Moção de repúdio à POIESIS
Nós, abaixo-assinados, vimos por meio dessa, demonstrar publicamente nosso repúdio às sucessivas violências e abusos da Organização Social POIESIS para com aprendizes, arte-educadores e comunidades atendidas das Fábricas de Cultura do Governo de Estado de São Paulo (Jaçanã, Brasilândia, Jardim São Luiz, Vila Nova Cachoeirinha e Capão Redondo).

Há cerca de um mês, a POIESIS deu início a um plano de sucateamento do projeto pedagógico, com perseguições políticas, redução de horário de ateliês e bibliotecas, sobrecarga de funcionários e demissões em massa (15 arte-educadores foram demitidos por telegrama, depois de deflagrada a greve).

Com a desculpa da "crise econômica", a Coordenação do projeto demitiu os arte-educadores que questionavam a estrutura e exigiam explicações e transparência acerca do uso e gestão do dinheiro público direcionado à OS.

Em movimento autônomo, os aprendizes das diversas unidades começaram a se mobilizar. Tal mobilização resultou em três ocupações: a da Fábrica de Cultura do Capão Redondo, que (re)existiu por 51 dias, a da Fábrica de Cultura da Brasilândia, que foi reintegrada um dia depois de ocupada, e a da Casa das Rosas (Oficina Cultural também gerida pela OS POIESIS).

Nos três casos, a POESIS não se dignificou a conversar ou abrir um diálogo franco com os aprendizes. Recorrendo ao braço armado do Estado, as reintegrações foram executadas com a opressiva ação da Polícia Militar. Braços armados, balas de borracha, viaturas e cacetetes estamparam um cenário de abuso e violação de todo e qualquer direito humano. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) foi diversas vezes autoritariamente violado nesse processo. Crianças e jovens (entre 12 e 21 anos) foram levados para delegacias, passaram mais de 30 horas encarceradas, sem que a Instituição ao menos notificasse os responsáveis. Ocupações foram invadidas e reintegradas sem que ao menos houvesse uma liminar judicial para tal. Ameaças e assédios policiais se tornaram frequentes, mesmo quando os interlocutores tinham 14 anos. Foram exemplos claros de violação dos direitos humanos, violência policial, abuso de poder, e principalmente, da completa incapacidade da POIESIS em gerir esse projeto cultural, que é feito com verba pública e deveria ser voltado para emancipação e autonomia por meio da arte.

Sendo assim, repudiamos a ação da POESIS em conjunto com a Polícia Militar, as desocupações violentas e as prisões de jovens e crianças, o descaso para/com as comunidades periféricas atendidas, o abuso de poder e perseguição política em relação aos arte-educadores em greve e ao aprendizes em luta.

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