ERICK SOARES
LÍNGUA PROTUGUESA REDAÇÃO
DISSERTAÇÃO ESCOLAR
28/04/2022
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DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
(AS RELAÇÕES INTERTEXTUAIS)
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Chamamos de intertextualidade o “diálogo” que ocorre entre dois textos diferentes, quando um faz referência a outro que já existia, inspirando-se em sua forma ou mensagem para criar um novo discurso. Ela pode ocorrer de modo explícito (mais facilmente percebida) ou implícito (menos facilmente percebida).
AS RELAÇÕES INTERTEXTUAIS
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Exemplos de paráfrase
Exemplos de paráfrase são encontrados, sobretudo, na literatura, mas qualquer obra artística pode ser objeto de paráfrase: um quadro, uma fotografia, uma escultura.
Paráfrase de quadro
Fotografia de Alexandre Mury (à esquerda), parafraseando Abaporu, de Tarsila do Amaral (à direita)
Explicação: Abaporu, de 1928, é uma obra-prima pintada pela artista Tarsila do Amaral (1886-1973) e que inspirou o Movimento Antropofágico.
Em homenagem à Tarsila, o fotógrafo Alexandre Mury (1976) apresentou sua obra acima, um registro fotográfico que é exemplo de paráfrase.
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Trecho do poema Canção do Exílio (1843)
"Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores."
Trecho do Hino Nacional Brasileiro (1909)
"Do que a terra mais garrida,�Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;�Nossos bosques têm mais vida,�Nossa vida no teu seio mais amores."
Paráfrase de poema
Explicação: escrita em 1909 pelo poeta brasileiro Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927), a estrofe acima é um trecho da letra do Hino Nacional Brasileiro.
Trata-se de uma paráfrase do poema que o poeta romântico Gonçalves Dias (1823-1864) escreveu em 1843 e em que faz um louvor à pátria.
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Paráfrase de frase
Tupi or not tupi, that is the question."
Explicação: a frase acima, encontrada no Manifesto Antropófago - que visava a promoção da nossa independência cultural - foi escrito em 1928 por Oswald de Andrade (1890-1954).
Trata-se de uma paráfrase da frase "To be or not to be, that is the question.", dita por Hamlet na peça homônima do poeta inglês William Shakespeare (1564-1616), publicada em 1603.
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PARÁFRASE NA REDAÇÃO
Quando você está escrevendo uma redação, muitas vezes, você olha para os textos de apoio e sente que pode usá-los para melhorar a sua argumentação, não é mesmo? Contudo, você não quer copiar fielmente o trecho que você considera ideal em sua redação. Você gostaria que existisse uma forma de passar o mesmo conteúdo daquele texto de apoio, todavia, com suas próprias palavras.
Você sabia que isso é possível? Sim, por meio da paráfrase!
A paráfrase é um recurso usado por autores para fazer uma referência a outro texto. Nele, há uma troca de palavras em relação ao texto referenciado, mas o conteúdo principal do original permanece.
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Parafrasear consiste em condensar as ideias de um texto, com palavras diferentes, para não se tornar um plágio. E o mais importante: com as suas palavras, com a sua forma de explicar algo.
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TEXTO 3
Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Essa espécie ainda envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
TEXTO 1
Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche na vida”
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964
TEXTO 2
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989)
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Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de Andrade por:
A) - reiteração de imagens
B) - oposição de ideias
C) - falta de criatividade
D) - negação dos versos
E) - ausência de recursos
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Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de Andrade por:
A) - reiteração de imagens
B) - oposição de ideias
C) - falta de criatividade
D) - negação dos versos
E) - ausência de recursos
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Leia o texto a seguir:
Modinha do exílio
Os moinhos têm palmeiras
Onde canta o sabiá.
Não são artes feiticeiras!
Por toda parte onde eu vá,
Mar e terras estrangeiras,
Posso ver mesmo as palmeiras
Em que ele cantando está.
Meu sabiá das palmeiras
Canta aqui melhor que lá.
Mas, em terras estrangeiras,
E por tristezas de cá,
Só à noite e às sextas-feiras.
Nada mais simples não há!
Canta modas brasileiras.
Canta – e que pena me dá!
(Ribeiro Couto)
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Os versos dos poetas modernistas e românticos apresentam relação de intertextualidade com o poema de Ribeiro Couto, EXCETO em uma alternativa. Assinale-a.
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Os versos dos poetas modernistas e românticos apresentam relação de intertextualidade com o poema de Ribeiro Couto, EXCETO em uma alternativa. Assinale-a.
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(FUVEST/2001)
Leia o texto a seguir:
Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a "Canção do Exílio".
Como era mesmo a "Canção do Exílio"?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, "Europa, França e Bahia", ALGUMA POESIA)
Neste excerto, a citação e a presença de trechos ___________ constituem um caso de ___________.
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Os espaços sublinhados da frase acima deverão ser preenchidos, respectivamente, com o que está em:
A) - do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso indireto.
B) - da conhecida canção de Noel Rosa / paródia.
C) - do célebre poema de Gonçalves Dias / intertextualidade.
D) - da célebre composição de Villa-Lobos / ironia.
E) - do famoso poema de Mário de Andrade / metalinguagem.
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Os espaços sublinhados da frase acima deverão ser preenchidos, respectivamente, com o que está em:
A) - do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso indireto.
B) - da conhecida canção de Noel Rosa / paródia.
C) - do célebre poema de Gonçalves Dias / intertextualidade.
D) - da célebre composição de Villa-Lobos / ironia.
E) - do famoso poema de Mário de Andrade / metalinguagem.