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FRANCISCO RUFINO

REDAÇÃO

O DISCURSO DIRETO EM

SEQUÊNCIA NARRATIVAS

27/04/2022

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  • TEMPO DE AULA: 60min

TEMA DA AULA: PRODUÇÃO DE RELATO: O DISCURSO DIRETO EM SEQUÊNCIAS NARRATIVAS

  • HABILIDADE:

Utilizar o discurso direto em sequências narrativas para introduzir a fala de personagens.

OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM:

Diferenciar e saber o usar o discurso direto do indireto como forma de melhor expressar-se em textos narrativos.

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DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE EM TEXTOS NARRATIVOS

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FORMAS DE INICIAR UMA FALA OU UM PENSAMENTO

Discurso direto, indireto e indireto livre são comumente utilizados em textos narrativos para iniciar a fala ou o pensamento de um personagem.

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  • Discurso direto, indireto e indireto livre é um assunto cobrado, na maioria dos vestibulares como questão para o candidato examinar os tipos de discurso do texto de apoio ou, ainda, pode ser solicitado que seja feita uma transposição de um tipo para outro. 

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Imagem: Jessie Willcox Smith (1863 – 1935) / Chapeuzinho Vermelho, 1911 / Public Domain.

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DIFERENÇAS ENTRE DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE

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Discurso direto

 

O discurso direto caracteriza-se por ser aquele em que o narrador reproduz as palavras de outra pessoa ou personagem. Um discurso direto pode aparecer no meio do texto. Para isso, utiliza recursos de pontuação como uso das aspas, dois pontos ou travessão, para demonstrar que a fala é de outrem.

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Discurso direto

 

Esse tipo de discurso normalmente utiliza verbos de elocução, que apresentam relação com o verbo "dizer" como falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre outros.

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Exemplos:

 

Na cerimônia de colação de grau, os formandos em Direito disseram: "Prometo cumprir meus deveres e defender com firmeza e honestidade."

Da sala do juiz, todos ouviram o réu dizer: "Sou inocente, juro!".

Com desejo de comer pizza, Rafael decidiu pedir uma pelo telefone:

  — Pizzaria “Aqui tem Pizza”, alô, quem fala?

  — Alô, boa noite! É o Rafael. Com quem eu falo?

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Imagem: Jallinson01 / Public Domain.

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Discurso direto

Segundo Consul (2008, p.92), no discurso direto, o enunciador simula reproduzir as falas citadas e caracteriza-se por dissociar claramente as duas instâncias da enunciação: a do discurso citante e a do discurso citado.

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“Os limites entre os discursos citante e citado são marcados por elementos tipográficos – como travessão ou aspas – e pelos chamados verbos dicendi, que podem preceder o discurso citado, intercalá-lo ou vir em seu final.” (Consul, 2008, p.92)

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Verbos dicendi

São também chamados de verbos de declaração, são geralmente empregados antes de uma declaração ou pergunta.

Exemplos desses verbos: dizer, falar, exclamar, perguntar, responder.

“Maria disse que foi ao supermercado ontem.”

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Por que o discurso direto?

Maingueneau (2002) lembra que a escolha por discursos diretos, como modo de introduzir a fala de outrem no discurso, se deve à tentativa de:

1- Criar autenticidade, indicando que as palavras relatadas são aquelas realmente proferidas;

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2- Distanciar-se: porque o enunciador citante não adere ao que é dito e não quer misturar o dito com aquilo que ele efetivamente assume;

3- Mostrar-se objetivo, sério.

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Além disso, a introdução do discurso direto deve satisfazer a duas exigências em relação ao leitor de um texto:

1- Marcar a fronteira que o separa do discurso citado;

2- Delimitar a fala citada.

Esta segunda maneira, observa Maingueneau (2002), aparece de várias formas, como por exemplo, através de dois pontos, travessões, aspas, etc.

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Observe:

"- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do jardim, em Santa Teresa.�- Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis. Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas e meia.�- Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura."

(Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV)

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Mas os sinais de pontuações não são condições de êxito para a existência do discurso direto.

Às vezes eles aparecem no discurso, mas este não se configura como direto. Vejamos um exemplo disto.

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Todos os caçadores de talentos afirmam: quando apresentam dois candidatos de sexo oposto para ocupar um cargo de direção, ambos com os mesmos diplomas e igual nível de competência, o cliente escolhe sempre o candidato do sexo masculino.

L'Entreprise, n° 13, novembro de 1996 apud Maingueneau (2002, p.147)

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o exemplo acima não é um discurso direto, embora haja presença de sinais de pontuação que indiquem isto, porque neste discurso encontramos uma terceira pessoa ("eles”, os caçadores de talento).

