atuação

Trouxemos aqui 2 perspectivas:

1

2

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Visão por Modelo de Atuação

Vantagens

  • Facilita o mapeamento das iniciativas que já existem
  • Conecta com agentes que podem ter melhor match

Vantagens

  • Priorização dos grupos de personas e regiões
  • Engaja o ecossistema através de um propósito (ex. agricultor rural)
  • Cria uma proposta de valor para quem queira atuar

Possíveis Caminhos de Atuação

Trouxemos aqui 2 perspectivas:

1

Visão por Ecossistema das Personas

2

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A partir da nossa pesquisa, identificamos algumas modalidades dentro de cada modelo de atuação:

Visão por Modelo de Atuação

1

Mais detalhes

A partir da nossa pesquisa, identificamos algumas modalidades dentro de cada modelo de atuação:

Geração de dados

Escoamento alimentar

Consumo consciente

Capacitação para Geração de Renda

Políticas públicas

Planejamento e Coordenação

Advocacy

Implementação

Fiscalização

Pesquisas sobre o desperdício

Pesquisas sobre a fome

Bancos de alimentos

Cozinhas solidárias

Foodtechs

Campanhas de conscientização

Ensino comunitário

Capacitação para inserção no mercado de trabalho

Cursos de empreendedorismo

Capacitação da agricultura familiar

Organização do Setor Privado

Mobilização pela redução de desperdícios

Coordenação de abastecimento

Cooperativismo na Agricultura Familiar

Apoio profissional a economias criativas

Este foi o modelo de atuação identificado a partir da análise de pontos cegos

As iniciativas de apoio a políticas públicas podem se concentrar em qualquer das etapas do processo de implementação de uma política pública. Ilustramos isso exibindo-as aqui de maneira sequencial

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103

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Nos slides anteriores descrevemos as duas perspectivas para discutir possíveis caminhos de atuação.

Para ver em detalhe os modelos de atuação e/ou mais exemplos dos núcleos de personas, clique no botão “mais detalhes”

(Ctrl+click fora do modo apresentação)

Para voltar à página do resumo, clique no ícone retornar

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Mais detalhes

Modelos de Atuação - Detalhamento

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104

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Escala

Duração

Intensidade

Quantas pessoas queremos atingir?

Qual é o tamanho da diferença que queremos fazer na vida dessas pessoas?

Por quanto tempo queremos que o impacto da nossa iniciativa perdure?

Duração

Intensidade

Escala

Escala

Duração

Intensidade

Exemplo A

Capacitação de agricultores familiares

  • Impacto permanente
  • Foco em um nicho/comunidade
  • Erradicação da insegurança grave

Exemplo B

Programa Nacional de Alimentação Escolar

  • Impacto de longo prazo
  • Escala nacional
  • Uma refeição por dia

Principais dimensões

Exemplos

Investimento

Qual é a capacidade/disposição a investir em uma solução?

Para definir uma iniciativa para o combate à fome e/ou ao desperdício de alimentos, é importante levar em consideração algumas dimensões-chave

Visão por Modelo de Atuação

1

105

105

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  • Qual é o nosso principal objetivo?
  1. Queremos impactar pessoas em que nível de insegurança alimentar?

Grave

Moderada

Leve

Segurança

Todas

  1. Que abrangência geográfica queremos ter?

Todo o território nacional

Fome absoluta

Fome relativa

  1. Que demografias queremos priorizar?

Urbano/ rural

Gênero

Raça

Idade

Orientação sexual

Religião

Acabar com algum nível de insegurança alimentar de um nicho

Reduzir a insegurança alimentar de mais gente

Combater a fome a partir da redução do desperdício de alimentos

Reduzir ao máximo o desperdício de alimentos

1

2

3

4

As dimensões de escala e intensidade têm fortes implicações para o escopo da atuação a ser tomada

Visão por Modelo de Atuação

1

IMPACTO / ESCALA

INTENSIDADE

106

106

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  • Quanto estamos dispostos a investir, em termos de:
  • Alguns fatores podem nos ajudar a reduzir o investimento necessário. Isso vai influenciar na definição do nosso modelo de atuação?

  • Por quanto tempo queremos que o impacto perdure?

DURAÇÃO

Permanentemente, tornando as pessoas e organizações autossuficientes

A longo prazo, criando soluções sustentáveis de apoio diário

Pelo menos por alguns anos

Geração de dados

Escoamento alimentar

Geração de renda

Consumo consciente

Políticas públicas

Sinergias com outras iniciativas com as quais se tenha contato

Possíveis familiaridades com setores da indústria alimentícia

Redes de contatos dos líderes da iniciativa

A duração desejada do impacto tem forte influência sobre o modelo de atuação, e a capacidade de investimento define o tamanho da iniciativa

Dinheiro

Tempo

Visão por Modelo de Atuação

1

Setor privado

INVESTIMENTO / ESFORÇO

107

107

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IMPACTO

ESFORÇO/INVESTIMENTO

Elaboração de um plano de Políticas Públicas a nível Federal.

19,1 milhões

Elaboração de um plano de Políticas Públicas a nível Estadual/Municipal

Matriz – Modelos de Atuação

1

4,5 milhões

Pesquisa detalhada sobre desperdício na Cadeia de Alimentos

Ampliação de Cozinhas Solidárias com ONGs em regiões foco

500 mil - 1 milhão

Desenvolvimento de Economias Criativas de Produtores Agrícolas Familiares

585 mil

Desenvolver programa de capacitação e empregabilidade para pessoas nas Favelas

1 milhão

Potencial pessoas com fome impactadas

EXEMPLOS

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108

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Visão por Modelo de Atuação

Vantagens

  • Facilita o mapeamento das iniciativas que já existem
  • Conecta com agentes que podem ter melhor match

Visão por Ecossistema das Personas

Vantagens

  • Priorização dos grupos de personas e regiões
  • Engaja o ecossistema através de um propósito (ex. agricultor rural)
  • Cria uma proposta de valor para quem queira atuar

Possíveis Caminhos

Trouxemos aqui 2 perspectivas:

1

2

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109

110 of 150

Abordagem

Nesta segunda visão começamos por considerar os grupos de personas que vimos no diagnóstico:

2

Visão por Ecossistemas das Personas

Consideramos os grupos de “personas” mais vulneráveis para focar em aqueles que mais precisam de apoio no combate à fome:

Olhamos também os estados para definir por onde começar a nível regional

A partir de cada grupo é elaborado um ecossistema que inclui programas, iniciativas e os atores que poderiam participar

1

2

3

110

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Abordagem

Vemos 5 grandes grupos com maior vulnerabilidade perante a fome, dos quais os mais relevantes são pessoas pretas/pardas, Favelas e crianças:

Variável

Personas vulneráveis perante a fome

Total pessoas

% de penetração

Pessoas com fome

Pessoas com IA Grave + Moderada

IA Grave (Fome)

IA Moderada

Pessoas com Fome

Pessoas com IA moderada

Cor ou Raça

Preta e Parda

135,4 milhões

18,1%

17,7%

24,5 milhões

24 milhões

48,5 milhões

Branca

77,9 milhões

10,6%

10,3%

8,3 milhões

8 milhões

16,3 milhões

Rural ou Urbano

População Rural

30,5 milhões

18,6%

16,9%

5,7 milhões

5 milhões

10,7 milhões

Urbano

182,8 milhões

15%

14,9%

27,4 milhões

27,2 milhões

54,6 milhões

Crianças

Crianças menores a 10 anos(2)

29,4 milhões*

18,1%

18,9%

5,3 milhões

5,6 milhões

10,9 milhões

Insegurança Hídrica

Pessoas que passam por algum nível de insegurança hídrica

21,5 milhões

42%

-

9 milhões

-

9 milhões

Chefes de lar por Gênero

Mulheres

105,1 milhões

19,3%

17,4%*

20,3 milhões

18,3 milhões

38,6milhões

Homens

108,1 milhões

11,9%*

19,2%*

12,9 milhões

20,8 milhões

33,7 milhões

Fontes: Fontes: (1) VIGISAN – “Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil” (2022), “Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil” (2021); (2) IBGE – Projeção da População por Idade, gênero, raça/cor (2022); (3) IBGE – Projeção de famílias no Brasil (2022)

Abordagem

2

Visão por Ecossistemas das Personas

111

111

112 of 150

2

Exercício Núcleos – Exemplos Iniciais

112

112

113 of 150

As principais conclusões deste capítulo são:

Os temas de fome e desperdício de alimentos são muito amplos, por isto pensamos em caminhos e partir deles aprofundar. Das diversas perspectivas para olhar os problemas, escolhemos 2 visões mais relevantes: (a) a partir dos modelos de atuação do ecossistema; (b) começando de núcleos de grupos vulneráveis.

Por outro lado, na visão de núcleos começamos a partir de 7 grupos de personas com maior impacto da fome e cruzando isso com regiões para ver por onde começar. A partir deste análise é possível coordenar esforços de apoio. Um exemplo é Favelas, o qual inclui iniciativas de cadastro, cozinhas solidárias, vagas em empresas e programas de capacitação.

Desde a perspectiva de modelos de atuação, definimos 6 modelos possíveis para atuar. Para conseguir focar e priorizar esforços chegamos nas variáveis de impacto – definidos pela abrangência da população a ser atingida, a intensidade e a duração da iniciativa – e o nível de investimento/esforço considerando tempo, dinheiro e recursos necessários.

