APOSTILA 8- PARTE 2- 6° ANO
DISCIPLINA: HISTÓRIA
PROFESSORES: Me. MARCOS ANTÔNIO ROSA TRINDADE e ELISA PAULA MARQUES
E-MAIL:  marcos.trindade@prof.pmf.sc.gov.br e elisa.marques@prof.pmf.sc.gov.br

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OBJETIVOS:
 Analisar tanto aspectos das atividades dos sambaquis e  suas mudanças sociais, como também, refletir sobre seus rituais funerários. Analisar também aspectos sócio-político da crise agrária na Roma antiga.

NOME COMPLETO DO ESTUDANTE *
TURMA DO ESTUDANTE: *
CONTEÚDOS: ATIVIDADE NOS SAMBAQUIS E INDÍCIOS DE MUDANÇA SOCIAL (Texto 1)
Todos os locais analisados apresentam indícios de terem sido o espaço das atividades rotineiras de um grupo pescador (moradia) e o local de sepultamento dos membros da população. O estudo indicou que os sambaquis de diferentes dimensões tinham a mesma função no sistema de assentamento e que sua dimensão relacionava-se com a maior intensidade de atividades rotineiras decorrente do maior número de pessoas envolvidas ou maior tempo de duração.
Dessa forma, constatei que existiram algumas áreas especiais, não só por reunir condições ideais para implantação e, portanto, contar com assentamento de grandes dimensões, mas também por concentrar um número maior de sítios. Parece ter ocorrido uma articulação entre aspectos sociais e características ambientais que tornou esses locais pontos privilegiados na hierarquia de valores do grupo. Os sambaquis conformaram assim a paisagem do litoral brasileiro.
Em Santa Catarina, onde estão os grandes sambaquis, certamente havia mais gente que participava da vida social. Um grupo de pesquisadores ao qual pertenço estabeleceu que foram sepultadas aproximadamente 13.480 pessoas no Jabuticabeira II. Considerando para o cálculo demográfico o intervalo de 70 anos, estipulamos que em cada geração de 25 anos, 1550 pessoas foram enterradas.
A análise das datações indica que os sambaquis estiveram ativos durante grande intervalo de tempo. Parte significativa funcionou por mais de cem anos e alguns estiveram ativos por cerca de mil anos.
Os sambaquis de Santa Catarina parecem ser diferentes dos do Rio de Janeiro não só por suas dimensões e pelo número de pessoas envolvido em sua construção, mas também porque as comunidades sambaquieiras do Sul parecem ter sido integradas por sítios com funções distintas.
Nos agrupamentos do Rio de Janeiro, os sítios teriam a mesma função, era o espaço de sociabilidade, sendo abundantes os indícios de que se tratava de local de moradia.
Já no sul de Santa Catarina a especialização de certos espaços, como o sambaqui Jabuticabeira – II, que teve como função principal ser o cemitério da localidade.
Outra característica que sobressai na comparação entre as duas regiões refere-se aos indícios de mudança social. Nos sambaquis do Rio de Janeiro não parece ter havido mudança significativa nos costumes do grupo, ao passo que nos de Laguna (SC) pode-se perceber alteração do sítio. Por volta de 1900 AP (Ano Presente, ou seja, 1900 anos atrás), hábito de acumular conchas cessou, embora os outros materiais continuassem a ser depositados no sítio.
É possível que o contato com outros grupos tivesse levado os sambaquieiros de Santa Catarina a reforçar uma das características marcantes de sua identidade social – acumular restos de faunas e construir sítios monumentais.
É o contato com outras culturas que explica também a desestruturação da sociedade sambaquieira. Os estudos sugerem que inicialmente os sambaquis estabeleceram relações de troca com ceramistas do interior. É esse intercâmbio que explica a presença de cacos de cerâmica nos últimos níveis de ocupação de muitos sítios.
Em um segundo momento, por volta do início da era cristã, os ceramistas, superiores tecnologicamente e em processo de expansão territorial, passaram a colonizar o litoral e, dessa forma, abalaram o sistema social que durante longo tempo havia sido soberano.
Considerando as características dos grupos que estavam na costa brasileira quando os europeus chegaram, os sambaquieiros devem ter sido incorporados ou eliminados.
 GASPAR, Madu. Atividades nos sambaquis e indícios de mudança social. In: Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro (Descobrindo o Brasil).   Zahar. Edição do Kindle.

