Chamada para Ciclo de discussões: Ouvindo a cidade - paisagem sonora, memória e experiência de lugar em Belo Horizonte

Chamada para Grupo de Estudos Som e Museologia 2023/01

Ciclo de discussões: 

Ouvindo a cidade - paisagem sonora, memória e experiência de lugar em Belo Horizonte

Responsável: João Marcos Veiga | doutorando em História Social da Cultura - Fafich/UFMG

Organização: prof. dr. Luiz H. Garcia (ECI/UFMG)

---------------------------------------------------------

período: abril, maio e junho de 2023 (encontros semanais de 3h - UFMG)

inscrições: via formulário até 30 de março

carga horária: 30 horas (com certificado)

---------------------------------------------------------

O grupo de estudos Sommus (Som e Museologia) e o grupo de pesquisa Estopim (Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Patrimônio Cultural) convidam para o ciclo de discussões “Ouvindo a cidade - paisagem sonora, memória e experiência de lugar em Belo Horizonte”. As atividades serão conduzidas por João Marcos Veiga, doutorando em História Social da Cultura pelo programa de Pós-Graduação em História da UFMG. 

Ao longo dos dez encontros, serão propostas leituras e fomentados debates em torno de questões sobre paisagem sonora e patrimônio, estimulando diferentes formas de se observar e pesquisar o desenvolvimento urbano e a experiência de lugar, destacando a cidade de Belo Horizonte, sobretudo o bairro de Santa Tereza - objeto do doutorado de Veiga, sob orientação de José Newton Coelho Meneses.

Com frequência semanal, preferencialmente às tardes, o dia e o horário regulares das atividades serão acordados a partir da disponibilidade das pessoas inscritas em formulário próprio. As atividades ocorrerão em sala na Escola de Ciências da Informação (ECI) e/ou Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da UFMG, campus Pampulha, com exceção de eventuais reuniões online.

Além da bibliografia socializada e debatida em grupo, serão realizadas reuniões com professores, pesquisadores e músicos convidados, que trarão contribuições em pontos específicos como museologia e a música enquanto performance e objeto de colecionismo e políticas patrimoniais. Serão estimuladas também pesquisas de campo entre os participantes, ampliando a compreensão e o mapeamento cultural e histórico da cidade de Belo Horizonte a partir da  perspectiva de paisagem urbana. O ciclo igualmente pretende estimular a pesquisa e produção científica em torno do assunto debatido. 

Encerrando o ciclo de debates, será realizada atividade aberta ao público em local específico, contando com a participação de José Newton Meneses (PPGHis UFMG) e Luiz Henrique Garcia (ECI UFMG), coordenador dos grupos de estudos. 

Caracterização do Tema 

A ideia de “paisagem sonora”, conceituada sobretudo por Schafer (2001), é um dos  eixos da tese de doutorado em andamento, sob o título provisório de “Trocas e  diferenças na dinâmica história e diversidade cotidiana do bairro de Santa Tereza BH”. Tal perspectiva, como vem sendo investigado na tese, permite compreender  como a sonoridade se vincula a transformações urbanas e delimitações de memória, identidade social e cultural para determinado território. 

Tendo em vista o âmbito de estudo das cidades, da cultura e de usos e  institucionalizações do registro sonoro em ambientes museológicos e  mercadológicos, a investigação coletiva do tema deverá ser de grande valia aos discentes e docentes participantes do grupo. Ampliando o recorte para além do  território delimitado para a tese, o estudo poderá trazer reflexões e aprofundamentos sobre a História da cidade de Belo Horizonte, memória, identidade, legislações e  apropriações cotidianas dos citadinos. 

Outro aspecto que traz estimulante investigação trata-se da cultura enquanto  “fronteira” (CANCLINI, 1997) - territorial, imaginária e política. Ao dar atenção à  paisagem sonora, perspectiva ainda pouco valorizada nos estudos culturais, é possível  identificar fissuras entre patrimônio e urbanização, “desenvolvimento” e tradição,  silêncio e ruído, mapeando permanências e irrupções mais sutis na urban idade a  despeito de uma ideia de homogeneidade urbana.  


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÁSICAS 

ALMEIDA, Luiz Fernando de. Apropriação e salvaguarda do patrimônio imaterial.  In: SANTʼANNA, Márcia (org.) Os sambas brasileiros: diversidade, apropriação e  salvaguarda. Brasília, DF: Iphan, 2011.  

BELIVEAU, Jeremy E. Audio Elements: Understanding Current Uses of Sound in  Museum Exhibits. Dissertação de Mestrado em Artes. University of Washington, 2015,  68 p.  

