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ARTE

ADEILDO ALVES

TEATRO RENASCENTISTA E COMMEDIA DELL’ ARTE

28/03/2022

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teatro renascentista foi aquele produzido durante o período do Renascimento, que teve início na Itália no século XV.

Diferente do teatro medieval, que possuíam um caráter mais religioso, o teatro renascentista apostou no teatro popular de caráter cômico e burlesco e na exploração de variados temas.

Se desenvolveu em diversos países europeus: Itália, Inglaterra, França e Espanha. No entanto, muitos países ainda apresentavam um teatro erudito e religioso de influência medieval.

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Autores e Obras

Na Itália, Nicolau Maquiavel foi um dos dramaturgos mais importantes do período destacando-se com sua comédia em cinco atos publicada em 1524: Mandrágora.

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Na Inglaterra, o Teatro Elisabetano (1558-1625) foi desenvolvido junto a fase do renascentismo italiano.

As peças (tragédias e comédias) de Shakespeare marcaram decisivamente o período, das quais se destacam: Romeu e Julieta, Macbeth, Hamlet, A Megera Domada, Sonhos de uma Noite de Verão.

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Na Espanha, o teatro renascentista floresceu a partir do século XVI. Tiveram destaques os dramaturgos: Miguel de Cervantes e sua tragédia “O Cerco de Numancia”; Fernando de Rojas e a peça “A Celestina”; e Pedro Calderón de la Barca e sua obra “A Vida é Sonho”.

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Características

As principais características do teatro desenvolvido durante o período da renascença são:

  • Antropocentrismo humanista
  • Textos improvisados
  • Linguagem coloquial
  • Caráter popular e cômico
  • Temas diversificados

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A Commedia Dell’Arte é uma das vertentes do teatro renascentista que esteve oposto aos ideais clássicos que surgiam nas artes durante a época da renascença.

Ou seja, de caráter popular e itinerante, esse tipo de teatro surgido na Itália no século XV, veio contrapor o academicismo da época do renascimento, por meio de uma linguagem coloquial.

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Os atores apresentavam os textos de dramaturgia em locais públicos, o que fez a Commedia Dell'Arte se aproximar, em partes, do cenário do teatro medieval.

Entretanto, os temas não possuíam o caráter religioso que possuía o teatro medieval, mediados no medievo pela forte influência da Igreja.

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Características:

A grande diferença entre a commedia dell’arte e o teatro que estava sendo produzido na renascença é justamente o caráter popular que ele possui.

Ou seja, enquanto o teatro renascentista estava apoiado nos ideais clássicos, a commedia dell’arte esteve oposto ao modelo erudito.

Além de seu caráter popular ele era também itinerante, ou seja, a companhia teatral apresentava em diversas cidades.

Muitas companhias teatrais fizeram sucesso atraindo o público, até mesmo os da alta classe. As companhias que mais se destacaram foram: Gelosi, Confidenti, Fedeli.

Seus atores se apresentavam em locais públicos, sejam nas ruas ou praças. Os palcos eram improvisados e o esquema de apresentação estava baseado na improvisação e espontaneidade de seus atores.

Por esse motivo ficou também conhecida pelo nome: “Commedia All’Improviso” (Comédia do Improviso).

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Personagens da Commedia dell’arte

Os personagens que faziam parte das comédias desenvolvidas pela Commedia Dell’arte eram caricaturados, tipificados e estereotipados. Estavam divididos em três grupos: os enamorados, os criados e os patrões.

Os enamorados estavam dispostos ao casamento e não apresentavam uma postura cômica. Os criados eram aqueles que possuíam baixa renda. Já os patrões, também chamados de velhos, eram as pessoas que apresentavam melhor situação financeira.

Note que os personagens mais populares eram os Zannis. Eram personagens trapaceiros, cômicos, malandros e criativos. Dessa categoria merece maior atenção o Arlequim.

Além dele, outros Zannis se destacaram: Pulcinella, Pedrollino, Brighela, Temellino, Nepolino, Fagotino, Truffaldino, Pasqualino, Bertollino Tortelino, dentre outros.

O efeito cômico se dava justamente pela atuação de seus personagens. Confira abaixo os principais personagens da commedia dell'arte:

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  • Arlecchino:

principal figura da commedia dell'arte. Arlequim era um servo e palhaço trapalhado, ágil e malandro.

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  • Colombina:

era uma criada graciosa, inteligente, ágil e habilidosa. Trata-se da única criada feminina, namorada de Arlequim. Era também reconhecida pelos nomes: Esmeraldina, Diamantina, Pasquela, Ricciolina, Coralina, Argentina e Franceschina

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Além do figurino colorido de seus personagens, a commedia dell’arte possuía uma característica muito peculiar: o uso de máscaras. Geralmente, os que não utilizavam máscaras eram os enamorados.

