Relatório Diagnóstico:
Mapa da Fome e do Desperdício de Alimentos no Brasil
Dezembro de 2022
1
O projeto
O Movimento
2
O projeto
Objetivos deste material
3
O projeto
Índice do Material
Principais Conclusões
Pág. 5 – 13
Mapa da Fome
Pág. 14 – 50
Mapa do Desperdício de Alimentos
Pág. 51 – 68
Entendimento do Ecossistema
Pág. 69 – 97
Anotações do Workshop
Pág. 113 – 115
Apêndices
Pág. 116 – 149
7
1
2
3
4
6
Apêndice 6.1 | Mapa da Fome: Análise Regional Municipal e Cesta Real | 119 – 120 |
Apêndice 6.2 | Mapa do Desperdício de Alimentos: Análise de Produção e Desperdício por Elo | 121 – 126 |
Apêndice 6.3 | Detalhamento Ecossistema: A. Detalhamento Atores | 127 – 138 |
Apêndice 6.4 | Possíveis Caminhos de Atuação | 139 – 144 |
Apêndice 6.5 | Glossário | 145 – 147 |
Apêndice 6.6 | Fontes de Informação | 148 – 149 |
Possíveis Caminhos de Atuação
Pág. 98 – 112
5
4
Principais Conclusões do Estudo
1
5
O que foi realizado
27 entrevistas com especialistas de diferentes esferas do ecossistema:
Visita de 2 dias à Gastromotiva:
Pesquisa quantitativa e análises e dados:
Primeira visão de possíveis caminhos �e recomendação de modelo de atuação usando Capacidade Instalada
A primeira versão deste relatório foi criada em 2021 com base nas seguintes atividades:
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6
vivo e que seja atualizado de acordo com o sum
O projeto
Anos de Fontes
Estes são os anos das últimas atualizações das informações do documento. A intenção é mantermos o material como conteúdo vivo, atualizando-o de acordo com o surgimento de novas pesquisas.
Dados sobre a prevalência da fome
Composição de cestas/Atualização de preços
Dados gerais de economia
Orçamentos federais
Mapa mundial da fome
2022
2022
2018/2022
2022
2022
Estimativa de produção agropecuária
Desperdícios da produção
2018
Porcentagens de desperdício por alimento
2011
Entrevistas com especialistas
2021
FOME
DESPERDÍCIO
ECOSSISTEMA
2020
7
FOME
DESPERDÍCIO
ECOSSISTEMA
1
Qual é o tamanho da população que tem fome e como ela se distribui �a nível regional?
2
3
Quanta comida é desperdiçada, de qual tipo, em quais elos da cadeia e em quais regiões são os maiores desperdícios?
Como os atores do ecossistema se relacionam com esses problemas e que barreiras os impedem de solucioná-los?
MAPA DA FOME E DO DESPERDÍCIO �DE ALIMENTOS �NO BRASIL
Terceiro Setor
Empresas
Sociedade Civil
Governo
População urbana faminta
8
8
Mapa da Fome – Reflexões (Parte 2/2)
Em nível estadual e municipal existem oportunidades a ser alavancadas através dos governos locais, do Terceiro Setor, Setor Privado – e neste caso as prioridades deveriam seguir os focos regionais mencionados previamente começando pelos estados de SP, RJ, PA, CE, PE e MA.
Dessa forma é possível impactar 19 milhões de pessoas com fome, o que representa 56% do total nacional.
Os grupos vulneráveis mais expressivos passando fome são a população preta e parda (18,1% de seu total), população urbana (15% do seu total) com foco nas favelas, pessoas com insegurança hídrica (42% do seu total), famílias chefiadas por mulheres (19,3% do seu total), crianças e adolescentes (18,1% do seu total). Um trabalho bem focado nas favelas de SP, por exemplo, pode atingir quase 2,4 milhões de pessoas - 7% da população total com fome.
Para fins de comparação quantitativa, consideramos a cesta nutricional estimada pela POF (2018), e constatamos que a população com fome consome 0,6 kg/dia a menos por dia. Isso representa uma refeição e meia a menos em relação a uma pessoa com segurança alimentar, e soma 218 kg a menos no ano.
Para entender o volume de alimentos necessário para combater a fome, calculamos o déficit alimentar da população com fome (33,1 milhões de pessoas) em relação às cestas consideradas neste estudo, estamos entre R$ 139 a 145 bilhões falando de um volume mínimo de alimentos a serem supridos entre 4,4 e 7,3 milhões de toneladas/ano. Seria necessário um orçamento para combater a fome, a depender da cesta definida.
Programas estruturais de segurança alimentar e transferência de renda são essenciais para se combater a pobreza e a fome efetivamente. Em nível nacional, o governo federal tem papel fundamental para garantir capilaridade e abrangência. Para isso, é preciso garantir prioridade política, orçamento dedicado ao longo dos anos e ferramentas de participação e controle social para fazê-lo de maneira sustentável.
9
9
Mapa da Fome – Reflexões (Parte 1/2)
Em 2022 o Brasil atingiu o número de 125,2 milhões de pessoas com insegurança alimentar e 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020. Esse número está espalhado por todo o Brasil, mas SP e BA concentram 23% do volume total. Em termos de proporção relativa dentro de cada estado, AM e MA são os que mais sofrem com a fome, com 39% e 37% de suas populações em insegurança alimentar grave.
Já tivemos uma situação bem diferente, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave, ou seja 7,2 milhões de pessoas, após uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013. Apesar do número ainda expressivo, o Brasil conseguiu sair do mapa da fome mundial com esse resultado. Este movimento foi reflexo de um período de crescimento econômico, mobilização da sociedade civil e estruturação de políticas públicas intersetoriais com foco em renda e segurança alimentar para os mais vulneráveis.
A fome já tinha aumentado de forma considerável desde 2018 (10,3 milhões de pessoas, 30% de aumento desde 2014), de modo que a causa não pode ser atribuída exclusivamente à pandemia – ela só exacerbou uma situação que já vinha se deteriorando. Este efeito é resultado de múltiplos fatores incluindo corte de orçamentos nos programas estruturais mencionados anteriormente e a crise político-econômica.
A fome está ligada diretamente à pobreza e desemprego. Estamos falando de 12 milhões de pessoas desempregadas e 28 milhões de pessoas vivendo com menos de R$303 per capita por mês em 2022. Entre esses 28 milhões, 43% se encontravam em situação de insegurança alimentar grave. Este quadro só pode mudar com programas bem definidos de transferência de renda e geração de empregos.
Sem uma atuação efetiva em programas de segurança alimentar e transferência de renda, existe uma forte tendência da situação da fome no Brasil piorar – e o problema não é falta de orçamento. Exemplo disso foi o Auxílio Emergencial, que contou com um investimento alto - R$ 295,6 bi, isto é 9 vezes o orçamento anual dos programas de segurança alimentar, e não foi capaz de reduzir a quantidade de pessoas na pobreza e com fome de maneira perene. Além disso, 21,5% das pessoas recebendo o Auxílio Brasil ainda estão em situação de fome.
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Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 1/2)
Fome e desperdício são dois desafios independentes e resolver um deles não vai necessariamente resolver o outro. A redução do desperdício na cadeia de valor traz eficiências (sustentabilidade ambiental, redução do custo de produção do alimento, maior disponibilidade de produtos...), mas não necessariamente ajudam a alimentar quem tem fome diretamente.
Se aumentássemos a nossa eficiência de aproveitamento de alimentos em 10 pontos percentuais, reduzindo o desperdício do produtor até o varejo e nos igualando à eficiência dos EUA, ainda teríamos cerca de 39 milhões de toneladas de desperdício por ano. Esse volume é 5,4 vezes a quantidade de alimentos necessários para erradicar a fome no país por 1 ano.
Não existem estudos integrados e profundos no Brasil que façam o mapeamento completo do desperdício na cadeia de alimentos. Para combater o desperdício de alimentos, é fundamental a geração de dados detalhados ao longo da cadeia alimentícia por elo, tipo de alimento e regiões.
Olhando a cadeia de alimentos, identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, com volumes significativos em todos os elos. Dentre os elos da cadeia produtiva (do produtor até o varejo/food service, excluindo a casa do consumidor) o desperdício é de 47,9 milhões de toneladas (84% do total) e particularmente o elo com maior impacto é o produtor (30% do total). Como os elos da cadeia estão interligados, é preciso atuar em todos eles.
Frutas, Hortaliças, Tubérculos e Laticínios são as 4 principais categorias de alimentos desperdiçados na cadeia de alimentos e representam 45 milhões de toneladas/ano – justamente esses 4 alimentos são necessários para cobrir as principais necessidades da fome. A única categoria relevante para o combate à fome que tem desperdício menor do que o déficit e um custo mais alto são carnes vermelhas, mas ainda assim existe potencial a ser explorado.
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Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 2/2)
Olhando os dois mapas – tanto de fome quanto de produção – vemos que existem desafios fundamentais em termos logísticos e financeiros ao se tentar conectar o desperdício com as pessoas passando fome. Considerando isso, os primeiros estados para começar a trabalhar seriam SP e MG, caso o foco do combate à fome seja o redirecionamento do desperdício.
Na visão por região e olhando o desperdício apenas na produção vemos que 56% dos alimentos produzidos e desperdiçados estão nos estados de Sudeste e Sul (SP, MG, PR, RS) – particularmente SP e MG somam 8,5 milhões de pessoas com fome. No entanto, os estados de AL e PI – os quais têm a maior penetração de fome – enfrentam uma escassa capacidade para resgatar alimentos da produção local.
No último elo, do consumidor, vemos um desperdício de 7,5 milhões de toneladas/ano – 15% do desperdício total na cadeia de alimentos.
Nossa hipótese é que o fator crítico que provoca esse desperdício nos lares é a cultura de abundância de comida, já que o brasileiro acredita que é importante ter fartura e valoriza refeições frescas e feitas no mesmo dia. Um trabalho de conscientização neste elo pode fazer a diferença.
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Entendimento do Ecossistema – Reflexões
Todos os atores da sociedade e elos da cadeia produtiva de alimentos são afetados pela fome e o desperdício de alguma maneira e podem contribuir para o combate a ambos os problemas nos seus cotidianos – a capacidade financeira e responsabilidade constitucional fazem do governo federal um protagonista nesse desafio.
Analisamos diferentes iniciativas no ecossistema do combate à fome e ao desperdício e identificamos 5 modelos de atuação entre elas, incluindo geração de dados, escoamento alimentar, consumo consciente, capacitação para a geração de renda e apoio a políticas públicas.
Identificamos 10 principais barreiras que impedem a conquista desses fatores críticos de sucesso hoje, e que precisam ser endereçadas de alguma forma por iniciativas de combate à fome e o desperdício para viabilizar uma mudança estrutural na conjuntura atual – entre elas estão barreiras políticas, econômicas e sociais.
Mapeamos 24 fatores críticos de sucesso que precisam ser endereçados para um combate eficaz à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil, e por cada um dos 11 atores identificados. Dentre os atores estão a sociedade civil, o setor público e os principais agentes da cadeia de alimentos.
Ao contrastar esses modelos de atuação com as barreiras, identificamos um possível modelo de atuação pouco explorado entre as iniciativas contempladas – trata-se do trabalho de mobilização de agentes privados, que pode levar a uma atuação mais forte e coordenada na redução do desperdício, expansão do cooperativismo e apoio a economias criativas.
No apêndice deste documento incluímos também os fatores críticos para o sucesso de novas iniciativas em qualquer um dos modelos de atuação observados, com base nas nossas conversas com especialistas e análise das iniciativas existentes.
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Mapa da Fome
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DESPERDÍCIO
ECOSSISTEMA
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Quanta comida é desperdiçada, de qual tipo, em quais elos da cadeia e em quais regiões são os maiores desperdícios?
Como os atores do ecossistema se relacionam com esses problemas e que barreiras os impedem de solucioná-los?
Terceiro Setor
Empresas
Sociedade Civil
Governo
População urbana faminta
FOME
1
Qual é o tamanho da população que tem fome e como ela se distribui �a nível regional?
MAPA DA FOME E DO DESPERDÍCIO �DE ALIMENTOS �NO BRASIL
15
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Abordagem
Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício
1
Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
Os principais resultados são:
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Escala de Experiência de Insegurança Alimentar
(FIES – Food Insecurity Experience Scale)
Prevalência de subalimentação
(PoU - Prevalence of Undernourishment)
Fontes: (1) IBGE – Escala de Brasileira de Insegurança Alimentar EBIA (2004), (2) Food and Agriculture Organization [FAO] – Food Insecurity Experience Scale (2004); Prevalence of Undernourishment – PoU (1999)
Mapa da Fome – Como se define a fome?
Incerteza ou preocupação quanto ao acesso a alimentos no futuro, ou seja, quando a família não sabe se vai ter o que comer no dia seguinte.
Redução quantitativa ou qualitativa de alimentos por falta de recursos. As pessoas pulam refeições ou ficam sem alimentos ocasionalmente, ou seja, quando a família começa a comer menos ou pior.
Escassez de alimentos a níveis perigosos à sobrevivência da família, ou seja, quando a família fica dias sem comer, às vezes sem conseguir alimentar nem mesmo as crianças.
Nacional - EBIA (IBGE)(1)
Internacional – PoU e FIES (FAO) (2)
Pleno acesso de todos os integrantes da família aos alimentos, em quantidade e qualidade adequadas.
EBIA – Escala Brasileira de Insegurança Alimentar
Indicador baseado em um questionário sobre o consumo de alimentos e a disponibilidade de renda para tal por domicílio. É utilizado em sua forma extensa (8 a 14 perguntas) nas pesquisas PNAD e POF do IBGE, e na forma resumida (8 perguntas) nas pesquisas VigiSAN, da Rede PENSSAN.
O indicador classifica a situação familiar em 4 níveis:
FAO tem 2 indicadores chave para medir insegurança alimentar e fome de forma padronizada a nível global:
Insegurança Alimentar Leve
Insegurança Alimentar Moderada
Insegurança Alimentar Grave
Segurança Alimentar
Mede a probabilidade do consumo alimentar habitual do indivíduo médio estar abaixo da necessidade calórica mínima para se manter saudável.
Ele é calculado utilizando dados nacionais sobre as seguintes variáveis:
Denota a média móvel de 3 anos do percentual da população subalimentada.
1
2
Escala de referência global que permite comparar a insegurança alimentar em todos os países através de uma pesquisa quantitativa que inclui 8 perguntas.
Ela tem seus resultados classificados em 3 níveis de insegurança alimentar, alinhados de forma geral com a escala EBIA.
Existem 3 indicadores chave seguindo parâmetros internacionais (FAO) e nacionais (IBGE). Utilizamos no estudo o EBIA/FIES considerando 3 níveis de insegurança alimentar – leve, moderada e grave. Classificamos a fome como insegurança alimentar grave.
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Em 2008 criou-se o primeiro Mapa Mundial da Fome, elaborado pela FAO buscando trazer um diagnóstico global da fome no mundo através do indicador Prevalência de Subnutrição* (Prevalence of Undernourishment - PoU) onde Brasil tem ficado historicamente na faixa de 5% - 9% até 2013, onde teve seu mínimo (menos de 5%). Depois desse período é possível ver o aumento do índice, de forma a ser ainda mais agravado pela pandemia.
Fontes: Food and Agriculture Organization [FAO] - The Hunger Map (2011, 2014, 2019).
*Prevalência de Subnutrição (PoU): Parcela da população que tem uma ingestão calórica (energia alimentar) insuficiente para atender às necessidades energéticas mínimas definidas como necessárias para uma determinada população. **Em 2019 Brasil ainda não aparece oficialmente com fome moderada no mapa da FAO pela falta de dados oficiais do IBGE.
Muito baixa: menos de 5%
Baixa: 5% - 9%
Porcentagem da população do país com PoU:
Moderada: 10% - 19%
Alta: 20% - 34%
Muito Alta: mais de 35%
Não medido
Mapa da Fome – Referência Internacional da FAO*
Mapa Mundial da Fome anos 2011 – 2014 – 2019 – 2022
Porcentagem da população que tem uma ingestão calórica (energia alimentar) insuficiente para atender às necessidades energéticas mínimas definidas como necessárias para uma determinada população.
2011
2014
2019
2022
18
18
Abordagem
Mapa da Fome – Tamanho do Desafio
POF (2018)
Insegurança Alimentar:
Leve
Moderada
Grave
Grave – Pessoas em Situação de rua(2)
A cada 5 anos
9,0%
5,0%
27,0%
59,0%
18,6
10,3
56,0
122,2
Com Segurança Alimentar
*Pesquisas específicas para mostrar as % de insegurança alimentar, Se assume que o total da amostra é representativa da população do Brasil – intervalo de confiança de 95%
Autores
Frequência
Amostra
Cobertura
Método
Período
Nome
2017 – 12 meses de pesquisa
68.862 domicílios
Brasil
Presencial
Resultados da fome
VigiSAN (2022)
Food for Justice (2020)
Datafolha (2021)
26,9
31,8
67,1
86,0
12,7%
15,0%
31,7%
40,6%
Segunda vez, dados bienais
Dez 2021 - abril 2022
12.745 domicílios
Brasil
Presencial
Primeira vez, não frequente
Ago-Dez 2020
2.004 domicílios
Brasil
Telefônica
Primeira vez, ad-hoc
Mai 2020
2.071 domicílios
Brasil
Presencial
Pensando nos últimos meses, você diria que a quantidade de comida na sua casa para você e sua família foi:
IBGE
Food for Justice | FU Berlin UFMG, U. Brasília, IBPAD
Folha de São Paulo
Menos do que suficiente
25%
65%
10%
O suficiente
Mais do que suficiente
PENSSAN | OXFAM Brasil, ActionAid, Friedrich Ebert
Para 2022, usamos o estudo da FGV Social em comparação às pesquisas de fontes distintas dos anos anteriores.
Pesquisas representativas da população* para estudar a fome durante a pandemia
Referência Metodológica
(critérios, amostra e método)
Mesmos critérios de segurança Alimentar que IBGE
FGV Social (2022)
FGV Social, com dados da Gallup World Poll
Primeira vez, dados anuais
Ago-Nov 2021
1-3 mil pessoas
Brasil
Telefônica
Em algum momento, nos últimos 12 meses, faltou dinheiro para comprar alimentos para você ou para a sua família ?
41,3%
28,0%
15,2%
15,5%
19
19
Abordagem
Mapa da Fome – Tamanho do Desafio
0,18
0,1
0,07
(IBGE(4))
(VigiSAN(6))
182,1
201,3
207,1
213,3
72,3
52,1
85,0
125,2
(IBGE(2))
191,5
66,3
Fontes: IBGE - (1) PNAD (2004), (2) PNAD (2009), (3) PNAD (2013), (4) POF (2018). Foram considerados os dados originais de IBGE sem reanálise por escala EBIA de 8 itens. (5) Rede PENSSAN – I VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020); (6) Rede PENSSAN – II VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2022); (7) IPEA – Estudo Pessoas em Situação de Rua (2020) e estimativa para 2022 com 31% de aumento. Se assume que todos passam por insegurança alimentar grave.