Possíveis Caminhos de Atuação

Para começar a pensar em caminhos de atuação no combate à fome e o desperdício de alimentos é fundamental responder algumas perguntas que são direcionadores de decisão:

    • A visão de priorização é por modelos ou personas vulneráveis?
    • Vem alguma combinação dos dois? (Ex. Política Pública Estadual em regiões foco - SP, BA e MG)
    • Existe alguma preferência nos modelos de atuação?
    • Para as personas/ecossistema: algum núcleo que seria necessário priorizar para atuar?
    • Qual é a duração prevista do impacto? Qual é a estimativa de orçamento para investimento?

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113

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Anotações do Workshop

6

114

114

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Resumo das discussões do Workshop

Possíveis inclusões em futuras versões do relatório

FOME

  • Análise de causas adicionais da fome: Distribuição de renda, aumento de alimentos/inflação, capital social, margem de comercialização
  • Análise do consumo de frutas/hortaliças (1/3 do recomendado no Brasil)
  • Mapeamento das ODS relevantes aos assuntos do relatório

DESPERDÍCIO

  • Trazer de volta a diferenciação entre desperdício e perda
  • Apontar as causas das perdas e desperdícios ao longo da cadeia
  • Fazer referência aos índices de perda e desperdício da ONU

ECOSSISTEMA

  • Reforçar a conclusão: É necessário coordenar ações de combate à fome e ao desperdício entre as esferas pública, privada e a sociedade civil para se maximizar a eficácia e eficiência de todas, viabilizando soluções com maior impacto e sustentabilidade

FOME

  • Entender mais profundamente a conexão entre Fome e Desperdício

DESPERDÍCIO

  • Análise das restrições e incentivos regulatórios à doação de alimentos por estado
  • Mapear a disponibilidade hídrica por estado e o histórico de políticas públicas desenhadas para garantir o acesso à água

ECOSSISTEMA

  • Considerar o impacto de barreiras ambientais no combate à fome e ao desperdício
  • Apresentar dados sobre a importância da agricultura familiar no abastecimento nacional

Aprofundamentos sugeridos que vão além do escopo proposto

No dia 11/11/2021, fizemos um workshop com 42 especialistas e parceiros do nosso estudo, visando apresentar em detalhes a pesquisa que realizamos e coletar impressões sobre o conteúdo explorado. O workshop durou 4 horas, incluindo momentos de apresentação, discussão e conexões. Abaixo capturamos os principais pontos levantados com relação ao conteúdo do relatório, incluindo pontos que poderiam agregar à discussão em suas futuras versões.

115

116 of 150

O projeto

Resumo das discussões do Workshop

  • Mobilização, coordenação e articulação de iniciativas que já existem nas esferas públicas e privadas, a fim de capturar sinergias e potencializar esforços
  • Pensar planos de governo a partir da comida, trazendo uma coordenação mais efetiva entre secretarias e ministérios ao redor do tema
  • Trazer conscientização e coordenar ações em diferentes setores e elos da cadeia produtiva de alimentos
  • Campanha nacional de conscientização por mídia em massa, mirando diversos públicos em diferentes regiões do país
  • Trazer urgência para o combate ao desperdício em CEASAs, que lidam mais intensivamente com frutas e hortaliças
  • Indicador de insegurança alimentar por município (exemplo desenvolvido pelo governo do estado de São Paulo)
  • Incluir educação alimentar nas Cestas Básicas, através de QR Codes e conteúdo interativo de qualidade
  • Escolas públicas como mini-hubs da alimentação local: Temos 180k escolas a nível nacional, atualmente alimentando 47 milhões de alunos, que poderiam exercer um papel comunitário mais amplo
  • A proximidade do Food Service à população de rua gera oportunidades para uma atuação mais efetiva desse elo da cadeia alimentícia no combate à fome

Ideias de soluções mais efetivas

Iniciativas existentes que atuam de maneira estrutural

  • Iniciativas sendo lançadas em Brasília na mesma data do workshop:
    • Brasil Fraterno: Comida no Prato - Programa de incentivo a doações com isenção de ICMS
    • Campanha Menos Desperdício, Mais Cidadania (a ser lançada)
    • Grupo de Trabalho do MAPA incluindo Embrapa, ABRAS e ABIA pela redução do desperdício
  • Inciativas Globais
    • Coalizão global do G20 pelo combate ao desperdício de alimentos
    • ONU Meio Ambiente: Acordos voluntários multissetoriais já implementados em diversos países para o enfrentamento do desperdício
  • Iniciativas discutidas pelos grupos de trabalho da ABRAS
    • Reformulação da regulamentação para dar segurança à doação de alimentos
    • Soluções tecnológicas para ligar o doador ao beneficiário
    • Revisão da política de validade de alimentos, adotando o “best before”
  • Outras iniciativas compartilhadas
    • Indicador de insegurança alimentar do governo de São Paulo
    • Gestão inteligente da merenda escolar pela Lemobs
    • Escoamento dos desperdícios ao longo da cadeia pela Greeners

Os participantes também compartilharam ideias para atacar os problemas da fome e do desperdício, e compartilharam o conhecimento de iniciativas que já atuam no combate

116

117 of 150

Relatório Diagnóstico:

Mapa da Fome e do Desperdício de Alimentos no Brasil

Dezembro de 2022

Material Pre-read

117

118 of 150

Apêndices

7

Apêndice 6.1

Mapa da Fome: Análise Regional Municipal e Cesta Real​

118 – 120

Apêndice 6.2 

Mapa do Desperdício de Alimentos: Análise de Produção e Desperdício por Elo​

121 – 128

Apêndice 6.3

Detalhamento Ecossistema: 

A. Detalhamento Atores​

129 – 140

Apêndice 6.4

Possíveis Caminhos de Atuação

141 – 146

Apêndice 6.5

Glossário

147 – 148

Apêndice 6.6

Fontes de Informação

149 – 151

 

118

118

119 of 150

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55316854

Fonte: FGV Social com dados de IBGE – PNAD Continua (2011 – 2020); FGV Social – Montanha Russa da Pobreza (2022)

12,4%

10,5%

11,1%

8,5%

4,5%

10,8%

% da população brasileira abaixo da linha de pobreza

Efeito devido ao Auxílio Emergencial.

Mais de 5 milhões de pessoas (18 para 23 milhões) voltaram a pobreza quando acabou o dinheiro do Auxílio Emergencial

R$322 bi entregues a 45 milhões de famílias em 2020

2020

Milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza

Auxílio Emergencial de R$600 Abril-Ago

Auxílio Emergencial de R$300 Set-Dez

Abordagem

Mapa da Fome – Fome e Pobreza

Segundo a FGV, 10,8% da população estava abaixo da linha de pobreza de R$ 210 per capita em 2021, cerca de 23 milhões de pessoas. Esta linha, embora baixa, serve para suprir necessidades básicas, e é usada como critério de elegibilidade ao Auxílio Brasil. 

23.4

2021

119

119

120 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Distribuição da fome por município

Fonte: Cálculos realizados com base em variáveis de População, Distribuição de Renda, Programa Bolsa Família e Auxílio Emergencial das seguintes fontes: (1) IBGE (2020); (2) Relatório VigiSAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020 e 2022); (3) Portal da Transparência (2020)

Nota: Os valores da VIGISAN para estado foram utilizados como parâmetro para que, por proporção, os valores de IDF fossem encontrados

Visão 1: Distribuição da população com Fome por Município

13% da população com fome se concentra nos primeiros 8 municípios – São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília, Manaus, Teresina, Recife e Salvador.

REGIÃO

ESTADO

NOME MUNICIPIO

POP. C/ FOME

POP. TOTAL

%IDF

%IDF ACUM.