A fonte da fala citada não é um indivíduo, mas uma classe de locutores (todos os caçadores). Para que o texto acima seja configurado como discurso direto, basta atribuir a um indivíduo a referida enunciação.

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A narrativa é um gênero literário em que está inserido o discurso direto, indireto e indireto livre. (Foto: Pixabay)

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Discurso Indireto

�No discurso indireto o interlocutor diz o que a outra pessoa ou personagem falou. Ele o faz com as suas próprias palavras.

É o tipo de discurso comum no dia a dia, narrado na terceira pessoa, que dispensa o uso de travessão. 

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Imagem: Niabot / Lupa / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported.

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Exemplos:

Na cerimônia de colação de grau, os formandos em Direito disseram que vão cumprir seus deveres defender com firmeza e honestidade.

Da sala do juiz, todos ouviram o réu jurar que era inocente.

Rafael estava desejando comer uma pizza e decidiu ligar para a pizzaria. Do outro lado da linha, alguém atendeu e perguntou quem estava falando. Rafael se apresentou e perguntou também com quem ele estava falando.

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MUDANDO DO DISCURSO DIRETO PARA O INDIRETO

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 Discurso Direto

 Discurso Indireto

Preciso me alongar por alguns instantes. (Enunciado na 1.ª pessoa)

Disse que precisava se alongar por alguns instantes. (Enunciado na 3.ª pessoa)

Sou a pessoa que ganhou o prêmio. (Enunciado no presente)

Disse que era a pessoa que ganhou o prêmio. (Enunciado no pretérito imperfeito)

Não vi o jornal hoje. (Enunciado no pretérito perfeito)

Disse que não tinha visto o jornal hoje. (Enunciado no pretérito mais que perfeito)

O que fará para solucionar o problema da falta de água? (Enunciado no futuro do presente)

Perguntou-me o que faria para solucionar o problema da falta de água. (Enunciado no futuro de pretérito)

Não me interrompa mais! (Enunciado no modo imperativo)

Pediu que não lhe interrompesse mais. (Enunciado no modo subjuntivo)

Isto é incrível. (Pronome demonstrativo em 1.ª pessoa)

Disse que aquilo era incrível. (Pronome demonstrativo em 3.ª pessoa)

Somos muito felizes aqui. (Advérbio de lugar "aqui")

Disse que são muito felizes aqui. (Advérbio de lugar "lá")

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Discurso Indireto Livre

O discurso indireto livre é caracterizado pela junção dos discursos direto e indireto. Assim, há intervenções do narrador e da fala dos personagens.

Nesse tipo de discurso as falas dos personagens e do narrador podem ser confundidas quando não existirem marcas para mostrar a mudança do discurso. Isso porque no discurso indireto livre, diferentemente dos outros discursos, não há indicações de separação da fala do narrador da fala da personagem, que são feitos por meio de verbos de elocução, conjunções ou sinais de pontuação.  

No discurso indireto livre o narrador assume o lugar da outra pessoa do discurso, assumindo sentimentos e pensamentos, inserindo-os na sua própria narrativa. 

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Exemplos

João fez o que julgava importante. Não estava arrependido, mas senti um alívio. Talvez não tenha sido suficientemente justo com os seus sentimentos.

�O despertador não tocou hoje. Nossa, vou chegar atrasado!�Amanheceu fazendo frio. Vou passar o dia em casa, assistindo filme.

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VAMOS PRATICAR?

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(ITA) Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte trecho:

No plano expressivo, a força da ____________ em _____________ provém essencialmente de sua capacidade de _____________ o episódio, fazendo ______________ da situação a personagem, tornando-a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena de teatro __________ o narrador desempenha a mera função de indicador de falas.

a) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir – onde;

b) narração - discurso onisciente - vivificar - demonstrar-se – donde;

c) narração - discurso direto - atualizar - emergir - em que;

d) narração - discurso indireto livre - humanizar - imergir - na qual;

e) dissertação - discurso direto e indireto - dinamizar - protagonizar - em que. 

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(ESAN) "Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e suspirou. Coitada de Sinhá Vitória, novamente nos descampados, transportando o baú de folha."

O narrador desse texto mistura-se de tal forma à personagem que dá a impressão de que não há diferença entre eles. A personagem fala misturada à narração. Esse discurso é chamado:

a) discurso indireto livre

b) discurso direto

c) discurso indireto

d) discurso implícito

e) discurso explícito 

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Sobre o discurso indireto é correto afirmar, EXCETO:

a) No discurso indireto, o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um personagem.

b) O narrador é o porta-voz das falas e dos pensamentos das personagens.

c) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são iniciadas com o sujeito, mais o verbo de elocução seguido da fala da personagem.

d) No discurso indireto as personagens são conhecidas através de seu próprio discurso, ou seja, através de suas próprias palavras.