7,7%
3,6%
5,0%
15,5%
% da população com fome
5,8%
(39,7%)
(25,9%)
(41,1%)
(58,7%)
(34,6%)
(IBGE(1))
(IBGE(3))
(28,0%)
-24%
62%
15%
31%
-19%
0,05
Após a redução entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população, ou seja 7,2 milhões de pessoas com insegurança alimentar grave, o Brasil tem aumentado esta parcela chegando a 33,1 milhões de pessoas em 2022 (15,5% da população)
Insegurança Alimentar:
Leve
Moderada
Grave
Grave – Pessoas em Situação de rua(2)
Distribuição Insegurança Alimentar (milhões)
População Brasil (milhões)
População em Insegurança Alimentar (milhões)
Importante reforçar que a fome já tinha aumentado de forma significativa antes da pandemia
Ainda com uma diminuição da fome, o tamanho da população faminta ainda é significativo
(VigiSAN(5))
211,8
116,9
(55,3%)
9,0%
0,22
(15,2%)
73%
85%
81%
44%
28%
2018
2022
2009
2004
2013
2020
19%
36%
43%
31%
33%
Em 2022 vimos que pessoas com IA leve regrediram para situações mais graves de insegurança alimentar
0,28
20
20
.
A evolução da fome está atrelada também à situação econômica. Até 2013 a economia do Brasil cresce numa média de 3,6%, no entanto, desde 2014 o Brasil entra num período de crise econômica (-0,16% na média), com piora da situação por conta da pandemia.
Abordagem
Mapa da Fome – Tamanho do Desafio
Fontes: IBGE - Serie de Inflação (2020); World Bank - Serie de Inflação Brasil (2020) ; Agência IBGE Notícias (2022).
Variação do PIB do Brasil | 2004 - 2021
2000 - 2004
2005 - 2009
2010 - 2013
2014 - 2018
2019 - 2021
Nos 5 primeiros anos do milênio, tivemos um período de crescimento sólido na economia brasileira, com uma média de 3,1% a.a.
Crescimento médio de 3,6%, mesmo com a queda em 2009, fruto da crise financeira do sub-prime nos Estados Unidos
Período de forte crescimento, com média anual de 4,1%, o que trouxe um maior orçamento público no período
Tivemos uma crise econômica resultante em uma queda na média do PIB de -0,7% a.a., reflexo da crise política existente no Brasil, entre outros fatores
Atravessando a pandemia o PIB acumulou uma leve alta na média, de 0,6% a.a., com números mais fortes em 2021
21
21
Dentre os fatores chaves da redução da fome com evidência internacional se incluem as políticas públicas que impulsionam o aumento do emprego, programas de transferência de renda, programas de alimentação escolar e fortalecimento da agricultura familiar.
(1) FAO - Food and Agriculture Organization - Food Insecurity in the World (2014).
Segundo as pesquisas da ONU/FAO(1), até 2013, Brasil teve
5 fatores de sucesso na meta de combate à fome:
Aumento da renda dos mais pobres com o crescimento real de 71,5% do salário mínimo e geração de 21 milhões de empregos;
Bolsa Família: Programa do Governo Federal de Acesso à Renda;
PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar: 43 milhões de crianças e jovens com refeições nas escolas;
CONSEA - Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: Governança, transparência e participação da sociedade, com tomada de decisão e conexão direta com a liderança do governo;
Garantir oferta a preços competitivos no mercado local, incentivando a produção para segurança alimentar através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF)
Abordagem
Mapa da Fome – Fatores na evolução da fome
2018
2022
2009
2004
2013
2020
22
22
Informação oficial e histórica no detalhe pelo Portal de Transparência
Abordagem
Mapa da Fome – Programas de Segurança Alimentar
Programa Bolsa Família e Auxílio Brasil – transferência de renda para famílias em situação de pobreza
Programa Nacional de Alimentação Escolar
Programa de Aquisição de Alimentos – conectando refeições escolares com produtos da Agricultura Familiar
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – o qual inclui Câmara Interministerial e Conselhos de Segurança Alimentar a nível Federal, Estadual e Municipal.
Companhia Nacional de Abastecimento – que busca manter níveis de estoque de alimentos para Segurança Alimentar
Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar - que entrega financiamento para produtores e agricultores rurais familiares para investimento em modernização da produção
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (PRONAMP) – com o objetivo de créditos para investimento em tecnologia e capacitação para produtores pequenos e médios
Programa emergencial entregue durante o período de pandemia (2020-2021) – ele é apenas uma referência em comparação aos programas de Segurança Alimentar acima
Segurança Alimentar
Auxilio Emergencial (1)
Transferência de Renda(2)(4)
PAA(1)
PRONATEC / PRONAMP
PNAE(1)
PRONAF
CONAB(1)
Programa SISAN (1)
TOTAL Programas
Inflação (IPCA)(3)
Aqui identificamos os principais programas que foram bem sucedidos em contribuir para a segurança alimentar.
À continuação fizemos uma primeira análise da evolução do orçamento público de cada um deles para entender a diminuição de programas relevantes para combater a fome de forma estrutural.
Para maior detalhes da Governança das políticas públicas de assistência social ver slide 128 e 129
A partir de 2013/14 o Brasil foi aumentando os indicadores de fome devido a vários efeitos e desincentivos nos pilares de Segurança Alimentar incluindo a diminuição de orçamento desde 2014 e de programas sociais e suporte à segurança alimentar como o CONSEA.
Fontes: (1) Programa Bolsa Família, Auxilio Emergencial, PAA, SISAN e CONAB - Portal Transparência (2020); (2) Programa Bolsa Família 2004 e 2009 - IPEA A Trajetória Histórica da Segurança Alimentar e Nutricional na Agenda política Nacional: Projetos, Descontinuidades e Consolidação (2014); (3) Inflação [IPCA] - IBGE Serie de Inflação (2020); (4) Caixa.gov – Auxílio Brasil (2022).
2018
2022
2009
2004
2013
2020
23
23
R$ 295,6 bi
R$ 11,8 bi
R$ 1,2 bi
R$ 29,4 bi
R$ 4,8 bi
R$ 24,0 bi
R$ 18,9 bi
R$ 4,3 bi
R$ 3,5 bi
R$ 31,6 bi
R$ 35,4 bi
R$ 148 mi
R$ 1,2 bi
R$ 326 mi
O orçamento gasto com o Auxílio Emergencial foi de 9 vezes o investimento de programas em 2013 e 10% do Gasto Público Total de 2020
75%
12%
35,8%
25,2%
5,6%
23%
36%
103%
145%
8%
A partir de 2013 o Brasil foi piorando nos indicadores da fome, ao mesmo tempo em que ocorreram diversos cortes de gastos do governo federal com programas sociais de suporte à segurança alimentar, como se pode observar nos números de orçamento realizados abaixo.
Informação oficial e histórica no detalhe pelo Portal de Transparência
Abordagem
Mapa da Fome – Programas de Segurança Alimentar
Fontes: (1) Orçamento liquidado do governo federal (2004-2013) - Portal Câmara; (2) Orçamento realizado do governo federal - Portal Transparência (2018 - 2022); (3) Orçamento atualizado do governo federal - Portal Transparência (2022); (4) Subvenções do PRONAF (Equalização de taxas de juros) – 4º Orçamento de Subsídios da União; (5) Inflação [IPCA] - IBGE Série de Inflação (2020) - as taxas foram acumuladas entre julho do ano inicial e junho do ano final de cada período;
Principais Programas de SAN
Auxílio Emergencial
Bolsa Família/ Auxílio Brasil
PNAE
PRONAF(4)
Estoques CONAB
TOTAL Programas
Inflação (IPCA) do período(5)
R$ 24,7 bi
16%
R$ 4,0 bi
(valor final – valor inicial)
valor inicial
%
28,6%
410%
2018
2022
2009
2004
2013
2020
R$ 2,0 bi
R$ 1,0 bi
R$ 520 mi
R$ 2,5 bi
R$ 1,3 bi
R$ 1,7 bi
Auxílio Gás
R$ 2,8 bi
Diminuições importantes
Lei de Teto de Gastos 2016
R$ 5,8 bi
R$ 190,8 mi
R$ 3,6 bi
R$ 113 bi
R$ 151 mi
R$ 613 mi
R$ 294 mi
49%
52%
PAA
R$ 488 mi
R$ 170 mi
R$ 510,4 mi
-
R$ 186 mi
R$ 2 mi
100%
99%
Inclusão Produtiva Rural
R$ 16,5 mi
R$ 39 mi
R$ 15 mi
Programa de Cisternas
R$ 25 mi
R$ 440 mi
R$ 90 mi
-
R$ 11,6 mi
R$ 17,6 bi
R$ 7,1 bi
R$ 125,9 bi
497%
100%
75%
14%
8%
383%
400%
-
48%
55%
29%
187%
25%
238%
1660%
80%
Eliminação CONSEA em 2019
100%
160%
377%
148%
80%
R$ 609 mi
R$ 768 mi
26%
121%
24%
20,4%
30%
24
24
Os programas de governo estruturais de segurança alimentar e transferência de renda são essenciais para realmente combater os problemas da pobreza e fome. A nível nacional o governo é a única instituição que tem o nível de investimento e abrangência que precisa para combater estruturalmente a fome.
Abordagem
Mapa da Fome – Programas de Segurança Alimentar
“Para eliminar a insegurança alimentar grave, são necessários R$ 500 milhões por mês.
Com R$ 6 bilhões no ano é possível tirar as pessoas da fome”
Rodrigo “Kiko” Afonso – Diretor Executivo Ação Cidadania
“Ninguém vai conseguir dar conta de milhões de famintos com doações e trabalho voluntário. O central deve ser a política pública, que pode dar escala”
Teresa Campello – Ex-ministra de Desenvolvimento Social
“O Brasil consegue diminuir a fome devido ao desenho de políticas públicas sólidas incluindo o Programa Bolsa Família para alivio da pobreza, valorização do salário mínimo e políticas de segurança alimentar. O contexto deveria ser de manter essas sólidas políticas públicas voltadas para os mais vulneráveis.”
Ricardo Henriques – Economista e Superintendente Instituto Unibanco
“O que era incompreensível nos anos 1990, e particularmente nesse momento de pandemia ainda, é que a renda necessária para tirar a pessoa da pobreza é mínima se comparada com a renda do Brasil. Uma transferência de 0.5% - 1% do PIB (R$ 37 – R$ 75 bi) tem impacto gigantesco na pobreza.”
Ricardo Paes de Barros – Economista e Formulador do Programa Bolsa Família
25
25
Abordagem
Mapa da Fome – Variáveis relacionadas à fome
R$ 65
R$ 116
R$ 170
R$ 239
R$ 261
N/A
5,1
12
13,8
14,6
N/A
23,9
20,1
22,3
18,0*
R$ 68
R$ 95
R$ 152
R$ 180
R$ 190
11,7
7,1
14,1
11,9
14,0
15,0
11,3
7,2
10,3
19,1
*Sem Auxílio Emergencial teriam sido
27,3 milhões de pessoas
A fome está diretamente relacionada com a pobreza e o desemprego. Desde 2004, o Brasil teve redução de todos esses indicadores chegando a uma diminuição de 65% da pobreza extrema, 51% da fome e 21% do desemprego.
Pobreza
(milhões de pessoas;
Salário mínimo; montante em R$ de ¼ salário mínimo)
% Pessoas vivem com menos de 1/4 de SMPC(1)
Bolsa Família/ Auxílio Brasil
(milhões de famílias /
Valor médio entregue)
Desemprego
(milhões de pessoas;
Taxa desemprego)
Fome
(milhões de pessoas;
% da população)
R$ 260
R$ 465
R$ 678
R$ 954
R$ 1.045
2018
2022
2009
2004
2013
2020
R$ 303
18,1
27,6(2)
R$ 216
11,9
33,1
R$ 1.212
12,3%*
* Medição considerando Auxílio Emergencial – sem ele o total de pessoas na linha da pobreza seria de 27,3 milhões de pessoas (12,3% da população) (1)SMPC: Salário Mínimo Per Capita (2) Dados do 3ºtrimestre de 2021
Fontes: IBGE - PNAD (2004), PNAD (2009), PNAD (2013), POF (2018); Rede PENSSAN – VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020); IPEA – Estudo Efeito PBF (2019); FGV Social com dados de IBGE – PNAD Continua (2011 – 2021)
43% das pessoas abaixo da linha da pobreza estavam em situação de fome
21% das pessoas recebendo o Auxílio ainda estão em situação de fome
26
26
Abordagem
Mapa da Fome – Variações (%) nos preços da alimentação
Fonte: IBGE – Série histórica do IPCA (2022)
A flutuação nos preços dos alimentos tem dificultado o acesso a uma alimentação saudável para muitos brasileiros, especialmente no período de pandemia, quando itens básicos como arroz e feijão sofreram aumentos de mais de 60% no ano de 2020.
27
27
Abordagem
Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício
2
1
Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
Os principais resultados são:
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).
28
28
O Índice de Distribuição da Fome (IDF) é uma análise da distribuição da fome a nível regional no Brasil. Este indicador inclui dados regionais para entregar informação relevante para decidir onde focar os esforços:
POPULAÇÃO COM FOME
Já temos calculada a quantidade de pessoas com fome no Brasil
POPULAÇÃO COM
FOME NO ESTADO
Como resultado final, temos uma estimativa da população com fome em cada estado, podendo informar esforços
IDF (%)
Distribuição da população com fome através de variáveis regionais correlacionadas com fome e pobreza
Abordagem
Mapa da Fome – Distribuição regional da fome
29
29
O IDF foi calculado em 2 etapas incluindo VigiSAN como distribuição regional e depois uma ponderação de variáveis municipais associadas com a fome. Adicionalmente avaliamos os resultados qualitativamente com base na localização das favelas.
Base: Pesquisa PENSSAN – VigiSAN (2022 – Análise por estado)
Consideramos a população com fome por estado fornecidas na última publicação da VigiSAN para entendermos como se comportam esses números.
Abordagem
Mapa da Fome – Distribuição regional da fome
IDF (%)
Distribuição da população com fome através de variáveis regionais correlacionadas com fome e pobreza
1
Informação agrupada por Município – Auxílio Emergencial, Bolsa Família e IBGE (POF e PNAD)
Consideramos esses indicadores para o cálculo por município, onde ajustamos pelo valor fornecido pela VigiSAN, por proporcionalidade.
Calibração qualitativa: Localização de Favelas
Consideramos também a nível qualitativo o estudo de Favelas no IBGE – Aglomerados Subnormais (2019) para fins de validação dos resultados.
30%
30%
15%
15%
Auxílio Brasil
% de Adultos com baixo IMC
SISVAN 2022
Distribuição População
IBGE 2022
Distribuição Renda
POF 2018
Consumo Alimentos
POF 2018
10%
Pesos da distribuição
2
3
30
30
Abordagem
Mapa da Fome – Distribuição regional da fome
A Fome está presente em todo o Brasil.�(1) Em valor absoluto, 56% da fome está em 6 estados - SP, RJ, PA, CE, MA e PE que representam 46% da população do Brasil.
Estado | UF | % Pop. Brasil | | % Pop. c/ Fome | Pop. c/Fome (milhões) | % Pop. c/ Fome Acumulado |
São Paulo | SP | 21,9% | | 20,0% | 6,6 | |
Rio de Janeiro | RJ | 8,2% | | 8,2% | 2,7 | 28% |
Pará | PA | 4,1% | | 7,7% | 2,6 | |
Ceará | CE | 4,3% | | 7,1% | 2,4 | |
Maranhão | MA | 3,4% | | 6,3% | 2,1 | |
Pernambuco | PE | 4,5% | | 6,3% | 2,1 | 56% |
Minas Gerais | MG | 10,0% | | 5,2% | 1,7 | |
Bahia | BA | 7,0% | | 5,0% | 1,7 | |
Rio Grande do Sul | RS | 5,4% | | 4,8% | 1,6 | 71% |
Alagoas | AL | 1,6% | | 3,6% | 1,2 | |
Amazonas | PI | 2,0% | | 3,3% | 1,1 | |
Piauí | AM | 1,5% | | 3,3% | 1,1 | |
Paraná | PR | 5,4% | | 2,9% | 1,0 | |
Goiás | GO | 3,4% | | 2,5% | 0,8 | |
Sergipe | SE | 1,1% | | 2,1% | 0,7 | |
Mato Grosso | MT | 1,7% | | 1,9% | 0,6 | |
Paraiba | PB | 1,9% | | 1,3% | 0,4 | |
Distrito Federal | DF | 1,5% | | 1,2% | 0,4 | |
Rio Grande do Norte | RN | 1,7% | | 1,1% | 0,4 | |
Santa Catarina | SC | 3,4% | | 1,0% | 0,3 | |
Espírito Santo | ES | 1,9% | | 1,0% | 0,3 | 96% |
Tocantins | TO | 0,8% | | 0,8% | 0,3 | |
Mato Grosso do Sul | MS | 1,3% | | 0,8% | 0,3 | |
Rondônia | RO | 0,9% | | 0,8% | 0,3 | |
Amapá | AP | 0,4% | | 0,8% | 0,3 | |
Acre | AC | 0,4% | | 0,5% | 0,2 | |
Roraima | RR | 0,3% | | 0,5% | 0,2 | 100% |
5,0%
20,0%
6,3%
5,2%
7,7%
8,2%
3,3%
4,8%
3,3%
2,5%
1,9%
1,0%
1,0%
0,5%
0,8%
0,8%
0,8%
0,5%
0,8%
7,1%
1,3%
1,1%
2,1%
6,3%
3,6%
Visão 1: Distribuição da população com Fome no Brasil
(Valor absoluto - 33,1 milhões)
Fonte: (1) Relatório VigiSAN II: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil – Por estado (2022)
Nota: Os valores de População com Fome e IDF foram ajustados para que a soma das pessoas com IA Grave atingisse o valor exato de 33,1 milhões.
1,2%
2,9%
31
31
Abordagem
Mapa da Fome – Distribuição regional da fome
A Fome está presente em todo o Brasil.�(1) Em valor absoluto, 56% da fome está em 6 estados - SP, RJ, PA, CE, MA e PE que representam 46% da população do Brasil.
Estado | UF | % Pop. Brasil | | % Pop. c/ Fome | Pop. c/Fome (milhões) | % Pop. c/ Fome Acumulado |
São Paulo | SP | 21,9% | | 20,0% | 6,6 | |
Rio de Janeiro | RJ | 8,2% | | 8,2% | 2,7 | 28% |
Pará | PA | 4,1% | | 7,7% | 2,6 | |
Ceará | CE | 4,3% | | 7,1% | 2,4 | |
Maranhão | MA | 3,4% | | 6,3% | 2,1 | |
Pernambuco | PE | 4,5% | | 6,3% | 2,1 | 56% |
Minas Gerais | MG | 10,0% | | 5,2% | 1,7 | |
Bahia | BA | 7,0% | | 5,0% | 1,7 | |
Rio Grande do Sul | RS | 5,4% | | 4,8% | 1,6 | 71% |
Alagoas | AL | 1,6% | | 3,6% | 1,2 | |
Amazonas | PI | 2,0% | | 3,3% | 1,1 | |
Piauí | AM | 1,5% | | 3,3% | 1,1 | |
Paraná | PR | 5,4% | | 2,9% | 1,0 | |
Goiás | GO | 3,4% | | 2,5% | 0,8 | |
Sergipe | SE | 1,1% | | 2,1% | 0,7 | |
Mato Grosso | MT | 1,7% | | 1,9% | 0,6 | |
Paraiba | PB | 1,9% | | 1,3% | 0,4 | |
Distrito Federal | DF | 1,5% | | 1,2% | 0,4 | |
Rio Grande do Norte | RN | 1,7% | | 1,1% | 0,4 | |
Santa Catarina | SC | 3,4% | | 1,0% | 0,3 | |
Espírito Santo | ES | 1,9% | | 1,0% | 0,3 | 96% |
Tocantins | TO | 0,8% | | 0,8% | 0,3 | |
Mato Grosso do Sul | MS | 1,3% | | 0,8% | 0,3 | |
Rondônia | RO | 0,9% | | 0,8% | 0,3 | |
Amapá | AP | 0,4% | | 0,8% | 0,3 | |
Acre | AC | 0,4% | | 0,5% | 0,2 | |
Roraima | RR | 0,3% | | 0,5% | 0,2 | 100% |
5,0%
20,0%
6,3%
5,2%
7,7%
8,2%
3,3%
4,8%
3,3%
2,5%
1,9%
1,0%
1,0%
0,5%
0,8%
0,8%
0,8%
0,5%
0,8%
7,1%
1,3%
1,1%
2,1%
6,3%
3,6%
Visão 1: Distribuição da população com Fome no Brasil
(Valor absoluto - 33,1 milhões)
Fonte: (1) Relatório VigiSAN II: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil – Por estado (2022)
Nota: Os valores de População com Fome e IDF foram ajustados para que a soma das pessoas com IA Grave atingisse o valor exato de 33,1 milhões.