Sudeste

São Paulo

SAO PAULO

1.598.742

12406042

4,83%

4,83%

Sudeste

Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO

948.908

6760230

2,87%

7,70%

Nordeste

Ceará

FORTALEZA

512.822

2698726

1,55%

9,25%

Centro-Oeste

Distrito Federal

BRASILIA

395.200

3114992

1,19%

10,44%

Norte

Amazonas

MANAUS

238.315

2279032

0,72%

11,16%

Nordeste

Piauí

TERESINA

199.464

865253

0,60%

11,76%

Nordeste

Pernambuco

RECIFE

193.116

1658718

0,58%

12,35%

Nordeste

Bahia

SALVADOR

181.263

2886263

0,55%

12,89%

Nordeste

Alagoas

MACEIO

178.210

1027371

0,54%

13,43%

Sul

Rio Grande do Sul

PORTO ALEGRE

177.095

1486160

0,53%

13,97%

Sudeste

São Paulo

GUARULHOS

166.098

1405789

0,50%

14,47%

Sudeste

Rio de Janeiro

NOVA IGUACU

151.905

823520

0,46%

14,93%

Sudeste

São Paulo

CAMPINAS

150.950

1224191

0,46%

15,38%

Sudeste

São Paulo

SAO JOSE DO RIO PRETO

143.005

469539

0,43%

15,81%

Sudeste

São Paulo

RIBEIRAO PRETO

140.886

720678

0,43%

16,24%

Sudeste

Rio de Janeiro

SAO GONCALO

138.124

1095872

0,42%

16,66%

Centro-Oeste

Goiás

GOIANIA

134.722

1568225

0,41%

17,06%

Sudeste

Rio de Janeiro

DUQUE DE CAXIAS

134.678

927346

0,41%

17,47%

Norte

Amapá

MACAPA

133.008

530148

0,40%

17,87%

Norte

Pará

SAO FELIX DO XINGU

122.852

136.502

0,40%

18,27%

Nordeste

Maranhão

SAO LUIS

128.436

1113461

0,39%

18,66%

Sul

Paraná

CURITIBA

128.212

1963289

0,39%

19,05%

Norte

Pará

ALTAMIRA

106.187

117.986

0,35%

19,40%

Sudeste

Minas Gerais

BELO HORIZONTE

108.043

2525175

0,33%

19,73%

Nordeste

Sergipe

ARACAJU

106.112

673849

0,32%

20,05%

Nordeste

Pernambuco

JABOATAO DOS GUARARAPES

101.620

710346

0,31%

20,35%

Sudeste

São Paulo

SAO BERNARDO DO CAMPO

100.103

850537

0,30%

20,66%

Norte

Pará

BELEM

99.999

1514962

0,30%

20,96%

Nordeste

Pernambuco

OLINDA

98.776

393189

0,30%

21,26%

Sudeste

Rio de Janeiro

BELFORD ROXO

92.709

514073

0,28%

21,54%

Nordeste

Ceará

CAUCAIA

92.404

368281

0,28%

21,82%

Sudeste

Rio de Janeiro

CAMPOS DOS GOYTACAZES

87.384

513479

0,26%

22,08%

Sudeste

São Paulo

SAO JOSE DOS CAMPOS

87.180

737885

0,26%

22,34%

Norte

Pará

SANTAREM

86.442

310088

0,26%

22,60%

Nordeste

Pernambuco

SERRA TALHADA

78.612

87.346

0,25%

22,85%

Centro-Oeste

Mato Grosso

CUIABA

80.617

627302

0,24%

23,10%

Sudeste

São Paulo

OSASCO

80.506

701975

0,24%

23,34%

Norte

Pará

NOVO REPARTIMENTO

71.040

78.933

0,23%

23,57%

Sudeste

São Paulo

PIRACICABA

74.151

410595

0,22%

23,80%

Sudeste

São Paulo

SOROCABA

73.992

695871

0,22%

24,02%

Sudeste

Rio de Janeiro

BARRA MANSA

68.905

184818

0,21%

24,23%

Sudeste

São Paulo

DIADEMA

68.378

429885

0,21%

24,44%

Norte

Pará

CAMETA

67.417

141612

0,20%

24,64%

Centro-Oeste

Mato Grosso do Sul

CAMPO GRANDE

67.169

921970

0,20%

24,84%

Sudeste

São Paulo

PRAIA GRANDE

66.312

336716

0,20%

25,04%

Nordeste

Alagoas

ARAPIRACA

66.040

233349

0,20%

25,24%

Sudeste

São Paulo

CARAPICUIBA

63.028

405691

0,19%

25,43%

Sudeste

São Paulo

MOGI DAS CRUZES

63.028

455942

0,19%

25,62%

Nordeste

Alagoas

MARECHAL DEODORO

47.368

52.632

0,19%

25,81%

Norte

Rondônia

PORTO VELHO

62.234

551341

0,19%

26,00%

120

120

121 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Penetração da fome por município

Fonte: Cálculos realizados com base em variáveis de População, Distribuição de Renda, Programa Bolsa Família e Auxílio Emergencial das seguintes fontes: (1) IBGE (2020); (2) Relatório VigiSAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020 e 2022); (3) Portal da Transparência (2020)

Nota: Os valores da VIGISAN para estado foram utilizados como parâmetro para que, por proporção, os valores da penetração fossem encontrados

Visão 2: Penetração da fome em cada Município

Das 5.568 municípios do Brasil, 315 deles tem penetração da fome maior a 50% - A maioria destes estão na região Norte e Nordeste.

REGIÃO

ESTADO

NOME MUNICIPIO

POP. C/ FOME

POP. TOTAL

%PENETRAÇÃO

Norte

Pará

NOVO REPARTIMENTO

71040

78933

90,0%

Norte

Pará

OBIDOS

47493

52770

90,0%

Nordeste

Ceará

PIRES FERREIRA

9929

11033

90,0%

Sudeste

São Paulo

PLANALTO

4836

5374

90,0%

Nordeste

Piauí

JACOBINA DO PIAUI

5112

5680

90,0%

Nordeste

Sergipe

PEDRA MOLE

2984

3315

90,0%

Centro-Oeste

Goiás

SAO JOAO DA PARAUNA

1190

1322

90,0%

Norte

Pará

SAO FELIX DO XINGU

122852

136502

90,0%

Norte

Pará

ALTAMIRA

106187

117986

90,0%

Nordeste

Pernambuco

SERRA TALHADA

78612

87346

90,0%

Nordeste

Alagoas

MARECHAL DEODORO

47368

52632

90,0%

Centro-Oeste

Mato Grosso

JUINA

37290

41433

90,0%

Nordeste

Alagoas

TRAIPU

25037

27819

90,0%

Nordeste

Pernambuco

IPUBI

28324

31472

90,0%

Nordeste

Alagoas

CANAPI

15878

17643

90,0%

Norte

Roraima

ALTO ALEGRE

13922

15469

90,0%

Nordeste

Pernambuco

AFRANIO

17958

19954

90,0%

Norte

Roraima

AMAJARI

12382

13758

90,0%

Centro-Oeste

Mato Grosso

CAMPINAPOLIS

14687

16319

90,0%

Sudeste

São Paulo

TABATINGA

15120

16800

90,0%

Sul

Rio Grande do Sul

CRUZEIRO DO SUL

11163

12404

90,0%

Sul

Rio Grande do Sul

PLANALTO

8923

9914

90,0%

Sudeste

São Paulo

BILAC

7383

8204

90,0%

Norte

Pará

SENADOR JOSE PORFIRIO

10233

11369

90,0%

Nordeste

Alagoas

QUEBRANGULO

10041

11156

90,0%

Norte

Amapá

AMAPA

8463

9403

90,0%

Nordeste

Piauí

NAZARE DO PIAUI

6532

7258

90,0%

Nordeste

Alagoas

BELO MONTE

6020

6689

90,0%

Nordeste

Alagoas

SANTA LUZIA DO NORTE

6583

7314

90,0%

Nordeste

Piauí

CARAUBAS DO PIAUI

5283

5870

90,0%

Sul

Rio Grande do Sul

INDEPENDENCIA

5426

6028

90,0%

Sul

Rio Grande do Sul

HUMAITA

4223

4692

90,0%

Nordeste

Sergipe

FEIRA NOVA

5065

5627

90,0%

Nordeste

Piauí

JUREMA

4282

4758

90,0%

Nordeste

Piauí

VARZEA GRANDE

3917

4352

90,0%

Nordeste

Piauí

SEBASTIAO LEAL

3854

4282

90,0%

Sul

Rio Grande do Sul

JACUTINGA

3166

3517

90,0%

Nordeste

Piauí

CURRALINHOS

4000

4445

90,0%

Sudeste

São Paulo

CABRALIA PAULISTA

3803

4226

90,0%

Sudeste

São Paulo

ANHUMAS

3758

4175

90,0%

Nordeste

Piauí

PAU D'ARCO DO PIAUI

3651

4056

90,0%

Centro-Oeste

Mato Grosso

SALTO DO CEU

2921

3245

90,0%

Sul

Rio Grande do Sul

ALTO ALEGRE

1425

1583

90,0%

Norte

Pará

AFUA

36122

40136

90,0%

Nordeste

Alagoas

CAMPO GRANDE

8583

9537

90,0%

Norte

Roraima

UIRAMUTA

10056

11173

90,0%

Centro-Oeste

Mato Grosso

GAUCHA DO NORTE

7164

7960

90,0%

Norte

Pará

JACAREACANGA

6292

6991

90,0%

Sul

Rio Grande do Sul

COLINAS

2210

2456

90,0%

Sudeste

São Paulo

TURMALINA

1501

1668

90,0%

121

121

122 of 150

Abordagem

Mapa da Fome – Diferenças na Dieta consumida com base na Segurança Alimentar

Consumo per-capita anual

(Kgs)

Fonte: IBGE - Análise da Segurança Alimentar no Brasil POF (2018)

Lacticínios

Frutas

Hortaliças

Cereais e Leguminosas

Carnes

Panificados

Pescados

Aves e Ovos

Açucares Doces

Farinhas Massas

Óleos Gorduras

Alimentos preparados

Sais e Condimentos

A nível dos tipos de alimentos as reduções principais são nas Frutas (66%), Lacticínios (62%), Hortaliças (53%), Bebidas (54%) e Carnes (38%).

Bebidas

-54%

-62%

-66%

-53%

-38%

Pessoas com Fome (Ins. Alimentar Grave)

Pessoas com Segurança Alimentar

1,6 kg

1 kg

Consumo de alimentos:

Pessoas com Insegurança Moderada

1,1 kg

Diário

47 kg

29 kg

34 kg

564 kg

346 kg

404 kg

Mensal

Anual

Insegurança Alimentar:

Leve

Moderada

Grave

Segurança Alimentar

122

122

123 of 150

Abordagem

Mapa do Desperdício – Tipo de Alimento

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

17.278.025

ton

Os principais produtos produzidos para consumo interno e também os mais desperdiçados são Frutas, Lacticínios e Tubérculos (incluindo Batatas/Cebola)

  1. Obtivemos os dados de produção por tipo de alimento no Brasil.

Fonte: IBGE - Portal de Produção Agropecuária (2019) https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/

ABPA – Mercados (https://abpa-br.org/mercados/)

O volume por estados foi calculado multiplicando o porcentagem de produção em valor de cada estado pelo total de produção em volume a nível nacional.

Observações:

(a) Alimentos com informação de 2017: batata doce, batata baroa, cenoura, abobora, alface, repolho, pimentão e pepino

(b) Frango e Suínos considera dados de ABPA (2020).

