O Brasil tem registado um aumento significativo nas temperaturas e na frequência de ondas de calor, assim como o aumento da intensidade das chuvas, tempestades, descargas elétricas, ciclone extratropical dentre outras, nas últimas, décadas, fenômenos ligados às mudanças climáticas globais, que se manifestam através de "eventos extremos de calor" mais frequentes e mais longos, impedindo a chegada de ar frio e a formação de nuvens. Este fenómeno tem impactos na saúde, com aumento de desidratação e casos de insolação, que agravam as condições crónicas de pessoas com comorbidades, assim como de grupos mais vulneráveis biologicamente e socialmente. O Brasil tem produzido algumas pesquisas que já evidenciam cenários de eventos extremos e seus impactos sobre a saúde. Mas, as lacunas entre o conhecimento gerado com o desenvolvimento de pesquisas e a comunicação para a sociedade, ainda é precária e limitada. Os profissionais de saúde devem desempenhar um papel fundamental na informação e na formulação de uma resposta centrada na saúde às mudanças climáticas, desde a participação em planos de prevenção, preparação e adaptação, passando pela identificação de populações vulneráveis em nível local, até a prestação direta de cuidados de saúde às pessoas afetadas por eventos climáticos extremos. É de suma importância que as autoridades e o público em geral compreendam e identifiquem antecipadamente os fatores e condições ambientais, comunitários e individuais que representam riscos potenciais, seja ambiental ou resultando em lesões e morte. Em outras palavras, eles devem compreender e prevenir situações e condições de risco. A interação e a comunicação claras e confiáveis entre autoridades, influenciadores, mídia, empresas, cientistas e o público são necessárias para alcançar caminhos de desenvolvimento resilientes ao clima e sociedades com maior segurança diante das mudanças climáticas atuais e impactos futuros. A comunicação de riscos é uma área do conhecimento que deve estar presente na gestão geral de riscos e busca fornecer informações suficientes e oportunas à sociedade para evitar a exposição a situações perigosas. Em caso de eventos extremos, a comunicação oportuna é fundamental para que autoridades e comunidades possam se preparar e reduzir o impacto, principalmente na saúde e segurança, da exposição a esses fenômenos.