1,2%
2,9%
32
32
Visão 2: Proporção da fome em relação a população de cada estado (Penetração)
Abordagem
Mapa da Fome – Distribuição regional da fome
A Fome está presente em todo o Brasil.�Penetração da fome é maior no Norte e Nordeste – AL, PI, AP, PA, SE, MA, RR, CE, AM e PE, onde mais de 28% da população tem fome.
14,6%
11,4%
29,9%
8,2%
30,0%
15,9%
26,3%
26,0%
14,1 %
12,6%
4,6%
34,3%
11,9%
17,7%
8,2%
9,4%
17,5%
18,8%
15,1%
27,2%
32,0%
10,6%
10,9%
30,0%
22,2%
36,7%
Estado | UF | % Penetração | Pop. c/Fome (milhões) |
Alagoas | AL | 36,7% | 1,2 |
Piauí | PI | 34,3% | 1,1 |
Amapá | AP | 32,0% | 0,3 |
Pará | PA | 30,0% | 2,6 |
Sergipe | SE | 30,0% | 0,7 |
Maranhão | MA | 29,9% | 2,1 |
Roraima | RR | 27,2% | 0,2 |
Ceará | CE | 26,3% | 2,4 |
Amazonas | AM | 26,0% | 1,1 |
Pernambuco | PE | 22,2% | 2,1 |
Acre | AC | 18,8% | 0,2 |
Mato Grosso | MT | 17,7% | 0,6 |
Tocantins | TO | 17,5% | 0,3 |
Rio de Janeiro | RJ | 15,9% | 2,7 |
Rondônia | RO | 15,1% | 0,3 |
São Paulo | SP | 14,6% | 6,6 |
Rio Grande do Sul | RS | 14,1% | 1,6 |
Distrito Federal | DF | 13,1% | 0,4 |
Goiás | GO | 11,9% | 0,9 |
Bahia | BA | 11,4% | 1,7 |
Rio Grande do Norte | RN | 10,9% | 0,4 |
Paraiba | PB | 10,6% | 0,4 |
Mato Grosso do Sul | MS | 9,4% | 0,3 |
Paraná | PR | 8,6% | 1,0 |
Minas Gerais | MG | 8,2% | 1,7 |
Espírito Santo | ES | 8,2% | 0,3 |
Santa Catarina | SC | 4,6% | 0,3 |
13,1%
Fonte: (1) Relatório VigiSAN II: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil – Por estado (2022)
Nota: Os valores de População com Fome e IDF foram ajustados para que a soma das pessoas com IA Grave atingisse o valor exato de 33,1 milhões.
33
33
Abordagem
Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício
Os principais resultados são:
3
Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.
2
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).
1
Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
34
34
Abordagem
Mapa da Fome – Personas
Fontes: (1) FGV Social – Montanha Russa da Pobreza (2022); (2) Estimativa realizada com base em Relatório VigiSAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2022) e IBGE – PNAD Contínua (2019)
População Rural e Urbana
Cor ou raça
Insegurança hídrica
Com base nas entrevistas e estudos consideramos alguns grupos mais vulneráveis perante a fome:
Quando falamos de grupos vulneráveis perante a fome, os primeiros que aparecem são as pessoas que estão na linha da pobreza, pessoas desempregadas e pessoas pretas e pardas. Alguns dados mostram essa correlação:
Na seguinte análise quisemos ir um passo além, identificando e quantificando grupos mais específicos considerando os seguintes cortes:
Crianças
Chefes do lar por gênero
35
35
Abordagem
Mapa da Fome – Personas
Vemos 5 grandes grupos com maior vulnerabilidade perante a fome, dos quais os mais volumosos são pessoas em áreas urbanas com foco em favelas, pessoas pretas/pardas, e lares chefiados por mulheres:
Fontes: (1) VIGISAN – “Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil” (2022), “Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil” (2021); (2) IBGE – Projeção da População por Idade, gênero, raça/cor (2022); (3) IBGE – Projeção de famílias no Brasil (2022)
População Rural e Urbana
Crianças
Cor ou raça
Chefes de lar segundo gênero
Preto Pardo
Branco
Urbana
Rural
Pessoas até 10 anos
População Total
% com Fome (IA Grave)
Pessoas com Fome (IA Grave)
Lares chefiados por mulheres
135,4 milhões
77,9
milhões
18,1%
8,3
milhões
10,6%
24,5
milhões
182,8 milhões
30,5
milhões
29,4
milhões
105,1
milhões
15%
18,6%
18,1%
11,9%
5,7
milhões
27,4
milhões
8,8
milhões
20,3
milhões
Lares chefiados por homens
108,1
milhões
19,3%
12,9
milhões
Insegurança Hídrica (IH)
Aumento da fome 2022 vs 2020 (%)
69%
41%
55%
74%
55%
93%
77%
21,5
milhões
42%
Pessoas com IH
89%
9,0
milhões
36
36
Os grupos vulneráveis mais expressivos passando fome são a população preta e parda (24,5 milhões), população urbana (27,4 milhões) e famílias chefiadas por mulheres (20,3 milhões). Além dos números é essencial lembrar que por trás dos números existem pessoas que lutam dia a dia para conseguir comer.
Abordagem
Mapa da Fome – A cara da fome no Brasil
“Os dados são hoje os mais preocupantes desde o início da pandemia nas favelas. [...] seja no número de pessoas sem poupança, seja no número de pessoas com falta de dinheiro para comprar comida, seja na redução do número de refeições”
Renato Meirelles – Presidente Instituto Locomotiva
“A cara da fome no Brasil ela tem CEP, tem gênero, tem cor e tem idade. A maioria das pessoas passando fome são negras, moradores de favelas e parte importante de mulheres e crianças. Isto revela vários Brasil para nós.”
Preto Zezé – Presidente Nacional da CUFA e Fundador da LIS
“Proporcionalmente, ainda há uma maior parte da população em situação de fome no campo, mas a gente já vê quantitativamente e em grandes proporções, não somente no Norte ou Nordeste, mas nas grandes cidades em diferentes pontos do país” [...] “Se pudéssemos usar uma palavra, diríamos que a fome se ‘alastrou”, mostrando-se muito nitidamente aos olhos de todo mundo”.
Francisco Menezes – ActionAid, Ibase e Ex-Presidente do CONSEA
“Ninguém tem que comer só na crise. Precisamos estabelecer agendas e projetos de meio e longo prazo.
Exemplo disto é a Favela 3D que busca uma intervenção sistémica para interromper o ciclo de pobreza social.”
Edu Lyra – Fundador e CEO da Gerando Falcões
37
37
Em termos das características da população com insegurança alimentar, o maior impacto é nos lares onde mulher é chefe (63% dos lares deste grupo), pessoas pretas ou pardas (60% dos lares deste grupo).
Fontes: Rede PENSSAN – VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2022); IBGE – POF IBGE – POF Insegurança Alimentar (2017-2018)
Abordagem
Mapa da Fome – Personas
Mulher chefe de lar
Homem chef do lar
Domicílios chefiados por mulheres:
Domicílios de famílias pretas/pardas:
Insegurança Alimentar:
Leve
Moderada
Grave
Segurança Alimentar
27,4%
35,9%
13,2%
11,9%
19,3%
28,5%
46,5%
17,4%
Branca
Preta/Parda
10,6%
10,3%
25,9%
53,2%
18,1%
17,7%
29,2%
35,0%
38
38
Famílias com crianças menos a 10 anos
Fontes: Rede PENSSAN – VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020, 2022);
UNICEF Brasil - Impactos primários e secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes (2020)
Efeitos qualitativos da fome
Abordagem
Mapa da Fome – Personas
Quando se olham os lares com crianças até 10 anos, 66,1% dos lares têm algum tipo de insegurança alimentar. A insegurança alimentar moderada e grave ocorre em cerca de 25% dos lares com três ou mais pessoas menores de 18 anos.
Neurológico
Físico
Crianças com deficiência calórico-proteica tem impacto no desenvolvimento na capacidade cognitiva
Impacto em atenção, memória, leitura e aprendizagem de linguagem como um todo, o que por sua vez leva ao mau rendimento escolar.
Mal nutrição gera fraqueza, baixo sistema imunológico, diminuição de estatura, má formação e até cegueira.
Adultos que foram desnutridos quando crianças apresentam maiores riscos de desenvolverem doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.
Distribuição de lares com pelo menos um morador menor a 10 anos
Insegurança Alimentar:
Leve
Moderada
Grave
Segurança Alimentar
39
39
Fontes: Rede PENSSAN – VIGISAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2022); IBGE – POF Insegurança Alimentar (2017-2018)
Abordagem
Mapa da Fome – Personas
VIGISAN 2022
Nas áreas rurais a percentagem de pessoas com insegurança alimentar é maior, chegando a 63,5% em 2021, no entanto, nas áreas urbanas esta percentagem aumentou em maior medida nos últimos anos.
30,5 milhões pessoas
URBANA
RURAL
Segundo VIGISAN, em 2022, mais de 35% da população rural sofreu insegurança alimentar grave ou moderada vs quase 30% da população urbana
182,8 milhões pessoas
12,1
36,2%
9,5
28,3%
5,6
16,6%
6,2
18,6%
77,1
42,2%
51
27,9%
27,2
14,9%
27,4
15%
Insegurança Alimentar:
Leve
Moderada
Grave
Segurança Alimentar
VIGISAN 2020
30,51 milhões pessoas
URBANA
RURAL
Segundo VIGISAN, em 2020 esse número era de 27% da população rural vs 20% da população urbana
181,2 milhões pessoas
12,2
40%
10,1
33%
4,6
15%
3,7
12%
82,7
46%
63,3
35%
19,7
11%
15,5
9%
40
40
Abordagem
Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício
4
Considerando uma cesta nutricional, a população com fome consome 220 kg/ano a menos (0,6 kg/dia). Se aplicarmos à população com fome (33,1 milhões de pessoas em 2022) esta dieta nutricionalmente balanceada, o mínimo volume de alimentos necessário é de �7,3 milhões de toneladas/ano.
Os principais resultados são:
3
Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.
2
1
Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).
41
41
Abordagem
Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?
Para analisar o volume de alimentos necessários para combater a fome, consideramos o consumo real da população brasileira segundo o nível de segurança alimentar, o qual entrega como resultado que a população com fome consome 0,6 kg/dia a menos que uma pessoa com insegurança alimentar.
Fontes: IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018)
Pessoas com Fome (Ins. Alimentar Grave)
Pessoas com Segurança Alimentar
1,6 kg
1 kg
Consumo de alimentos:
Pessoas com Insegurança Moderada
1,1 kg
Pessoas com Insegurança Leve
1,2 kg
Média da população
1,4 kg
Diário
47 kg
29 kg
34 kg
36 kg
42 kg
564 kg
346 kg
404 kg
436 kg
504 kg
Mensal
Anual
% Diferença
112%
69%
80%
87%
Referência 100%
Consumo Real segundo Nível de Segurança Alimentar | POF 2018
42
42
Abordagem
Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?
Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.
Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);
Com base nas entrevistas e pesquisas concluímos:
Tipo
Fonte
Objetivo e Pontos Chaves
Cesta Básica de Inflação
Cesta Nutricional
Cesta Real Consumida
Governo (1) / Terceiro Setor
IBGE – POF (2018) (4)
DIEESE (3)
Cesta Básica Emergencial
IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)
43
43
Cesta Básica de Inflação
Cesta Real Consumida
Governo (1) / Terceiro Setor
IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)
IBGE – POF (2018) (4)
DIEESE (3)
22 kg – família de 4 pessoas
R$ 180 - 200 por caixa (aprox.)
70 kg – per capita/mês
22 a 47 kg – per capita/mês
R$ 760,45 (SP) por mês
R$ 700 - 740 por mês (aprox.)
47,2 kg – per capita/mês
R$ 900 - 940 por mês (aprox.)
Cesta Básica Emergencial
Cesta Nutricional
Tipo
Fonte
Volume
Custo
Cesta
Abordagem
Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?
Fontes: (1) [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);
Alimentos | Volume | Medida |
Arroz | 10,0 | kg |
Feijão | 4,0 | kg |
Farinha Mandioca ou Trigo | 2,0 | kg |
Macarrão | 1,0 | kg |
Óleo de Soja | 1,0 | kg |
Leite em pó | 1,0 | kg |
Flocos de Milho ou Fubá | 1,0 | kg |
Açúcar | 2,0 | kg |
Alimentos | Volume | Medida |
Carne | 6,0 | kg |
Leite | 15,0 | lts |
Feijão | 4,5 | kg |
Arroz | 3,0 | kg |
Farinha | 1,5 | kg |
Batata | 6,0 | kg |
Legumes (Tomate) | 9,0 | kg |
Pão francês | 6,0 | kg |
Café em pó | 0,6 | kg |
Frutas (Banana) | 12,7 | kg |
Açúcar | 0,3 | kg |
Banha/Óleo | 1,5 | kg |
Manteiga | 0,9 | kg |
Alimentos | Volume | Medida |
Bebidas | 14,5 | kg |
Leguminosas | 5,4 | kg |
Cereais (Arroz) | 4,7 | kg |
Carnes (Bovino) | 2,6 | kg |
Alimentos prep. | 2,5 | kg |
Frutas | 2,0 | kg |
Farinhas e Massas | 1,7 | kg |
Aves e Ovos | 1,9 | kg |
Panificados | 1,5 | Kg |
Hortaliças | 1,3 | kg |
Açucares e Doces | 1,3 | kg |
Lacticínios | 1,2 | kg |
Tubérculos | 0,8 | kg |
Pescados | 0,5 | kg |
Óleos e gorduras | 0,3 | kg |
Alimentos | Volume | Medida |
Bebidas | 9,5 | kg |
Laticínios | 8,1 | Kg |
Frutas | 8,3 | Kg |
Hortaliças | 7,6 | Kg |
Cereais e legum. | 6,2 | Kg |
Carnes | 4,0 | Kg |
Panificados | 2,6 | Kg |
Aves e ovos | 3,7 | kg |
Açúcares, doces | 1,7 | Kg |
Farinhas e massas | 1,6 | Kg |
Óleos e gorduras | 1,2 | Kg |
Alimentos prep. | 0,7 | Kg |
Sal/cond. | 0,8 | Kg |
Pescados | 0,6 | kg |
Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.
1
2
Objetivo e Pontos Chaves
44
44
Abordagem
Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?
Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);
Tipo
Fonte
Objetivo e Pontos Chaves
Volume
Custo
Cesta
Buscando um volume mínimo de alimentos para combater a fome consideramos 2 cestas:
Cesta Básica e uma Cesta Nutricional Estimada
Comparamos cada uma destas cestas com o volume de alimentos consumidos pelas pessoas com fome.
Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.
IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)
R$ 900 - 940 por mês (aprox.)
Cesta Nutricional
Alimentos | Volume | Medida |
Bebidas | 9,5 | kg |
Laticínios | 8,1 | Kg |
Frutas | 8,3 | Kg |
Hortaliças | 7,6 | Kg |
Cereais e legum. | 6,2 | Kg |
Carnes | 4,0 | Kg |
Panificados | 2,6 | Kg |
Aves e ovos | 3,7 | kg |
Açúcares, doces | 1,7 | Kg |
Farinhas e massas | 1,6 | Kg |
Óleos e gorduras | 1,2 | Kg |
Alimentos prep. | 0,7 | Kg |
Sal/cond. | 0,8 | Kg |
Pescados | 0,6 | kg |
Governo (1) / Terceiro Setor
22 kg – família de 4 pessoas
R$ 180 - 200 por caixa (aprox.)
Cesta Básica Emergencial
1
2
Alimentos | Volume | Medida |
Arroz | 10,0 | kg |
Feijão | 4,0 | kg |
Farinha Mandioca ou Trigo | 2,0 | kg |
Macarrão | 1,0 | kg |
Óleo de Soja | 1,0 | kg |
Leite em pó | 1,0 | kg |
Flocos de Milho ou Fubá | 1,0 | kg |
Açúcar | 2,0 | kg |
47,2 kg – per capita/mês
45
45
Abordagem
Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?
Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);
Tipo
Fonte
Objetivo e Pontos Chaves
Volume
Custo
Cesta
Pessoas com Fome (Ins. Alimentar Grave)
1 kg
29 kg
346 kg
Pessoas com Insegurança Moderada
1,1 kg
34 kg
404 kg
Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.
1
Governo (1) / Terceiro Setor
22 kg – família de 4 pessoas
R$ 180 - 210 por caixa (aprox.)
Cesta Básica Emergencial
Alimentos | Volume | Medida |
Arroz | 10,0 | kg |
Feijão | 4,0 | kg |
Farinha Mandioca ou Trigo | 2,0 | kg |
Macarrão | 1,0 | kg |
Óleo de Soja | 1,0 | kg |
Leite em pó | 1,0 | kg |
Flocos de Milho ou Fubá | 1,0 | kg |
Açúcar | 2,0 | kg |
46
46
Abordagem
Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?
Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);
Pessoas com Fome (Ins. Alimentar Grave)
Pessoas com Segurança Alimentar
1,6 kg
1 kg
Consumo de alimentos:
Diário
47 kg
29 kg
564 kg
346 kg
Mensal
Anual
Cesta Nutricional POF
1,6 kg
47,2 kg
566 kg
% Diferença
112%
69%
115%
Média da população
1,4 kg
42 kg
504 kg
Referência 100%
IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)
47,2 kg – per capita/mês
R$ 900 - 940 por mês (aprox.)
Cesta Nutricional
Alimentos | Volume | Medida |
Bebidas | 9,5 | kg |
Laticínios | 8,1 | Kg |
Frutas | 8,3 | Kg |
Hortaliças | 7,6 | Kg |
Cereais e legum. | 6,2 | Kg |
Carnes | 4,0 | Kg |
Panificados | 2,6 | Kg |
Aves e ovos | 3,7 | kg |
Açúcares, doces | 1,7 | Kg |
Farinhas e massas | 1,6 | Kg |
Óleos e gorduras | 1,2 | Kg |
Alimentos prep. | 0,7 | Kg |
Sal/cond. | 0,8 | Kg |
Pescados | 0,6 | kg |
2
Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome, olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.
47
47
Abordagem
Mapa da Fome – Qual é a cesta necessária?
Fontes: (1) Cesta de Alimentos – Ministério da Cidadania [mds.gov.br] (2020); (2) IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); (3) DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; (4) IBGE – POF Insegurança Alimentar (2018);
Com o objetivo de calcular quanto seria o alimento por ano necessário para acabar com a fome, olhamos a cesta necessária incluindo uma alimentação balanceada.
IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar (2018) (2)
47,2 kg – per capita/mês
R$ 900 - 940 por mês (aprox.)
