1 of 17

LUIZ ROMERO

LÍNGUA PORTUGUESA: LITERATURA

ROMANTISMO BRASILEIRO

INTELECÇÃO DE TEXTOS

CASTRO ALVES

05/05/2022

2 of 17

2

GERAÇÃO

DENOMINAÇÃO

COMPONENTES

MODELOS POÉTICOS

TEMAS

1.ª

Nacionalista/

Indianista

• Gonçalves de

Magalhães

e

• Gonçalves Dias

Chateaubriand

e

Lamartine

– O ÍNDIO

– A SAUDADE DA PÁTRIA

– A NATUREZA

– A RELIGIOSIDADE

– O AMOR IMPOSSÍVEL

2.ª

Byroniana /

Subjetivista /

Ultrarromantismo

Álvares de

Azevedo

Casimiro de

Abreu

• Fagundes

Varela

Byron

e

Mussett

– O PESSIMISMO

– O TÉDIO / A ORGIA

– A DÚVIDA / A MORTE

– A INFÂNCIA

– O MEDO DO AMOR

– O SOFRIMENTO

SATANISMO / GÓTICO

3.ª

Liberal / Social /

Condoreira

  • Castro Alves
  • Sousândrade

Vitor Hugo

DEFESA DE CAUSAS HUMANITÁRIAS

– DENÚNCIA DA ESCRAVIDÃO

AMOR ERÓTICO

GERAÇÕES – POESIA

3 of 17

3

Era um sonho dantesco... o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros... estalar de açoite...

Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!

O POETA ÉPICO: “O NAVIO NEGREIRO” (4ª PARTE)

Castro Alves

(1847 – 1871)

4 of 17

4

E ri-se a orquestra irônica, estridente.

E da ronda fantástica a serpente

Faz doidas espirais...

Qual um sonho dantesco as sombras voam!...

Gritos, ais, maldições, preces ressoam!

E ri-se Satanás!...

Presa nos elos de uma só cadeia,

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!

Arte de Marcílio Godói

5 of 17

5

No entanto o capitão manda a manobra...

E após, fitando o céu que se desdobra

Tão puro sobre o mar,

Diz, do fumo entre os densos nevoeiros:

“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!

Fazei-os mais dançar.”

 

E ri-se a orquestra irônica, estridente...

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais...

Qual num sonho dantesco as sombras voam...

Gritos, ais, maldições, preces ressoam

E ri-se Satanás!

6 of 17

6

7 of 17

7

01. Um navio negreiro se destinava a

  1. Atos de pirataria e violência.
  2. Prisão de condenados por crimes graves.
  3. Transporte de mercadorias contrabandeadas.
  4. Tráfico de escravos vindos da África.
  5. Isolamento de negros fugidos.

02. A palavra tetas, na segunda estrofe, 

  1. Sugere condições próprias de animais.
  2. Aparece apenas para rimas com pretas.
  3. Justifica o fato de as crianças serem magras.
  4. Associa necessariamente bocas a sangue.
  5. Retrata “ânsia e mágoa vãs”.

8 of 17

8

03. “Era um sonho dantesco....” Ao associar a um sonho as cenas que o poeta vai descrever, o eu lírico prenuncia que

  1. tudo o que se segue é mero fruto de sua imaginação, sem qualquer relação com a realidade.
  2. o relato é todo baseado em lendas e histórias imaginárias sem vínculos com a realidade.
  3. é impossível acreditar que pudesse ser realidade o que ele vai descrever..
  4. Ele se permitiu a liberdade de descrever visões que teve em estado de delírio.
  5. Não se pretendia ver lógica e coerência nos detalhes que vai apresentar. 

9 of 17

9

04. O adjetivo dantesco – derivado do nome de Dante Alighieri, poeta italiano autor da Divina Comédia (escrita entre 1306/21 – Inferno, Purgatório e Paraíso), apresenta passagens marcantes que tornaram conhecido o adjetivo dantesco – relacionado com a loucura das cenas, o eu lírico evoca a ideia de algo

  1. que equivale aos horrores do inferno..
  2. esquisito, emocionante e estúpido.
  3. emocionantes cenas da criação do mundo.
  4. Prolongada visão do futuro e do cosmos.
  5. O destino das almas que vão ao purgatório.

10 of 17

10

05. A descrição do tombadilho (parte elevada do navio) com suas luzernas imediatamente nos leva a associar

  1. Negro / noite.
  2. Verde / esperança.
  3. Azul / mar.
  4. Roxo / luto.
  5. Vermelho / sangue.. 

06. Por diversas vezes o poeta emprega metaforicamente o verbo dançar. Pelo contexto, esse dançar se refere a movimentos

  1. harmoniosos.
  2. alucinantes..
  3. cadenciados.
  4. voluntários.
  5. arbitrários. 

11 of 17

11

07. A escolha do tema social, humanitário, histórico, o gosto da eloquência, da oratória justificam o texto como sendo da poesia romântica da Terceira Geração, cujo autor Castro Alves é

a) um defensor de causas sociais.

b) um revolucionário incontido.

c) um poeta pessimista e nocivo.

d) subjetivo, individualista e satânico.

e) misógino, irônico e depressivo.

08. O texto lido é típico da Geração Condoreira, isto é, da Terceira Geração do Romantismo Brasileiro e apresenta temática mais evidente:

a) a poesia nacionalista e indianista;

b) a poesia social e urbana;

c) a poesia liberal e social;

d) o romance urbano e regionalista;

e) o teatro sentimental e trágico.

12 of 17

12

09. Com a expressão “turbilhão de espectros”, o poeta põe em evidência

  1. O aspecto macabro da cena..
  2. A viagem acidentada.
  3. A noite de nevoeiro.
  4. A nudez das moças.
  5. A superstição mística dos negros.

10. “Outro, que de martírios embrutece, / Cantando geme e ri !” O verbo embrutece, neste verso, dá ideia de

  1. tornar-se violento.
  2. perder a consciência..
  3. ficar desanimado.
  4. agir instintivamente.
  5. Portar-se como um animal.

13 of 17

13

11. Ainda em relação ao verso destacado na questão anterior, a antíteseCantando geme e ri” reforça a ideia de 

  1. estoicismo.
  2. depressão.
  3. loucura..
  4. quietude.
  5. calma.

14 of 17

14

12. “E ri-se Satanás!” Este verso pode nos dar a impressão sonora do estourar (soar / espocar) de uma gargalhada zombeteira. Essa impressão sonora é propiciada sobretudo pela presença

  1. da conjunção e no início do verso.
  2. do ponto de exclamação no fim do verso.
  3. de um verso com menos sílabas métricas.
  4. do pronome se junto ao verbo rir.
  5. do fonema a repetido na palavra Satanás..

15 of 17

15

13. O fragmento do “Navio Negreiro” aqui apresentado é formado por estrofes de seis versos, numa sequência constante de dois versos de dez sílabas métricas e um de seis sílabas métricas. Tanto pela leitura como pelo próprio aspecto visual, temos a impressão de um ritmo

  1. espasmódico.
  2. indolente.
  3. suave.
  4. apático.
  5. cantante.. 

16 of 17

16

14. A resposta da questão anterior oferece, pelo aspecto visual e conhecimentos de estudos de Teoria da Literatura sobre o poema, justificativa pela ideia de  

  1. estalar do açoite..
  2. uma só cadeia.
  3. fumo entre os densos nevoeiros.
  4. tão puro sobre o mar.
  5. fitando o céu.

17 of 17