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Slides para formação bíblica preparados por Ir. Maria Aparecida e Pe. Janison

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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética

Formação Bíblica para Catequistas

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"Mesmo que as serras mudem de lugar,

ou que as montanhas balancem,

meu amor para contigo nunca vai mudar,

minha aliança perfeita nunca há de vacilar

- diz o Senhor, o teu apaixonado" (Is 54,10).

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CAPÍTULO I

A Bíblia na Realidade de Hoje

Hoje a Bíblia está nas mãos do povo:

" É agora o momento favorável,

é agora o dia da salvação" (2Cor 6,2).

  • caminho de orientação, oração, consolo e força nas mais diversas situações do cotidiano da vida;
  • faz experimentar que "o Senhor está perto de todos os que o invocam, dos que o invocam de coração sincero" (Sl 145,18).

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A Bíblia é Palavra:

  • não para se exibir conhecimentos
  • mas para se ouvir e guardar no coração
  • uma leitura que se faz em atitude de Fé ligada com a Vida

Toda leitura já é uma interpretação:

  • não ato mecânico
  • Considerar o texto no seu contexto, os leitores e suas circunstâncias...

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Vivemos num mundo onde:

  • A) A realidade tem muitos aspectos e é cheia de contrastes:

DE UM LADO:

  • Progresso tecnológico dos avanços modernos
  • Liberdade de pensamento
  • Consciência de Direitos Humanos
  • Consumismo de coisas
  • Voluntariado generoso
  • Comunicação globalizada e informação
  • Ânsia profunda pela paz

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DE OUTRO LADO:

  •  Multidão marginalizada
  •  Poderosos mecanismos de massificação
  •  Escandalosas violações dos Direitos Humanos
  • Multidão sem acesso ao essencial
  • competição desumana p/ leis do mercado
  • Muitos não sabem ler o mundo em que vive
  • Acontecimentos trágicos de guerras

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Ao mesmo tempo em que a sociedade é regida por valores materialistas, cresce a busca por caminhos de misticismo e práticas religiosas diversificadas; enorme sede do sagrado; fala-se de Deus em todo canto...

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  • B) Tudo muda muito rapidamente: aceleração da história
  • Toda informação se desatualiza velozmente
  • Projetos / ideais grandes / compromissos definitivos – como ficam???
  • Juventude: o que esperar do futuro?
  • O que importa é "aqui e agora"
  • Sonhos? Desilusão...
  • Conhecimentos, afetos, posturas... sem profundidade.

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A mudança traz insegurança:

  • Novas gerações: comportamentos / estilos de vida diferentes...
  • Relações familiares...
  • Relações com autoridades tradicionais...

Mas toda ação provoca uma reação:

Crises - desorientação - busca de segurança: uma das fontes é a fé religiosa. Aí está uma das fortes razões do florescimento das diversas formas do sagrado...

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A busca do sagrado e a Bíblia:

  • Pluralismo religioso: criatura - Criador
  • Desafios: - devocionismo / - intimismo / - individualismo
  • Múltipla pertença: participação em mais de uma tradição religiosa
  • osaico religioso: própria crença com elementos de várias fontes
  • Trânsito religioso: muda com facilidade de Religião e de Igreja...
  • Despertar: decisão livre - responsabilidade comunitária.

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O prestígio da Bíblia:

  • Está nas mãos de representantes de todas as classes
  • Usada para os mais diversos objetivos (literatura, arte, política, MCS...)
  • Presente nos mais variados lugares (hotéis, repartições públicas...).

Quando tudo muda e perde credibilidade rapidamente, a Bíblia permanece inspirando e difundindo projetos de vida. É palavra que chama o Projeto de Deus!

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O povo tem sido ajudado a ler melhor a Bíblia:

  • Biblistas qualificados: opção preferencial pelo povo simples
  • Chaves de leitura popular
  • Subsídios bem fundamentados em linguagem compreensível ao povo
  • CNBB: PRNM, SINM e Queremos Ver Jesus...
  • Mês da Bíblia e outros Projetos das Instituições Bíblicas CEBI – CENTRO BÍBLICO VERBO – SAB – CRB - FEBIC ...