Cesta Nutricional
Alimentos | Volume | Medida |
Bebidas | 9,5 | kg |
Laticínios | 8,1 | Kg |
Frutas | 8,3 | Kg |
Hortaliças | 7,6 | Kg |
Cereais e legum. | 6,2 | Kg |
Carnes | 4,0 | Kg |
Panificados | 2,6 | Kg |
Aves e ovos | 3,7 | kg |
Açúcares, doces | 1,7 | Kg |
Farinhas e massas | 1,6 | Kg |
Óleos e gorduras | 1,2 | Kg |
Alimentos prep. | 0,7 | Kg |
Sal/cond. | 0,8 | Kg |
Pescados | 0,6 | kg |
2
48
48
Abordagem
Mapa da Fome – Quanto alimento seria necessário?
Considerando que buscamos que todas as pessoas com fome (33,1 milhões em 2022) passem a ter uma dieta similar a uma pessoa com segurança alimentar, o volume de alimentos necessário está na faixa entre 4,4 e 7,3 milhões de toneladas/ano.
Alimentos | Cesta Básica | Cesta Nutricional |
Bebidas | - | 37 |
Laticínios | 12 | 49 |
Frutas | - | 56 |
Hortaliças | - | 47 |
Cereais e legum. | 84 | 4 |
Carnes | - | 11 |
Panificados | - | - |
Aves e ovos | - | 8 |
Açúcares, doces | 6 | - |
Farinhas e massas | 18 | - |
Óleos e gorduras | 12 | 2 |
Alimentos prep. | - | - |
Sal/cond. | - | 2 |
Pescados | - | 4 |
33,1 milhões de pessoas
Fome
Alimentos | Cesta Básica | Cesta Nutricional |
Bebidas | - | 1,2 |
Laticínios | 0,4 | 1,6 |
Frutas | - | 1,9 |
Hortaliças | - | 1,5 |
Cereais e legum. | 2,8 | 0,1 |
Carnes | - | 0,4 |
Panificados | - | - |
Aves e ovos | - | 0,3 |
Açúcares, doces | 0,2 | - |
Farinhas e massas | 0,6 | - |
Óleos e gorduras | 0,4 | 0,1 |
Alimentos prep. | - | - |
Sal/cond. | - | 0,1 |
Pescados | - | 0,1 |
7,3 milhões ton/ano
Fonte: Cálculos realizados com base em cesta nutricional utilizando IBGE – POF Análise de Consumo Alimentar Pessoal (2018); IBGE - Análise da Segurança Alimentar no Brasil POF (2018)
132 kg per capita / ano
4,4 milhões ton/ano
Diferença de consumo entre dieta com segurança alimentar e fome (Kg de alimentos)
Volume mínimo necessário de alimentos
(ton de alimentos)
População com Fome e Insegurança Alimentar
220 kg per capita / ano
1
2
1
2
49
49
Mapa da Fome – Reflexões (Parte 1/2)
Em 2022 o Brasil atingiu o número de 125,2 milhões de pessoas com insegurança alimentar e 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020. Esse número está espalhado por todo o Brasil, mas SP e RJ concentram 28% do volume total. Em termos de proporção relativa dentro de cada estado, AL e PI são os que mais sofrem com a fome, com 36,7% e 34,3% de suas populações em insegurança alimentar grave.
Já tivemos uma situação bem diferente, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave, ou seja 7,2 milhões de pessoas, após uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013. Apesar do número ainda expressivo, o Brasil conseguiu sair do mapa da fome mundial com esse resultado. Este movimento foi reflexo de um período de crescimento econômico, mobilização da sociedade civil e estruturação de políticas públicas intersetoriais com foco em renda e segurança alimentar para os mais vulneráveis.
A fome já tinha aumentado de forma considerável desde 2018 (10,3 milhões de pessoas, 30% de aumento desde 2014), de modo que a causa não pode ser atribuída exclusivamente à pandemia – ela só exacerbou uma situação que já vinha se deteriorando. Este efeito é resultado de múltiplos fatores incluindo corte de orçamentos nos programas estruturais mencionados anteriormente e a crise político-econômica.
A fome está ligada diretamente à pobreza e desemprego. Estamos falando de 12 milhões de pessoas desempregadas e 28 milhões de pessoas vivendo com menos de R$303 per capita por mês em 2022. Entre esses 28 milhões, 43% se encontravam em situação de insegurança alimentar grave. Este quadro só pode mudar com programas bem definidos de transferência de renda e geração de empregos.
Sem uma atuação efetiva em programas de segurança alimentar e transferência de renda, existe uma forte tendência da situação da fome no Brasil piorar – e o problema não é falta de orçamento. Exemplo disso foi o Auxílio Emergencial, que contou com um investimento alto - R$ 295,6 bi, isto é 9 vezes o orçamento anual dos programas de segurança alimentar, e não foi capaz de reduzir a quantidade de pessoas na pobreza e com fome de maneira perene. Além disso, 21,5% das pessoas que recebem o Auxílio Brasil ainda estão em situação de fome.
50
50
Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 1/2)
Fome e desperdício são dois desafios independentes e resolver um deles não vai necessariamente resolver o outro. A redução do desperdício na cadeia de valor traz eficiências (sustentabilidade ambiental, redução do custo de produção do alimento, maior disponibilidade de produtos...), mas não necessariamente ajudam a alimentar quem tem fome diretamente.
Se aumentássemos a nossa eficiência de aproveitamento de alimentos em 10 pontos percentuais, reduzindo o desperdício do produtor até o varejo e nos igualando à eficiência dos EUA, ainda teríamos cerca de 39 milhões de toneladas de desperdício por ano. Esse volume é 5,4 vezes a quantidade de alimentos necessários para erradicar a fome no país por 1 ano.
Não existem estudos integrados e profundos no Brasil que façam o mapeamento completo do desperdício na cadeia de alimentos. Para combater o desperdício de alimentos, é fundamental a geração de dados detalhados ao longo da cadeia alimentícia por elo, tipo de alimento e regiões.
Olhando a cadeia de alimentos, identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, com volumes significativos em todos os elos. Dentre os elos da cadeia produtiva (do produtor até o varejo/food service, excluindo a casa do consumidor) o desperdício é de 47,9 milhões de toneladas (84% do total) e particularmente o elo com maior impacto é o produtor (30% do total). Como os elos da cadeia estão interligados, é preciso atuar em todos eles.
Frutas, Hortaliças, Tubérculos e Laticínios são as 4 principais categorias de alimentos desperdiçados na cadeia de alimentos e representam 45 milhões de toneladas/ano – justamente esses 4 alimentos são necessários para cobrir as principais necessidades da fome. A única categoria relevante para o combate à fome que tem desperdício menor do que o déficit e um custo mais alto são carnes vermelhas, mas ainda assim existe potencial a ser explorado.
51
51
Mapa do Desperdício de Alimentos
3
52
52
ECOSSISTEMA
3
Como os atores do ecossistema se relacionam com esses problemas e que barreiras os impedem de solucioná-los?
Terceiro Setor
Empresas
Sociedade Civil
Governo
População urbana faminta
FOME
1
Qual é o tamanho da população que tem fome e como ela se distribui �a nível regional?
DESPERDÍCIO
2
Quanta comida é desperdiçada, de qual tipo, em quais elos da cadeia e em quais regiões são os maiores desperdícios?
MAPA DA FOME E DO DESPERDÍCIO �DE ALIMENTOS �NO BRASIL
53
53
Abordagem
Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício
5
Mesmo sem estudos profundos no Brasil para trazer visibilidade do desperdício completo da Cadeia de Alimentos identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, sendo que o elo com maior impacto é o produtor (30% do total).
Existe um potencial de 38,6 milhões de toneladas de alimentos aproveitáveis – quase 5,4 vezes o necessário para combater a fome.
2
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, BA, MA, MG, PA �e RJ), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste ( AM, MA, PA, PI, AC, RR ).
1
Em 2020 o Brasil alcançou 19,1 milhões de pessoas com fome, indicador que quase se duplicou desde 2014.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
3
Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, Favelas e crianças até 14 anos, principalmente em SP, são os mais expressivos
4
Considerando uma cesta nutricional, a população com fome consome 220 kg/ano a menos (0,6 kg/dia). Se aplicarmos à população com fome (33,1 milhões de pessoas em 2022) esta dieta nutricionalmente balanceada, o mínimo volume de alimentos necessário é de �7,3 milhões de toneladas/ano.
Os principais resultados são:
3
Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.
2
1
Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).
54
54
Com base nas entrevistas e pesquisas até agora:
Mapa do Desperdício de Alimentos – Indicadores Relevantes
O Mapa do Desperdício está definido por 3 indicadores: Cadeia de Alimentos e seus elos, Tipo de Alimento e as Regiões relevantes onde se produzem as perdas/desperdícios.
Cadeia
Em quais elos da Cadeia estão as maiores perdas/desperdício?
Alimento
Qual é o tipo de alimento que pode ser utilizado?
Com base no alimento e Cadeia, onde estão as perdas/desperdícios no Brasil?
Região
55
55
Abordagem
Perda: todo o descarte que acontece na produção e distribuição, antes de chegar ao consumidor (segundo a FAO, até o varejo)
Desperdício: todo o descarte realizado pelo consumidor (segundo a FAO, também no varejo)
Implicação: atribui-se um peso maior aos descartes feitos pelo consumidor, tirando o foco das ineficiências da produção
Perda: todo o descarte que acontece por atritos ao longo da distribuição e não poderia ser evitado
Desperdício: todo o descarte que poderia ter sido evitado com um melhor planejamento
Implicação: atribui-se um peso maior aos descartes feitos pelo consumidor, tirando o foco das ineficiências da produção
Não importa a origem ou motivo, todo o descarte deve ser chamado de desperdício para enfatizar a necessidade de que tudo seja aproveitado
Utilizamos o termo “desperdício” para nos referir a todo o descarte de alimentos ao longo da cadeia de abastecimento
A ABRAS recentemente passou a chamar “perdas” de “oportunidades para ganho de eficiência operacional”
Existem 3 maneiras distintas utilizadas para se classificar o descarte de alimentos
Fonte: Lana, M. M., Perdas e Desperdício de Hortaliças no Brasil, Embrapa (2018)
Mapa do Desperdício de Alimentos – Definições Perda/Desperdício
Para este estudo, adotamos a definição nº 3
1
2
3
Por localização na cadeia alimentícia
Por evitabilidade do descarte
Tudo é desperdício
56
56
Abordagem
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
Mapeamos onde está a principal perda/desperdício dentro da Cadeia de Alimentos na Produção e no Consumo – as 2 pontas com informação de alta confiabilidade
Identificamos % de desperdício na Cadeia com base em estudos de FAO (2011 e 2019) e cruzados com estudos de EMBRAPA no Brasil.
Calculamos o volume de perda/desperdício por categoria de alimento considerando dados de desperdício de Latino América – melhor aproximação que temos de FAO.
TOTAL
CADEIA
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
Manufatura
(Alimentos processados)
Varejo Alimentar
(Grande, Médio e MPE)
Consumidores
Pós-colheita, Armazenamento e Transporte
Foodservice
(Restaurantes, Fast Food, outros)
CEASAs | CEAGESP
(Alimentos não processados)
DESPERDÍCIO
DE COMIDA
METODOLOGIA
1
2
3
No Apêndice 6.2 apresentamos o cálculo detalhado de cada passo.
57
57
Abordagem
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
TOTAL
CADEIA
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
Manufatura
(Alimentos processados)
Varejo Alimentar
(Grande, Médio e MPE)
Consumidores
Pós-colheita, Armazenamento e Transporte
Foodservice
(Restaurantes, Fast Food, outros)
CEASAs | CEAGESP
(Alimentos não processados)
DESPERDÍCIO
DE COMIDA
10.794.651
ton
17.278.025
ton
Frutas e Hortaliças | 8.445.944 | | 3.355.653 | | 6.040.176 | | 2.899.284 | | 2.236.301 | | 22.977.359 | |
Tubérculos | 4.880.546 | | 4.221.434 | | 3.111.800 | | 684.596 | | 931.286 | | 13.829.662 | |
Laticínios | 1.256.160 | | 2.078.047 | | 651.121 | | 2.552.396 | | 1.234.935 | | 7.772.659 | |
Cereais | 958.366 | | 811.919 | | 876.872 | | 744.367 | | 1.879.042 | | 5.270.567 | |
Aves | 733.785 | | 99.917 | | 449.173 | | 426.714 | | 511.658 | | 2.221.247 | |
Carnes | 615.100 | | 89.452 | | 402.125 | | 382.019 | | 458.066 | | 1.946.762 | |
Ovos | 185.001 | | 33.771 | | 151.818 | | 144.227 | | 172.938 | | 687.756 | |
Leguminosas | 174.390 | | 81.200 | | 210.037 | | 48.309 | | 49.795 | | 563.732 | |
Pescados | 28.732 | | 23.257 | | 39.770 | | 40.212 | | 15.226 | | 147.197 | |
11.932.893
ton
7.922.124
ton
7.489.248
ton
55.416.941
ton
20% |
14% |
3,5% |
6% |
5,3% |
5,3% |
5,3% |
6% |
5,7% |
10% |
14% |
6% |
4% |
1.1% |
1,1% |
1,1% |
3% |
5% |
20% |
12% |
2% |
4.5% |
5% |
5% |
5% |
8% |
9% |
12% |
3% |
8% |
4% |
5% |
5% |
5% |
2% |
10% |
10% |
4% |
4% |
10% |
6% |
6% |
6% |
2% |
4% |
54.1% |
39.5% |
21.5% |
32.4% |
15.9% |
16.6% |
19.5% |
19.3% |
29.1% |
Desperdício de alimentos por tipo (volume)
Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).
Alta
Média
Baixa
Qualidade e confiabilidade informação:
Grau de necess. do alimento p/ combater a fome
58
58
7.489.248
ton
55.416.941
ton
Abordagem
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
TOTAL
CADEIA
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
Manufatura
(Alimentos processados)
Varejo Alimentar
(Grande, Médio e MPE)
Consumidores
Pós-colheita, Armazenamento e Transporte
Foodservice
(Restaurantes, Fast Food, outros)
CEASAs | CEAGESP
(Alimentos não processados)
DESPERDÍCIO
DE COMIDA
10.794.651
ton
17.278.025
ton
11.932.893
ton
7.922.124
ton
Desperdício de alimentos por tipo (volume)
Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).
Alta
Média
Baixa
Qualidade e confiabilidade informação:
Grau de necess. do alimento p/ combater a fome
PRODUÇÃO
161.305.648 ton
DESPERDÍCIO
NA CADEIA
47.927.693 ton
29,7% de perdas
(vs. 19,3% em USA)
(vs. 18,8% na Europa)
PRODUÇÃO
161.305.648 ton
10,4% DESPERDÍCIO
(ineficiência da Cadeia no Brasil)
16.795.703
ton/ano
16.795.703 ton
47.927.693 ton
DESPERDÍCIO NA CADEIA
AUMENTO POTENCIAL DE EFICIÊNCIA NA CADEIA
31.131.990
ton/ano
59
59
Abordagem
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
TOTAL
CADEIA
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
Manufatura
(Alimentos processados)
Varejo Alimentar
(Grande, Médio e MPE)
Consumidores
Pós-colheita, Armazenamento e Transporte
Foodservice
(Restaurantes, Fast Food, outros)
CEASAs | CEAGESP
(Alimentos não processados)
DESPERDÍCIO
DE COMIDA
10.794.651
ton
17.278.025
ton
11.932.893
ton
7.922.124
ton
Desperdício de alimentos por tipo (volume)
Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).
Alta
Média
Baixa
Qualidade e confiabilidade informação:
Grau de necess. do alimento p/ combater a fome
Volume de escoamento potencial na Cadeia Produtiva de Alimentos no Brasil
7.489.248ton
38.621.238
ton
31.131.990
ton/ano
7.489.248ton
Potencial de aproveitamento no Consumidor
7.489.248
ton
55.416.941
ton
41,6 kg/ano per-capita
No Brasil existe uma cultura da abundância no consumidor(2)
52% consideram importante ter fartura
77% cozinham duas ou mais vezes por dia em casa
68% considera que é importante ter a despensa cheia
60
60
Abordagem
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
TOTAL
CADEIA
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
Manufatura
(Alimentos processados)
Varejo Alimentar
(Grande, Médio e MPE)
Consumidores
Pós-colheita, Armazenamento e Transporte
Foodservice
(Restaurantes, Fast Food, outros)
CEASAs | CEAGESP
(Alimentos não processados)
DESPERDÍCIO
DE COMIDA
10.794.651
ton
17.278.025
ton
11.932.893
ton
7.922.124
ton
Desperdício de alimentos por tipo (volume)
Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).
Alta
Média
Baixa
Qualidade e confiabilidade informação:
Grau de necess. do alimento p/ combater a fome
CONCLUSÕES:
7.489.248
ton
55.416.941
ton
Volume de escoamento potencial na Cadeia Produtiva de Alimentos no Brasil
7.489.248ton
38.621.238
ton
31.131.990
ton/ano
61
61
Com base nas estimativas de desperdício tanto na Cadeia de Produção de Alimentos quanto no Consumidor vemos potencial para evitar o desperdício e combater a fome. Vemos que sim podemos e devemos atuar no combate à fome e desperdício no Brasil.
Abordagem
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
“Na ABIA falamos muito sobre o desperdício pensando no nosso papel social como setor que representa 10% do PIB [...] A gente não faz nada sozinho. Precisamos aliar as ações do campo e da cadeia alimentícia em prol do impacto socioambiental, buscando o que nos une.”
Grazielle Parenti – Vice-presidente Sustentabilidade de BRF e Presidente Conselho ABIA
“A redução do desperdício e o uso integral dos alimentos ao cozinhar são vantagens que ainda precisam de mais conscientização e de quebra de paradigma por parte dos consumidores [...] A Gastronomia Social permite combater a fome, o desperdício e ajudar o meio-ambiente.”
David Hertz – Presidente e CEO da Gastromotiva
“As evidências empíricas apontam para a força da cultura nos hábitos de desperdiçar alimentos dos brasileiros. [...] O desafio passa pela conscientização, da educação nutricional e pela vontade política necessária para a implementação da Estratégia e articulação de ações conjuntas que envolvam diferentes elos da cadeia agroalimentar.”
Gustavo Porpino – Pesquisador área Alimentos e Territórios EMBRAPA
“Dentro da Cadeia do Foodservice existem diversas oportunidades para reduzir desperdício e aproveitar os alimentos. Vemos várias iniciativas incluindo uso de tecnologia para aproveitar melhor as matérias primas, controle de qualidade, cuidado de transporte e processos para garantir eficiência”
Cristina Souza – Socia e CEO de Gouvêa Foodservice
62
62
Abordagem
Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício
5
Mesmo sem estudos profundos no Brasil para trazer visibilidade do desperdício completo da Cadeia de Alimentos identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, sendo que o elo com maior impacto é o produtor (30% do total).
Existe um potencial de 38,6 milhões de toneladas de alimentos aproveitáveis – quase 5,4 vezes o necessários para combater a fome.
2
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, BA, MA, MG, PA �e RJ), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste ( AM, MA, PA, PI, AC, RR ).
1
Em 2020 o Brasil alcançou 19,1 milhões de pessoas com fome, indicador que quase se duplicou desde 2014.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
3
Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, Favelas e crianças até 14 anos, principalmente em SP, são os mais expressivos
6
Considerando o mapa do desperdício na produção se vê que os estados mais relevantes estão nas regiões Sudeste e Sul – SP, MG, PR, RS. AM e MA.
4
Considerando uma cesta nutricional, a população com fome consome 220 kg/ano a menos (0,6 kg/dia). Se aplicarmos à população com fome (33,1 milhões de pessoas em 2022) esta dieta nutricionalmente balanceada, o mínimo volume de alimentos necessário é de �7,3 milhões de toneladas/ano.
Os principais resultados são:
3
Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.
2
1
Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste ((SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).
