Avaliação das resenhas

Colegas,

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Bom trabalho!

Itamar Freitas.


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RESSIGNIFICANDO O SABER GEOGRÁFICO
ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA: UMA NOVA FORMA DE ENSINAR E APRENDER

Brincar e Cartografar com os Diferentes Mundos Geográficos: alfabetização espacial é um livro com cento e três páginas, dividido em cinco capítulos além da introdução e das considerações finais. O livro foi escrito pelos professores Antônio Carlos Castrogiovanni e Roselane Zordan Costella com o objetivo de orientar outros professores nas práticas pedagógicas referentes à alfabetização cartográfica através de uma perspectiva construtivista que acontece quando a aprendizagem acontece através de experiências vividas pelos alunos e da interação dessas vivências com o que queremos que eles aprendam e o que eles querem aprender.. Seu trabalho é orientado a partir de uma Geografia Crítica, que busca a superação das desigualdades sociais através do conhecimento dos fenômenos que as causam.

O livro em questão, teve sua origem nas experiências vividas pelos próprios autores e em trabalhos de seus alunos orientandos, realizados em escolas da rede pública e privada do estado de Santa Catarina, em turmas do ensino fundamental e médio, mantendo constante a relação teoria x prática x teoria. Para isso, os autores usam tarefas lúdicas com o enfoque no construtivismo para que possa existir no processo de ensino aprendizagem o que eles chamam de ambiência “as relações existentes em um ambiente e seu meio” (p. 23) que são frutos das perspectivas ou do ponto de vista de um indivíduo. Essa escolha é feita pois, segundo os autores, a alfabetização é subjetiva, ou seja, ela só se efetiva se estiver submergida dentro de um contexto que possibilite a constante busca para a compreensão dos fenômenos que cercam cada um dos os alunos, pois cada estudante dentro de um espaço social cria sua própria identificação e interpretação do que esse espaço oferece. Segundo os próprios autores, o maior objetivo deste trabalho é apresentar os diversos enfoques, dúvidas e desafios presentes no trabalho de alfabetizar cartograficamente. Para Costella e Castrogiovanni a maior dificuldade percebida enquanto realizavam as atividades com os professores durante a produção desse livro foi a falta de saberes epistemológicos e metodológicos dos professores participantes. Por isso, antes de partirem para as práticas pedagógicas apresentadas nesse livro, os autores dedicam alguns capítulos a uma discussão teórico-metodológica sobre alfabetização cartográfica.

O livro possui cinco capítulos onde os três primeiros são voltados para a discussão teórica do ensino de geografia nas escolas. O primeiro capítulo, intitulado Conhecendo o Espaço Geográfico da Escola, é dividido em três partes onde se discutem a Escola - Espaço e Instituição, a Escola e o Professor e por fim a Escola e o Aluno. Neste capítulo Costella e Castrogiovanni abordam a importância de conhecer o espaço social e físico onde está situada a escola em que trabalha, para isso, é imprescindível que o professor entenda a escola como um lugar de contradições, verdades provisórias e dúvidas constantes, mas que faz parte de um todo, o mundo. Nisso, eles defendem que é preciso olhar a escola a partir de dois aspectos, um enquanto estrutura administrativa e organizacional, onde profissionais de formações distintas interagem com o objetivo de proporcionar um ambiente de aprendizagem, e o outro aspecto refere-se a escola enquanto local de troca e dinamismo, desse jeito a aprendizagem proporcionada pelo primeiro aspecto acontece em um ambiente de coletividade de ação-reação de interesses mediadas pelos conflitos dos seus participantes. Isso exige que o educador esteja pronto para agir em duplo papel: um de saber lidar com as demandas das inter-relações dos alunos e de seus colegas de trabalho e outro de proporcionar o desenvolvimento individual de cada aluno.

O segundo capítulo discute os conceitos e métodos de alfabetização. Intitulado Como e Alfabetiza Para Ler o Mundo, esse capítulo é dividido em três partes, a primeira discute O Que é Alfabetizar, a segunda o Por que a Alfabetização Cartográfica na Escola e a terceira É Preciso Ensinar o Que Se Pode Aprender. Os atores defendem a alfabetização enquanto pensar e agir sobre um contexto, acreditando que se deve alfabetizar para o mundo e suas leituras, as leituras de números, mapas, compreensões e tantas outras leituras que fazemos constantemente durante nossa vida. Assim eles entendem que a alfabetização deve acontecer de forma interdisciplinar, permitindo que os alunos pensem sobre os espaços vividos e suas relações, refletindo e criando suas concepções que serão confrontadas e discutidas com seus colegas. Portanto, alfabetizar cartograficamente constrói conceitos por meio de propostas concretas de atividades reais e demandas existentes no ambiente escolar, convidando os alunos a realizarem oficinas, sinais gráficos, mapas e representações espaciais, permitindo que antes de se tornarem leitores de mapas, os alunos sejam eles mesmos os mapeadores e participantes diretos de discussões sobre os espaços que futuramente eles lerão. Para que o aprendizado aconteça de forma plena, os autores utilizam a teoria dos estágios do desenvolvimento de Piaget para orientar os professores no que cada criança é capaz de aprender ou não de acordo com os quatro estágios do desenvolvimento cognitivo.

