1 of 32

Manual de sobrevivência para a adolescência

2 of 32

Livro produzido por: Anna Beatriz Marques, Caroline dos Santos e Módulo 4 do CCA Nossa Senhora do Carmo.

Anna Beatriz:

Caroline dos Santos:

São Paulo, 2025

CREDITS: This presentation template was created by Slidesgo, including icons by Flaticon and infographics & images by Freepik

3 of 32

Este livrinho nasce como produto de um processo terapêutico semestral com os alunos do 4-A do CCA Nossa Senhora do Carmo, visando o acolhimento e apoio aos adolescentes em sua trajetória.

Seu conteúdo surge a partir das atividades realizadas com a turma, bem como das reflexões e apontamentos que tiveram acerca do que foi feito semanalmente.

O objetivo deste material é oferecer dicas de enfrentamento e cuidado, por meio do reconhecimento dos sentimentos, busca de apoio e sugestões de como agir em determinadas situações.

4 of 32

Assim como na atividade de adivinhar o objeto dentro do saco, sentir medo, ansiedade e curiosidade vão fazer parte de sua caminhada durante a adolescência. Afinal, é um período de muitas descobertas e desafios.

O importante é ter estabilidade emocional para lidar com os novos acontecimentos. Mesmo que haja aquele pensamento de “ninguém gostar de mim”, apenas respire e reflita. Seu desejo de pertencimento está por trás disso, buscando ser agradável aos olhos dos outros, mas lembre-se de ser você mesmo(a). Assim, seguirá com amizades que tenham os mesmos interesses que você, tornando a trajetória mais simples e colaborativa.

5 of 32

Na adolescência, é muito comum vivenciar diversos eventos de maneira intensa. Dessa forma, é crucial que você possa diferenciar o que pode e o que não pode controlar.

Entender o que sente é um passo importante para aprender a controlar certas emoções e situações, a fim de evitar consequências de uma reação inadequada.

A seguir, algumas das palavras que surgiram durante a discussão com a turma do módulo 4-A de 2025 do CCA Nossa Senhora do Carmo, sobre o que gostariam de controlar na adolescência, bem como sugestões para tal:

6 of 32

Raiva

O ideal é não agir impulsivamente, optando pelo afastamento por hora. Lembre-se sempre de dominar a respiração, pois lhe ajudará a se acalmar.

7 of 32

Tempo no celular

Desligue o celular em alguns horários estabelecidos por ti e determine qual será a atividade que você irá fazer no lugar (lição de casa, ler um livro, praticar um esporte, brincadeira, assistir um filme, série…)

8 of 32

Financeiro

Se você pretende se tornar jovem aprendiz, é importante entender bem suas tarefas e expectativas, bem como saber onde e como usar seu salário.

9 of 32

O que assistir

É muito legal poder assistir alguns filmes ou séries que antes não era possível devido a idade. No entanto, observe se as mensagens trazidas te deixam bem ou mal, afinal todos somos influenciáveis.

10 of 32

Conflitos

Nem sempre vamos poder evitar, mas você pode decidir como prosseguir, com respeito e paciência. Se não foi possível contornar, deixe para outro momento e se afaste.

11 of 32

Solidão

É bom estar sozinho para refletir ou respirar um pouco. Entretanto, envolva os outros em seus assuntos, apoio mútuo é essencial para enfrentamento dos problemas/desafios.

12 of 32

Paciência

Uma habilidade muito importante na adolescência, e que muitas vezes é difícil de ter. Essencial para o convívio com os amigos e colegas.

13 of 32

Ansiedade

Um sentimento que pode ser assustador. Porém, falar sobre o que te incomoda, buscar ajuda de alguém com quem você se sinta confortável e se distrair podem ser caminhos para se acalmar.

14 of 32

Algumas pessoas ao seu redor podem ser sua rede de apoio: mãe, pai, amigos, avós, psicólogo e até mesmo animal de estimação.

Essas relações podem te proporcionar segurança, conforto e acima de tudo, afeto. Quando os dias forem pesados e você sentir que há um peso grande demais para carregar, busque essa rede. Pedir ajuda é uma forma de se fortalecer. Não estar só em momentos difíceis ajuda com que o dia a dia fique mais leve e tranquilo, sabendo que temos alguém para contar e se apoiar.

Redes de cuidado

15 of 32

Na vida, principalmente na adolescência, surgem diversos obstáculos e acontecimentos imprevisíveis ou complexos. Passar por determinadas situações vão exigir de você coragem, resiliência, paciência, dentre outros.

Você tem capacidades para enfrentar tudo isso e ainda aprender, mesmo com os erros. Além disso, não estará sozinho(a)!