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Bertolt Brecht

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Bertolt Brecht foi um ativista, dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX, que viveu durante a época da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, usando seu trabalho e sua arte para combater o fascismo europeu. Vem com a gente que hoje vamos falar de como ele usou teatro como meio político, e o que se estabeleceu como Épico a partir dele.

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Alguns historiadores dividem o trabalho de Brecht em 3 frases. Na primeira fase de Brecht, durante a época da República de Weimar (pós 1ª GM, na qual trabalhou como enfermeiro), ele desenvolveu um teatro de entretenimento político. Era socialista (não comunista!), e portanto escreveu peças que além de entreter, tinham um viés político ligado à luta de classes. Escreveu nessa época peças como ‘O casamento do pequeno burguês’ (1919).

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Sua segunda fase ficou conhecida como Teatro Didático, e como o próprio nome diz, explicava e explicitava seu ponto de vista em suas encenações. Durante a época da ascensão do partido nazista e da quebra da bolsa de NY em 1929, Brecht utilizava uma estética expressionista (que falaremos sobre mais adiante), e começou a defender que política devia ser feita e entendida por toda a população. E então, para atingir esse objetivo, escreveu peças dialéticas que mostravam dois pontos de vista divergentes sobre um assunto, as causas e consequências de ambos os lados, e instigando a platéia a refletir e decidir qual lado apoiaria. Também escreveu poesias para tentar alertar e acordar a população alemã do perigo que representava o partido nazista, como por exemplo:

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Após o estabelecimento do primeiro Reich, Brecht fugiu da Alemanha e foi para Nova Iorque nos EUA. Nessa época, a Broadway estava estourando, influenciando-o em sua terceira fase: os musicais. Suas peças musicais são a junção das culturas européia e norte-americana, onde trabalhava o didatismo político junto com o entretenimento musical. Nessa época escreveu por exemplo ‘Mãe Coragem e seus filhos’, que mostra uma mulher que lucra com a guerra, discutindo as causas e consequências disso, e trazendo músicas que refletem sobre a narrativa.

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O TEATRO ÉPICO BRECHTIANO

Brecht trabalhava com o teatro de forma épica. O épico (como adjetivo para o texto dramático (teatral), cuidado para não confundir com as narrativas épicas) é classificado por: eu-lírico sendo narrador e personagem; ação e tempo da peça não necessariamente cronológicos; e o mais importante, o público não está passivo, mas sim age analisando e refletindo as situações propostas em cena.

Para isso, Brecht faz com que o espectador e o ator não sejam “tomados” pelo mise en scène (jogo de cena) que cria uma ilusão de algo real (como no realismo de tio Stanis), mas sim que ambos estejam o tempo todo conscientes de estarem presenciando uma encenação, a fim de que a partir do distanciamento das personagens, haja a reflexão e análise de suas ações.

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Ele também propõe elementos para causar esse afastamento/estranhamento das personagens como: quebra da quarta parede, onde há interação direta com o público; personagens não representam indivíduos, mas sim a classe social em que vivem; os Gestus, movimentos repetidos dos atores que classificam a classe de seus personagens; Songs (em inglês mesmo) como instrumentos para afastamento e análise; usar a história como metáfora; e usar o grotesco no fazer cômico.

Trabalhar e estudar Brecht é essencial para desenvolver não só um senso crítico em quem faz e assiste, mas também entender o teatro como mais que apenas um local de entretenimento.

REFERÊNCIAS:

  • Estética Teatral –  Textos de Platão a Brecht – 2004
  • Anatol Rosenfeld: O Teatro Épico – 1975

https://teatroemescala.com/2019/09/26/bertolt-brecht-e-o-teatro-epico/

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EXERCÍCIO

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O dramaturgo e teatrólogo Bertold Brecht é uma das fortes influências da linguagem teatral. Suas experimentações são consideradas referências para os estudos teatrais. Brecht chegou a um conceito próprio de epopeia para tornar o espetáculo mais eficaz na luta social, fornecendo meios para a realização do Teatro político, denominado Teatro Épico.��

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Como forma de narrativa, o Teatro Épico é caracterizado, principalmente, a partir de�

A-argumentação que aguça o espírito crítico, produzindo o distanciamento; busca de impacto emocional; justificação de cada cena por si mesma.

B-teatro sem cenários, sem figurinos, sem música, sem maquiagem, e, até mesmo, sem texto; cenas de forte impacto visual.

C-transgressão da lei da passividade; concretização do ato coletivo; intensificação da sensibilidade; renovação da percepção.

D-transformação do espectador em protagonista da ação dramática; preparação de ações reais que conduzam o espectador à própria liberação.

E-estímulo do espectador por meio de temas provocantes; ênfase no puro divertimento com certa origem melodramática; diversão com pouco esforço intelectual.

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