63
63
Abordagem
Mapa do Desperdício – Tipo de Alimento
A produção total de alimentos no Brasil supera 1 bilhão de toneladas, das quais somente quase 15% é produção de alimentos da dieta típica brasileira. 85% corresponde à produção de cana de açúcar e grãos para consumo de animais e exportação.
Fontes: IBGE – Produção Agropecuária (2020); ABPA – Mercados por Tipo de Carne Aves, Suínos e Ovos (2020); EMBRAPA – Produção e exportação por tipo de alimento (2018); Imprensa: Canal Rural – Representatividade de exportação de Carne Bovina (2020)
Do 1,1 bilhão de toneladas de produção agropecuária no Brasil ao ano, a maior parte corresponde a monoculturas do agronegócio – cana de açúcar, milho e soja.
É por isso que decidimos não considerar eles como potencial para combater a fome.
752,8
215,4
36,3
34,8
17,3
15,9
11,6
5,8
2,9
0,5
35,9
66,7%
19,1%
3,2%
3,1%
1,5%
1,4%
1,0%
0,5%
0,3%
<0,1%
3,2%
Produção por Tipo de Alimento a Nível Nacional
(milhões de toneladas)
Porcentagem da Produção de Alimentos
Apenas 15% do volume total da produção correspondem a alimentos que são parte da dieta do brasileiro – isto representa 161 milhões de toneladas.
64
64
Produtores e Colheita (Matéria Prima) | 17.278.025 ton
Abordagem
Mapa do Desperdício – Tipo de Alimento
Os principais produtos produzidos para consumo interno e também os mais desperdiçados são Frutas, Laticínios e Tubérculos (incluindo Batatas/Cebola)
7.269.267
4.880.546
1.256.160
1.176.677
958.366
918.786
615.100
174.390
28.732
Fontes:
Olhando apenas o desperdício na produção vemos que os produtos com maior volume desperdiçado são Frutas e Tubérculos (70% do desperdício na produção).
As seguintes 5 categorias – De Lacticínios até Carne – representam os 29% restantes.
O cálculo detalhado está disponível no Apêndice 6.2.
Desperdício por Tipo de Alimento a Nível Nacional
(toneladas)
66,7%
19,1%
3,2%
3,1%
1,5%
1,4%
1,0%
0,5%
3,2%
Porcentagem da Produção de Alimentos
65
65
Produtores e Colheita (Matéria Prima) | 17.278.025 ton
Mapa do Desperdício na Produção
Os estados de SP, MG, PR e RS representam 56% do desperdício total na produção, ou seja 9,7 milhões de toneladas.
Fonte: Cálculos realizados com base em dados de produção agropecuário por estado e tipo de alimento, e porcentagens de desperdício por tipo de alimento utilizando: IBGE Explica – Produção Agropecuária (2020) e FAO – Save Food (2011). Ver Apêndice 6.2
6,0%
24,1%
0,4%
13,5%
5,6%
1,3%
0,9%
9,1%
9,2%
0,3%
6,4%
1,5%
2,1%
7,3%
0,2%
0,8%
0,8%
1,0%
0,3%
0,1%
1,8%
1,0%
1,2%
1,1%
2,5%
1,0%
Estados | UF | Valor Absoluto de Desperdício | % de Desperdício | % Acum. |
São Paulo | SP | 4.171.006 | 24,1% | 56,0% |
Minas Gerais | MG | 2.339.001 | 13,5% | |
Paraná | PR | 1.590.564 | 9,2% | |
Rio Grande do Sul | RS | 1.566.828 | 9,1% | |
Santa Catarina | SC | 1.266.427 | 7,3% | 81,3% |
Goiás | GO | 1.111.017 | 6,4% | |
Bahia | BA | 1.034.620 | 6,0% | |
Pará | PA | 972.335 | 5,6% | |
Pernambuco | PE | 437.611 | 2,5% | 95,7% |
Espírito Santo | ES | 358.555 | 2,1% | |
Ceará | CE | 312.328 | 1,8% | |
Mato Grosso | MT | 257.016 | 1,5% | |
Rio de Janeiro | RJ | 216.451 | 1,3% | |
Rio Grande do Norte | RN | 208.648 | 1,2% | |
Sergipe | SE | 189.950 | 1,1% | |
Alagoas | AL | 171.794 | 1,0% | |
Tocantins | TO | 169.942 | 1,0% | |
Paraíba | PB | 165.724 | 1,0% | |
Amazonas | AM | 154.462 | 0,9% | 100,0% |
Mato Grosso do Sul | MS | 139.119 | 0,8% | |
Rondônia | RO | 135.150 | 0,8% | |
Distrito Federal | DF | 80.779 | 0,5% | |
Maranhão | MA | 67.772 | 0,4% | |
Piauí | PI | 54.173 | 0,3% | |
Roraima | RR | 50.769 | 0,3% | |
Acre | AC | 39.957 | 0,2% | |
Amapá | AP | 16.027 | 0,1% | |
| | 17.278.025 | | |
66
66
Mapa do Desperdício na Produção
Nos 4 estados com maior desperdício, frutas, tubérculos e arroz somam 6,8 milhões de toneladas.
Produtores e Colheita (Matéria Prima) | 17.278.025 ton
6,0%
24,1%
0,4%
13,5%
5,6%
1,3%
0,9%
9,1%
9,2%
0,3%
6,4%
1,5%
2,1%
7,3%
0,2%
0,8%
0,8%
1,0%
0,3%
0,1%
1,8%
1,0%
1,2%
1,1%
2,5%
1,0%
Tubérculos, Raízes e Bulbos (12%)
Laranja
Frutas (74%)
Cebola
SP
4,1 MM
Frutas (21%)
Cebola
Tubérculos, Raízes e Bulbos (51%)
Laranja, Banana
MG
2,3 MM
Frutas (18%)
Batata
Tubérculos, Raízes e Bulbos (31%)
Laranja
PR
1,6 MM
Tubérculos, Raízes e Bulbos (23%)
Arroz
Cereais (35%)
Cebola, Batata
RS
1,6 MM
Tubérculos, Raízes e Bulbos (25%)
Abacaxi
Frutas (66%)
Mandioca
AM
0,15 MM
Lacticínios (19%)
Banana
Frutas (33%)
Leite
MA
0,07 MM
Frango e Ovos (9%)
Cebola
Tubérculos, Raízes e Bulbos (58%)
Frango
SC
1,2 MM
Frutas (12%)
Cebola
Tubérculos, Raízes e Bulbos (53%)
Melancia
GO
1,1 MM
Frutas (41%)
Cebola
Tubérculos, Raízes e Bulbos (42%)
Banana
BA
1,0 MM
Tubérculos, Raízes e Bulbos (6%)
Dendê
Frutas (86%)
Batata
PA
1,0 MM
Frutas (26%)
Bovinos
Carnes Vermelhas (29%)
Banana
MT
0,26 MM
Região MATOPIBA produz principalmente produtos para exportação (Soja, Algodão, Milho) �e algumas frutas (baixo volume relativo ao total)
Fonte: Cálculos realizados com base em dados de produção agropecuário por estado e tipo de alimento, e porcentagens de desperdício por tipo de alimento utilizando: IBGE Explica – Produção Agropecuária (2020) e FAO – Save Food (2011)
67
67
Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 1/2)
As principais conclusões deste capítulo são:
Fome e desperdício são dois desafios independentes e resolver um deles não vai necessariamente resolver o outro. A redução do desperdício na cadeia de valor traz eficiências (sustentabilidade ambiental, redução do custo de produção do alimento, maior disponibilidade de produtos...), mas não necessariamente ajudam a alimentar quem tem fome diretamente.
Se aumentássemos a nossa eficiência de aproveitamento de alimentos em 10 pontos percentuais, reduzindo o desperdício do produtor até o varejo e nos igualando os à eficiência dos EUA, ainda teríamos cerca de 39 milhões de toneladas de desperdício por ano. Esse volume é quase 5,4 vezes a quantidade de alimentos necessários para erradicar a fome no país por 1 ano.
Olhando a cadeia de alimentos, identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, com volumes significativos em todos os elos. Dentre os elos da cadeia produtiva (do produtor até o varejo/food service) o desperdício é de 47,9 milhões de toneladas (84% do total) e particularmente o elo com maior impacto é o produtor (30% do total).
Não existem estudos integrados e profundos no Brasil que façam o mapeamento completo do desperdício na cadeia de alimentos. Para combater o desperdício de alimentos, é fundamental a geração de dados detalhados ao longo da cadeia alimentícia por elo, tipo de alimento e regiões.
Frutas, Hortaliças, Tubérculos e Lacticínios são as 4 principais categorias de alimentos desperdiçados na cadeia de alimentos e representam 45 milhões de toneladas/ano – justamente esses 4 alimentos são necessários para cobrir as principais necessidades da fome. A única categoria relevante para o combate à fome que tem desperdiço menor do que o déficit e um custo mais alto são carnes vermelhas, mas ainda assim existe potencial a ser explorado.
68
68
Mapa do Desperdício de Alimentos – Reflexões (Parte 2/2)
Olhando os dois mapas – tanto de fome quanto de produção – vemos que existem desafios fundamentais em termos logísticos e financeiros ao se tentar conectar o desperdício com as pessoas passando fome. Considerando isso, os primeiros estados para começar a trabalhar seriam SP e MG, caso o foco do combate à fome seja o redirecionamento do desperdício.
Na visão por região e olhando o desperdício apenas na produção vemos que 56% dos alimentos produzidos e desperdiçados estão nos estados de Sudeste e Sul (SP, MG, PR, RS) – particularmente SP e MG somam 8,5 milhões de pessoas com fome. No entanto, os estados de AL e PI – os quais têm a maior penetração de fome – enfrentam uma escassa capacidade para resgatar alimentos da produção local.
No último elo, do consumidor, vemos um desperdício de 7,5 milhões de toneladas/ano – 15% do desperdício total na cadeia de alimentos.
Nossa hipótese é que o fator crítico que provoca esse desperdício nos lares é a cultura de abundância de comida, já que o brasileiro acredita que é importante ter fartura e valoriza refeições frescas e feitas no mesmo dia. Um trabalho de conscientização neste elo pode fazer a diferença.
69
69
Entendimento do Ecossistema
4
70
70
ECOSSISTEMA
3
Como os atores do ecossistema se relacionam com esses problemas e que barreiras os impedem de solucioná-los?
Terceiro Setor
Empresas
Sociedade Civil
Governo
População urbana faminta
FOME
1
Qual é o tamanho da população que tem fome e como ela se distribui �a nível regional?
DESPERDÍCIO
2
Quanta comida é desperdiçada, de qual tipo, em quais elos da cadeia e em quais regiões são os maiores desperdícios?
MAPA DA FOME E DO DESPERDÍCIO �DE ALIMENTOS �NO BRASIL
71
71
Abordagem
Mensagens Principais – Mapa da Fome e Desperdício
5
Mesmo sem estudos profundos no Brasil para trazer visibilidade do desperdício completo da Cadeia de Alimentos identificamos que existe um total de 55,4 milhões de toneladas de desperdício ao ano, sendo que o elo com maior impacto é o produtor (30% do total).
Existe um potencial de 38,6 milhões de toneladas de alimentos aproveitáveis – quase vezes o necessários para combater a fome.
2
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, BA, MA, MG, PA �e RJ), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste ( AM, MA, PA, PI, AC, RR ).
1
Em 2020 o Brasil alcançou 19,1 milhões de pessoas com fome, indicador que quase se duplicou desde 2014.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
7
Após a rodada de entrevistas com agentes deste ecossistema temos um entendimento profundo dos fatores que contribuem a prevalência da fome no Brasil. Identificamos 5 modelos de atuação que consolidam iniciativas de combate à fome.
3
Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, Favelas e crianças até 14 anos, principalmente em SP, são os mais expressivos
6
Considerando o mapa do desperdício na produção se vê que os estados mais relevantes estão nas regiões Sudeste e Sul – SP, MG, PR, RS. AM e MA.
4
Considerando uma cesta nutricional, a população com fome consome 220 kg/ano a menos (0,6 kg/dia). Se aplicarmos à população com fome (33,1 milhões de pessoas em 2022) esta dieta nutricionalmente balanceada, o mínimo volume de alimentos necessário é de �7,3 milhões de toneladas/ano.
Os principais resultados são:
3
Dentro desta realidade existem alguns grupos mais vulneráveis perante a fome – Pessoas pretas e pardas, pessoas de áreas urbanas, e lares chefiados por mulheres.
2
1
Em 2022 o Brasil alcançou 33,1 milhões de pessoas com fome (insegurança alimentar grave), indicador que cresceu 73% desde 2020.
Já tivemos em uma situação diferente, com uma forte redução de 51% entre 2004 e 2013, chegando ao mínimo de 3,6% da população com insegurança alimentar grave.
A Fome está presente em todo o Brasil...em número de população, se destacam estados do Sudeste e Nordeste (SP, RJ, CE, MA e PE), mas identificamos as maiores penetrações no Norte e Nordeste (AL, PI, AP, PA, SE, MA).
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72
Ecossistema
!
Nesta seção olhamos para a fome e o desperdício de alimentos pela perspectiva micro, para entender o que nos impede de resolver esses problemas.
Se trata de problemas sociais profundos e abrangentes, que afetam e são influenciados por diversos agentes da sociedade através de fatores estruturais.
Aqui providenciamos uma análise inicial das causas e possíveis soluções para esses problemas, de forma a propor um direcionamento para a avaliação e o desenho de iniciativas que visem combatê-los de alguma forma - não temos a pretensão de encontrar soluções definitivas ou de analisar cada perspectiva à exaustão.
Esperamos que essa análise possa ajudar no desenho de novas iniciativas de impacto e recomendamos um aprofundamento analítico rigoroso para garantir seus êxitos.
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73
3
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Entender em profundidade a essência dos papéis e fatores críticos de sucesso dos diferentes atores da sociedade e da cadeia produtiva de alimentos
Ecossistema
A partir das entrevistas com os 27 especialistas pudemos identificar o seguinte:
Analisar as barreiras por trás de fator de sucesso, buscando entender o que os tem prevenido de ser concretizados
Mapear as diferentes iniciativas atuando no combate à fome e ao desperdício, buscando entender seus modelos de atuação, avaliando sua efetividade �e as barreiras que atacam
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Entender em profundidade a essência dos papéis e fatores críticos de sucesso dos diferentes atores da sociedade e da cadeia produtiva de alimentos
Ecossistema
A partir das entrevistas com os 27 especialistas pudemos identificar o seguinte:
Analisar as barreiras por trás de fator de sucesso, buscando entender o que os tem prevenido de ser concretizados
Mapear as diferentes iniciativas atuando no combate à fome e ao desperdício, buscando entender seus modelos de atuação, avaliando sua efetividade �e as barreiras que atacam
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Fatores que contribuem à fome e ao desperdício
A partir das nossas entrevistas com especialistas, destacamos abaixo o nosso entendimento sobre os papéis e os principais fatores críticos de sucesso tangentes a cada um dos atores da sociedade
Essência
Fatores críticos de sucesso
Terceiro setor
Empresas
Sociedade civil
Governo
População urbana faminta
Agente com um papel protagonista para combater a fome de maneira estrutural. Sem o governo o problema da fome dificilmente pode ser resolvido.
Este é o ator que está mais desenvolvido para atuar no combate à fome. Composto por múltiplas organizações que estão atuando no problema da fome mas de maneira específica e independente.
O setor privado através do pilar ESG pode e deve utilizar seus recursos e influências para contribuir no combate aos 2 problemas: fome e desperdício
As pessoas impactadas pela fome precisam de empoderamento com educação e geração de renda para conseguirem viver com dignidade
Os cidadãos podem e devem usar da solidariedade e do consumo consciente para fazer suas partes no combate aos problemas sociais
76
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Fatores que contribuem à fome e ao desperdício
A partir das nossas entrevistas com especialistas, destacamos abaixo o nosso entendimento sobre os papéis e os principais fatores críticos de sucesso tangentes a cada um dos atores da sociedade
Essência
Fatores críticos de sucesso
Processamento �de alimentos
Food
service
Varejo alimentar
Logística e distribuição
Grandes produções agrícolas
Agricultura familiar
Diretamente afetados pela fome devido a oscilações climáticas e ao poder de barganha dos atravessadores
Faz uma interface próxima com a sociedade civil por lidar com alimentos prontos para o consumo, o que em contrapartida gera um acúmulo significativo de desperdício
Possui uma capilaridade importante na distribuição de alimentos nos centros urbanos, o que pode ser de grande ajuda para fazer alimentos chegarem a quem precisa
Concentram volumes importantes de desperdício de insumos e produtos finais, que poderiam reforçar a alimentação de quem precisa ao longo da cadeia
Exercem o papel de conectar a produção de insumos, o processamento e o varejo, e podem tomar cuidados adicionais para mitigar perdas que acontecem no caminho
Apesar da maior lucratividade do fornecimento ao mercado internacional, é possível alinhar os interesses de grandes produtores para garantir o abastecimento nacional
77
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Perspectiva Micro – Atores
Nos slides a seguir, descrevemos os principais fatores críticos de sucesso relativos a cada ator da sociedade que precisam ser endereçados no desenho de iniciativas estruturantes
Para ler em maiores detalhes os pontos que discutimos com os especialistas entrevistados, basta clicar no ícone do ator de interesse para navegar para o slide com os detalhes
(Ctrl+click fora do modo apresentação)
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Entender em profundidade a essência dos papéis e fatores críticos de sucesso dos diferentes atores da sociedade e da cadeia produtiva de alimentos
Ecossistema
A partir das entrevistas com os 27 especialistas pudemos identificar o seguinte:
Analisar as barreiras por trás de fator de sucesso, buscando entender o que os tem prevenido de ser concretizados
Mapear as diferentes iniciativas atuando no combate à fome e ao desperdício, buscando entender seus modelos de atuação, avaliando sua efetividade �e as barreiras que atacam
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Combater a fome e desperdício não é só endereçar os fatores críticos de sucesso nos atores, por isso fomos um passo além identificando as barreiras estruturais que precisam ser atacadas.
A continuação mostramos o processo para chegar nas barreiras listadas com base nos pontos críticos de sucesso.
Barreiras no combate à fome e o desperdício de alimentos
A partir da nossa análise dos problemas sociais pela ótica dos atores, pudemos identificar 10 barreiras no caminho os fatores de sucesso
Barreiras políticas
Barreiras econômicas
Barreiras sociais
Barreiras
80
80
As 10 barreiras para o combate à fome e ao desperdício surgiram a partir da nossa análise dos fatores críticos de sucesso identificados abaixo:
Perspectiva Micro – Fatores críticos de sucesso
81
81
Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
Barreira política
A alimentação é um direito constitucional e portanto é papel do governo combater a insegurança alimentar em todo o território nacional. No entanto, a perenidade da fome no Brasil indica que isso nem sempre tem sido uma prioridade.
Muitas das pessoas que passam fome no Brasil não possuem nem título de eleitor para retribuir à assistência social em votos. Por outro lado, o combate ao desperdício pode também se tornar oneroso à cadeia produtiva, o que também pode prejudicar o apoio do setor ao governo.
A criação de incentivos para alinhar os interesses dos políticos aos da sociedade pode viabilizar a priorização do combate a esses problemas.
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
De acordo com especialistas, o governo tem um papel central no combate à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil. Prova disso é que o único momento em que conseguimos sair do Mapa da Fome da ONU nos últimos anos se deveu principalmente a políticas públicas.
Por um lado, é realmente difícil equiparar qualquer orçamento privado ao poder financeiro do governo, principalmente o federal. Ainda que o setor privado como um todo represente uma parcela significativa da economia, não tem a mesma capacidade de mobilização que o governo tem.