(c) Bovinos considera dados de EMBRAPA (2020) e noticias de imprensa - Canal Rural (2020).

  • Obtivemos os dados de porcentagem de desperdício por categoria por cada elo da cadeia de alimentos para América Latina. Fonte: FAO – Save Food (2011).

  • Multiplicamos o (1)“valor de produção da categoria” x (2)“% de desperdício de elo de produção para cada categoria”

Desperdício por Tipo de Alimento a Nível Nacional

(toneladas)

7.269.267

42%

4.880.546

28%

7%

7%

6%

5%

4%

1%

0,2%

1.256.160

1.176.677

958.366

918.786

615.100

174.390

28.732

Porcentagem do Desperdício na Produção

Metodologia de Cálculo

123

123

124 of 150

Abordagem

Qualidade e confiabilidade informação:

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

Grau de necessidade do alimento para combater a fome:

TOTAL

CADEIA

DESPERDÍCIO

DE COMIDA

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

Manufatura

(Alimentos processados)

Varejo Alimentar

(Grande, Médio e MPE)

Consumidores

Pós-colheita, Armazenamento e Transporte

  • Desperdício em casa

Foodservice

(Restaurantes, Fast Food, outros)

CEASAs | CEAGESP

(Alimentos não processados)

Alta

Média

Baixa

Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).

Desperdício de alimentos por tipo (volume)

17.278.025

ton

Frutas e Hortaliças

8.445.944

Tubérculos

4,880,546

Laticínios

1,256,160

Cereais

958,366

Aves

733,785

Carnes

615,100

Ovos

185,001

Leguminosas

174,390

Pescados

28,732

20%

6%

5,3%

3,5%

6%

5,3%

5,3%

6%

5,7%

  1. Consideramos os dados de produção em volume por tipo de alimento no Brasil.

Fonte: IBGE - Portal de Produção Agropecuária (2019) https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/

ABPA – Mercados (https://abpa-br.org/mercados/)

Observações:

(a) Alimentos com informação de 2017: batata doce, batata baroa, cenoura, abobora, alface, repolho, pimentão e pepino

(b) Frango e Suínos considera dados de ABPA (2020).

(c) Bovinos considera dados de EMBRAPA (2020) e noticias de imprensa - Canal Rural (2020).

  • Obtivemos os dados de porcentagem de desperdício por categoria para cada elo da cadeia de alimentos para América Latina. Fonte: FAO – Save Food (2011).

  • Multiplicamos o (1)“valor de produção da categoria” x (2)“% de desperdício de elo de produção para cada categoria”

Total de alimentos desperdiçados na produção somando cada categoria detalhada abaixo

42.229.719

35.890.280

34.861.043

15.972.769

13.845.000

11.605.662

3.490.594

2.906.508

504.072

Volume de Produção em Tons

  • Categorias: Cereais, Carnes, Frutas e Hortaliças, Lacticínios, Leguminosas, Aves e Ovos, Pescados.

124

124

125 of 150

10.794.651

ton

Abordagem

Desperdício de alimentos por tipo (volume)

144.027.623

ton

TOTAL

CADEIA

DESPERDÍCIO

DE COMIDA

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

Manufatura

(Alimentos processados)

Varejo Alimentar

(Grande, Médio e MPE)

Consumidores

Pós-colheita, Armazenamento e Transporte

  • Desperdício em casa

Foodservice

(Restaurantes, Fast Food, outros)

CEASAs | CEAGESP

(Alimentos não processados)

10%

14%

6%

4%

1.1%

1,1%

1,1%

3%

5%

  1. Consideramos o volume da produção restante, adicionamos as importações, subtraímos as exportações. Fonte Importações e Exportações: Comex Stat (2020) http://comexstat.mdic.gov.br/

  • Obtivemos os dados de porcentagem de desperdício por categoria de alimentos para América Latina para o elo de Pós-colheita. Fonte: FAO – Save Food (2011).

  • Multiplicamos o (1)“volume de produção restante da categoria” x (2)“% de desperdício de elo de pós-colheita para cada categoria”

  • Somamos de forma vertical o total de desperdício para todos os tipos de alimentos.

Para calcular o volume de desperdício deste elo, pegamos o volume resultante da produção após subtrair os resíduos dessa etapa, para isso:

3.355.653

4.221.434

2.078.047

811.919

99.917

89.452

33.771

81.200

23.257

Volume restante de Produção depois de desperdício

em Tons

33.783.776

31.009.734

33.604.884

15.014.403

13.111.215

10.990.562

3.305.593

2.732.118

475.340

Frutas e Hortaliças

Tubérculos

Laticínios

Cereais

Aves

Carnes

Ovos

Leguminosas

Pescados

Alta

Média

Baixa

Qualidade e confiabilidade informação:

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).

  • Categorias: Cereais, Carnes, Frutas e Hortaliças, Lacticínios, Leguminosas, Aves e Ovos, Pescados.

125

125

126 of 150

Abordagem

Desperdício de alimentos por tipo (volume)

Qualidade e confiabilidade informação:

Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos

Frutas e Hortaliças

6.040.176

2.899.284

Tubérculos

3.111.800

684.596

Laticínios

651.121

2.552.396

Cereais

876.872

744.367

Aves

449.173

426.714

Carnes

402.125

382.019

Ovos

151.818

144.227

Leguminosas

210.037

48.309

Pescados

39.770

40.212

11.932.893

ton

7.922.124

ton

Grau de necessidade do alimento para combater a fome:

TOTAL

CADEIA

DESPERDÍCIO

DE COMIDA

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

Manufatura

(Alimentos processados)

Varejo Alimentar

(Grande, Médio e MPE)

Consumidores

Pós-colheita, Armazenamento e Transporte

  • Desperdício em casa

Foodservice

(Restaurantes, Fast Food, outros)

CEASAs | CEAGESP

(Alimentos não processados)

20%

12%

2%

4.5%

5%

5%

5%

8%

9%

12%

3%

8%

4%

5%

5%

5%

2%

10%

Alta

Média

Baixa

  1. Obtivemos os dados de porcentagem de desperdício por categoria de alimentos para América Latina para esses elos especificamente. Fonte: FAO – Save Food (2011).

  • Multiplicamos o “volume de produção restante na pós-colheita” x (2)“% de desperdício do elo para cada categoria”

  • Somamos de forma vertical o total de desperdício para todos os tipos de alimentos.

Para os elos Manufatura e Varejo Alimentar seguimos o mesmo processo que para Pós-colheita aplicando o porcentagem de desperdício desses elos:

Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).

  • Categorias: Cereais, Carnes, Frutas e Hortaliças, Lacticínios, Leguminosas, Aves e Ovos, Pescados.

126

126

127 of 150

Abordagem

Mapa do Desperdício – Mapa do Desperdício na Produção

6,0%

24,1%

0,4%

13,5%

5,6%

1,3%

0,9%

9,1%

9,2%

0,3%

6,4%

1,5%

2,1%

7,3%

0,2%

0,8%

0,8%

1,0%

0,3%

0,1%

1,8%

1,0%

1,2%

1,1%

2,5%

1,0%

Os estados de SP, MG, PR e RS representam 56% do desperdício total na produção, ou seja 968 mil toneladas.

Produtores e Colheita

(Matéria Prima)

17.278.025

ton

Para cada alimento:

  1. Obtivemos o volume de produção a nível total nacional. Fonte: IBGE Explica – Produção Agropecuária(1)

  • Obtivemos os dados de produção em valor por tipo de alimento e por estado já que é o único dado existente a nível UF.(1)

  • Calculamos o volume de produção de cada estado assumindo a mesma distribuição percentual do volume que já tínhamos em valores.

  • Unificamos o volume de produtos cujos dados não foram expressos em toneladas, multiplicando o peso médio de cada unidade pelo número total de unidades produzidas.

  • Agrupamos o volume de cada produto na categoria a que corresponde e assim obtivemos os volumes a nível nacional e por estado (Frutas, Tubérculos, Carnes, etc.)

  • Multiplicamos o volume de produção de cada categoria de alimentos pela porcentagem respectiva de resíduos para América Latina segundo FAO Save Food - 2011 para obter o volume total de resíduos. Apenas existe a porcentagem de resíduo por tipo de alimento para a região de América Latina

  • Adicionamos o volume total de resíduos para cada item dentro do estado em que é produzido.

  • Dividimos esse volume pelo total de resíduos em todo o país e obtivemos o % de resíduos por estado.

