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Uma nação de mestiços

A guisa de conclusão

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Capistrano de Abreu

  • João Capistrano Honório de Abreu nasceu em Maranguape, Ceará, no dia 23 de outubro de 1853;
  • Foi um historiador brasileiro e renovou os métodos de investigação e interpretação historiográfica no Brasil;
  • Faleceu dia 13 de agosto de 1927, no Rio de Janeiro, onde viveu grande parte da sua carreira profissional.

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Capistrano de Abreu — Características do Autor

  • Adepto do determinismo sociológico;
  • Pretendia, com seus estudos, descobrir “as leis fatais que regem a sociedade brasileira”.
  • Sua obra mais importante é Capítulos de História Colonial (1500 - 1800), de grande poder de síntese e que lhe confirmou a superioridade como historiador recenseadores de fatos, nomes e datas.

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Segundo Capistrano de Abreu

  • Após três séculos de vida colonial não havia um “espírito” de nação:
  • Haviam cinco grupos etnográficos, cada qual com suas funções e importância para seu território:
    • Coletores do Amazonas;
    • Boiadeiro e agricultor do Sertão;
    • Paulistas e mineiros;
    • Gaúchos;
    • Litorâneos.

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Segundo Capistrano de Abreu

  • Ligados pela comunidade ativa da língua e passiva da religião;
  • Moldados pelas condições ambientes de cinco regiões diversas, tendo um entusiasmo que causava grande efeito por conta das riquezas naturais da terra;
  • Sentindo aversão pelo português, porém, não estimando uns aos outros de modo particular.

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Natureza e mestiçagem como marca

  • A natureza suplantava todas as sociabilidades vivenciadas na construção diária da vida;
  • Significados sociais e culturais, a população dispersa sobre um vasto território eram entendidos e simplificados sob a visão de “raça”, que foi resultado de uma miscigenação esdrúxula e da pobreza intensa.

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Amazônia — economia

  • Os peixes e tartarugas eram os alimentos mais comuns consumidos diariamente, e uma série de subprodutos como manteiga, ovos e casco;
  • Extração de especiarias era a única atividade econômica propriamente feita;
  • Produziam cerâmica e tecelagem como forma de atender as necessidades;
  • Somente com o ciclo da borracha a elite local se constituiu, e houve crescimento econômico.

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Amazônia — homem

  • Pouco ligado ao sistema mercantil português;
  • Vivia recluso na floresta e rios da região;
  • Descendentes de índios catequizados;
  • Não tinha necessidade de exposição de poder, ambição e vaidade;
  • Esse grupo étnico vivia alheio à sociedade da moda que se expandia por outras partes do território brasileiro;
  • Vestiam-se com camisetas por fora dos calções, às vezes, somente com ceroulas e chinelos.

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Sertão Nordestino

  • As condições naturais e climáticas da região fizeram com que nascesse um tipo de grupo, conhecidos como vaqueiros;
    • Tinham como objetivo o comércio e a criação de gado.
    • Sua base alimentar se constituía de, principalmente, feijão, milho, mandioca e cana, usados em diversos pratos, aprendido com os indígenas.
  • Mulheres tinham a única função de trabalho nos serviços domésticos.

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Sertão Nordestino — vestuário

  • A vestimenta compõe-se de: gibão, peitoral (ou para-peito), perneiras, luvas, jaleco e chapéu;
  • O gibão é enfeitado com pespontos e fechado com cordões de ouro;
  • Perneiras são amarradas na cintura para que o corpo fique livre para cavalgar;
  • Luvas cobrindo apenas as costas da mão, com dedos livres;
  • Jaleco é feito de couro de carneiro, usado geralmente em festas;

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Sertão Nordestino — vestuário

  • Chapéu protege o vaqueiro do sol e dos golpes dos dos espinhos e galhos da caatinga;
  • Nos pés alpercatas ou botinas;
  • Sempre com um par de esporas e nas mãos uma chibata de couro.

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Sertão Nordestino — economia

  • A prática do cangaço está associada também à questões econômicas e sociais;
  • Secas prolongadas pela qual o nordeste passou, dizimou muitas pessoas;
  • A evolução da miséria entre os que lá permaneceram;
  • Política clientelista e coronelista.

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Sertão Nordestino — economia

  • Engenho nordestino como centro da vida social;
  • Sociedade composta por três grupos sociais: senhores de engenho, homens livres e escravos;
  • Sociedade patriarcal;
  • Uso de mão de obra escrava de origem africana nos trabalhos pesados do engenho de açúcar;
  • Escravos eram comercializados como mercadorias e sofriam com péssimas condições de vida;
  • Posição social determinada pela posse de terras, escravos e poder político.

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Sertão Nordestino — economia

  • Caixeiros eram mercadores ambulantes;
    • Profissão antiga de comerciantes que vendiam produtos que normalmente não tinham na região;
    • Vendia objetos manufaturados como tecidos, jóias;
    • Ficou associado à imigração árabe no Brasil.

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A vida no Litoral

  • A vida e sobrevivência dos brancos:
    • Existência miserável;
    • Viviam de armações de baleias e pescaria;
    • Disputavam os poucos cargos públicos;
    • Exploravam mão-de-obra de escravos de ganho.

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A vida no Litoral

  • Os escravos:
    • Ocupados nas tarefas mais domésticas ou extraindo mariscos e vivendo de “ganhos” com sua força braçal;
    • Viviam numa semi-liberdade;
    • Moravam, comiam e dormiam em vilas simples;
    • Conversavam em língua nativa, africana;
    • Constituíam grêmios secretos e praticavam feitiçaria;
    • Marcados por uma alegria e otimismo persistente.