CONTEÚDOS: SAMBAQUI - RITUAL FUNERÁRIO (Texto 2)
Volto-me para um tema que já está melhor estudado — o tratamento dado aos mortos. O estudo do Jabuticabeira-II (litoral sul de Santa Catarina), que é sobretudo um cemitério, informa sobre o ritual de sepultamento do grupo que o construiu. Áreas especiais do sítio foram estabelecidas como locais para os mortos, que se apresentam de forma agrupada. As covas eram pequenas e ovaladas, não tendo mais de 70cm de comprimento e 40cm de profundidade.
Em algumas covas apenas um indivíduo é encontrado, ao passo que em outras há vários, ou partes de vários, indicando uma constante visitação de covas e manipulação dos corpos. Alguns ossos humanos eram escolhidos para acompanhar o recém-falecido, outros tomavam destino ainda incerto e outros ainda receberam especial atenção, tendo sido marcados com incisões. Vários objetos pessoais acompanhavam o morto: esculturas, colares feitos com pequenas contas de conchas de moluscos, pontas de osso, lâminas de machado, dentes de porco-do-mato, entre outros. Certamente, objetos que não se preservaram também integravam a parafernália ritual.
O fogo fazia parte do ritual de sepultamento, ao lado da cova ou em cima desta. A queima de Madeira garantia a valorizada visibilidade para a cerimônia fúnebre. Devido à proximidade entre os sítios, a fumaça poderia ser percebida de outros sambaquis. Alguns corpos eram cobertos com grandes e pesadas pedras que chegam a pesar 10kg. Circundando as covas, uma grande quantidade de buracos de estacas são os únicos vestígios de uma estrutura de madeira que se decompôs; uma espécie de jirau circular cuja forma, ainda indefinida, demarcava o local onde estava o morto. Cobrindo covas e fogueiras, eram depositadas espessas camadas de ossos de peixe e conchas que parecem ser os vestígios de um festim fúnebre.
O ritual funerário está intrinsecamente relacionado com o processo de crescimento do Jabuticabeira-II. O sítio é o resultado da repetição de cerimônias fúnebres durante mais de mil anos, que resultaram na acumulação de enorme quantidade de restos faunísticos. O sambaqui é um elemento obstrutivo da paisagem, em virtude do seu tamanho e configuração, e essa qualidade informa sobre a mensagem que os seus construtores queriam perpetuar. Os sucessivos eventos, diretamente relacionados com o processo de crescimento do sítio, informavam para os que compartilhavam o mesmo código cultural que aquele era o domínio dos sambaquieiros.
Os sepultamentos, embora sigam um determinado padrão, não são idênticos nem mesmo em um único sítio. É difícil estabelecer se o programa mortuário sofreu mudanças através do tempo, mas é certo que houve tratamento especial para certos indivíduos e que estas especificidades não se restringiam às diferenças de idade e de sexo.
É possível considerar que o programa mortuário remete à organização social dos sambaquieiros e que a presença de sepultamentos elaborados se refere à existência de desigualdade social. Certamente a pessoa que teve os seus ossos cobertos por corante vermelho ou que foi sepultada com várias esculturas de pedra destacava-se devido ao seu prestígio social. O mesmo pode ser dito do elaborado sepultamento, proveniente da região de Laguna, atualmente exposto no Museu da Universidade Federal de Santa Catarina. Para receber o corpo foi confeccionada uma base de argila pintada com listras nas cores preta e vermelha, formando um intrincado e belo mosaico. Tal investimento na cerimônia funerária deve relacionar-se ao status pessoal e pode ter sido decorrência de habilidades, laços familiares ou poderes políticos. Também não se deve descartar as circunstâncias relacionadas com a morte ou com outros parâmetros ainda não desvendados.
GASPAR, Madu. Ritual Funerário. In: Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro (Descobrindo o Brasil).   Zahar. Edição do Kindle.