O terceiro capítulo é dedicado a Alguns dos Problemas Cartográficos no Aprender Geográfico. A partir desse título os autores discutem quais são as dificuldades de aprendizado mais comuns na alfabetização cartográfica e quais intervenções devem ser feitas para que esse problema possa ser resolvido. Sem sair do foco da discussão epistemológica que vem desde o primeiro capítulo, mas já começando a discutir atividades e intervenções que serão o foco dos capítulos seguintes, Costella e Castrogiovanni transitam com fluidez entre teoria e prática. Para esses autores, os principais problemas são 1) Leitura de Legendas, que é a leitura de símbolos existente nos mapas, permitindo sua interpretação, 2) Convenções Cartográficas, os símbolos dos mapas que foram decididos e convencionados mundialmente e que junto das legendas funcionam como ferramentas para a interpretação de um mapa, um exemplo é a rosa-dos-ventos, 3) Escala, a relação de proporções que existem na redução das representações do mapa, 4) Lateralidade, apesar de parecer óbvio para nós adultos, estar a esquerda ou à direita é um problema recorrente até para as crianças que já estão saindo do ensino fundamental I, esse conhecimento é imprescindível para compreender as posições reais representadas em um mapa, 5) Orientação, conseguir posicionar e direcionar objetos no mapa praticando o processo de descentração, podendo particularizar partes do mapa, criando novos pontos de referência além do centro, 6) Visão Vertical, refere-se a dificuldade que os estudantes possuem em fazer leitura das representações planas da terra.

O quarto capítulo é o mais extenso e é nele que os autores apresentam seus trabalhos sobre alfabetização cartográfica realizados em sala de aula. Intitulado Nossas Diferentes Experiências em Diferentes Espaços Sociais, o capítulo apresenta trabalhos que entram em ação fundamentados em teorias de diversos autores, os autores apresentam 8 oficinas que foram realizadas em escolas públicas e privadas e depois discutem sobre as conclusões que chegaram através dos resultados, fazendo uma análise comparada das turmas e seus desempenhos. Cada oficina é descrita em uma estrutura que apresenta os materiais, dinâmica, características e interdisciplinaridade, por fim, eles trazem a reflexão sobre a atividade, alinhando suas ações aos problemas de aprendizagem apresentados no terceiro capítulo da obra. O capítulo também é repleto de imagens que mostram o trabalho dos alunos desde o começo da atividade até a sua conclusão. Refletindo sobre seu trabalho, os autores percebem que apesar de se locomoverem mais pela cidade tanto usando ônibus quanto caminhando, os alunos das escolas públicas têm maiores dificuldades em suas representações espaciais das ruas e avenidas, a grande maioria desses alunos não conseguem dizer onde moram olhando para o mapa, nem conseguem identificar o caminho que fazem de sua casa até a escola.

O quinto capítulo é reservado à reflexão das práticas realizadas no capítulo anterior, Refletindo Nossas Práticas apresenta a ideia dos autores que dizem não ser possível aprender sobre os espaços somente com figuras e mapas pendurados nas paredes das salas e fotos nos livros didáticos. O aprendizado real na escola só pode acontecer quando for respeitado o imaginário, fantasia, identidade e particularidade subjetivas de cada aluno. A alfabetização cartográfica demanda em sua estrutura pedagógica a capacitação do pensar, a possibilidade de autonomia dos alunos e seu desenvolvimento a partir de suas próprias experiências. Para os autores, não pode haver alfabetização cartográfica se não for respeitada essa experiência que se manifesta na cultura dos alunos. As escolas têm falhado nesse processo à medida em que se perdem em planos de aulas cômodos, propostos por livros didáticos planejados para jovens de culturas diferentes dos que frequentam as escolas. É preciso romper esses desafios e trazer a cultura da comunidade escolar para dentro da escola em suas atividades, seminários e projetos pedagógicos, imergindo a escola dentro da sociedade e assim dando sentido ao que é ensinado para cada aluno.

Apesar de pequeno, esse livro é extremamente rico, tanto nos conceitos que são devidamente explicados de forma clara e objetiva, quanto nas práticas e sugestões de práticas que se mostram divertidas e prazerosas tanto para os professores quanto para os alunos. Sendo assim, Brincar e Cartografar com os Diferentes Mundos Geográficos: Alfabetização espacial é um livro indispensável tanto para professores que estão começando seu trabalho docente quanto para professores que desejam repensar suas práticas no que diz respeito à alfabetização cartográfica.
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Departamento de Educação
Disciplina Ensino de Geografia nos Anos Iniciais
Professor Itamar Freitas
São Cristóvão, janeiro de 2002.
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