Essa fase é um processo, não tem porque correr. Aproveite o momento, curta e se conheça um pouco mais a cada dia.

16 of 32

Manual de sobrevivência para a adolescência II

17 of 32

Este livrinho foi desenvolvido pelos alunos da disciplina de Psicologia e Saúde - Pressupostos para a Prática Profissional do Psicólogo, da PUC-SP: Anna Beatriz, Caroline Santos, Lyna Namba, Sandy Gushiken, Taisa Silva e Teodoro Suplicy.

Nosso trabalho considerou o campo de estágio do CCA Nossa Senhora do Carmo. O objetivo principal deste material é oferecer um guia acessível, informativo e acolhedor para os pré-adolescentes que estão vivenciando as intensas transformações do crescimento.

São Paulo, 2025

18 of 32

Puberdade

Quando Tudo Começa?

A puberdade geralmente começa entre os 9 e 14 anos, podendo durar de 3 a 5 anos. Mas lembre-se: cada pessoa tem seu próprio ritmo!

Depois da puberdade, você entra na adolescência, fase de transição importante entre ser uma criança e tornar-se um adulto. O cérebro é o “maestro” dessa mudança! Ele começa a produzir hormônios especiais que dão o comando para o corpo criar os hormônios sexuais.

Esses hormônios são como “mensageiros” que causam todas as mudanças no seu corpo. Eles também influenciam muito o seu humor e suas emoções.

19 of 32

Mudanças corporais

Em corpos com sistema reprodutor feminino

As mamas começam a crescer, os quadris se alargam, pelos se desenvolvem (principalmente nas axilas e parte íntima) e a menstruação se inicia.

Em corpos com sistema reprodutor masculino

Há uma mudança na voz (ela engrossa), também há o desenvolvimento dos pelos (com o diferencial da formação da barba), os ombros ficam mais largos e há o crescimento dos testículos.

20 of 32

Sono

Uma boa noite de sono é importante em qualquer fase da vida e na adolescência ela é crucial tanto para o desenvolvimento físico quanto para questões como aprendizado e memória. Boa parte dos adolescentes dormem de 6,5 a 7,5 horas por dia, mas o ideal é entre 8 a 10 horas. Assim, mantenha uma rotina fixa para dormir e acordar, faça atividades calmas antes de dormir como ler ou tomar um banho quente, evite o uso de celulares ou tablets por pelo menos 30 a 60 minutos antes de deitar e não coma alimentos pesados como frituras perto da hora de dormir.

21 of 32

Com a saída da infância e aproximação do mundo adulto, os adolescentes começam a passar por uma difícil tarefa: construir a sua identidade, ou seja, o que eles gostam (ou não) de fazer, assistir, ler, passar o tempo; além disso, também formam como se relacionam com as pessoas e consigo mesmo.

Assim, pode ser muito difícil entender todas essas questões. Por isso, uma dica é: experimente várias coisas diferentes, busque algo que você gosta ou tem curiosidade, para conseguir entender quem você é. Mas, é claro, tome cuidado nesse caminho de experimentações, evite situações de risco!

Quem sou eu?

22 of 32

Dirigir

Situações de risco

Ingerir bebidas alcoólicas

Fazer uso de substâncias ilícitas

Atividades “radicais” sem equipamento de segurança

23 of 32

A fase da adolescência é um momento de muitas escolhas e, para isso, é necessário muita responsabilidade.

Pensar no futuro, decidir qual profissão escolher, tirar boas notas e ajudar em casa. Tudo isso de uma vez só, pode ser muito pesado, o que torna importante um planejamento e organização.

Dessa maneira, você está preparado para enfrentar esses desafios de forma mais leve.

Entretanto, a responsabilidade também envolve assumir erros, buscando consertá-los, bem como respeitar os outros, para demonstrar compromisso com os sentimentos do próximo.

Mantenha a vida equilibrada: se dedique aos estudos, saia com os amigos e faça as coisas das quais gosta.

Responsabilidade

24 of 32

Nesse período de descobertas sobre preferências, é natural se aproximar de pessoas que se identifique e que tenham os mesmos gostos, formando amizades a partir dessas afinidades.

Nessa fase, a opinião dos amigos é muito importante, mas não se prenda a isso, é importante cada um manter a própria singularidade.

Assim, encontrar pessoas que gostem das mesmas coisas que a gente é muito legal! Nos sentimos seguros perto dos amigos, mas lembre-se: não se coloque em situações de risco ou pressione alguém a isso, só porque queria se encaixar no grupo.

Amizades

25 of 32

Tão importante quanto a amizade é entender que existem diferentes pessoas no mundo, e que não é porque uma pessoa não gosta das mesmas coisas que eu que ela não é legal.

