Anita Malfatti
biografia,vida e obras
Anita Malfatti foi uma importante e famosa artista plástica (pintora e desenhista) brasileira. Nasceu na cidade de São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1889 e faleceu na mesma cidade, em 6 de novembro de 1964.
Anita,nasceu com atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. Os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da sua vida.
Estudou pintura em escolas de arte na Alemanha e nos Estados Unidos (estudou na Independent School of Art em Nova Iorque). Em sua passagem pela Alemanha, em 1910, entrou em contato com o expressionismo, que a influenciou muito. Já nos Estados Unidos teve contato com o movimento modernista.
A mulher de cabelo verde O Homem amarelo
Em 1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao mesmo tempo revolucionária. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.
O chamado “Exposição Malfatti” que acabam se distanciando dos métodos clássicos que a sociedade brasileira principalmente paulistana tinha como “obras de arte” a partir da visão antimodernista de Monteiro Lobato que também era crítico de arte, que escancarava que esta nova tendência na arte nada mais era que um belo horror. Fruto do desconhecer a valoração da arte moderna, fruto do desequilíbrio que essas mudanças conceituais causaram.
Monteiro Lobato por sua vez critica a exposição de Malfatti no artigo “Paranoia ou Mistificação?” publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 20 de dezembro de 1917, provocando a polêmica que afastaria os seus seguidores modernistas.
Resultado: rejeição da elite paulistana aos trabalhos de Anita. O estado confiava cegamente nas opiniões e gostos pessoais do autor de Urupês, e de forma imediata causou: escândalo, quadros devolvidos, uma tentativa de agressão à pintora, a mostra é fechada antes do tempo.
Ao passar do tempo os meros rótulos de modernismo no Brasil influenciados por “Lobatinho” foram se desmistificando, a exposição de Anita Malfatti funcionou como uma bomba de um movimento que explodiu na Semana de Arte Moderna de 1922 fazendo acontecer uma modernidade na arte mais livre, expressiva, conceitual e poética.
Em 1922, junto com seu amigo Mario de Andrade, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do Grupo dos Cinco, integrado por Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia.
Entre os anos de 1923 e 1928 foi morar em Paris. Retornou à São Paulo em 1928 e passou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie até o ano de 1933. Em 1942, tornou-se presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1933 e 1953, passou a lecionar desenho nas dependências de sua casa.
Principais obras de Anita Malfatti
- A boba
- As margaridas de Mário
- Natureza Morta - objetos de Mário
- A Estudante Russa
- O homem das sete cores
- Nu Cubista
- O homem amarelo
- A Chinesa
- Arvoredo
- Interior de Mônaco
O Farol-Anita Malfatti
A composição O Farol, obra da pintora Anita Malfatti, situa-se entre as suas obras mais conhecidas, apesar de suas discretas dimensões.
Segundo a artista:
“Pintávamos na ventania, ao sol, na chuvarada e na neblina. Eram telas e telas. Era a tormenta, era o farol, eram as casinhas dos pescadores escorregando pelos morros, eram as paisagens circulares, o sol e a lua e o mar..”
A tela foi pintada na ilha de Monhegan, entre 1915 e 1917, na costa leste dos Estados Unidos, ao ar livre, quando Anita foi aluna do professor Homer Boss, que permitia que seus alunos expressassem-se com liberdade, espalhando-se pelo local.
A pintora traz à tona, nesta obra e em algumas outras, as influências expressionistas aprendidas durante o tempo em que passou estudando na Alemanha.
Ela distribui sobre a tela uma infinidade de cores fortes e vibrantes, que repassam um grande dinamismo, como era o estilo expressionista também usado por pintores como Vincent Van Gogh.
O céu de O Farol traz uma infinidade de cores, destacando as pinceladas enérgicas e ligeiras da pintora, que passam a sensação de certa agitação, embora embaixo reine tranquilidade.
As pinceladas de cor branca levam luminosidade ao céu da pintura.
A obra “O Farol” faz parte do Acervo da Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM, Rio de Janeiro, Brasil