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Caros seres audiovisuais do planeta,
Estamos no Recôncavo da Guanabara e temos um recado urgente e necessário pra mandar.
A Baixada Fluminense é, já há um bom tempo, um dos maiores pólos de Produção Audiovisual do país.
Seu pulsante circuito de produção e difusão independente há décadas resiste e reinventa os modos de fazer cultura, botando na roda artistas, técnicos, produtores e trabalhadores da cultura que compõem o elenco das grandes produções fluminenses e nacionais.
A Baixada transmuta estigma em arte e nessa vibe, com tesão e sangue no olhos, a produção audiovisual da região vem cheia de vigor nos últimos anos, com a ação de cineclubes, com realização de curtas, médias e longas-metragens, festivais nacionais e internacionais, oficinas potentes, videoclipes maneiros, youtubers que tiram onda, empresas produtoras que realizam com ânimo redobrado.
Todos acumulando prêmios ao longo de sua história, garantindo reconhecimento à Baixada. São dezenas de filmes e centenas de milhares de visualizações na internet por ano.
A Baixada Filma.
Mas é chegada a hora de um papo reto, olho no olho.
A Baixada é rica, uma região com um dos maiores PIBs do país, mas em termos de investimento está sempre no final da fila. Não dá mais pra esconder essa realidade.
É preciso territorializar os orçamentos do Audiovisual, no Estado e na União. Recolhe-se muito imposto por aqui e o retorno? Praticamente zero.
É preciso um diálogo franco do MinC, da Ancine, da Sav, das Secretarias de Cultura com quem está na ponta do processo, no front pesadão do fazer cultural, sem os tapinhas-nas-costas e as promessas vazias que são o mais do mesmo.
É preciso que haja Políticas Públicas concretas que dêem conta dessa potência – redefinindo a noção de investimento e de formação , garantindo os direitos dessa população que filma, produz, difunde, pensa e faz viva a identidade cinematográfica da Baixada fluminense.
Esse é o recado franco e direto a quem tem canetas na mão e espaços nos jornais e gabinetes: queremos ações concretas já.
O Rio de Janeiro é mais que a cidade do Rio de Janeiro.
A Baixada filma.