CARTA ABERTA CONTRA O PL 191/2020/OPEN LETTER AGAINST BILL 191/2020/CARTA ABIERTA CONTRA EL PL 191/2020
“A floresta está viva. Só vai morrer se os brancos insistirem em destruí-la. Se conseguirem, os rios vão desaparecer debaixo da terra, o chão vai se desfazer, as árvores vão murchar e as pedras vão rachar no calor. ”
Davi Kopenawa, em “A queda do céu: palavras de um xamã Yanomami”

O povo brasileiro tem o dever de conhecer os graves impactos econômicos, sociais e ambientais que poderão decorrer da aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 191/2020, não somente para os povos indígenas, mas para todos nós.
O projeto libera a mineração em terras indígenas e faz parte do Pacote da Destruição do governo Bolsonaro. É um projeto que atropela a Constituição Federal e ataca, mais uma vez, os direitos dos povos originários do Brasil. Por essa razão, nós, parlamentares, instituições parceiras da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas (FPMDDPI), organizações e movimentos sociais e populares do campo e da cidade, manifestamos o nosso posicionamento contrário à sua aprovação.
Lembramos que já no dia 11 de fevereiro de 2020, uma comissão formada por representantes do Congresso, da sociedade civil e lideranças indígenas, entregou um pedido ao então presidente da Câmara dos Deputados para que o projeto fosse devolvido ao Poder Executivo. O PL 191/2020 apresenta evidentes problemas jurídicos e de inconstitucionalidade, desconsidera tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, e afronta o próprio Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
Não procede a justificativa usada pelo governo Bolsonaro para pedir o regime de urgência para esse projeto: o de que a guerra na Ucrânia poderia ameaçar a agricultura brasileira, uma vez que a Rússia é uma das principais fornecedoras de fertilizantes para o Brasil. Conforme estudo do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cerca de 2/3 das reservas nacionais de potássio, principal insumo para a produção de fertilizantes, estão fora da Amazônia Legal, que concentra 98% das terras indígenas homologadas no país.
Além disso, nenhum dos grandes depósitos de potássio da região está localizado nesses territórios ancestrais, considerados sagrados pelos povos originários e protegidos pela Constituição. Segundo a pesquisa da UFMG, as jazidas já disponíveis e situadas fora de terras indígenas poderiam suprir nossa demanda do mineral por mais de 80 anos.
A atual legislatura não pode passar para a História como incentivadora da destruição dos povos e das terras indígenas. Vamos ouvir o clamor da floresta. Todos nós, deputadas, deputados, senadoras e senadores, independentemente de posições políticas e ideológicas, devemos lutar para não carregar essa nódoa indelével. E, para isso, contamos com o apoio da população brasileira!

Brasília/DF, 22 de março de 2022.

------------------------------------------------

OPEN LETTER AGAINST BILL 191/2020
This is an open letter being circulated by the Brazilian Parliamentary Front in Defense of the Rights of Indigenous Peoples to members of Brazilian Congress, Senate, and civil society organizations.  They invite international organizations to sign on, deadline March X, Xpm.

“The forest is alive. It will only die if the whites insist on destroying it. If they succeed, the rivers will disappear under the earth, the ground will crumble, trees will wither and rocks will crack in the heat. ” Davi Kopenawa, in “The Falling Sky: words of a Yanomami shaman”

The international community must understand the serious economic, social and environmental impacts that could result from the approval of Bill (PL) No. 191/2020, not only for indigenous peoples, but for all of us.
The Bill would allow mining on indigenous lands and is part of a suite of legislation promoted by the Bolsonaro administration dubbed the “Package of Destruction”. It would trample the Federal Constitution and attacks, once again, the rights of indigenous peoples in Brazil. For this reason, the parliamentarians and organizations belonging to the Joint Parliamentary Front for the Defense of Indigenous Peoples' Rights, social and popular organizations and movements from the countryside and the city, are strongly against its approval.
On February 11, 2020, a commission formed by representatives of Congress, civil society and indigenous leaders submitted a request to the then president of the Chamber of Deputies for the Bill to be returned to the Executive Power. PL 191/2020 presents clear legal and constitutional problems, disregards international treaties to which Brazil is a signatory, and affronts the Internal Regulations of the Chamber of Deputies.
The justification used by the Bolsonaro administration to fast-track the Bill is not valid: that the war in Ukraine could threaten Brazilian agriculture, since Russia is one of the main suppliers of fertilizers to Brazil. According to a study by the Environmental Services Management Laboratory of the Federal University of Minas Gerais (UFMG), about 2/3 of the national reserves of potash, the main input for the production of fertilizers, lie outside the Legal Amazon, which concentrates 98% of indigenous lands in the country.
Furthermore, none of the large potash deposits in the region are located on indigenous territories, which are considered sacred by indigenous peoples and protected by the Constitution. According to the UFMG research, the deposits already available and located outside indigenous lands could supply Brazilian demand for over 80 years. The current Brazilian legislature cannot go down in history as encouraging the destruction of indigenous peoples and lands. We should listen to the cry of the forest. All of us, congress people and senators, regardless of political and ideological positions, must fight against being marked by an indelible stain. For that, we count on everyone’s support!