Entretanto, os gastos necessários para se combater a fome no Brasil não são vultuosos. Com ações bem focalizadas, seria no mínimo possível reduzir a dependência que as pessoas famintas têm do governo para se alimentarem.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Barreira política
83
83
Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
A legislação e a regulamentação do setor alimentício no nosso país é bastante complexa, muitas vezes conflitando entre órgãos e entre as esferas federal, estadual e municipal.
Isso acontece especialmente em assuntos relacionados à segurança alimentar, pois o assunto impacta e é impactado pelas decisões de diferentes ministérios e secretarias.
Por isso, alinhar incentivos políticos e conscientizar legisladores nem sempre é necessário para viabilizar políticas e regulamentações mais justas e humanas.
Para vencer a complexidade burocrática do nosso país, é necessário um trabalho extenso de mapeamento das leis que precisam mudar para viabilizar mais doações de alimentos e menos desperdício. Uma simplificação da legislação sobre o setor alimentício também pode contribuir para a mudança.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Barreira política
84
84
Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
Políticas de assistência social e os esforços de abastecimento nacional são fortemente impactados pelos ciclos econômicos e pelas condições de produções de alimentos.
Enquanto seria irrazoável tentar impedir a flutuação da oferta e demanda por alimentos, existe sim a possibilidade de se mitigar os impactos desses movimentos à segurança alimentar nacional. Isso envolveria uma priorização das despesas com assistência social de maneira anticíclica e um sólido planejamento central da oferta de alimentos.
Faria sentido ter a participação ativa do governo no combate a essa barreira, mas a iniciativa privada também pode protagonizar o abastecimento nacional, contanto que haja um foco prioritário à segurança alimentar.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Barreira econômica
85
85
z
Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
Vivemos em um país muito extenso, cuja infraestrutura ainda deixa a desejar em relação ao seu potencial. Se historicamente a distância entre a produção e os consumidores sempre foi grande, ela ainda tem muito a encurtar.
Esses problemas afetam toda a cadeia produtiva de alimentos. Se por um lado isso limita as alternativas de escoamento para a produção da agricultura familiar em lugares remotos, do outro implica em maiores custos de transporte e maiores desperdícios ao longo do caminho. Além disso a distância física entre a produção e o consumo também contribui para a distância de relacionamento entre um e o outro.
Portanto, a melhora da infraestrutura e o aumento de modos alternativos de transporte pode contribuir para encurtar essas distâncias.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Barreira econômica
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86
z
Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
Todo processo produtivo ou logístico sempre apresenta ineficiências, e essas tendem a ser ainda maiores quanto se trata dos grandes volumes da produção alimentícia brasileira.
Exemplos se encontram ao longo de toda a cadeia. Desde os restos de grãos que ficam nos fundos do caminhões, passando pelas frutas que não se encaixam nas máquinas de suco, até as perdas por padronização no preparo de alimentos em restaurantes. Ineficiências também afetam o pequeno produtor, cuja escala muitas vezes limitam a sua competitividade.
O combate ao impacto dessas ineficiências exige esforços em diversas frentes. Além de muito foco em redução de desperdício, são necessárias mobilizações setoriais e um alto investimento em soluções tecnológicas.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Barreira econômica
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87
z
Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
A educação tem um poder transformador e principalmente a capacidade de empoderar famílias a garantirem as suas próprias seguranças alimentares. Infelizmente o Brasil se encontra atrás de muitos países em termos de acesso a uma educação de qualidade.
Nos centros urbanos, a falta de capacitação profissional marginaliza uma parcela menos favorecida da população, impedindo-a de se inserir no mercado de trabalho. Por outro lado, a capacitação também é importante na competitividade de quem já atua ou quer começar atuar na agricultura familiar.
Ampliar a qualificação profissional e produtiva da população brasileira pode ajudar famílias a se tornarem menos dependentes do assistencialismo e a se protegerem da insegurança alimentar.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Barreira econômica
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88
z
Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
A fome e o desperdício de alimentos não são novidades no Brasil, mas a falta e a baixa divulgação de informações sobre esses problemas contribui para reduzir o engajamento da sociedade na busca por soluções.
Do lado da fome, a falta de informações sobre quem tem fome dificulta a elaboração e priorização de políticas públicas eficazes no combate estrutural à insegurança alimentar. A informação que já existe também poderia ser melhor utilizada para fiscalizar a ação de organizações privadas e envolver toda a sociedade na solução.
Quanto ao desperdício, existem poucas métricas confiáveis sobre exatamente quanto se perde ao longo da cadeia alimentícia. Uma maior transparência poderia ajudar na cobrança pelo melhor aproveitamento dos alimentos.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Barreira social
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89
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Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
Todos temos um papel a desempenhar no combate à fome e ao desperdício, e o impacto que temos juntos é muito maior do que a diferença que podemos fazer sozinhos. O problema é que nem sempre é tão fácil mobilizar ações coordenadas.
Enquanto a “onda ESG” vem crescendo no mundo coorporativo, muitas vezes observamos que as empresas e ONGs atuam de maneira isolada, sem necessariamente ajudar a quem mais precisa. Também observamos isso nos esforços individuais de combate ao desperdício ao longo da cadeia produtiva.
Mobilizações setoriais poderiam ajudar a potencializar o impacto de cada instituição no combate à fome e ao desperdício. Coordenando-se bem, produtores agrícolas poderiam inclusive ajudar a garantir mais segurança no abastecimento nacional.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Atores da Cadeia produtiva de alimentos
Barreira social
90
90
z
Barreiras combate à fome e ao desperdício de alimentos
Em uma escala mais microssocial, podemos também observar que nem sempre a disponibilidade de alimentos leva à alimentação.
Um exemplo que ficou claro durante a pandemia foi a falta de água e gás de cozinha para famílias que receberam cestas básicas e não tinham como cozinhar. Mesmo na disponibilidade desses itens, a alimentação da família pode ficar prejudicada quando os adultos precisam trabalhar 2 ou 3 empregos para sustentar as crianças e sem que elas tenham quem cozinhe para elas. E quando as famílias conseguem vencer esse obstáculos, muitas vezes não sabem ou não tem tempo para planejar uma dieta nutritiva e balanceada.
É preciso ir além das doações para empoderar as famílias em insegurança alimentar a gerirem suas alimentações.
Fatores críticos de sucesso dificultados pela barreira:
Atores da sociedade
Barreira social
91
91
3
2
Entender em profundidade a essência dos papéis e fatores críticos de sucesso dos diferentes atores da sociedade e da cadeia produtiva de alimentos
Ecossistema
A partir das entrevistas com os 27 especialistas pudemos identificar o seguinte:
Analisar as barreiras por trás de fator de sucesso, buscando entender o que os tem prevenido de ser concretizados
Mapear as diferentes iniciativas atuando no combate à fome e ao desperdício, buscando entender seus modelos de atuação, avaliando sua efetividade �e as barreiras que atacam
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| | | | | | |
Descrição | Relatórios e campanhas sobre problemas sociais para viabilizar iniciativas | Busca de alimentos descartados para destinar a consumidores | Ensino sobre nutrição e organização para ajudar na gestão da alimentação | Capacitação profissional e/ou construção e apoio de negócios comunitários | Conscientizar, motivar, coordenar e fiscalizar políticas públicas | |
Público | Governo, empresas, terceiro setor, cidadãos | Pessoas com fome, empresas, varejo | Famílias e comunidades | Famílias e comunidades de baixa renda | Órgãos do governo | |
Investimento | Mediano – requer estudos com amostragens significativas | Alto – exige infraestrutura logística considerável | Baixo – requer professores especialistas no tema | Mediano – envolve o ensino e/ou a formação de uma empresa | Mediano – requer coordenação com vários atores | |
Impacto | Escala | Ampla – permite refletir muitas realidades | Variável – depende das fontes e destinos | Restrita – localizado em famílias/comunidades | Restrita – tende a se limitar a comunidades | Ampla – pode mobilizar orçamentos consideráveis |
Duração | Mediana – descobertas acionáveis por alguns anos | Diária – o alimento fornecido hoje precisa chegar de novo amanhã | Vitalícia – com um ensino eficaz, é possível mudar vidas | Vitalícia – habilidades e produtos criados podem durar pra sempre | Mediana – dura enquanto os políticos impactados estiverem no poder | |
Exemplos: | | | | | | |
Classificamos as iniciativas que investigamos em 5 modelos de atuação, cada um com suas implicações para os investimentos necessários, além da escala e duração dos impactos observados entre as iniciativas agrupadas:
Iniciativas existentes
Geração de dados
Escoamento alimentar
Consumo consciente
Geração de renda
Políticas públicas
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93
Análise de pontos cegos
No próximo slide cruzamos as barreiras identificadas com os modelos de atuação definidos para identificar potenciais pontos cegos
Barreiras políticas
Barreiras econômicas
Barreiras sociais
Ilustração: |
!
O objetivo dessa análise é única e exclusivamente o de examinar se os modelos de atuação que identificamos são exaustivos, ou se poderiam existir outros modelos de atuação além �dos que encontramos.
Não temos intenção de fazer uma análise exaustiva de todas as iniciativas de combate à fome e ao desperdício no Brasil, nem muito menos de avaliar o desempenho das iniciativas que já identificamos.
Geração de dados
Escoamento alimentar
Consumo consciente
Geração de renda
Políticas públicas
94
94
Análise de pontos cegos
Na tabela abaixo buscamos identificar as barreiras que mais precisam de atenção, contrastando-as com as iniciativas estudadas
Endereçamento
das barreiras:
| Barreiras | | | | | | Avaliação |
Barreiras políticas | Incentivos políticos adversos | | | | | ++ | |
Dependência de vontade política | | ++ | | ++ | | | |
Complexidade burocrática | | | | | + | | |
| | | | | | | |
Barreiras econômicas | Flutuações nas condições econômicas e climáticas | + | + | | + | + | |
Condições logísticas desafiadoras | | + | | ++ | + | | |
Ineficiências na produção, processamento e transporte de alimentos | + | + | | + | + | | |
Conhecimentos e habilidades exigidos para a atividade econômica | + | | + | ++ | + | | |
| | | | | | | |
Barreiras sociais | Desconhecimento sobre a realidade da fome e do desperdício | ++ | ++ | ++ | | ++ | |
Dificuldades de mobilização | + | | | | | | |
Necessidade de preparo dos alimentos para o consumo | | ++ | ++ | + | + | |
Identificamos algumas iniciativas atuando diretamente sobre esse problema
Há bastante espaço para mais atuação direta sobre esta barreira
Encontramos pouca ou nenhuma atuação entre os modelos definidos
Avaliação das barreiras:
Geração de dados
Escoamento alimentar
Consumo consciente
Geração de renda
Políticas públicas
++ Direto
+ Depende da iniciativa
95
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Organização do Setor Privado
Ao contrastar os modelos de atuação com as barreiras, identificamos um modelo de atuação pouco explorado atualmente
Modelos de Atuação
DESCRIÇÃO
Articulação entre atores do setor privado para que atuem de maneira mais coordenada e se mobilizem em prol de um melhor acesso a alimentos.
PÚBLICO
Empresas e associações setoriais, além de produtores e processadores de alimentos de diferentes escalas.
INVESTIMENTO
Mediano: Requer coordenação com múltiplos atores.
IMPACTO
Ampla: Pode mobilizar algumas das maiores empresas no país a fazerem as suas partes no combate ao desperdício.
Vitalícia: Ações tomadas por grandes empresas dificilmente seriam revogadas mais à frente, especialmente caso isso ameace trazer publicidade negativa.
Mobilização setorial pela redução de desperdícios
Coordenação do abastecimento nacional/regional
Cooperativismo na Agricultura Familiar
Apoio profissional a economias criativas
Exemplos
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96
A partir da nossa pesquisa, identificamos algumas modalidades dentro de cada modelo de atuação:
Geração de dados
Escoamento alimentar
Consumo consciente
Capacitação para Geração de Renda
Políticas públicas
Planejamento & Coordenação
Advocacy
Implementação
Fiscalização
Pesquisas sobre o desperdício
Pesquisas sobre a fome
Bancos de alimentos
Cozinhas solidárias
Foodtechs
Campanhas de conscientização
Ensino comunitário
Capacitação para inserção no mercado de trabalho
Cursos de empreendedorismo
Capacitação da agricultura familiar
Organização do Setor Privado
Mobilização pela redução de desperdícios
Coordenação de abastecimento
Cooperativismo na Agricultura Familiar
Apoio profissional a economias criativas
Este foi o modelo de atuação identificado a partir da análise de pontos cegos
As iniciativas de apoio a políticas públicas podem se concentrar em qualquer das etapas do processo de implementação de uma política pública. Ilustramos isso exibindo-as aqui de maneira sequencial
Modelos de Atuação
97
97
Entendimento do Ecossistema – Reflexões
As principais conclusões deste capítulo são:
Todos os atores da sociedade e elos da cadeia produtiva de alimentos são afetados pela fome e o desperdício de alguma maneira e podem contribuir para o combate a ambos os problemas nos seus cotidianos – a capacidade financeira e responsabilidade constitucional fazem do governo federal um protagonista nesse desafio.
Analisamos diferentes iniciativas no ecossistema do combate à fome e ao desperdício e identificamos 5 modelos de atuação entre elas, incluindo geração de dados, escoamento alimentar, consumo consciente, capacitação para a geração de renda e apoio a políticas públicas.
Identificamos 10 principais barreiras que impedem a conquista desses fatores críticos de sucesso hoje, e que precisam ser endereçadas de alguma forma por iniciativas de combate à fome e o desperdício para viabilizar uma mudança estrutural na conjuntura atual – entre elas estão barreiras políticas, econômicas e sociais.
Mapeamos 24 fatores críticos de sucesso que precisam ser endereçados para um combate eficaz à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil, e por cada um dos 11 atores identificados.
Ao contrastar esses modelos de atuação com as barreiras, identificamos um possível modelo de atuação pouco explorado entre as iniciativas contempladas – trata-se do trabalho de organização do setor privado, que pode levar a uma atuação mais forte e coordenada na redução do desperdício, expansão do cooperativismo e apoio a economias criativas.
No apêndice deste documento incluímos também os fatores críticos para o sucesso de novas iniciativas em qualquer um dos modelos de atuação observados, com base nas nossas conversas com especialistas e análise das iniciativas existentes.
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Discussão de Caminhos de Atuação
5
99
99
Possíveis Caminhos de Atuação
Este capítulo tem como objetivo trazer uma primeira visão de possíveis caminhos de atuação para quem quiser trabalhar no combate à fome e ao desperdício de alimentos.
100
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Visão por Modelo de Atuação
Vantagens
Visão por Ecossistema das Personas
Vantagens
Possíveis Caminhos de Atuação
Trouxemos aqui 2 perspectivas:
1
2
101
101
Visão por Modelo de Atuação
Vantagens
Vantagens
Possíveis Caminhos de Atuação
Trouxemos aqui 2 perspectivas:
1
Visão por Ecossistema das Personas
2
102
102
A partir da nossa pesquisa, identificamos algumas modalidades dentro de cada modelo de atuação:
Visão por Modelo de Atuação
1
Mais detalhes
A partir da nossa pesquisa, identificamos algumas modalidades dentro de cada modelo de atuação:
Geração de dados
Escoamento alimentar
Consumo consciente
Capacitação para Geração de Renda
Políticas públicas
Planejamento e Coordenação
Advocacy
Implementação
Fiscalização
Pesquisas sobre o desperdício
Pesquisas sobre a fome
Bancos de alimentos
Cozinhas solidárias
Foodtechs
Campanhas de conscientização
Ensino comunitário
Capacitação para inserção no mercado de trabalho
Cursos de empreendedorismo
Capacitação da agricultura familiar
Organização do Setor Privado
Mobilização pela redução de desperdícios
Coordenação de abastecimento
Cooperativismo na Agricultura Familiar
Apoio profissional a economias criativas
Este foi o modelo de atuação identificado a partir da análise de pontos cegos
As iniciativas de apoio a políticas públicas podem se concentrar em qualquer das etapas do processo de implementação de uma política pública. Ilustramos isso exibindo-as aqui de maneira sequencial
103
103
Nos slides anteriores descrevemos as duas perspectivas para discutir possíveis caminhos de atuação.
Para ver em detalhe os modelos de atuação e/ou mais exemplos dos núcleos de personas, clique no botão “mais detalhes”
(Ctrl+click fora do modo apresentação)
Para voltar à página do resumo, clique no ícone retornar
Retornar
Mais detalhes
Modelos de Atuação - Detalhamento
104
104
Escala
Duração
Intensidade
Quantas pessoas queremos atingir?
Qual é o tamanho da diferença que queremos fazer na vida dessas pessoas?
Por quanto tempo queremos que o impacto da nossa iniciativa perdure?
Duração
Intensidade
Escala
Escala
Duração
Intensidade
Exemplo A
Capacitação de agricultores familiares
Exemplo B
Programa Nacional de Alimentação Escolar
Principais dimensões
Exemplos
Investimento
Qual é a capacidade/disposição a investir em uma solução?
Para definir uma iniciativa para o combate à fome e/ou ao desperdício de alimentos, é importante levar em consideração algumas dimensões-chave
Visão por Modelo de Atuação
1
105
105
Grave
Moderada
Leve
Segurança
Todas
Todo o território nacional
Fome absoluta
Fome relativa
Urbano/ rural
Gênero
Raça
Idade
Orientação sexual
Religião
Acabar com algum nível de insegurança alimentar de um nicho
Reduzir a insegurança alimentar de mais gente
Combater a fome a partir da redução do desperdício de alimentos
Reduzir ao máximo o desperdício de alimentos
1
2
3
4
As dimensões de escala e intensidade têm fortes implicações para o escopo da atuação a ser tomada
Visão por Modelo de Atuação
1
IMPACTO / ESCALA
INTENSIDADE
106
106
DURAÇÃO
Permanentemente, tornando as pessoas e organizações autossuficientes
A longo prazo, criando soluções sustentáveis de apoio diário
Pelo menos por alguns anos
Geração de dados
Escoamento alimentar
Geração de renda
Consumo consciente
Políticas públicas
Sinergias com outras iniciativas com as quais se tenha contato
Possíveis familiaridades com setores da indústria alimentícia
Redes de contatos dos líderes da iniciativa
A duração desejada do impacto tem forte influência sobre o modelo de atuação, e a capacidade de investimento define o tamanho da iniciativa
Dinheiro
Tempo
Visão por Modelo de Atuação
1
Setor privado
INVESTIMENTO / ESFORÇO
107
107
IMPACTO
ESFORÇO/INVESTIMENTO
Elaboração de um plano de Políticas Públicas a nível Federal.