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Trabalho a ser bem feito, desde a infância

  • Com informações atualizadas (e não de forma infantil)...
  • Com um processo progressivo...
  • Vencendo crises e alargando horizontes...

Em cooperação ecumênica:

  • A Bíblia como instrumento de diálogo/unidade entre as Igrejas Cristãs: ela é ecumênica de per si.

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Muitas traduções:

  • Do hebraico para o grego (Septuaginta ou Setenta: 250 aC)
  • radução para o latim (Vulgata: 382 dC)
  • uitas editoras com sua Bíblia
  • Bíblia da CNBB: objetivo celebrativo e catequético.

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Novos tempos com novas exigências:

Necessidade de abordagem:

  • Ligada à vida - inteligente – orante - respeitosa - atualizada

Boas iniciativas como:

  • Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
  • Tradução Ecumênica Bíblia

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CAPÍTULO II

As múltiplas caraterísticas da Bíblia

"O que nós ouvimos, o que aprendemos,

o que nossos pais nos contaram,

não ocultaremos a seus filhos:

mas vamos contar à geração seguinte

as glórias do Senhor, o seu poder

e os prodígios que operou" ( Sl 78, 3-4).

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Bíblia e Tradição:

Deus se revela a todos os povos de diversas maneiras.

Ao povo hebreu:

  • por palavras
  • por gestos ou acontecimentos
  • na pessoa de Jesus Cristo: cume do processo de Revelação
  • ponto alto da Antiga Aliança: Êxodo
  • ponto alto da Nova Aliança: Jesus Cristo (ação e palavras, morte e ressurreição); efusão do Espírito Santo.

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A Tradição e a Escritura:

  • unidas e comunicantes,
  • mesma fonte,
  • um só todo e tendem ao mesmo fim (cf. Dei Verbum 9).

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Etapas do processo de formação do texto bíblico:

a) experiência vivida e compreendida como sinal da presença de Deus;

b) transmissão oral e celebrativa: novos significados;

c) registro por escrito;

d) novos contextos, novas elaborações: releituras;

reconhecimento oficial, canônico (com as diferenças entre as Bíblias judaica, católica e protestante).

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A ordem dos escritos:

  • não é cronológica;
  • busca responder às perguntas nos diversos contextos históricos;
  • por trás das palavras: precisar as relações corretas entre o ser humano com Deus e com o universo...

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A Bíblia e a Ciência:

A busca da verdade remete sempre para alguma coisa que está acima..., para os interrogativos que abrem acesso ao mistério (cf. FR 106).

A Bíblia, seu tempo e sua cultura:

Atenção à situação e teologia de cada época (linha do tempo...): autores diversos, com visões e posturas diferentes: linguagens humanas para falar do divino...

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O modo judaico de comunicar:

Linguagem vigorosa, emocional, usando de recursos, como: narrações, histórias, parábolas, imagens figurativas... O relato de milagres tem a função de evidenciar (sinais) a presença de Deus na história humana. A mensagem (mais do que o fato extraordinário) do milagre tem a função de:

a)   nos questionar e nos motivar a fazer algo em favor da vida;

b)  identificar os sinais da presença de Deus no nosso cotidiano;

c) desenvolver o nosso espírito crítico diante de propagandas triunfalistas...

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Também "os milagres que não acontecem" (ex: o exílio da Babilônia, a morte de Jesus...), são convites a perceber que os caminhos de Deus não são os nossos...

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A inspiração divina em linguagem humana:

  • Deus se revela de forma compreensível em cada cultura e segundo a capacidade de cada ser humano (DV 12 e 13).
  • A compreensão cresce através da contemplação e do estudo (DV 8).
  • A mesa da Palavra (Sagrada Escritura) é equiparada à mesa da Eucaristia - o Corpo do Senhor (DV 21).
  • O Magistério não está acima, mas a serviço da Palavra de Deus (DV (10).

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A inspiração divina em linguagem humana:

  • O acesso à Sagrada Escritura deve ser amplamente aberto a todos (DV 22).
  • Todas as pessoas que exercem o Ministério da Palavra: para não serem vãs pregadoras devem ler assiduamente a Palavra e escutá-la interiormente (DV 25).
  • As alegrias e esperanças, tristezas e angústias do povo... devem ser também dos discípulos de Cristo (GS 1).

