Em primeiro lugar, agradecemos a participação de todas que responderam a enquete. As respostas nos ajudarão a compreender melhor, sob alguns aspectos, como as trabalhadoras de TI estão vivenciando esse momento de pandemia do Coronavírus nas relações de trabalho e no espaço físico em que essas relações estão acontecendo, em sua maioria, que é dentro das nossas casas.
A enquete, que foi encerrada na segunda-feira (22/06), nos trouxe dados interessantes e que poderão nortear novos parâmetros de negociação em Campanhas Salariais, como reivindicações mais focadas nas demandas de gênero.
A partir das informações extraídas das respostas da enquete, podemos perceber que as maiores participações foram de uma empresa pública nacional seguida por empresas particulares de TI, nos dando um quadro mais diverso do público; nenhuma das participantes respondeu que está grávida; grande parte está trabalhando em Home Office (92,3%); a maioria da implementação do Home Office se deu sem negociação com as/os trabalhadoras/res (48,3%), seguida de implementação direta com as/os trabalhadoras/res (43,3%); sem alteração na jornada de trabalho, tivemos (95,1%); as demandas domésticas aumentaram em 32,3% e aumentaram muito em 38,5%; a divisão do trabalho dentro de casa apresentou percentuais altos de contribuição de todas as pessoas da casa (67,9%) e a divisão das tarefas de cuidados com as crianças, tiveram seus percentuais mais significativos entre divisão sistemática (51,8%) e esporádica em 37,5%; Com relação ao sentimento de sobrecarga de trabalho nesse período, a maioria (53,8%) respondeu SIM contra 46,2% que responderam NÂO; Quanto aos impactos dessa sobrecarga na saúde, 60% responderam que tem afetado na sua saúde. Sintomas mais relatados: estresse, ansiedade, dores na coluna, cansaço, insônia e irritação.
De modo geral, podemos perceber que as mudanças nesse período de rearranjo laboral, causado pelo necessário isolamento social, trouxe percepções de divisão do trabalho doméstico que não é levado em consideração em vários aspectos da vida das mulheres mas, que vai configurando uma vivência e uma cultura que precisa ser modificada a favor da igualdade de condições de trabalho e vida de todas.