___________________________________
CARTA ABIERTA CONTRA EL PL 191/2020

"La selva está viva. Sólo morirá si los blancos insisten en destruirla. Si tienen éxito, los ríos desaparecerán bajo tierra, el suelo se desmoronará, los árboles se marchitarán y las piedras se agrietarán con el calor. "
Davi Kopenawa, en "La caída del cielo: palabras de un chamán yanomami"

El pueblo brasileño tiene el deber de conocer los graves impactos económicos, sociales y ambientales que pueden resultar de la aprobación del Proyecto de Ley (PL) Nº 191/2020, no sólo para los pueblos indígenas, sino para todos nosotros.
El proyecto de ley libera la minería en tierras indígenas y forma parte del Paquete de Destrucción del gobierno de Bolsonaro. Es un proyecto que pisotea la Constitución Federal y ataca, una vez más, los derechos de los pueblos originarios de Brasil. Por ello, los parlamentarios y organizaciones pertenecientes al Frente Parlamentario Mixto de Defensa de los Derechos de los Pueblos Indígenas, organizaciones y movimientos sociales y populares del campo y la ciudad, se oponen rotundamente a su aprobación.
Recordemos que ya el 11 de febrero de 2020, una comisión formada por representantes del Congreso, la sociedad civil y líderes indígenas, entregó una solicitud al entonces Presidente del Congreso de  los Diputados para que el proyecto fuese devuelto al Poder Ejecutivo. El PL 191/2020 presenta evidentes problemas jurídicos e de inconstitucionalidad, desconoce los tratados internacionales de los que Brasil es signatario y va contra el Reglamento Interno de la Cámara de Diputados.
La justificación utilizada por el gobierno de Bolsonaro para solicitar el régimen de urgencia para este proyecto no es válida: que la guerra en Ucrania podría amenazar la agricultura brasileña, ya que Rusia es uno de los principales proveedores de fertilizantes de Brasil. Según un estudio del Laboratorio de Gestión de Servicios Ambientales de la Universidad Federal de Minas Gerais (UFMG), cerca de dos tercios de las reservas nacionales de potasio, principal insumo para la producción de fertilizantes, están fuera de la Amazonia Legal, que concentra el 98% de las tierras indígenas aprobadas en el país.
Además, ninguno de los grandes yacimientos de potasio de la región se encuentra en estos territorios ancestrales, considerados sagrados por los pueblos nativos y protegidos por la Constitución. Según la investigación de la UFMG, los yacimientos ya disponibles y situados fuera de las tierras indígenas podrían atender nuestra demanda de esse mineral durante más de 80 años.
La actual legislatura no puede pasar a la Historia como promotora de la destrucción de los pueblos y de las tierras indígenas. Escuchemos el grito del bosque. Todos nosotros, diputados y senadores, independientemente de nuestras posiciones políticas e ideológicas, debemos luchar para no cargar con esta mancha indeleble. Y para ello, ¡contamos con el apoyo de la población brasileña!

Sign in to Google to save your progress. Learn more
Assinem a Carta inserido seus nomes, instituições e cargos e/ou funções/atividades. Ou, caso a assinatura seja somente da instituição, colocar o nome da mesma e respectiva sigla./Sign the Letter inserting your names, institutions, and positions and/or functions/activities. Or, if the signature is only from the institution, put the name of the institution and its acronym./Firmen la Carta insertando sus nombres, instituciones y cargos y/o funciones/actividades. O, si la firma es sólo de la institución, ponga el nombre de la institución y su acrónimo.    
Assinam a Carta/Sign the Letter/Firmantes de la Carta: *
Submit
Clear form
Never submit passwords through Google Forms.
This content is neither created nor endorsed by Google. Report Abuse - Terms of Service - Privacy Policy