É normal encontrar pessoas que não se parecem tanto com você, e isso não deve ser impeditivo na formação de uma amizade.

Às vezes a diferença estranha e a timidez se apresenta, pois não sabemos como abordar e iniciar uma conversa. Nesse momento, o importante é manter o respeito e acolher, sem realizar brincadeiras e/ou piadas que podem machucar.

Entender o outro e trazê-lo para perto é uma maneira legal de lidar com o diferente. Afinal, ninguém gosta de estar sozinho sempre!

Como lidar com o diferente?

26 of 32

Como incluir alguém?

Ao perceber um colega sozinho, tente conversar ou achar algum gosto em comum entre vocês. Se for uma pessoa que te irrite ou que você não consegue entender, priorize o respeito e pense em tentar dialogar. Afinal, é difícil estar nessa posição.. Se o que a pessoa faz machuca os outros, é importante falar com um adulto que você confie que possa ajudar.

27 of 32

É tudo aquilo que pode machucar o outro: bater, xingar e brincadeiras que deixem a pessoa triste ou com raiva. Muitas vezes não percebemos que estamos sendo violentos porque achamos que só bater que machuca, mas não é verdade.

Violência

28 of 32

É importante entender os limites das outras pessoas, até onde elas gostam ou não de alguma coisa que falamos ou fazemos para elas. Compreendendo isso, não machucamos o outro, pois saberemos o que o incomoda, entristece ele ou o irrita.

29 of 32

Fez uma brincadeira com alguém e a pessoa não riu? Ou ficou com cara de sem-graça, triste, brava? Isso são sinais de que ela não gostou e se machucou com o que você disse. Nesse momento, é importante conversar com ela para entender se a brincadeira a incomodou, pedir desculpas e não repetir aquilo.

Sempre reflita: “se fizessem o mesmo comigo, eu estaria rindo ou me divertindo?” Se a resposta for não, não faça.

E atente-se! Às vezes, a pessoa pode rir por causa do contexto em que ela está, mas não significa que ela esteja confortável com aquilo, por isso a pergunta reflexiva é tão importante, além de ir conversar com o outro para ter a certeza de que não ultrapassou nenhum limite.

Como perceber que machuquei o outro?

30 of 32

E se alguém me machucar?

Se você se sentiu chateado com a atitude de alguém, é importante entrar em diálogo com essa pessoa para esclarecer seus sentimentos e reforçar ao outro que ele te feriu.

Muitas vezes as pessoas não percebem que machucaram alguém e, apesar de ser difícil expressar nossa dor, é a única forma de os outros compreenderem em que erraram, não repetindo tais atitudes.

31 of 32

Caso o outro te ignore, mantenha a calma e procure alguém que possa te ajudar a resolver a situação (familiar, professores, coordenadores, amigos, entre outros).

Talvez você sinta vergonha de falar sobre isso ou ache que a situação vai continuar ocorrendo ou piorar diante de uma exposição, porém se manter em silêncio é certeza de que a violência prosseguirá. Falando para alguém, há a possibilidade de resolverem a situação ou te ajudarem com isso.

32 of 32

Referências

ERIKSON, E. H. Identidade, Juventude E Crise. Rio De Janeiro: ZAHAR,1972.

Experiências em campo de estágio de CCA durante o segundo semestre de 2025.

DE MACÊDO, Josfâm Antunes; DE SOUZA, Emanuelle Cortez. A Adolescência e o Limite. HOLOS, v. 3, p. 207-217, 2009.

MARTY, François. Adolescência, violência e sociedade. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, v. 9, p. 119-131, 2006.

RIBEIRO, Marcelo Afonso; UVALDO, Maria da Conceição Coropos; FONÇATTI, Guilherme; AUDI, Débora Amaral; AGOSTINHO, Marcelo Lábaki; MALKI, Yara. Ser adolescente no século XXI. In: LEVENFUS, Rosane Schotgues (org). Orientação Vocacional e de Carreira em Contextos Clínicos e Educativos. 2015.

SCHILLING, Flávia. Violências nas escolas: o que é possível falar, o que é possível fazer. In: Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Núcleo de Apoio e Acompanhamento para Aprendizagem Caderno de debates do NAAPA : questões do cotidiano escolar. – São Paulo : SME / COPED, 2016. 160p.

VERMONT, Charline. Corpo, amor e sexualidade: 120 perguntas que crianças e adolescentes fazem aos pais. Tradução e prefácio à edição brasileira Luciana Rodrigues Silva. 1. Ed. Santana de Parnaíba: Manole, 2023.