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CAPÍTULO III

A Bíblia fala de muitos modos

"Muitas vezes e de muitos modos,

Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas.

Nestes dias, que são os últimos,

falou-nos por meio do filho,

a quem constituiu herdeiro de todas as coisas

e pelo qual também criou o universo"

(Hb 1,1-2)..

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A respeito dos modos de ensinar na Bíblia:

a) A Bíblia nos revela Deus o ser humano com realismo.

b) A Bíblia ensina de dois modos:

  • pelo que ela diz;
  • pelo como ela diz: não há campo na vida humana que não interesse a Deus...

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  • Jesus é a melhor imagem do Pai (olhar o conjunto de sua vida e o significado de sua missão);
  • não tomar texto isolado como expressão do conjunto da Bíblia;

Algumas atitudes a serem cultivadas:

Históricos, proféticos, poéticos Apocalíptico e outros - revelam o que Deus quer transmitir nas diversas circunstâncias históricas (cf. DV 12).

Os gêneros literários:

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CAPÍTULO IV

Para um livro tão variado, muitas abordagens

"Mostra-me, Senhor, os teus caminhos,

ensina-me as tuas veredas" (Sl 25,4).

Cada texto tem a ver com seu contexto:

Situação do povo, ponto de vista de quem escreve, os interesses em jogo... Para isso, temos a ajuda da História, Arqueologia, Geografia, Sociologia, Antropologia, Psicologia...

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Os textos passam por modificações reveladoras

(releituras) no processo histórico até sua redação final...

Leitura a partir dos pobres:

Métodos que partem de situações específicas da vida, com profunda sensibilidade aos problemas humanos de hoje...

O ponto de vista determina a leitura:

As diferentes abordagens se complementam e deixam o caminho aberto para as inspirações sempre novas e surpreendentes que o texto bíblico nos oferece...

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Leitura inculturada:

A Bíblia chegou até nós através de uma cultura específica: a judaica.

O processo de inculturação têm duas faces:

  • entender a cultura de origem e o cerne da mensagem da Bíblia;
  • identificar o que seria equivalente em nossa cultura, fiéis ao espírito (e não à letra) da mensagem bíblica..

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CAPÍTULO V

Algumas orientações básicas para a leitura da Bíblia

"Ensina-me o bom senso e a sabedoria pois tenho confiança nos teus mandamentos" (Sl 119,66).

Amor à Bíblia, lida junto com a vida:

  • amar e ler assiduamente a Bíblia;
  • ler a Bíblia junto com a vida;
  • abertura ao que diz o Espírito Santo

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Métodos complementares entre si:

  • Todo método tem limites
  • permitem uma visão mais ampla;
  • podem servir às múltiplas necessidades da vida
  • Fidelidade ao texto

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Ler a Bíblia com a Igreja, sendo comunidade:

  • o texto sagrado tem origem comunitária;
  • sua função é alicerçar e vivificar a comunidade dos que crêem;
  • fortalece o espírito de comunhão;
  • desperta para a dimensão litúrgica da Palavra;
  • proclamar a Palavra com clareza e reverência;
  • uma leitura que nos transforma pessoal e comunitariamente.

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Características da leitura fundamentalista :

(segundo o doc. "A Interpretação da Bíblica na Igreja" p. 82-86):

  • não leva em consideração o caráter histórico e as limitações dos autores humanos do texto;
  • interpretar como histórico o que, de fato, não tinha intenção de ser;
  • desconsideração do sentido simbólico ou figurativo;
  • desconsideração do desenvolvimento da tradição...

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CAPÍTULO VI

A Bíblia no ecumenismo e no diálogo religioso

"Deus não faz discriminação de pessoas.

Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça,

qualquer que seja a nação a que pertença" (At 10,34-35).

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Trabalhando juntos:

  • o primeiro apelo vem da vida
  • católicos, protestantes e ortodoxos: o amor à Bíblia nos une;
  • diversos espaços comuns

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Superar o confronto e aprender o diálogo:

  • interpretações divergentes podem ser tratadas num clima sereno de troca de informações sobre a tradição de cada Igreja;
  • a catequese (também nas homilias, palestras, nos movimentos e grupos de oração) deve explicar, com clareza, em que somos diferentes, sem desenvolver uma atitude de combate, estimulando a compreensão e a mútua estima;
  • a atitude ecumênica possibilita a procura em comum do caminho para a plena unidade na verdade total (CT 32).