Fonte: (1) IBGE Explica – Produção Agropecuária https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/br

Metodologia de Cálculo

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127

128 of 150

A participação do governo federal é essencial para o sucesso no combate à fome

Fatores críticos de sucesso

    • Definir políticas públicas para combater a fome de maneira eficaz e sustentável
    • Garantir o orçamento necessário para que as políticas públicas possam atender a todos os que precisem
    • Coordenação nas 3 esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal

Governo

  • A alimentação é um direito constitucional
  • Sua capacidade financeira é inigualável
  • Erradicar a fome sairia barato para o governo federal
  • Investimentos sociais têm retorno econômico
    • 95% (WFP) do dinheiro recebido em programas de assistência social são gastos com necessidades básicas
    • De 1,7 (IBASE) a 5-15x (WFP) em retorno para a economia para cada real investido
  • O Brasil teve mais sucesso no combate à insegurança alimentar grave por meio de políticas públicas
  • Exemplos internacionais de erradicação da fome por meio de políticas públicas
  • Governos anteriores construíram uma governança para coordenar a execução de políticas públicas de segurança alimentar
  • O governo atual demonstra pouco interesse em alocar recursos para o combate à fome
    • Em seu primeiro ato, o Presidente da República desativou o CONSEA Nacional
    • Cortes de orçamento para todas as políticas de segurança alimentar, exceto o Bolsa Família
    • O auxílio emergencial foi distribuído sem utilizar os dados do SISVAN

Oportunidades

Barreiras

  • Falta de interesse político do governo federal
  • Dificuldade de mapear os “invisíveis” mais necessitados
  • Dificuldade de levar a assistência social a quem precisa
  • Faltam condições para a geração de empregos
  • Governança estabelecida para o apoio à segurança alimentar e nutricional
  • Políticas públicas de governos anteriores chegaram perto de erradicar a fome

Fontes: Dados das fontes indicadas e comentários de especialistas

Mudanças de motivação política desafiam a sustentabilidade de políticas públicas

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

Continua no próximo slide

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

128

128

129 of 150

Governança das políticas públicas de assistência social

Fontes: Dados das fontes indicadas e comentários de especialistas

Órgãos da Estrutura

  • SISAN (Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional) – Sistema de governança criado para assegurar o direito à alimentação adequada (criado pela LOSAN – Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional)
  • SUAS (Sistema Único da Assistência Social) – Sistema de integração entre órgãos do governo na provisão de assistência social (criado pela LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social)
  • CAISAN (Câmara Interministerial/Intersetorial da Segurança Alimentar e Nutricional) – Câmaras de coordenação entre órgãos públicos para ações de combate à fome
    • Participam as pastas da Cidadania; Relações Exteriores; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Educação; Saúde; Ciência, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento Regional; Mulher, Família e Direitos Humanos; Chefe da Secretaria da Presidência
  • CONSEA (Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional) – Conselho entre representantes do governo e da sociedade civil para avaliação e fiscalização de políticas públicas para a segurança alimentar
    • O CONSEA nacional foi extinto no primeiro ato do governo Bolsonaro
  • CRAS e CREAS (Centro de Referência [Especializado] de Assistência Social) – Centros responsáveis pela prevenção (CRAS) e amparo (CREAS) para situações de vulnerabilidade e risco social nas comunidades locais
  • CFESS e CRESS (Conselho Federal/Regional do Serviço Social) – Conselhos de classe dos profissionais do serviço social, com mais de 200 mil cadastrados
  • SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) – Sistema nacional consolidando dados relevantes para a vigilância alimentar e nutricional por município

O Brasil já dispõe de uma infraestrutura pública para executar políticas de segurança alimentar

SUAS

SISAN

Federal

Estadual

Municipal

CAISAN

CONSEA

(extinto)

CAISAN

CONSEA

CONSEA

CRAS

CREAS

SISVAN

CAISAN

Presidência

Governo

Prefeitura

Propostas

Plano Nacional de SAN

Propostas

Plano de SAN

Propostas

Plano Estadual de SAN

Dados locais sobre SAN

Relatórios

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129

130 of 150

A maioria das ONGs já atua em parcerias, mas existe espaço para colaborações mais efetivas

Instituições com diferentes tamanhos e formatos atuam no combate à fome

Fontes: Dados da Embrapa, com links externos e comentários de especialistas

  • Existem ONGs de diversos tamanhos e escalas, algumas das quais se apoiam na estrutura de instituições privadas (ex.: Instituto BRF, Mesa Brasil, etc...)
    • Muitas ONGs também trabalham em parceira com outras ONGs para potencializar suas abrangências e/ou impactos
  • As ONGs empregam uma combinação dos 5 principais modelos de atuação nas iniciativas que investigamos: geração de dados, escoamento de alimentos, consumo consciente, geração de renda ou advocacy
  • Há um descasamento entre áreas de necessidade e de atuação das ONGs
    • Existe uma Rede Brasileira de Bancos de Alimentos, que foi estabelecida pelo governo para promover a colaboração entre as instituições credenciadas
    • Temos somente 220 bancos de alimentos no Brasil (vs 60 mil nos EUA), dos quais 60% se encontram no sudeste
  • ONGs entrevistadas mencionam pouco apoio e colaborações com o governo
    • Um dos fatores mencionados é um distanciamento e desconhecimento muito grande do problema da fome

Oportunidades

Barreiras

  • Predominância da mentalidade assistencialista
  • Falta coordenação geográfica para uma atuação mais efetiva
  • Já existe uma Rede Nacional de Bancos de Alimentos
  • Existência de alguns modelos escaláveis

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

Terceiro Setor

Fatores críticos de sucesso

    • Coordenar ações e instituições, maximizando sinergias e minimizando sobreposições

    • Incorporar inteligência para direcionar esforços às regiões e grupos que mais precisam

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

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130

130

131 of 150

Apesar do crescimento do movimento ESG, empresas brasileiras podem e devem ir além

A iniciativa privada pode e deve desempenhar alguns papéis importantes no combater à fome

  • Estabelecimentos de metas ESG para condicionamento dos bônus dos executivos
  • Garantir que todos os seus colaboradores e os dos seus parceiros comerciais recebem salários dignos
  • Startups de impacto tem mostrado como utilizar tecnologia, logística e educação para combater a fome e o desperdício
  • Advocacy com o governo para articular a adoção e ajudar na implementação de políticas públicas efetivas
    • Alguns serviços sociais podem ser desempenhados pela iniciativa privada, como a operação de CRAS por OSs
    • Há também startups usando tecnologia para ajudar na coordenação e fiscalização de serviços públicos
  • Exploração de oportunidades de negócio que ajudem melhorar o aproveitamento e o acesso a alimentos
  • Capacitação da população em necessidade para ajudar a sua empregabilidade e capacidade de geração de renda
  • Apoio financeiro em situações de emergência e de ausência do governo

Oportunidades

Barreiras

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

  • Falta consciência social efetiva para muitas empresas
  • Falta articulação entre o setor privado e o público
  • Empresas precisam olhar para dentro para efetivamente empregarem o ESG, começando por salários dignos
  • A capilaridade e logística reversa das empresas pode ajudar a alcançar comunidades carentes mais distantes
  • Ascenção do movimento ESG
  • Forte influência política de algumas empresas
  • Operação por OSs de serviços sociais (ex: CRAS)
  • Há startups usando tecnologia para ajudar na coordenação e fiscalização de serviços públicos

A iniciativa privada também pode ajudar na condução de políticas públicas

Empresas

Fatores críticos de sucesso

    • Ativar o pilar ESG em mais empresas com ações específicas, tangíveis e monitoradas contra fome e desperdício

    • Promover a colaboração entre iniciativas de empresas e associações para amplificar seus impactos

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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131

132 of 150

Um maior engajamento social pode ajudar a combater a fome

Diferentes fatores levam ao desperdício em casa

  • O brasileiro ainda valoriza muito a fartura e o consumo de carne, o que pode ser observado em um desperdício maior nos alimentos que mais consomem (arroz, feijão, carne e frango)
  • A perecibilidade dos alimentos pode variar a depender de um controle efetivo de pestes na produção

Oportunidades

Barreiras

  • Pesquisas da Embrapa e da Gouvêa Ecosystem apontam para uma sensibilização com a questão da fome
    • No entanto, há uma percepção de que essa sensibilização não leva à ação
  • O desperdício ainda não é claramente visto no Brasil como um problema de impacto ambiental

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

Fontes: Dados da Embrapa, com comentários de especialistas

  • Falta conectar sensibilização social com ação
  • Falta conscientização sobre o impacto ambiental do desperdício
  • Já há uma conscientização social para o problema da fome

Sociedade civil

Fatores críticos de sucesso

    • Aumentar o engajamento para transformar a indignação com problemas sociais em ação

    • Garantir uma melhor gestão alimentar nos lares para diminuir o desperdício

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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132

133 of 150

A qualidade da alimentação brasileira deixa muito a desejar

A insegurança alimentar se dá pela falta de condições financeiras para o acesso a alimentos

Oportunidades

Barreiras

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

  • O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, portanto a fome não pode ser um problema de produção
  • Falta renda para que as famílias acessem alimentos de qualidade
    • A taxa de desemprego vinha subindo nos últimos anos e se acentuou com a crise
  • A falta de condições para a compra de terras para a produção inibe a possibilidade de um êxodo urbano
    • Apesar de ter sido rejeitada pelo governo brasileiro, a reforma agrária foi feita em outros países
  • Um melhor planejamento de oferta pode ajudar a evitar choques de preços e manter os alimentos acessíveis
  • O brasileiro come muito pouca fruta e verdura
  • Falta educação alimentar para ajudar famílias a entenderem como cuidar da saúde em qualquer situação
  • Muitos dos chefes de família não têm tempo para comprar e/ou preparar alimentos saudáveis
    • Muitos trabalham mais de um emprego ou se deslocam por grandes distâncias, e não conseguem pegar os supermercados abertos
  • Há um aspecto aspiracional no consumo de refrigerantes e fast-food, que reforça a atração por ultra processados
  • A própria cesta básica não contempla uma alimentação verdadeiramente saudável e deveria ter a sua composição revisada
  • Falta acesso a capacitação profissional
  • Falta educação sobre alimentação de qualidade
  • Há um dilema entre renda e tempo para a gestão alimentar
  • Falta terra para as pessoas que queriam voltar para o campo
  • Potenciais parcerias com o Foodservice para facilitar compras no caminho de casa
  • Já existem programas de educação para o consumo consciente e para a capacitação profissional
  • Exemplos de reforma agrária nos EUA e Europa