CANCLINI, N. G. Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da  modernidade. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa Pezza Cintrão. São Paulo:  EDUSP, 1997. p.283-350: Culturas híbridas, poderes oblíquos. 

CAUFRIEZ, Anne.  Sustentabilidade dos patrimônios musicais e da patrimonialização musical: políticas públicas para o fomento e circulação do conhecimento musical e acervos. In: Encontro da Associação Brasileira de Etnomusicologia. Música e Sustentabilidade, VI ENABET, 2013, João Pessoa (PB). Anais. P. 23.

CONNERTON, P. Como as sociedades recordam. Lisboa: Celta, 1999, p. 47-119.  

GARCIA, Luiz Henrique Assis; MARRA, Pedro Silva. Paisagem sonora e patrimônio  cultural: um estudo exploratório. In CUSTÓDIO, Maraluce Maria, SANTOS,  Fernando Barotti dos; MÁXIMO, Maria Flávia Cardoso (Org). Direito de Paisagem:  Aspectos Jurídicos e Interdisciplinares. Belo Horizonte: D´Plácido, 2020. 

GARCIA, Luiz Henrique A. Há lugares que eu me lembro: encenando o espaço  urbano na exposição permanente do museu The Beatles Story. In: Anais eletrônicos  do II Seminário Brasileiro de Museologia (2015), Recife: MUHNE/Fundaj,. v. 1, 2017,  p. 1-16.  

JEUDY, H-P. Espelho das Cidades. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2005. 

LEAL, S. O Sino e a sirene: Memórias sonoras e transições do Ruído Sagrado. MusiMid: Revista Brasileira de Estudos em Música e Mídia, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 26–43, 2023. Disponível em: https://revistamusimid.com.br/index.php/MusiMid/article/view/106. Acesso em: 14 mar. 2023.

LUHNING, Angela E. Sustentabilidade de patrimônios musicais e políticas públicas a partir de experiências e vivências musicais em bairros populares. In: Encontro da Associação Brasileira de Etnomusicologia. Música e Sustentabilidade, VI ENABET, 2013, João Pessoa (PB). Anais. P. 30.

MENESES, J. N. C. Modos de fazer a materialidade da cultural “imaterial”: o caso do  queijo artesanal de Minas Gerais. Revista Patrimônio e Memória. UNESP – FCLAs  – CEDAP, v. 5, n.2, p. 19-33 - dez. 2009. 

______. Todo Patrimônio é uma Forma de História Pública? p 69-75. In: MAUAD, A.  M.; SANTHIAGO, R.; BORGES, V. T. Que História Pública Queremos? Org. São  Paulo: Letra e Voz, 2018.

MESQUITA, Cláudia. A trajetória de um “museu de fronteira”: a criação do Museu  da Imagem e do Som e aspectos da identidade carioca (1960-1965). In: ABREU,  Regina; CHAGAS, Mário (orgs). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos.  Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p.199-213. 

MOLINARI, Paula Maria Aristides de Oliveira, FONTERRADA Marisa Trench de Oliveira (orgs.). Dossiê Murray Schafer – seguindo os passos de nossos próprios pés. Revista Brasileira de Estudos em Música e Mídia (Musimid). V. 3 n. 2 (2022).

NORA, P. Entre a memória e a história: a problemática dos lugares. Projeto História  10. Revista do Programa de Pós-graduação em História e do Departamento de  História da PUC/SP, São Paulo, n. 10, dez. 1993, p. 7-28.  

SARLO, B. Paisagens Imaginárias: Intelectuais, Arte e Meios de Comunicação.  São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2016. 

SCHAFER, R. Murray. A afinação do mundo. São Paulo: Editora Unesp, 1997. 

STERNE, Jonathan. The Audible Past: Cultural Origins of Sound Reproduction.  Duke University Press, Durham & London, 2003. 

TONI, Flávia Camargo. Patrimônio musical e “desgeograficação” do Brasil. In: Encontro da Associação Brasileira de Etnomusicologia. Música e Sustentabilidade, VI ENABET, 2013, João Pessoa (PB). Anais. P. 31.


Sign in to Google to save your progress. Learn more
Nome *
Contato de email e telefone (opcional) *
Formação e qual curso realiza no momento *
Tem preferência para realização das atividades pela MANHÃ ou TARDE? *Caso tenha impedimento em algum turno, especificar.  *
Indique dois dias na semana que teria mais disponibilidade para realização da atividade *
Submit
Clear form
Never submit passwords through Google Forms.
This content is neither created nor endorsed by Google. - Terms of Service - Privacy Policy

Does this form look suspicious? Report