Carta Aberta em Defesa da Educação Superior Pública

       O Câmpus Goiás da UFG, localizado na Cidade de Goiás, foi criado em 2009, como estratégia do processo de expansão e interiorização da educação superior pública em regiões do interior, no contexto da implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), no Brasil, explicitando o embate de forças sociais e políticas entre dois projetos fundamentais de educação: público e privado.
       Nesse processo, a UFG instala, na Cidade de Goiás, um Câmpus com os seguintes cursos: Direito, Filosofia (licenciatura e bacharelado), Serviço Social, Administração, Arquitetura e Urbanismo, Educação do Campo (licenciatura), Pedagogia com uma especialização em Práticas Pedagógicas na Educação Básica – (EPPEB), abarcando as cidades interioranas e áreas de assentamentos da região.
         Naquele município e nos demais de sua abrangência, ampliam-se impactos relevantes com a expansão e interiorização da educação superior pública, alterando, sobremaneira, os indicadores sociais, econômicos, políticos e culturais, que eram reduzidos. Dentre eles, enfatizamos o aumento das condições de formação superior pública, com vistas a sua universalização, no sentido de alcançar localidades distantes dos grandes centros urbanos.
         Com a escola pública, criam-se cursos permanentes e regulares, abrangendo o ensino-estágio, a pesquisa, a extensão, com a produção e socialização do conhecimento, além de áreas de formação de professores. Torna-se referência para a Região Rio Vermelho, com a democratização do acesso, o incremento de vagas e de matrículas às/aos estudantes, filhas/os pertencentes à classe trabalhadora, indígenas e quilombolas.
         Ao mesmo tempo, contribui no desenvolvimento local com a projeção do município, em âmbitos regional, nacional e internacional, tornando patrimônio da humanidade a Cidade de Goiás, ao fortalecer a memória histórico-cultural e suas tradições, a arte, o cinema, o esporte, o lazer, além de estimular a preservação do cerrado.
         Impulsiona o setor de serviços públicos, a política social pública nas diversas áreas, como assistência social, habitação, saúde, educação, transportes e outros, acelerando na efetivação de abertura de vagas de trabalho, à medida que abrem possibilidades das/os trabalhadores locais e o conjunto de moradores manterem-se na região, o que resulta na qualidade de vida da população urbana e rural. Provoca, ainda, mudança na infraestrutura local.
         Nestes termos, causa-nos estranheza a ausência de diálogo da administração central da UFG com os professores, técnico administrativos e estudantes, quanto a proposta de reestruturação, alcunha de (des)reestruturação da Comunidade Acadêmica do Câmpus Goiás. Entendemos que essa arbitrariedade se constitui em ataque direto a Educação Superior Pública, amargando, na sociedade goiana/brasileira, a destruição e o retrocesso de uma trajetória longa e coletiva de quatorze (14) anos na consolidação de uma referência efetiva e permanente, fundamentada na indissociabilidade do ensino e estágio, da pesquisa, da extensão e na produção e socialização do conhecimento, em lugares dantes “esquecidos”.
         Não podemos e não vamos aceitar essa condição nefasta em tempos de “esperançar”. Todas, todos e todes que, abaixo assinam, seguem na luta incessante por uma Universidade pública, laica, autônoma, democrática, de qualidade social e gratuita!

Coletivo do Conselho Regional de Serviço Social CRESS Goiás
19ª Região/Gestão 2023-2026 
“Serviço Social é luta coletiva, organização e resistência”. 
Junho/2023
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“É na Luta que nos encontramos”, como nos convoca Gonzaguinha.
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