População Urbana Faminta

Fatores críticos de sucesso

  • Garantir renda mínima para acessar alimentos e meios de preparo

  • Dar acesso a terras produtivas e melhorar capacitação para o uso delas

  • Promover uma gestão alimentar mais efetiva nos lares

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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133

134 of 150

Ainda há barreiras cognitivas à doação por restaurantes

Perdas no foodservice acontecem principalmente por vencimento e padronização

Oportunidades

Barreiras

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

  • Grandes cadeias investem pesado em planejamento de demanda, mas ainda assim uma parcela de seus estoques passa da validade
  • Outra parcela do estoque é desperdiçada devido à padronização na metodologia de preparo
    • Em grandes cadeias de fast food, esse número fica entre 2,5 e 3% do volume diário, enquanto em hospitais e bandejões corporativos ele chega a 10%
  • Grandes cadeias são mais eficientes no desperdício do que pequenos varejistas, mas representam somente 22% do faturamento anual do setor
  • Há uma percepção de que a Lei 14.016 não extingue totalmente os riscos de responsabilização de restaurantes doadores por eventuais problemas de saúde
  • Mesmo que a lei seja esclarecida, é necessária uma mudança de mentalidade, já que o desperdício é visto como um custo operacional recorrente do varejo alimentar

Fontes: Dados principais da Gouvêa Foodservice, com links externos e comentários de especialistas

  • Falta clareza de definição e comunicação para a Lei 14.016
  • Falta uma mudança de mentalidade para tratar o desperdício como problema a ser combatido
  • Falta educação na cadeia logística
  • Bancos de alimentos já mostram que é possível doar de maneira simples

Foodservice

Fatores críticos de sucesso

  • Priorizar o combate ao desperdício na operação de restaurantes

  • Viabilizar uma regulamentação que incentive as doações de alimentos e a redução de perdas

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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134

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Os supermercados já estão se mobilizando para combater perdas e desperdícios na cadeia

Fontes: Dados principais da ABRAS, com inserções da Greeners e Embrapa, e comentários de especialistas

Oportunidades

Barreiras

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

  • O principal motivo de perdas (30%) nos supermercados é a validade vencida, representando R$2,2 bi em 2020
  • O segundo fator que leva a perdas nos supermercados são furtos, provavelmente relacionado à fome
  • Os produtos perecíveis são os principais desperdiçados nos supermercados, especialmente FLV (frutas, legumes e verduras) e alimentos prontos para o consumo
    • Além da validade mais curta, esses alimentos passam por uma seleção criteriosa de apresentação, muitas vezes descartando produtos “fora do padrão”
  • O setor acredita que a flexibilização da data de validade pode viabilizar a redução de perdas por vencimento
    • Estão surgindo supermercados especializados em produtos próximos do vencimento, com descontos agressivos de até 80% (Greeners)
  • Até 60% (Embrapa) dos supermercados já participam de alguma iniciativa relacionada à doação de alimentos
    • O setor está estudando a implantação de um sistema de acreditação para ajudar supermercados a operarem como Foodbanks
  • Falta clareza de definição e comunicação para a Lei 14.016
  • Dificuldade de preparo e entrega de alimentos
  • Falta educação na cadeia logística
  • Falta uma mudança de mentalidade para tratar o desperdício como problema a ser combatido
  • Bancos de alimentos já mostram que é possível doar de maneira simples
  • ABRAS quer certificar supermercados para servirem como bancos de alimentos
  • Esforços de redução de perdas da cadeia varejista

Perdas ficam entre 1,5 e 3% do faturamento e acontecem principalmente por vencimento

Varejo Alimentar

Fatores críticos de sucesso

  • Elevar a importância da mitigação de desperdícios além do controle de custos

  • Destinar produtos desperdiçados que não possam ser evitados

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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O setor apresenta boas oportunidades de escoamento do desperdício

Oportunidades

Barreiras

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

  • A Greeners calcula um desperdício de 3 a 5% dos produtos finais, o que significaria uma perda anual de R$100 bi
    • Os motivos são diversos, incluindo fracassos de venda para novos lançamentos ou mesmo proximidade das datas de validade
  • Há também um desperdício volumoso de matérias primas dentro das próprias processadoras, ocasionado pela padronização dos processos produtivos e ineficiências na gestão de estoque
  • O volume de concentração de produtos e a proximidade dos polos industriais aos centros urbanos tornam as grandes processadoras uma boa fonte produtos para o escoamento
  • Além dos produtos finais, há também uma boa oferta de subprodutos como farinha de amendoim e malte de cerveja que podem ser aproveitados para enriquecer alimentos

Fontes: Contém dados da Greeners, links externos e comentários de especialistas

  • Falta uma mudança de mentalidade para tratar o desperdício como problema a ser combatido
  • Falta uma consciência social efetiva
  • Já há algumas empresas engajadas em escoar o desperdício e aproveitar subprodutos dos seus processos produtivos
  • Forte influência política de algumas empresas

Perdas nas processadoras de alimentos são volumosas em ambos insumos e produtos finais

Processamento de alimentos

Fatores críticos de sucesso

  • Assegurar que restrições sanitárias ajudem na redução de perdas e incentivem doações de alimentos

  • Manter o foco na redução de perdas dentro dos supermercados e ao longo da cadeia de suprimentos

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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A logística tem um papel crucial no Brasil, já que a produção fica muito longe do consumo

Entrevistados suspeitam que boa parte das perdas na cadeia acontecem nas CEASAS

Oportunidades

Barreiras

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

  • A CEAGESP é o principal hub alimentar do estado de SP, e cerca de 60 a 70% (ABRAS) dos alimentos consumidos fora do estado também passam por lá
    • Startups, chefs de restaurantes e até bancos de alimento próprios como o da CEAGESP buscam dar destino aos alimentos desperdiçados aí
  • Perdas na logística são atribuídas principalmente a problemas de infraestrutura, de compatibilidade entre modais de transporte e de capacitação de funcionários
    • A Associação espera reduzir perdas logísticas entre 20 e 30% com suas últimas ações de padronização e capacitação
    • Segundo a ABRAS, ainda não há estudos confiáveis sobre o desperdício em toda a cadeia logística
  • Atravessadores são a única opção de escoamento para muitas produções familiares, o que lhes permite ditar preços
    • A ABRAS espera reduzir perdas logísticas entre 20 e 30% com as últimas ações de padronização e capacitação que implementaram na cadeia logística
    • A WFP recomenda políticas públicas para conectar produtores locais a mercados locais
    • A Ação da Cidadania se juntou ao iFood para estudar alternativas logísticas para o pequeno agricultor
  • Alguns varejistas estabelecem contratos de consignação com produtores e atravessadores, mas isso não elimina o risco do escoamento da produção
  • Falta uma mudança de mentalidade para tratar o desperdício como problema a ser combatido
  • Falta educação na cadeia logística
  • Exemplos de esforços de redução de perdas da cadeia varejista

Fontes: Contém dados da ABRAS, links externos e comentários de especialistas

Logística e distribuição

Fatores críticos de sucesso

  • Garantir preços justos na distribuição para pequenos produtores

  • Assumir o protagonismo na mitigação de perdas logísticas

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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O desperdício “dentro da porteira” precisa ser estudado

Não há um planejamento central de oferta de alimentos para garantia da segurança alimentar

Oportunidades

Barreiras

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

  • Quando há excesso de produção, muitos produtores descartam ou queimam uma parcela da produção para segurar os preços
  • Há uma tendência de queda de preços no longo prazo devido ao aumento da eficiência produtiva
  • A FAO estima que a produção de alimentos no Brasil precisaria crescer 41% nos próximos 10 anos* para ajudar a abastecer a população mundial
    • Esse número não conta com uma redução no desperdício
  • Um planejamento central da disponibilidade de alimentos pode ser necessário para garantir oferta doméstica e proteger o consumidor de eventuais choques de preços
  • Não há dados confiáveis para mensuração em âmbito setorial
    • Há um debate sobre a diferença entre perda de alimentos e perda de produção (texto da Embrapa sobre o assunto)
  • Os especialistas acreditam que o desperdício varie significativamente entre os diferentes tipos de produtos
    • Grãos aparentam ter pouco desperdício no início da cadeia, já que não são perecíveis
    • Alimentos mais perecíveis como frutas, legumes e verduras são delicados e sofrem na colheita e no transporte
  • Faltam dados sobre o desperdício “dentro da porteira”
  • Falta um planejamento para a disponibilidade nacional de alimentos
  • Alguns estudos já foram feitos sobre produtos específicos
  • Algumas discussões do CONSEA já abordaram o tema do planejamento central de alimentos
  • Experiência anterior com a CONAB pode embasar a gestão futura de riscos de oferta

Fontes: Links externos e comentários de especialistas; *Dado fornecido pelo Roberto Rodrigues, não verificado

Grandes produções agrícolas

Fatores críticos de sucesso

  • Assegurar a oferta de alimentos necessária para o abastecimento nacional

  • Proteger o abastecimento nacional de choques de preços e oferta

Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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Outras políticas atuais têm acentuado a desigualdade no campo

Algumas políticas públicas em curso servem de ajuda essencial ao pequeno produtor

O pequeno produtor familiar precisa do apoio de políticas públicas para conseguir se sustentar