19,1 milhões
Elaboração de um plano de Políticas Públicas a nível Estadual/Municipal
Matriz – Modelos de Atuação
1
4,5 milhões
Pesquisa detalhada sobre desperdício na Cadeia de Alimentos
Ampliação de Cozinhas Solidárias com ONGs em regiões foco
500 mil - 1 milhão
Desenvolvimento de Economias Criativas de Produtores Agrícolas Familiares
585 mil
Desenvolver programa de capacitação e empregabilidade para pessoas nas Favelas
1 milhão
Potencial pessoas com fome impactadas
EXEMPLOS
108
108
Visão por Modelo de Atuação
Vantagens
Visão por Ecossistema das Personas
Vantagens
Possíveis Caminhos
Trouxemos aqui 2 perspectivas:
1
2
109
109
Abordagem
Nesta segunda visão começamos por considerar os grupos de personas que vimos no diagnóstico:
2
Visão por Ecossistemas das Personas
Consideramos os grupos de “personas” mais vulneráveis para focar em aqueles que mais precisam de apoio no combate à fome:
Olhamos também os estados para definir por onde começar a nível regional
A partir de cada grupo é elaborado um ecossistema que inclui programas, iniciativas e os atores que poderiam participar
1
2
3
110
110
Abordagem
Vemos 5 grandes grupos com maior vulnerabilidade perante a fome, dos quais os mais relevantes são pessoas pretas/pardas, Favelas e crianças:
Variável | Personas vulneráveis perante a fome | Total pessoas | % de penetração | Pessoas com fome | Pessoas com IA Grave + Moderada | ||
IA Grave (Fome) | IA Moderada | Pessoas com Fome | Pessoas com IA moderada | ||||
Cor ou Raça | Preta e Parda | 135,4 milhões | 18,1% | 17,7% | 24,5 milhões | 24 milhões | 48,5 milhões |
Branca | 77,9 milhões | 10,6% | 10,3% | 8,3 milhões | 8 milhões | 16,3 milhões | |
Rural ou Urbano | População Rural | 30,5 milhões | 18,6% | 16,9% | 5,7 milhões | 5 milhões | 10,7 milhões |
Urbano | 182,8 milhões | 15% | 14,9% | 27,4 milhões | 27,2 milhões | 54,6 milhões | |
Crianças | Crianças menores a 10 anos(2) | 29,4 milhões* | 18,1% | 18,9% | 5,3 milhões | 5,6 milhões | 10,9 milhões |
Insegurança Hídrica | Pessoas que passam por algum nível de insegurança hídrica | 21,5 milhões | 42% | - | 9 milhões | - | 9 milhões |
Chefes de lar por Gênero | Mulheres | 105,1 milhões | 19,3% | 17,4%* | 20,3 milhões | 18,3 milhões | 38,6milhões |
Homens | 108,1 milhões | 11,9%* | 19,2%* | 12,9 milhões | 20,8 milhões | 33,7 milhões | |
Fontes: Fontes: (1) VIGISAN – “Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil” (2022), “Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil” (2021); (2) IBGE – Projeção da População por Idade, gênero, raça/cor (2022); (3) IBGE – Projeção de famílias no Brasil (2022)
Abordagem
2
Visão por Ecossistemas das Personas
111
111
2
Exercício Núcleos – Exemplos Iniciais
112
112
As principais conclusões deste capítulo são:
Os temas de fome e desperdício de alimentos são muito amplos, por isto pensamos em caminhos e partir deles aprofundar. Das diversas perspectivas para olhar os problemas, escolhemos 2 visões mais relevantes: (a) a partir dos modelos de atuação do ecossistema; (b) começando de núcleos de grupos vulneráveis.
Por outro lado, na visão de núcleos começamos a partir de 7 grupos de personas com maior impacto da fome e cruzando isso com regiões para ver por onde começar. A partir deste análise é possível coordenar esforços de apoio. Um exemplo é Favelas, o qual inclui iniciativas de cadastro, cozinhas solidárias, vagas em empresas e programas de capacitação.
Desde a perspectiva de modelos de atuação, definimos 6 modelos possíveis para atuar. Para conseguir focar e priorizar esforços chegamos nas variáveis de impacto – definidos pela abrangência da população a ser atingida, a intensidade e a duração da iniciativa – e o nível de investimento/esforço considerando tempo, dinheiro e recursos necessários.
Possíveis Caminhos de Atuação
Para começar a pensar em caminhos de atuação no combate à fome e o desperdício de alimentos é fundamental responder algumas perguntas que são direcionadores de decisão:
113
113
Anotações do Workshop
6
114
114
Resumo das discussões do Workshop
Possíveis inclusões em futuras versões do relatório
FOME
DESPERDÍCIO
ECOSSISTEMA
FOME
DESPERDÍCIO
ECOSSISTEMA
Aprofundamentos sugeridos que vão além do escopo proposto
No dia 11/11/2021, fizemos um workshop com 42 especialistas e parceiros do nosso estudo, visando apresentar em detalhes a pesquisa que realizamos e coletar impressões sobre o conteúdo explorado. O workshop durou 4 horas, incluindo momentos de apresentação, discussão e conexões. Abaixo capturamos os principais pontos levantados com relação ao conteúdo do relatório, incluindo pontos que poderiam agregar à discussão em suas futuras versões.
115
O projeto
Resumo das discussões do Workshop
Ideias de soluções mais efetivas
Iniciativas existentes que atuam de maneira estrutural
Os participantes também compartilharam ideias para atacar os problemas da fome e do desperdício, e compartilharam o conhecimento de iniciativas que já atuam no combate
116
Relatório Diagnóstico:
Mapa da Fome e do Desperdício de Alimentos no Brasil
Dezembro de 2022
Material Pre-read
117
Apêndices
7
Apêndice 6.1 | Mapa da Fome: Análise Regional Municipal e Cesta Real | 118 – 120 |
Apêndice 6.2 | Mapa do Desperdício de Alimentos: Análise de Produção e Desperdício por Elo | 121 – 128 |
Apêndice 6.3 | Detalhamento Ecossistema: A. Detalhamento Atores | 129 – 140 |
Apêndice 6.4 | Possíveis Caminhos de Atuação | 141 – 146 |
Apêndice 6.5 | Glossário | 147 – 148 |
Apêndice 6.6 | Fontes de Informação | 149 – 151 |
118
118
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55316854
Fonte: FGV Social com dados de IBGE – PNAD Continua (2011 – 2020); FGV Social – Montanha Russa da Pobreza (2022)
12,4%
10,5%
11,1%
8,5%
4,5%
10,8%
% da população brasileira abaixo da linha de pobreza
Efeito devido ao Auxílio Emergencial.
Mais de 5 milhões de pessoas (18 para 23 milhões) voltaram a pobreza quando acabou o dinheiro do Auxílio Emergencial
R$322 bi entregues a 45 milhões de famílias em 2020
2020
Milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza
Auxílio Emergencial de R$600 Abril-Ago
Auxílio Emergencial de R$300 Set-Dez
Abordagem
Mapa da Fome – Fome e Pobreza
Segundo a FGV, 10,8% da população estava abaixo da linha de pobreza de R$ 210 per capita em 2021, cerca de 23 milhões de pessoas. Esta linha, embora baixa, serve para suprir necessidades básicas, e é usada como critério de elegibilidade ao Auxílio Brasil.
23.4
2021
119
119
Abordagem
Mapa da Fome – Distribuição da fome por município
Fonte: Cálculos realizados com base em variáveis de População, Distribuição de Renda, Programa Bolsa Família e Auxílio Emergencial das seguintes fontes: (1) IBGE (2020); (2) Relatório VigiSAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020 e 2022); (3) Portal da Transparência (2020)
Nota: Os valores da VIGISAN para estado foram utilizados como parâmetro para que, por proporção, os valores de IDF fossem encontrados
Visão 1: Distribuição da população com Fome por Município
13% da população com fome se concentra nos primeiros 8 municípios – São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília, Manaus, Teresina, Recife e Salvador.
REGIÃO | ESTADO | NOME MUNICIPIO | POP. C/ FOME | POP. TOTAL | %IDF | %IDF ACUM. |
Sudeste | São Paulo | SAO PAULO | 1.598.742 | 12406042 | 4,83% | 4,83% |
Sudeste | Rio de Janeiro | RIO DE JANEIRO | 948.908 | 6760230 | 2,87% | 7,70% |
Nordeste | Ceará | FORTALEZA | 512.822 | 2698726 | 1,55% | 9,25% |
Centro-Oeste | Distrito Federal | BRASILIA | 395.200 | 3114992 | 1,19% | 10,44% |
Norte | Amazonas | MANAUS | 238.315 | 2279032 | 0,72% | 11,16% |
Nordeste | Piauí | TERESINA | 199.464 | 865253 | 0,60% | 11,76% |
Nordeste | Pernambuco | RECIFE | 193.116 | 1658718 | 0,58% | 12,35% |
Nordeste | Bahia | SALVADOR | 181.263 | 2886263 | 0,55% | 12,89% |
Nordeste | Alagoas | MACEIO | 178.210 | 1027371 | 0,54% | 13,43% |
Sul | Rio Grande do Sul | PORTO ALEGRE | 177.095 | 1486160 | 0,53% | 13,97% |
Sudeste | São Paulo | GUARULHOS | 166.098 | 1405789 | 0,50% | 14,47% |
Sudeste | Rio de Janeiro | NOVA IGUACU | 151.905 | 823520 | 0,46% | 14,93% |
Sudeste | São Paulo | CAMPINAS | 150.950 | 1224191 | 0,46% | 15,38% |
Sudeste | São Paulo | SAO JOSE DO RIO PRETO | 143.005 | 469539 | 0,43% | 15,81% |
Sudeste | São Paulo | RIBEIRAO PRETO | 140.886 | 720678 | 0,43% | 16,24% |
Sudeste | Rio de Janeiro | SAO GONCALO | 138.124 | 1095872 | 0,42% | 16,66% |
Centro-Oeste | Goiás | GOIANIA | 134.722 | 1568225 | 0,41% | 17,06% |
Sudeste | Rio de Janeiro | DUQUE DE CAXIAS | 134.678 | 927346 | 0,41% | 17,47% |
Norte | Amapá | MACAPA | 133.008 | 530148 | 0,40% | 17,87% |
Norte | Pará | SAO FELIX DO XINGU | 122.852 | 136.502 | 0,40% | 18,27% |
Nordeste | Maranhão | SAO LUIS | 128.436 | 1113461 | 0,39% | 18,66% |
Sul | Paraná | CURITIBA | 128.212 | 1963289 | 0,39% | 19,05% |
Norte | Pará | ALTAMIRA | 106.187 | 117.986 | 0,35% | 19,40% |
Sudeste | Minas Gerais | BELO HORIZONTE | 108.043 | 2525175 | 0,33% | 19,73% |
Nordeste | Sergipe | ARACAJU | 106.112 | 673849 | 0,32% | 20,05% |
Nordeste | Pernambuco | JABOATAO DOS GUARARAPES | 101.620 | 710346 | 0,31% | 20,35% |
Sudeste | São Paulo | SAO BERNARDO DO CAMPO | 100.103 | 850537 | 0,30% | 20,66% |
Norte | Pará | BELEM | 99.999 | 1514962 | 0,30% | 20,96% |
Nordeste | Pernambuco | OLINDA | 98.776 | 393189 | 0,30% | 21,26% |
Sudeste | Rio de Janeiro | BELFORD ROXO | 92.709 | 514073 | 0,28% | 21,54% |
Nordeste | Ceará | CAUCAIA | 92.404 | 368281 | 0,28% | 21,82% |
Sudeste | Rio de Janeiro | CAMPOS DOS GOYTACAZES | 87.384 | 513479 | 0,26% | 22,08% |
Sudeste | São Paulo | SAO JOSE DOS CAMPOS | 87.180 | 737885 | 0,26% | 22,34% |
Norte | Pará | SANTAREM | 86.442 | 310088 | 0,26% | 22,60% |
Nordeste | Pernambuco | SERRA TALHADA | 78.612 | 87.346 | 0,25% | 22,85% |
Centro-Oeste | Mato Grosso | CUIABA | 80.617 | 627302 | 0,24% | 23,10% |
Sudeste | São Paulo | OSASCO | 80.506 | 701975 | 0,24% | 23,34% |
Norte | Pará | NOVO REPARTIMENTO | 71.040 | 78.933 | 0,23% | 23,57% |
Sudeste | São Paulo | PIRACICABA | 74.151 | 410595 | 0,22% | 23,80% |
Sudeste | São Paulo | SOROCABA | 73.992 | 695871 | 0,22% | 24,02% |
Sudeste | Rio de Janeiro | BARRA MANSA | 68.905 | 184818 | 0,21% | 24,23% |
Sudeste | São Paulo | DIADEMA | 68.378 | 429885 | 0,21% | 24,44% |
Norte | Pará | CAMETA | 67.417 | 141612 | 0,20% | 24,64% |
Centro-Oeste | Mato Grosso do Sul | CAMPO GRANDE | 67.169 | 921970 | 0,20% | 24,84% |
Sudeste | São Paulo | PRAIA GRANDE | 66.312 | 336716 | 0,20% | 25,04% |
Nordeste | Alagoas | ARAPIRACA | 66.040 | 233349 | 0,20% | 25,24% |
Sudeste | São Paulo | CARAPICUIBA | 63.028 | 405691 | 0,19% | 25,43% |
Sudeste | São Paulo | MOGI DAS CRUZES | 63.028 | 455942 | 0,19% | 25,62% |
Nordeste | Alagoas | MARECHAL DEODORO | 47.368 | 52.632 | 0,19% | 25,81% |
Norte | Rondônia | PORTO VELHO | 62.234 | 551341 | 0,19% | 26,00% |
120
120
Abordagem
Mapa da Fome – Penetração da fome por município
Fonte: Cálculos realizados com base em variáveis de População, Distribuição de Renda, Programa Bolsa Família e Auxílio Emergencial das seguintes fontes: (1) IBGE (2020); (2) Relatório VigiSAN: Insegurança Alimentar e COVID-19 no Brasil (2020 e 2022); (3) Portal da Transparência (2020)
Nota: Os valores da VIGISAN para estado foram utilizados como parâmetro para que, por proporção, os valores da penetração fossem encontrados
Visão 2: Penetração da fome em cada Município
Das 5.568 municípios do Brasil, 315 deles tem penetração da fome maior a 50% - A maioria destes estão na região Norte e Nordeste.
REGIÃO | ESTADO | NOME MUNICIPIO | POP. C/ FOME | POP. TOTAL | %PENETRAÇÃO |
Norte | Pará | NOVO REPARTIMENTO | 71040 | 78933 | 90,0% |
Norte | Pará | OBIDOS | 47493 | 52770 | 90,0% |
Nordeste | Ceará | PIRES FERREIRA | 9929 | 11033 | 90,0% |
Sudeste | São Paulo | PLANALTO | 4836 | 5374 | 90,0% |
Nordeste | Piauí | JACOBINA DO PIAUI | 5112 | 5680 | 90,0% |
Nordeste | Sergipe | PEDRA MOLE | 2984 | 3315 | 90,0% |
Centro-Oeste | Goiás | SAO JOAO DA PARAUNA | 1190 | 1322 | 90,0% |
Norte | Pará | SAO FELIX DO XINGU | 122852 | 136502 | 90,0% |
Norte | Pará | ALTAMIRA | 106187 | 117986 | 90,0% |
Nordeste | Pernambuco | SERRA TALHADA | 78612 | 87346 | 90,0% |
Nordeste | Alagoas | MARECHAL DEODORO | 47368 | 52632 | 90,0% |
Centro-Oeste | Mato Grosso | JUINA | 37290 | 41433 | 90,0% |
Nordeste | Alagoas | TRAIPU | 25037 | 27819 | 90,0% |
Nordeste | Pernambuco | IPUBI | 28324 | 31472 | 90,0% |
Nordeste | Alagoas | CANAPI | 15878 | 17643 | 90,0% |
Norte | Roraima | ALTO ALEGRE | 13922 | 15469 | 90,0% |
Nordeste | Pernambuco | AFRANIO | 17958 | 19954 | 90,0% |
Norte | Roraima | AMAJARI | 12382 | 13758 | 90,0% |
Centro-Oeste | Mato Grosso | CAMPINAPOLIS | 14687 | 16319 | 90,0% |
Sudeste | São Paulo | TABATINGA | 15120 | 16800 | 90,0% |
Sul | Rio Grande do Sul | CRUZEIRO DO SUL | 11163 | 12404 | 90,0% |
Sul | Rio Grande do Sul | PLANALTO | 8923 | 9914 | 90,0% |
Sudeste | São Paulo | BILAC | 7383 | 8204 | 90,0% |
Norte | Pará | SENADOR JOSE PORFIRIO | 10233 | 11369 | 90,0% |
Nordeste | Alagoas | QUEBRANGULO | 10041 | 11156 | 90,0% |
Norte | Amapá | AMAPA | 8463 | 9403 | 90,0% |
Nordeste | Piauí | NAZARE DO PIAUI | 6532 | 7258 | 90,0% |
Nordeste | Alagoas | BELO MONTE | 6020 | 6689 | 90,0% |
Nordeste | Alagoas | SANTA LUZIA DO NORTE | 6583 | 7314 | 90,0% |
Nordeste | Piauí | CARAUBAS DO PIAUI | 5283 | 5870 | 90,0% |
Sul | Rio Grande do Sul | INDEPENDENCIA | 5426 | 6028 | 90,0% |
Sul | Rio Grande do Sul | HUMAITA | 4223 | 4692 | 90,0% |
Nordeste | Sergipe | FEIRA NOVA | 5065 | 5627 | 90,0% |
Nordeste | Piauí | JUREMA | 4282 | 4758 | 90,0% |
Nordeste | Piauí | VARZEA GRANDE | 3917 | 4352 | 90,0% |
Nordeste | Piauí | SEBASTIAO LEAL | 3854 | 4282 | 90,0% |
Sul | Rio Grande do Sul | JACUTINGA | 3166 | 3517 | 90,0% |
Nordeste | Piauí | CURRALINHOS | 4000 | 4445 | 90,0% |
Sudeste | São Paulo | CABRALIA PAULISTA | 3803 | 4226 | 90,0% |
Sudeste | São Paulo | ANHUMAS | 3758 | 4175 | 90,0% |
Nordeste | Piauí | PAU D'ARCO DO PIAUI | 3651 | 4056 | 90,0% |
Centro-Oeste | Mato Grosso | SALTO DO CEU | 2921 | 3245 | 90,0% |
Sul | Rio Grande do Sul | ALTO ALEGRE | 1425 | 1583 | 90,0% |
Norte | Pará | AFUA | 36122 | 40136 | 90,0% |
Nordeste | Alagoas | CAMPO GRANDE | 8583 | 9537 | 90,0% |
Norte | Roraima | UIRAMUTA | 10056 | 11173 | 90,0% |
Centro-Oeste | Mato Grosso | GAUCHA DO NORTE | 7164 | 7960 | 90,0% |
Norte | Pará | JACAREACANGA | 6292 | 6991 | 90,0% |
Sul | Rio Grande do Sul | COLINAS | 2210 | 2456 | 90,0% |
Sudeste | São Paulo | TURMALINA | 1501 | 1668 | 90,0% |
121
121
Abordagem
Mapa da Fome – Diferenças na Dieta consumida com base na Segurança Alimentar
Consumo per-capita anual
(Kgs)
Fonte: IBGE - Análise da Segurança Alimentar no Brasil POF (2018)
Lacticínios
Frutas
Hortaliças
Cereais e Leguminosas
Carnes
Panificados
Pescados
Aves e Ovos
Açucares Doces
Farinhas Massas
Óleos Gorduras
Alimentos preparados
Sais e Condimentos
A nível dos tipos de alimentos as reduções principais são nas Frutas (66%), Lacticínios (62%), Hortaliças (53%), Bebidas (54%) e Carnes (38%).
Bebidas
-54%
-62%
-66%
-53%
-38%
Pessoas com Fome (Ins. Alimentar Grave)
Pessoas com Segurança Alimentar
1,6 kg
1 kg
Consumo de alimentos:
Pessoas com Insegurança Moderada
1,1 kg
Diário
47 kg
29 kg
34 kg
564 kg
346 kg
404 kg
Mensal
Anual
Insegurança Alimentar:
Leve
Moderada
Grave
Segurança Alimentar
122
122
Abordagem
Mapa do Desperdício – Tipo de Alimento
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
17.278.025
ton
Os principais produtos produzidos para consumo interno e também os mais desperdiçados são Frutas, Lacticínios e Tubérculos (incluindo Batatas/Cebola)
Fonte: IBGE - Portal de Produção Agropecuária (2019) https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/
ABPA – Mercados (https://abpa-br.org/mercados/)
O volume por estados foi calculado multiplicando o porcentagem de produção em valor de cada estado pelo total de produção em volume a nível nacional.
