O conto “Chapeuzinho Vermelho” é uma referência de experiências literárias envolvendo audições e/ou leituras. Há, pelo menos, mil anos – como confirma o texto de Egberto Lüttich, de 1023 – essa personagem, em suas travessias, passou de vozes para páginas, de uma trama para outra e mais outra e mais outra até chegar aos dias de hoje.
A noção de criança e a de uma literatura infantil atende a uma demanda escolar (e social) em tornar pedagógico narrativas que há muito circulavam pelas vozes mais populares e anônimas (Zilberman, 1984; Lajolo, 2000; Aguiar, 2007; Colomer, 2017). No entanto, o ponto a ser pensado é de que forma tornar a escola espaço de contação de histórias e de reflexões sobre os muitos sentidos dos textos para além do pedagógico (Abramovich, 1989; Villardi, 1997; Lajolo, 2000; Coelho, 2000; Soares, 2006; Cosson, 2014) favorecendo, portanto, o letramento literário e, sobretudo, garantindo o direito à Literatura (Candido, 2011).
Para comemorar a força inquietante e provocadora da história da menina do capuz vermelho e suas diversas colorações, o seminário propõe: conversas e trocas sobre os temas relacionados à literatura e ao ensino de leitura; divulgação de pesquisas; relatos de experiências com leituras feitas com estudantes; oficinas sobre leitura literária; contações de versões de narrativas de Chapeuzinho Vermelho.