Oportunidades

Barreiras

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

  • Subsídios e isenção tributárias para grandes produtores
    • Menos de 1/6 dos recursos do Plano Safra 21/22 foram destinados à agricultura familiar
    • Lei Kandir isenta o pagamento de ICMS sobre as produções exportadas (valor subsidiado pela união)
  • Extinção do CONAB e redução do PAA reduziram as possibilidades de escoamento para o pequeno produtor
    • Especialistas concordam quanto à importância de um preço mínimo
  • A inspeção municipal/estadual da produção de alimentos de origem animal é burocrática e dificulta o acesso
    • Quase metade da carne produzida na Bahia vem de abatedouros clandestinos, o que representa riscos à saúde do consumidor e restringe o acesso a alimentos
  • Muitos produtores vivem de subsistência e não têm outra fonte de renda ou alimentação quando há quebra de safra
  • Muitos não têm acesso a varejistas e ficam reféns de atravessadores para escoar os seus excedentes
  • A falta de acesso à tecnologia e educação limita a versatilidade e a produtividade na produção do campo
  • Dificuldade de regularização e fiscalização para o abate de animais em alguns estados
  • Falta capacitação a agricultores familiares
  • O PNAE obriga a aquisição de pelo menos 30% dos insumos de agricultores familiares
  • O preço mínimo do PAA fornece alguma proteção contra preços abusivos de atravessadores
  • Pequenos produtores podem se organizar em cooperativas para ganhar escala
  • Programas de educação no campo (ex: BRF)

Fontes: Links externos e comentários de especialistas

Agricultura familiar

Fatores críticos de sucesso

  • Viabilizar a competitividade do pequeno produtor

  • Ajudar o pequeno produtor a se proteger de condições adversas

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Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos

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Fatores críticos de sucesso

Geração de dados

Pesquisas sobre a fome

Pesquisas sobre o desperdício

  • Amostra robusta

A amostra mínima necessária para se fazer uma pesquisa sobre a fome é de 2 mil entrevistados, baseados em uma população apta a votar de aproximadamente 150 mil pessoas, um intervalo de confiança de 95% e um erro amostral de ~2%

  • Representatividade

A amostra deve estar distribuída em proporções geográficas, raciais e de gênero similares às do resto do país

  • Métricas coletadas

Utilizar questionário já estabelecido e comparável aos usuais para não haver dificuldade de comparação com as pesquisas do IBGE

  • Metodologia de coleta de dados

Pesquisas presenciais são mais robustas do que pesquisas feitas pelo telefone

  • Melhor momento

Como o IBGE só tem um novo censo previsto para 2022, com divulgação dos dados prevista para 2023, e portanto é importante realizar outras pesquisas nesse meio tempo para que possamos acompanhar a evolução da fome em meio à pandemia

Fontes: Food for justice, VigiSAN, Embrapa

  • Amostra robusta

O desenho de uma amostra sólida requer um levantamento do número de classificação dos agentes em cada elo da cadeia produtiva, de forma a garantir a cobertura de uma parcela significativa da produção nacional e a representatividade das diferentes escalas de produção

  • Métricas coletadas

Será importante distinguir entre o desperdício de alimentos em condições de consumo e os que somente poderiam ser reaproveitados de outras maneiras

  • Metodologia de coleta de dados

Nos elos iniciais da cadeia, é possível pesar alimentos desperdiçados separadamente. Já nos elos mais avançados, pode ser necessário o uso de gravimetria.

  • Melhor momento

Quanto antes conseguirmos aferir esses números, melhor, já que a ONU lançou no ano passado a iniciativa de medir o desperdício mundial de alimentos anualmente, mas o IBGE, que se preparava para fazer a pesquisa no Brasil, sofreu cortes de orçamento que o impossibilitaram de seguir adiante com o trabalho

Iniciativas de geração de dados precisam utilizar metodologias e amostras robustas para estabelecer credibilidade aos seus resultados

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Fatores críticos de sucesso

Escoamento alimentar

Bancos de alimentos

Cozinhas solidárias

Foodtechs

  • Foco em preparo

Atuar em parcerias com ONGs que tenham contato com populações e situação de vulnerabilidade e assegurem a destinação dos alimentos a quem mais precise

  • Foco em escala

Maximizar o impacto concentrando-se em coletas de alimentos de fornecedores de grandes volumes, escoando alimentos a consumidores de grande volume

  • Investimento em logística

A coleta e entrega de alimentos requer caminhões e depósito frigorificados, de forma a minimizar o desperdício e maximizar o alcance

  • Coordenação e cooperação

Trabalhar em conjunto com outros bancos de alimentos para otimizar a cobertura geográfica e garantir que a oferta corresponde à demanda

  • Experiência planejada

Pensar a experiência dos beneficiários, de maneira que ela possa recarregar os seus ânimos e ajudar-lhes a se reerguerem

  • Fator multiplicador

Incorporar maneiras de ampliar o impacto da operação, seja pela capacitação profissional de cozinheiros solidários, seja pelo desenvolvimento e disseminação de técnicas de consumo consciente

  • Operação logística

Estabelecer uma operação sólida para o transporte de alimentos

  • Uso de tecnologia

Utilizar tecnologia para facilitar a eficiência de coordenação com clientes e fornecedores

  • Foco em escala

Maximizar lucro e impacto focando em grandes fornecedores e grandes consumidores

O escoamento alimentar é altamente dependente de logística e escalabilidade para maximizar o próprio impacto

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Fatores críticos de sucesso

Consumo consciente

Campanhas de conscientização

Ensino comunitário

  • Canais de comunicação

Utilizar canais com alcance a um público amplo para maximizar o impacto

  • Fator multiplicador

Incorporar maneiras de ampliar o impacto da educação, seja pelo envolvimento de líderes comunitários, seja pelo engajamento de alunos como agentes multiplicadores

O consumo consciente precisa ser ensinado de maneira amigável e aplicável ao contexto dos alunos

  • Formato amigável

Utilizar linguagem acessível e interatividade para facilitar a transmissão do conhecimento

  • Contextualização

Integrar a conscientização alimentar com conhecimentos sobre a gestão do lar, para contextualizar a sua importância e destacar ainda mais os atrativos de uma gestão inteligente

Em comum

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Fatores críticos de sucesso

Geração de renda

Capacitação para inserção no mercado de trabalho

Cursos de empreendedorismo

Capacitação da agricultura familiar

Apoio profissional a economias criativas

  • Ampliar chances de inserção

Mapear os empregos mais acessíveis às comunidades atendidas para elencar as habilidades e conhecimentos necessitados localmente

  • Contexto local

Entender as preocupações e demandas locais para facilitar a conciliação com o formato e o conteúdo programático

  • Auxílio extracurricular

Assegurar que as condições locais possibilitam a presença e o foco necessários para o comparecimento às aulas

  • Ampliar chances de sucesso

Trazer técnicas e conhecimentos relevantes aos mercados localmente acessíveis

  • Contexto local

Entender as preocupações e demandas locais para facilitar a conciliação com o formato e o conteúdo programático

  • Auxílio extracurricular

Assegurar que as condições locais possibilitam a presença e o foco necessários para o comparecimento às aulas

  • Valorização da produção local

Trazer técnicas e conhecimentos relevantes para as produções que melhor se adequem às condições locais de produção

  • Contextualização

Situar a importância da cultura local no contexto do abastecimento nacional

  • Empoderamento logístico

Analisar opções de escoamento para a produção local e eventuais mecanismos de defesa que possam ajudar na negociação com atravessadores

  • Potencial comercial

Apoiar iniciativas que agreguem valor local a consumidores de outras regiões

  • Valorização da produção

Conscientizar o mercado sobre o valor agregado dos produtos nativos a diferentes partes do país, de modo a ampliar o seu potencial comercial

  • Agregar conhecimento empresarial

Apoiar negócios selecionados com expertise administrativa até então inacessível a seus membros

  • Desenvolver conhecimento técnico

Investir em pesquisa para agregar ainda mais valor e competitividade à produção local

Educar comunidades para a geração de renda requer um profundo entendimento de suas realidades, valorizando o contexto local onde possível

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Ao contrastar os modelos de atuação com as barreiras, identificamos um modelo de atuação pouco explorado atualmente

Modelos de Atuação

Organização do Setor Privado

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DESCRIÇÃO

Articulação entre atores do setor privado para que atuem de maneira mais coordenada e se mobilizem em prol de um melhor acesso a alimentos.

PÚBLICO

Empresas e associações setoriais, além de produtores e processadores de alimentos de diferentes escalas.

INVESTIMENTO

Mediano: Requer coordenação com múltiplos atores.

IMPACTO

  • Escala

Ampla: Pode mobilizar algumas das maiores empresas no país a fazerem as suas partes no combate ao desperdício. 

  • Duração

Vitalícia: Ações tomadas por grandes empresas dificilmente seriam revogadas mais à frente, especialmente caso isso ameace trazer publicidade negativa.