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Litoral Rico — Rio de Janeiro

  • Os comerciantes:
    • Construíam sobrados, cujos térreos eram ocupados com as vendas;
    • Apesar de serem pessoas com boas economias, a aparência não era nem um pouco requintada.

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Rio de Janeiro

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Litoral Rico — vestuário

  • Os negociantes:
    • Casacos pretos;
    • Coletes eram de cores vibrantes, com longos peitos bordados, grandes e profundas golas;
    • Algibeiras;
    • Perucas empoadas e chapéu de bico;
    • Calções pretos e curtos.

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Litoral Rico

  • Meirinho era como se descrevia o oficial de justiça. Tinham como função executar prisões, citações, penhoras e mandados.

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Litoral Rico — O Jantar de Rugendas

  • A família se reunia na varanda aos fundos, sentando as mulheres em esteiras e os homens em pé ou redes;
  • Nas refeições era comum apenas o dono e a senhora da casa sentarem à mesa e filhos e serviçais sentam no chão, em esteiras e comiam em cuias.

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Litoral Rico

  • Surge o costume também, nesse contexto, de visitas assobiarem e baterem palma para chamar um escravo doméstico, para que ele então o levasse até o dono da casa.
  • Família saiam à rua ostentando roupas elegantes e escravos bem vestidos como um sinal de prestígio.

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Mulatos

  • O mulato no litoral vivia em busca de trabalho menos pesado e com maior renda, pra isso, se comportavam seguindo as etiquetas, como forma de se destacar mesmo com olhares discriminadores dos brancos;
  • Em um relato feito por Luccok, podemos ver o caráter que essa pessoas gostariam de apresentar: “Para passar uma boa impressão aos estrangeiros, um chaveiro contratou um escravo e vestiu-se com suas melhores roupas, cheio de pompa, tendo sentido contrário, pois ao invés de mostrar seu trabalho e confiança, tornou cômica a situação mostrando a Luccok a “incompetência” do ser colonial.”

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Sociabilidades

  • Os principais eventos onde as pessoas tinham a oportunidade de se mostrar através das vestes eram as missas, quermesses e festas religiosas;
  • Os estrangeiros olham com discriminação e estranheza às comemorações feitas aqui, devido a mistura de pessoas dançando, comendo e bebendo.

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Costumes do Rio

  • A elite colonial mascarava seu sonho de viver uma vida cortesã com seus comportamentos estereotipados, a fim de manter uma respeitabilidade que economicamente não os sustentava. A festa era o grande momento da aparição de todos os desejos reprimidos;
  • Mulheres saíam pouco em público, apenas indo às missas das primeiras horas da manhã;
  • Já os homens eram mais ligados a rua, saiam pra jogar e frequentavam tabernas.

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Costumes do Rio — vestimenta

  • Suas vestes em seus aposentos eram camisas de mangas, sem meias e sem tamancos cercadas de uma mucama penteando os cabelos, fofocando e bordando;

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Paulistas e mineiros

  • Marcado pela vida urbana, viviam em casas mais simples, nas baixadas entre as montanhas da região Centro-oeste do território;
  • Suas casas tinham construções outras próximas, destinadas ao que a vida rural trazia;
  • Cavalos eram usados apenas para transporte de pessoas, e mulas para pessoas e produtos;
  • Vida rural podia também trazer lucros para serem gastos com os luxos que vinham da europa.

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Paulistas e mineiros

  • Carl Friedrich Phillipp Von Martius, que foi um pesquisador importante, o mineiro era esbelto e magro, gostava de uma vida cavalheiresca e era mais inteligente. Já os paulistas tinham a descendência indígena, possuiam feições fortes, de alta e larga estatura, a fisionomia de um “homem da terra”.

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Paulistas e mineiros — vestimenta

  • Usavam jaqueta curtas de algodão ou manchéster preto;
  • Colete branco e botões de ouro;
  • Calça de veludo (ou manchéster);
  • Longas botas de couro branco presas acima do joelho com fivelas de metais;
  • Chapéu de abas largas;
  • Espada como companheiro inseparável.

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Sul da colônia

  • Influenciados pela mistura de espanhóis e guaranis que viviam aqui;
  • A região era marcada pela pecuária e agropecuária, devido a boa vegetação e clima;
  • Relações comerciais com a área mineradora, charque e ouro;
  • Para os gaúchos a forma como se vestiam era um ponto bastante insignificante, o que os determinava homens de respeito era a força física, posses e sua ancestralidade.

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Olhares e veres

  • Diferente de outros lugares onde a moda era um diferencial e muitas vezes distintivo social, no Brasil colônia, as vestes foram quase insignificantes nesse ponto;
  • O fato de o Brasil ter sido colonizado e explorado pelos portugueses a partir do século XVI, não fez nossa moda homogênea;
  • As condições no período colonial eram precárias, variavam de regiões e suas funções para o todo, onde aprendeu-se a valorizar outras posses como terras, escravos, sua descendência familiar, etc...

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Olhares e veres — conclusão

  • Sendo assim, pode-se dizer que a moda brasileira foi construída de localidade por localidade, dentro de seus limites e criando uma variedade cultural de vestes e costumes;
  • Nossa identidade nacional também foi construída a partir de uma briga constante entre os diversos grupos sociais, por uma aparência que significasse mais poder;
  • Assim, apresentando novos pontos de partida através dessa nova dinâmica.

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Acadêmicas:

Ana Beatriz, Carol Gravuni, Jéssica Amorim, Milena, Nayara Souza e Sarah Assunção.

Centro Universitário Estácio

2018|2