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Diálogo e caminho para a unidade sem perder a diversidade:

  • o diálogo exige identidade;
  • católicos e protestantes hoje reconhecem convergências e acentuações diferentes na assimilação de mensagens bíblicas
  • Organizações ecumênicas

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Escritos sagrados e intimidade com Deus em outras religiões:

  • viver o mandamento do amor mútuo;
  • respeito e veneração pelos livros sagrados e tradições orais dos outros povos e religiões
  • a Bíblia se serve de elementos de outras tradições: babilônicas, persas, gregas...

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Um cuidado muito especial: a abordagem do judaísmo:

  • O judaísmo é o berço de nossa fé;
  • Suas Escrituras Sagradas, tornaram-se nossa Bíblia;
  • Jesus, um judeu praticante que valorizava essa fé;
  • A missão de Jesus se abriu a todos os povos...

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Construindo uma abordagem positiva do judaísmo:

  • Antigo Testamento e Novo Testamento: ambos são alimento para a fé e pedagogia de Deus;
  • O Deus de Jesus é o mesmo que se revelou na Primeira Aliança através dos nossos pais e mães na fé...;
  • usar linguagem positiva com relação aos judeus;

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CAPÍTULO VII

Indicações práticas para a animação bíblica na vida da Igreja

"Sede praticantes da Palavra

e não meros ouvintes"(Tg 1,22).

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A Bíblia deve permear a ação evangelizadora no seu todo, mas ainda assim precisa de um trabalho específico.

Dois blocos de indicações:

  • O serviço de animação bíblica
  • E a bíblia como alma de toda a pastoral

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Serviço de Animação Bíblica

  • conhecer e articular as forças já existentes;
  • investir na formação bíblica dos cristãos leigos;
  • investir na atualização do presbítero;
  • dialogar com os movimentos e pastorais;

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  • difundir e valorizar a prática da leitura orante da Bíblia (Leitura, Meditação, Oração e Contemplação);
  • valorizar a tradição da Liturgia das Horas;
  • incentivar círculos bíblicos e/ou grupos de reflexão;
  • cuidar da composição de cantos;
  • vivenciar uma eclesiologia de comunhão e participação...

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Atividades e atitudes que envolvem a educação para a leitura bíblica:

  • docilidade ao Espírito, unindo leitura e oração, fé e vida;
  • sintonia com a Igreja;
  • preparação cuidadosa das homilias;
  • valorização do texto bíblico na liturgia (leituras do Lecionário);
  • divulgação de esquema básico de história bíblica (linha do tempo);
  • respeito à condição sagrada do texto;
  • parceria com as Igrejas cristãs para o estudo ecumênico da Bíblia;

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  • respeitar a situação dos destinatários: caminhada processual;
  • criação, na paróquia, de uma biblioteca popular;
  • revisão dos textos de catequese;
  • valor da Bíblia por si mesma e não como mero instrumental para...;
  • valorização da Bíblia como fonte fundamental da evangelização;

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A leitura bíblica deve nos tornar pessoas humanas, fraternas e capazes de construir um mundo melhor...

Confiar na Palavra como força para transformar vidas, animar esperanças, alimentar a fé e como caminho de realização do Plano de Deus

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"Como a chuva e a neve que caem do céu e

para lá não voltam

sem antes molhar a terra e fazê-la germinar e brotar,

a fim de produzir semente para quem planta

e alimento para quem come,

assim também acontece com a minha palavra:

Ela sai da minha boca e para mim não volta

sem produzir seu resultado,

Sem fazer aquilo que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão" (Is 55,10-11).

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ASSESSORIA DA COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL PARA A ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

Fone: (61) 313-8300 Fax: (61) 313-8303

www.cnbb.org.br/catequese

E-mail: catequese@cnbb.org.br

Data Show elaborado por:

Ir. Maria Aparecida, Pe. Jânison e Ana Cláudia

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