Observações:
(a) Alimentos com informação de 2017: batata doce, batata baroa, cenoura, abobora, alface, repolho, pimentão e pepino
(b) Frango e Suínos considera dados de ABPA (2020).
(c) Bovinos considera dados de EMBRAPA (2020) e noticias de imprensa - Canal Rural (2020).
Desperdício por Tipo de Alimento a Nível Nacional
(toneladas)
7.269.267
42%
4.880.546
28%
7%
7%
6%
5%
4%
1%
0,2%
1.256.160
1.176.677
958.366
918.786
615.100
174.390
28.732
Porcentagem do Desperdício na Produção
Metodologia de Cálculo
123
123
Abordagem
Qualidade e confiabilidade informação:
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
Grau de necessidade do alimento para combater a fome:
TOTAL
CADEIA
DESPERDÍCIO
DE COMIDA
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
Manufatura
(Alimentos processados)
Varejo Alimentar
(Grande, Médio e MPE)
Consumidores
Pós-colheita, Armazenamento e Transporte
Foodservice
(Restaurantes, Fast Food, outros)
CEASAs | CEAGESP
(Alimentos não processados)
Alta
Média
Baixa
Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).
Desperdício de alimentos por tipo (volume)
17.278.025
ton
Frutas e Hortaliças | 8.445.944 | | | | | | | | | | | |
Tubérculos | 4,880,546 | | | | | | | | | | | |
Laticínios | 1,256,160 | | | | | | | | | | | |
Cereais | 958,366 | | | | | | | | | | | |
Aves | 733,785 | | | | | | | | | | | |
Carnes | 615,100 | | | | | | | | | | | |
Ovos | 185,001 | | | | | | | | | | | |
Leguminosas | 174,390 | | | | | | | | | | | |
Pescados | 28,732 | | | | | | | | | | | |
20% |
6% |
5,3% |
3,5% |
6% |
5,3% |
5,3% |
6% |
5,7% |
Fonte: IBGE - Portal de Produção Agropecuária (2019) https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/
ABPA – Mercados (https://abpa-br.org/mercados/)
Observações:
(a) Alimentos com informação de 2017: batata doce, batata baroa, cenoura, abobora, alface, repolho, pimentão e pepino
(b) Frango e Suínos considera dados de ABPA (2020).
(c) Bovinos considera dados de EMBRAPA (2020) e noticias de imprensa - Canal Rural (2020).
Total de alimentos desperdiçados na produção somando cada categoria detalhada abaixo
42.229.719 |
35.890.280 |
34.861.043 |
15.972.769 |
13.845.000 |
11.605.662 |
3.490.594 |
2.906.508
|
504.072 |
Volume de Produção em Tons
124
124
10.794.651
ton
Abordagem
Desperdício de alimentos por tipo (volume)
144.027.623
ton
TOTAL
CADEIA
DESPERDÍCIO
DE COMIDA
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
Manufatura
(Alimentos processados)
Varejo Alimentar
(Grande, Médio e MPE)
Consumidores
Pós-colheita, Armazenamento e Transporte
Foodservice
(Restaurantes, Fast Food, outros)
CEASAs | CEAGESP
(Alimentos não processados)
10% |
14% |
6% |
4% |
1.1% |
1,1% |
1,1% |
3% |
5% |
Para calcular o volume de desperdício deste elo, pegamos o volume resultante da produção após subtrair os resíduos dessa etapa, para isso:
3.355.653 |
4.221.434 |
2.078.047 |
811.919 |
99.917 |
89.452 |
33.771 |
81.200 |
23.257 |
Volume restante de Produção depois de desperdício
em Tons
33.783.776 | |
31.009.734 | |
33.604.884 | |
15.014.403 | |
13.111.215 | |
10.990.562 | |
3.305.593 | |
2.732.118 | |
475.340 | |
Frutas e Hortaliças |
Tubérculos |
Laticínios |
Cereais |
Aves |
Carnes |
Ovos |
Leguminosas |
Pescados |
Alta
Média
Baixa
Qualidade e confiabilidade informação:
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).
125
125
Abordagem
Desperdício de alimentos por tipo (volume)
Qualidade e confiabilidade informação:
Mapa do Desperdício – Cadeia de Alimentos
Frutas e Hortaliças | | | | | 6.040.176 | | 2.899.284 | | | | | |
Tubérculos | | | | | 3.111.800 | | 684.596 | | | | | |
Laticínios | | | | | 651.121 | | 2.552.396 | | | | | |
Cereais | | | | | 876.872 | | 744.367 | | | | | |
Aves | | | | | 449.173 | | 426.714 | | | | | |
Carnes | | | | | 402.125 | | 382.019 | | | | | |
Ovos | | | | | 151.818 | | 144.227 | | | | | |
Leguminosas | | | | | 210.037 | | 48.309 | | | | | |
Pescados | | | | | 39.770 | | 40.212 | | | | | |
11.932.893
ton
7.922.124
ton
Grau de necessidade do alimento para combater a fome:
TOTAL
CADEIA
DESPERDÍCIO
DE COMIDA
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
Manufatura
(Alimentos processados)
Varejo Alimentar
(Grande, Médio e MPE)
Consumidores
Pós-colheita, Armazenamento e Transporte
Foodservice
(Restaurantes, Fast Food, outros)
CEASAs | CEAGESP
(Alimentos não processados)
20% |
12% |
2% |
4.5% |
5% |
5% |
5% |
8% |
9% |
12% |
3% |
8% |
4% |
5% |
5% |
5% |
2% |
10% |
Alta
Média
Baixa
Para os elos Manufatura e Varejo Alimentar seguimos o mesmo processo que para Pós-colheita aplicando o porcentagem de desperdício desses elos:
Fontes: Estimativas realizadas com base em dados de Produção IBGE – Produção Agropecuária (2020) e ABPA (2020); porcentagem de desperdício de FAO – Save Food (2011) e EMBRAPA – Desperdício de Alimentos (2018).
126
126
Abordagem
Mapa do Desperdício – Mapa do Desperdício na Produção
6,0%
24,1%
0,4%
13,5%
5,6%
1,3%
0,9%
9,1%
9,2%
0,3%
6,4%
1,5%
2,1%
7,3%
0,2%
0,8%
0,8%
1,0%
0,3%
0,1%
1,8%
1,0%
1,2%
1,1%
2,5%
1,0%
Os estados de SP, MG, PR e RS representam 56% do desperdício total na produção, ou seja 968 mil toneladas.
Produtores e Colheita
(Matéria Prima)
17.278.025
ton
Para cada alimento:
Fonte: (1) IBGE Explica – Produção Agropecuária https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/br
Metodologia de Cálculo
127
127
A participação do governo federal é essencial para o sucesso no combate à fome
Fatores críticos de sucesso
Governo
Oportunidades
Barreiras
Fontes: Dados das fontes indicadas e comentários de especialistas
Mudanças de motivação política desafiam a sustentabilidade de políticas públicas
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
Continua no próximo slide
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
128
128
Governança das políticas públicas de assistência social
Fontes: Dados das fontes indicadas e comentários de especialistas
Órgãos da Estrutura
O Brasil já dispõe de uma infraestrutura pública para executar políticas de segurança alimentar
SUAS
SISAN
Federal
Estadual
Municipal
CAISAN
CONSEA
(extinto)
CAISAN
CONSEA
CONSEA
CRAS
CREAS
SISVAN
CAISAN
Presidência
Governo
Prefeitura
Propostas
Plano Nacional de SAN
Propostas
Plano de SAN
Propostas
Plano Estadual de SAN
Dados locais sobre SAN
Relatórios
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129
129
A maioria das ONGs já atua em parcerias, mas existe espaço para colaborações mais efetivas
Instituições com diferentes tamanhos e formatos atuam no combate à fome
Fontes: Dados da Embrapa, com links externos e comentários de especialistas
Oportunidades
Barreiras
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
Terceiro Setor
Fatores críticos de sucesso
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
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130
130
Apesar do crescimento do movimento ESG, empresas brasileiras podem e devem ir além
A iniciativa privada pode e deve desempenhar alguns papéis importantes no combater à fome
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
A iniciativa privada também pode ajudar na condução de políticas públicas
Empresas
Fatores críticos de sucesso
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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131
131
Um maior engajamento social pode ajudar a combater a fome
Diferentes fatores levam ao desperdício em casa
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Fontes: Dados da Embrapa, com comentários de especialistas
Sociedade civil
Fatores críticos de sucesso
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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132
132
A qualidade da alimentação brasileira deixa muito a desejar
A insegurança alimentar se dá pela falta de condições financeiras para o acesso a alimentos
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
População Urbana Faminta
Fatores críticos de sucesso
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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133
133
Ainda há barreiras cognitivas à doação por restaurantes
Perdas no foodservice acontecem principalmente por vencimento e padronização
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Fontes: Dados principais da Gouvêa Foodservice, com links externos e comentários de especialistas
Foodservice
Fatores críticos de sucesso
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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134
134
Os supermercados já estão se mobilizando para combater perdas e desperdícios na cadeia
Fontes: Dados principais da ABRAS, com inserções da Greeners e Embrapa, e comentários de especialistas
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Perdas ficam entre 1,5 e 3% do faturamento e acontecem principalmente por vencimento
Varejo Alimentar
Fatores críticos de sucesso
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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135
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O setor apresenta boas oportunidades de escoamento do desperdício
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Fontes: Contém dados da Greeners, links externos e comentários de especialistas
Perdas nas processadoras de alimentos são volumosas em ambos insumos e produtos finais
Processamento de alimentos
Fatores críticos de sucesso
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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136
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A logística tem um papel crucial no Brasil, já que a produção fica muito longe do consumo
Entrevistados suspeitam que boa parte das perdas na cadeia acontecem nas CEASAS
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Fontes: Contém dados da ABRAS, links externos e comentários de especialistas
Logística e distribuição
Fatores críticos de sucesso
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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137
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O desperdício “dentro da porteira” precisa ser estudado
Não há um planejamento central de oferta de alimentos para garantia da segurança alimentar
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Fontes: Links externos e comentários de especialistas; *Dado fornecido pelo Roberto Rodrigues, não verificado
Grandes produções agrícolas
Fatores críticos de sucesso
Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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138
138
Outras políticas atuais têm acentuado a desigualdade no campo
Algumas políticas públicas em curso servem de ajuda essencial ao pequeno produtor
O pequeno produtor familiar precisa do apoio de políticas públicas para conseguir se sustentar
Oportunidades
Barreiras
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Fontes: Links externos e comentários de especialistas
Agricultura familiar
Fatores críticos de sucesso
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Perspectiva micro da fome e do desperdício de alimentos
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139
Fatores críticos de sucesso
Geração de dados
Pesquisas sobre a fome
Pesquisas sobre o desperdício
A amostra mínima necessária para se fazer uma pesquisa sobre a fome é de 2 mil entrevistados, baseados em uma população apta a votar de aproximadamente 150 mil pessoas, um intervalo de confiança de 95% e um erro amostral de ~2%
A amostra deve estar distribuída em proporções geográficas, raciais e de gênero similares às do resto do país
Utilizar questionário já estabelecido e comparável aos usuais para não haver dificuldade de comparação com as pesquisas do IBGE
Pesquisas presenciais são mais robustas do que pesquisas feitas pelo telefone
Como o IBGE só tem um novo censo previsto para 2022, com divulgação dos dados prevista para 2023, e portanto é importante realizar outras pesquisas nesse meio tempo para que possamos acompanhar a evolução da fome em meio à pandemia
Fontes: Food for justice, VigiSAN, Embrapa
O desenho de uma amostra sólida requer um levantamento do número de classificação dos agentes em cada elo da cadeia produtiva, de forma a garantir a cobertura de uma parcela significativa da produção nacional e a representatividade das diferentes escalas de produção
Será importante distinguir entre o desperdício de alimentos em condições de consumo e os que somente poderiam ser reaproveitados de outras maneiras
Nos elos iniciais da cadeia, é possível pesar alimentos desperdiçados separadamente. Já nos elos mais avançados, pode ser necessário o uso de gravimetria.
Quanto antes conseguirmos aferir esses números, melhor, já que a ONU lançou no ano passado a iniciativa de medir o desperdício mundial de alimentos anualmente, mas o IBGE, que se preparava para fazer a pesquisa no Brasil, sofreu cortes de orçamento que o impossibilitaram de seguir adiante com o trabalho
Iniciativas de geração de dados precisam utilizar metodologias e amostras robustas para estabelecer credibilidade aos seus resultados
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Fatores críticos de sucesso
Escoamento alimentar
Bancos de alimentos
Cozinhas solidárias
Foodtechs
Atuar em parcerias com ONGs que tenham contato com populações e situação de vulnerabilidade e assegurem a destinação dos alimentos a quem mais precise
Maximizar o impacto concentrando-se em coletas de alimentos de fornecedores de grandes volumes, escoando alimentos a consumidores de grande volume
A coleta e entrega de alimentos requer caminhões e depósito frigorificados, de forma a minimizar o desperdício e maximizar o alcance
Trabalhar em conjunto com outros bancos de alimentos para otimizar a cobertura geográfica e garantir que a oferta corresponde à demanda
Pensar a experiência dos beneficiários, de maneira que ela possa recarregar os seus ânimos e ajudar-lhes a se reerguerem
Incorporar maneiras de ampliar o impacto da operação, seja pela capacitação profissional de cozinheiros solidários, seja pelo desenvolvimento e disseminação de técnicas de consumo consciente
Estabelecer uma operação sólida para o transporte de alimentos
Utilizar tecnologia para facilitar a eficiência de coordenação com clientes e fornecedores
Maximizar lucro e impacto focando em grandes fornecedores e grandes consumidores
O escoamento alimentar é altamente dependente de logística e escalabilidade para maximizar o próprio impacto
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Fatores críticos de sucesso
Consumo consciente
Campanhas de conscientização
Ensino comunitário
Utilizar canais com alcance a um público amplo para maximizar o impacto
Incorporar maneiras de ampliar o impacto da educação, seja pelo envolvimento de líderes comunitários, seja pelo engajamento de alunos como agentes multiplicadores
O consumo consciente precisa ser ensinado de maneira amigável e aplicável ao contexto dos alunos
Utilizar linguagem acessível e interatividade para facilitar a transmissão do conhecimento
Integrar a conscientização alimentar com conhecimentos sobre a gestão do lar, para contextualizar a sua importância e destacar ainda mais os atrativos de uma gestão inteligente
Em comum
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Fatores críticos de sucesso
Geração de renda
Capacitação para inserção no mercado de trabalho
Cursos de empreendedorismo
Capacitação da agricultura familiar
Apoio profissional a economias criativas
Mapear os empregos mais acessíveis às comunidades atendidas para elencar as habilidades e conhecimentos necessitados localmente
Entender as preocupações e demandas locais para facilitar a conciliação com o formato e o conteúdo programático
Assegurar que as condições locais possibilitam a presença e o foco necessários para o comparecimento às aulas
Trazer técnicas e conhecimentos relevantes aos mercados localmente acessíveis
Entender as preocupações e demandas locais para facilitar a conciliação com o formato e o conteúdo programático
Assegurar que as condições locais possibilitam a presença e o foco necessários para o comparecimento às aulas
Trazer técnicas e conhecimentos relevantes para as produções que melhor se adequem às condições locais de produção
Situar a importância da cultura local no contexto do abastecimento nacional
Analisar opções de escoamento para a produção local e eventuais mecanismos de defesa que possam ajudar na negociação com atravessadores
Apoiar iniciativas que agreguem valor local a consumidores de outras regiões
Conscientizar o mercado sobre o valor agregado dos produtos nativos a diferentes partes do país, de modo a ampliar o seu potencial comercial
Apoiar negócios selecionados com expertise administrativa até então inacessível a seus membros
Investir em pesquisa para agregar ainda mais valor e competitividade à produção local
Educar comunidades para a geração de renda requer um profundo entendimento de suas realidades, valorizando o contexto local onde possível
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Ao contrastar os modelos de atuação com as barreiras, identificamos um modelo de atuação pouco explorado atualmente
Modelos de Atuação
Organização do Setor Privado
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DESCRIÇÃO
Articulação entre atores do setor privado para que atuem de maneira mais coordenada e se mobilizem em prol de um melhor acesso a alimentos.
PÚBLICO
Empresas e associações setoriais, além de produtores e processadores de alimentos de diferentes escalas.
INVESTIMENTO
Mediano: Requer coordenação com múltiplos atores.
IMPACTO
Ampla: Pode mobilizar algumas das maiores empresas no país a fazerem as suas partes no combate ao desperdício.
Vitalícia: Ações tomadas por grandes empresas dificilmente seriam revogadas mais à frente, especialmente caso isso ameace trazer publicidade negativa.
Mobilização setorial pela redução de desperdícios
Coordenação do abastecimento nacional/regional
Cooperativismo na Agricultura Familiar
Apoio profissional a economias criativas
Exemplos
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Fatores críticos de sucesso
Planejamento & Coordenação
Advocacy
Implementação
Fiscalização
Garantir primeiro os recursos maiores da União para depois coordenar com estados e municípios
Abrir o diálogo de maneira objetiva para otimizar o impacto
Estabelecer uma abordagem neutra, incluindo políticos e pensadores diversos
Identificar e comunicar os fundos que podem ser redirecionados para o combate à fome
Deixar claro o retorno em votos que pode vir de uma política pública bem sucedida
“Organizar a fila” de beneficiários para assegurar a eficiência e a eficácia do gasto público
Coordenar ações com estados e municípios para viabilizar a eficácia das políticas
Analisar o encaixe com políticas bem sucedidas e oportunidades de simplificação de políticas/programas
Utilizar mecanismos de coordenação existentes no governo
Prezar pela liberdade do líder domiciliar escolher como utilizar o auxílio
Entender que partes da política podem ser executadas por OSs de maneira mais eficiente
Utilizar a ajuda de líderes comunitários para a identificação e amparo das pessoas que mais precisam
Utilizar informações do CadÚnico para identificar possíveis irregularidades
Viabilizar o monitoramento em comunidades distantes por meio da tecnologia
O trabalho com políticas públicas exige diferentes cuidados ao longo de seu processo de realização
Políticas públicas
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Consideramos fundamental manter a clareza das fontes utilizadas na pesquisa de dados secundários e aqueles mencionados nas entrevistas e matérias para manter a neutralidade dos resultados do estudo.
VIGISAN - Pesquisa Nacional de Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil
Dados de Instituições
Por que? Estudos e matérias relacionadas a fome e pobreza de diferentes instituições públicas e do terceiro setor.
Nacional: ActionAid, Ação Cidadania, FGV.
Internacional: ONU/WFP, FAO, OXFAM, CEPAL.
IBGE
Por que? Fonte confiável e abrangência de dados.
Dados referente de população e renda históricos da POF (2018) e PNAD (2013).
Por que? Pesquisa mais estruturada e robusta do mapa da fome durante a pandemia.
Elaboração: PENSSAN* com suporte de ActionAid, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Instituto Ibirapitanga e OXFAM Brasil.
*PENSSAN: Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
Por que? Entendimento geral do problema da fome e obtenção de “grandes números”.
Se incluem médios com maior credibilidade. BBC, CNN, Globo, Valor econômico, Folha de São Paulo, Estadão, Exame.
Por que? Obtenção de estudos e dados oficiais de programas e orçamento/gasto público.
IPEA, sites oficiais do Governo incluindo Transparência, Senado e Ministérios.
Por que? Entendimento da realidade da fome e obtenção de “grandes números”.
Consideramos todos os dados e informações mencionadas nas entrevistas e estudos enviados.
Portais Governo
e Senado
Entrevistas
Imprensa
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Mapa da Fome:
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Mapa do Desperdício de Alimentos:
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