Mobilização setorial pela redução de desperdícios

Coordenação do abastecimento nacional/regional

Cooperativismo na Agricultura Familiar

Apoio profissional a economias criativas

Exemplos

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Fatores críticos de sucesso

Planejamento & Coordenação

Advocacy

Implementação

Fiscalização

  • Foco no governo federal

Garantir primeiro os recursos maiores da União para depois coordenar com estados e municípios

  • Comunicação simples

Abrir o diálogo de maneira objetiva para otimizar o impacto

  • Suprapartidarismo

Estabelecer uma abordagem neutra, incluindo políticos e pensadores diversos

  • Fonte de recursos

Identificar e comunicar os fundos que podem ser redirecionados para o combate à fome

  • Contrapartida eleitoral

Deixar claro o retorno em votos que pode vir de uma política pública bem sucedida

  • Focalização

“Organizar a fila” de beneficiários para assegurar a eficiência e a eficácia do gasto público

  • Integração tripartite

Coordenar ações com estados e municípios para viabilizar a eficácia das políticas

  • Integração com outras políticas

Analisar o encaixe com políticas bem sucedidas e oportunidades de simplificação de políticas/programas

  • Utilização da governança

Utilizar mecanismos de coordenação existentes no governo

  • Assistência por vouchers

Prezar pela liberdade do líder domiciliar escolher como utilizar o auxílio

  • Parcerias com o setor privado

Entender que partes da política podem ser executadas por OSs de maneira mais eficiente

  • Inteligência local

Utilizar a ajuda de líderes comunitários para a identificação e amparo das pessoas que mais precisam

  • Fazer bom uso dos dados

Utilizar informações do CadÚnico para identificar possíveis irregularidades

  • Uso de tecnologia

Viabilizar o monitoramento em comunidades distantes por meio da tecnologia

O trabalho com políticas públicas exige diferentes cuidados ao longo de seu processo de realização

Políticas públicas

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Glossário (Pág. 1/2)

  • Auxílio Emergencial: Programa emergencial entregado pelo governo durante o período de pandemia (2020 – 2021).

  • Câmara Interministerial/Intersetorial da Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN): Câmaras de coordenação entre órgãos públicos para ações de combate à fome
    • Participam as pastas da Cidadania; Relações Exteriores; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Educação; Saúde; Ciência, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento Regional; Mulher, Família e Direitos Humanos; Chefe da Secretaria da Presidência

  • Centro de Referência [Especializado] de Assistência Social (CRAS e CREAS): Centros responsáveis pela prevenção (CRAS) e amparo (CREAS) para situações de vulnerabilidade e risco social nas comunidades locais

  • Conselho Federal/Regional do Serviço Social (CFESS e CRESS): Conselhos de classe dos profissionais do serviço social, com mais de 200 mil cadastrados

  • Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB): Instituição pública que tem como objetivo manter níveis de estoque de alimentos para Segurança Alimentar a nível nacional incluindo compra de Agricultores Familiares.

  • Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA): Conselho entre representantes do governo e da sociedade civil para avaliação e fiscalização de políticas públicas para a segurança alimentar. O CONSEA nacional foi extinto no primeiro ato do governo Bolsonaro
  • Desperdício de alimentos: todo o descarte que poderia ter sido evitado com um melhor planejamento. Considerando o critério da FAO - não importa a origem ou motivo, todo o descarte deve ser chamado de desperdício para enfatizar a necessidade de que tudo seja aproveitado

  • Insegurança Alimentar: indicador da falta de disponibilidade e o acesso das pessoas aos alimentos tanto em quantidade quanto em qualidade nutricional.

  • Insegurança Alimentar Leve: Incerteza ou preocupação quanto acesso aos alimentos no futuro, ou seja, quando a família não sabe se vai ter o que comer no dia seguinte.

  • Insegurança Alimentar Moderada: Redução quantitativa ou qualitativa de alimentos por falta de recursos. Neste caso, a pessoa pula refeições ou fica sem alimentos ocasionalmente, ou seja, quando a família começa a comer menos ou comer pior.

  • Insegurança Alimentar Grave: Escassez de alimentos a níveis perigosos à sobrevivência da família, ou seja, quando a família fica dias sem comer, às vezes sem conseguir alimentar nem mesmo as crianças.

  • Perda: todo o descarte que acontece por atritos ao longo da distribuição e não poderia ser evitado. Foco está na Cadeia Produtiva, não no consumidor.

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Glossário (Pág. 2/2)

  • Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): Programa que conectando refeições escolares com produtos da Agricultura Familiar

  • Programa Bolsa Família: Programa de transferência de renda para as famílias mais pobres no Brasil.

  • Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): Programa que entrega financiamento para produtores e agricultores rurais familiares para investimento em modernização da produção

  • Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC): Programa que proporciona capacitação para produtores pequenos e médios

  • Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): Programa de refeições para alunos de escolas com uma cobertura de 43 milhões de crianças.

  • Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (PRONAMP): Programa que entrega créditos para investimento em tecnologia e modernização de infraestrutura agrícola.

  • Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN): Sistema de governança criado para assegurar o direito à alimentação adequada (criado pela LOSAN – Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional) que inclui a Câmara Interministerial e Conselhos de Segurança Alimentar a nível Federal, Estadual e Municipal.
  • Sistema Único da Assistência Social (SUAS): Sistema de integração entre órgãos do governo na provisão de assistência social (criado pela LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social)

  • Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN): Sistema nacional consolidando dados relevantes para a vigilância alimentar e nutricional por município

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Fontes de Informação Quantitativa (Pág. 1/3)

Consideramos fundamental manter a clareza das fontes utilizadas na pesquisa de dados secundários e aqueles mencionados nas entrevistas e matérias para manter a neutralidade dos resultados do estudo.

VIGISAN - Pesquisa Nacional de Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil

Dados de Instituições

Por que? Estudos e matérias relacionadas a fome e pobreza de diferentes instituições públicas e do terceiro setor.

Nacional: ActionAid, Ação Cidadania, FGV.

Internacional: ONU/WFP, FAO, OXFAM, CEPAL.

IBGE

Por que? Fonte confiável e abrangência de dados.

Dados referente de população e renda históricos da POF (2018) e PNAD (2013).

Por que? Pesquisa mais estruturada e robusta do mapa da fome durante a pandemia.

Elaboração: PENSSAN* com suporte de ActionAid, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Instituto Ibirapitanga e OXFAM Brasil.

*PENSSAN: Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional

Por que? Entendimento geral do problema da fome e obtenção de “grandes números”.

Se incluem médios com maior credibilidade. BBC, CNN, Globo, Valor econômico, Folha de São Paulo, Estadão, Exame.

Por que? Obtenção de estudos e dados oficiais de programas e orçamento/gasto público.

IPEA, sites oficiais do Governo incluindo Transparência, Senado e Ministérios.

Por que? Entendimento da realidade da fome e obtenção de “grandes números”.

Consideramos todos os dados e informações mencionadas nas entrevistas e estudos enviados.

Portais Governo

e Senado

Entrevistas

Imprensa

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Fontes de Informação Quantitativa (Pág. 2/3)

Mapa da Fome:

  • Food and Agriculture Organization [FAO]: (1) Food Insecurity Experience Scale (2004); (2) The Hunger Map (2011, 2014, 2019).
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]:
    • Escala de Brasileira de Insegurança Alimentar EBIA (2004)
    • Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: [PNAD] (2004); PNAD (2009); PNAD (2013); PNAD Continua (2020)
    • Pesquisa de Orçamentos Familiares: [POF] (2018); POF Análise de Segurança Alimentar no Brasil (2018); POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018)
    • Síntese de Indicadores Sociais [SIS] (2020);
    • Serie de Inflação (2020)
    • Aglomerados Subnormais – Resultados Preliminares (2019)
    • Estimativa Mulheres Solo chefe de lar (2020)
    • Estimativa população indígena (2020)
    • Projeção de famílias no Brasil (2022)
    • Projeção da População por Idade, Gênero, Raça/Cor (2022)
    • Agência IBGE Notícias – PIB (2022).
  • Rede PENSSAN – VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020, 2022)
  • Food for Justice - Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil (2020)
  • Datafolha, Folha de São Paulo – Fome no Brasil (2021)
  • Portal Transparência – Dados de Auxílio Emergencial, Programa Bolsa Família e Programas de Governo (2020)
  • Caixa.gov – Auxílio Brasil (2022)
  • Instituto de Pesquisa econômica Aplicada [IPEA]:
    • A Trajetória Histórica da Segurança Alimentar e Nutricional na Agenda política Nacional: Projetos, Descontinuidades e Consolidação (2014)
    • Estudo Efeito PBF (2019)
    • Estudo Pessoas em Situação de Rua (2020)
  • FGV Social com dados de IBGE – PNAD Continua (2011 – 2020)
  • FGV Social – Montanha Russa da Pobreza (2022)
  • PUCRS - Desigualdades nas Metrópoles (2021)
  • Datafavela – Pesquisa “A Favela e a Fome” (2021)
  • Políticas Públicas De Fomento À Produção Familiar No Brasil: O Caso Recente Do Pronaf – Lauro Mattei (2013)
  • Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) - Pesquisa de Pessoas Trans em SP (2021)
  • UNICEF Brasil - Impactos primários e secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes (2020)
  • Notas de Imprensa: BBC Brasil (2020); DW Brasil (2020); Folha de São Paulo (2019); Exame (2019)

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Mapa do Desperdício de Alimentos:

  • IBGE - Portal de Produção Agropecuário Brasil (2019). https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/

  • Food and Agriculture Organization [FAO]:
    • Save Food (2011)
    • The state of Food and Agriculture (2019)

  • Associação Brasileira de Proteína Animal [ABPA] – Mercados por Tipo de Carne Aves, Suínos e Ovos (2020). https://abpa-br.org/mercados/

  • Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária [EMBRAPA]:
    • Desperdício de Alimentos (2018)
    • Lana, M. M., Perdas e Desperdício de Hortaliças no Brasil, Embrapa (2018)
    • Produção e Exportação de Alimentos (2021) https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/62619259/brasil-e-o-quarto-maior-produtor-de-graos-e-o-maior-exportador-de-carne-bovina-do-mundo-diz-estudo

  • Comex Stat – Dados de Exportação e Importação por tipo de alimento (2020) http://comexstat.mdic.gov.br/

  • Associação Brasileira de Supermercados [ABRAS] – Análise de Perdas e Desperdícios no Varejo Alimentar (2020)

Fontes de Informação Quantitativa (Pág. 3/3)

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