Título: Hominização (com pequenas adaptações)
Os australopitecos adquiriram a capacidade de se locomover usando apenas as patas traseiras, tornando-se bípedes. Um passo importante na escala evolutiva da humanidade, pois a pata dianteira, livre, ganhou outra função, a de manipular objetos. Transformou-se na mão humana.
A África foi também o berço do Homo habilis, que teria vivido por volta de 1,5 milhões de anos. Além do bipedismo (se locomover usando apenas as patas traseiras), como o próprio nome indica, este dispunha de algumas “habilidades” físicas, sobretudo a possibilidade de manipular artefatos e atuar sobre o meio natural. O aumento gradativo do tamanho do cérebro permitiu a transformação dos hominídeos em seres com condições de fabricar artefatos e instrumentos artificiais, e que interagissem de modo mais frequente com a natureza.
O homo habilis valia-se de fragmentos de osso ou lascas de pedra para abater outros animais, agindo como caçador. No desenvolvimento posterior da linguagem verbal, passou a ser possível transmitir aos demais os conhecimentos adquiridos. Criavam-se as primeiras bases de uma tradição social.
A conquista e a domesticação do fogo assinalam um passo importantíssimo na trajetória para a humanidade. A posse e o controle do fogo permitiram o aquecimento do corpo contra o frio e a proteção noturna contra animais perigosos.
Foram precisos milhares e milhares de anos para que esse fogo domesticado fosse utilizado para assar a carne dos animais. Estabelecia-se, assim, uma distinção ainda mais acentuada entre os alimentos naturais, crus, e os alimentos produzidos, assados, mais moles e fáceis de serem digeridos. Ao mesmo tempo ampliava-se a distância entre a natureza animal e a cultural, que apenas os seres humanos são capazes de criar e reproduzir.
MACEDO. José Rivair. Pré-História Africana. In: História da África. São Paulo: Contexto, 2020. (Páginas 14 – 15).