5 – Leia o texto e anote a alternativa INCORRETA sobre o conteúdo do texto: As mulheres do exército brasileiro que fazem parte da missão de paz no Haiti passam meses confinadas em contêineres longe da família e dos amigos, tomam banho de água fria e vestem coletes à prova de balas de 12 quilos sob o calor de 40 graus. Realizam esse trabalho para amenizar a dor e o sofrimento das crianças e das mulheres de um dos países mais pobres do mundo. Durante o expediente, as militares vestem farda. Não podem pintar as unhas de vermelho nem cores escuras e, se têm os cabelos compridos, devem amarrá-los em um coque. Nos momentos de descanso, não podem usar decotes, saias nem shorts curtos. Quando saem da base, costumam vestir um colete à prova de balas de 12 quilos sobre a farda, capacete azul — símbolo das forças de paz da ONU —, cotoveleiras e joelheiras. Elas vestem o conjunto, apelidado de “tudão”, sob o calor de 40 graus.As haitianas também suportam muito peso. É comum vê-las buscando água em poços artesianos espalhados por Porto Príncipe. Elas caminham pelas ruas empoeiradas e imundas — não há coleta organizada de lixo — com a lata de água equilibrada na cabeça, o corpo esguio, as mãos livres. A cadência do quadril garante que o balde chegue cheio em casa. Crianças, mesmo as que estão aprendendo a andar, carregam garrafas d’água nas mãos, ajudando suas mães.Na cultura haitiana, as mulheres e crianças são menos importantes do que os homens. Quando uma família tem pouca comida, o primeiro a comer é o pai, depois a mãe, o filho mais velho. O caçula é o último. O estupro só virou crime no país em 2005. As agressões feitas por maridos ciumentos são, muitas vezes, tomadas como demonstrações de amor. Funcionários da precária delegacia da mulher de Porto Príncipe, em Bel Air, um dos bairros mais pobres da capital, dizem receber cerca de cinco reclamações diárias de mulheres que apanham dos companheiros. A delegacia funciona em uma barraca dentro do Forte Nacional, ocupado pelas tropas brasileiras. A mesa do delegado fica embaixo de uma árvore. Hostis, os policiais bufavam durante a entrevista e não responderam sobre a frequencia com que esse tipo de violência é punido.Pedradas e garrafadas são as agressões mais comuns contra mulheres. Em uma ação do Exército, a dentista gaúcha Ana Anhalt, 39 anos, atendeu uma mulher que foi apedrejada pelo marido. “Era uma menina de uns 20 anos. Os lábios estavam cortados e ela perdeu os dentes da frente. Chorava muito...” *