Exigimos a retirada imediata da bandeira portuguesa ao navio Kathrin que transporta explosivos para abastecer o exército israelita.
Um navio com bandeira portuguesa que transporta explosivos para abastecer as forças militares israelitas viu o acesso aos portos da Namíbia recusado por ordem do governo desse país.
As autoridades namibianas informaram que este navio transporta oito contentores de explosivos Hexogen/RDX e 60 contentores de TNT, que deverão ser descarregados em Koper, na Eslovénia, com destino a Israel. O RDX é um componente chave nas bombas e mísseis de Israel que massacram e mutilam dezenas de milhares de palestinianos em Gaza. Cerca de metade destas vítimas, até hoje, são crianças.
O cargueiro Kathrin está inscrito no Registo Internacional de navios da Madeira, o que faz de Portugal cúmplice das atrocidades e crimes da ocupação israelita.
Portugal está comprometido com o respeito da lei internacional e obrigado, pela resolução do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, de abril passado, a “cessar a venda, transferência e desvio de armas, munições e outro equipamento militar para Israel, a potência ocupante”.
Desde janeiro, com as medidas provisórias ordenadas contra Israel pelo Tribunal Internacional de Justiça, qualquer Estado pode ser responsabilizado legalmente se não aplicar todos os seus meios legais para prevenir e travar o genocídio em Gaza. A participação na transferência de armas equivale a cumplicidade no genocídio. Não aceitamos que Portugal seja cúmplice.
Os cidadãos e cidadãs abaixo assinados exigem ao governo português que:
Retire a bandeira portuguesa deste navio, anulando a sua inscrição no registo internacional da Madeira;
Exija a devolução à procedência da carga criminosa contida no navio Kathrin, cujo transporte é ilegal à luz da lei portuguesa;
Impeça e previna formas de cumplicidade ativa ou negligente com crimes de guerra e genocídio por navios com pavilhão português, tomando medidas imediatas nesse sentido.