CONTEÚDOS: Terra Pública para os sem-terra (Texto 3)
A nova agricultura em difusão pela Itália era incapaz de dar trabalho a um grande número de pequenos proprietários e camponeses livres, pois era essencialmente escrava.
As cidades, particularmente Roma, incharam no início do século II, recebendo muitos dos sem-terra que foram sendo expulsos do campo devido à tendência da propriedade rural se concentrar nas mãos dos ricos. O aumento das despesas com obras públicas, no artesanato, na produção de manufaturas e no exército, possibilitou maiores oportunidades de trabalhos na cidade. Mas não conseguiu criar uma alternativa permanente à base agrária da sociedade romana.
Ocorria no campo uma diminuição progressiva do número de camponeses proprietários das terras que cultivavam.  As terras privadas que estavam indo cada vez mais para as mãos dos ricos investidores escapavam ao controle do Estado. Em Roma, o direito de propriedade era indiscutível.
O conflito surgiu em relação a outra categoria de terras, aqueles que formavam o ager publicus – o domínio público do Estado, às terras que pertenciam coletivamente ao povo romano.
Vamos explicar quais operações que eram possíveis realizar com o ager publicus. Ele podia ser alienado: por venda, em benefício do erário público, ou cedido gratuitamente.
Quando Roma se apropriava das terras conquistas, nem sempre expulsava os ex-proprietários; eles podiam permanecer, pagando daí em diante um imposto ao Estado, o vertigal; era considerado como um aluguel.
As terras públicas que não tinham ocupantes: ou nunca haviam sido cultivadas ou a guerra eliminara seus habitantes. A ocupação destas terras sem necessidade de um título de propriedade era chamada pelos romanos de occupatio e aqueles que tinham tais terras eram os possessores.
A situação dos possessores era muito clara: tinham o direito de uso, revogável pelo Estado em qualquer momento; era uma forma precária de posse. Legalmente, o possessor do ager publicus não se confunde com o dominius, o proprietário que detém a terra privada com plenos direitos.
O conflito envolveu as áreas ocupadas pelos possessores; numerosos ricos proprietários avançaram sobre as terras públicas e pretendiam fazer passar por privadas as terras que em verdade eram do Estado.
O ager publicus era tradicionalmente visto como o único instrumento à disposição do Estado para intervir na resolução dos problemas sociais e econômicos. A crise eclodiu quando o Estado pretendeu recuperar as terras que deixara sem um controle adequado nas mãos dos possessores. Estes, embora não pudessem apresentar título de propriedade, estavam habituados e se consideravam os verdadeiros proprietários depois de anos de ocupação.
Houve tentativas de coibir os abusos, a lei que proibia que um indivíduo ocupasse mais de quinhentas jeiras de terras públicas. A aplicação desta medida foi difícil, pois os grandes possessores recorreram à transferência fictícia da terra para o nome de outras pessoas. Na maioria dos casos, ela foi simplesmente ignorada.
A proletarização das camadas médias e baixas ligadas à agricultura era um dos aspectos mais graves das transformações sociais e econômicas do mundo romano-itálico. No interior da própria classe dirigente romana surgiram reflexões sobre as raízes desta crise, conduzindo à percepção da necessidade de mudanças. Lélio, que em 140 a.C., exerceu o consulado, ou seja, ocupou o mais alto cargo da República, procurou remediar os abusos. Plutarco nos informou que “encontrando oposição por parte dos poderosos, ele recuou diante dos protestos e abandonou o projeto.
Um grupo de senadores reabriu a questão do ages publicus em 133 a.C.,. Tibério Graco encarregou-se de apresentar uma nova lei agrária...
CORASSIN, Maria Luiza. A Reforma Agrária na Roma Antiga. São Paulo: Brasiliense, 1988, p. 28 – 32 e 38.

01 – A professora e pesquisadora Madu Gaspar, no início do texto, explica o sambaqui como sendo utilizado como? Coloque um X na alternativa correta:(Texto 1) *
02 – A autora aponta diferentes funções entre os sambaquis dos Estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro. Escreva então, para que eram usados os sambaquis nestes dois Estados? (Texto 1) *
03 – Qual era a atividade econômica da sociedade sambaquieira, descrita por Madu Gaspar no início do texto? (Texto 1) *
04 - Em Santa Catarina, onde estão os grandes sambaquis, certamente havia mais gente que participava da vida social. Segundo um grupo de pesquisadores ao qual faz parte Madu Gaspar, estabeleceram que foram sepultadas aproximadamente, quantas pessoas no sítio de Jabuticabeira II? (Texto 1) *
05 – O que ocorreu com a sociedade sambaquieira, diante do avanço da sociedade ceramista em direção ao litoral?  (Texto 1) *
1) Sobre o ritual funerário nos Sambaquis é correto afirmar que:                       I.Em algumas covas apenas um indivíduo é encontrado, ao passo que em outras há vários, ou partes de vários, indicando uma constante visitação de covas e manipulação dos corpos.               II.Vários objetos pessoais acompanhavam o morto: esculturas, colares feitos com pequenas contas de conchas de moluscos, pontas de osso, lâminas de machado, dentes de porco-do-mato, entre outros.                                                III.Alguns ossos de animais e também humanos eram escolhidos para acompanhar o recém-falecido, e estes ossos recebiam especial atenção, tendo sido marcados com incisões que podem ter significado mágico. (Texto 2) *
2) Descreva a importância do fogo para o ritual funerário. (Texto 2) *
3) Assinale a alternativa incorreta: (Texto 2) *
1 – Em Terra pública para os sem-terra, a então professora da USP, Maria Luiza Corassin, aborda que as únicas terras que Roma dispunha, que era do “domínio público do Estado, às terras que pertenciam coletivamente ao povo romano”. Essas terras eram as? Assinale um X na alternativa correta: (Texto 3) *
2 – Qual era a situação dos possessores e por que não podia ser confundida com a situação dos dominius? (Texto 3) *
3 - Houve conflito que envolveu as áreas ocupadas pelos possessores, por que? (Texto 3) *
4 - Em que situação era aplicado o vertigal? (Texto 3) *
Dúvidas e sugestões: *
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