O mundo dos gregos antigos
Gravitação aula 2
Ciência: cosmologia, astronomia de posição, raio da Terra
História da ciência: astronomia dos gregos
Filosofia da ciência: “salvar as aparências”, variantes de Realismo
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Quem eram “os gregos antigos?”
Antes: Babilônia e Egito, Depois: Romanos.
Colonização grega: 800 AEC - 150 AEC.
Período helenístico: 350 AEC - 30 AEC (da morte de Alexandre o Grande até a ascensão dos Romanos)
Wikipedia: Greek Colonization
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Gregos: cosmologia “material”
Uma mudança radical de como pensar.
E.g. Anaximander of Miletus (550 a.C.)
“The gods have vanished in favor of mechanisms familiar on the earth.”
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Gregos: cosmologia “material”
Uma mudança radical de como pensar.
E.g. Anaximander de Miletus (550 a.C.)
Thomas Kuhn: “deuses sumiram em favor de mecanismos familiar na Terra”
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Exercísio: o gnômon e o movimento do sol
“gnômon” = haste, pedaço de madeira: pode virar instrumento para coletar e sistematizar informação sobre a órbita do sol.
Só medindo sombras! Há variações ao longo do dia e do ano. Há “explicação”?
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Observações das estrelas
As estrelas têm um movimento diário, mas uma relação fixa entre elas.
Iztok Bončina/ESO
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Um universo de duas esferas
A Terra no centro e há uma esfera celeste que gira em torno dela a cada 23h e 56 min.
Para um observador em O, com o horizonte em cinza, as estrelas fixas aparecem e desaparecem diariamente.
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Um universo de duas esferas
A Terra no centro e há uma esfera celeste que gira em torno dela a cada 23h e 56 min.
O Sol se move junto com a esfera celeste. Cada dia “atrasa” ~ 1° em relação às estrelas fixas e durante um ano percorre um círculo chamado “eclíptica”.
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
A esfera celeste e a eclíptica
Capítulo 10 do livro Mecânica do Moysés Nussenzveig
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Um universo de duas esferas
Do ponto de vista da Terra, o Sol se move em volta da Terra, quase juntos com as estrelas fixas na esfera celeste. Em relação às estrelas fixas o Sol se “atrasa” ~1° por dia. (Pergunta: como acham que é possível determinar a posição do sol no mapa das estrelas fixas? Afinal, é difícil observar estrelas próximo do Sol.)
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
A eclíptica a partir de duas perspectivas
Do ponto de vista da Terra, é o Sol que se move em volta da Terra, e em relação às estrelas fixas.
(Pergunta: como acham que é possível determinar a posição do sol no mapa das estrelas fixas?)
Mas vista “de cima” é a terra que gira e orbita.
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Um universo de duas esferas
Este cosmologia ou modelo ou “esquema conceitual” não era o único, mas sim o mais aceito no ocidente até Copérnico.
Filosofia de ciência: “Salvar os fenômenos” versus descobrir mecanismos, causas e a “realidade” (como são “de verdade” as coisas).
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Nosso texto base, p27
“(...) uma genial intuição para vislumbrar arranjos geométricos simples capazes de descrever os fenômenos; o uso desses arranjos para fazer previsões astronômicas. (...) A proposta de Ptolomeu é ciência, do mais alto nível. Os astrônomos que o seguiram não eram também idiotas dobrados sob o jugo da autoridade e do passado. Eram pessoas que adotavam a proposta geocêntrica de Ptolomeu por perceberem seu enorme valor e por não conhecerem uma alternativa que estivesse a seus pés." (negrito meu)
Roberto de Andrade Martins na sua rica introdução ao COPÉRNICO, Nicolau. Commentariolus. Nova Stella Editorial, São Paulo, 1990, págs. 58/59.
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Exercício: fazer as contas de Erastóstenes
Primeiro, assistir o clássico vídeo de Carl Sagan
http://www.ime.unicamp.br/~apmat/a-primeira-medicao-do-raio-da-terra/
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Uma Terra esférica é a única explicação?
Não. Para qualquer conclusão é preciso “suposições auxiliares”. Por exemplo, precisamos da suposição que o sol está muito longe (os raios de luz incidem paralelos).
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Dados e experimentos “comprovam” teorias?
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Realismo: científico e outros tipos
Flat Earth OR Why Do People Reject Science? | Philosophy Tube
realismo ingênuo: as coisas são como aparecem, nossos sentidos são a melhor (única?) forma de conhecer a natureza como ela realmente é.
realismo indireto: o que percebemos são representações (“sense-data”) do mundo “lá fora”. Não temos acesso direto.
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo
Método científico?
Se não temos acesso direto à Realidade, mas como então confiar em cientistas? Afinal, são…
Não há resposta simples, mas uma parte importante: ciência é uma conversa contínua, um diálogo entre humanos entre si e com a natureza.
Universidade de São Paulo
Ewout ter Haar | ewout@usp.br | Universidade de São Paulo