RECONHECIMENTO E VALORES, AMEAÇAS E POTENCIALIDADES
Dialogar sobre a enogastronomia enquanto eixo de desenvolvimento de base territorial e endógena na
Fronteira envolve, fundamentalmente, dialogar sobre o Bioma Pampa. As relações ecológicas estabelecidas
pelo Homem o impõem condicionantes, mas também lhe fornecem alimento, água e materiais com os quais
molda seu universo instrumental. A singularidade com que essa relação se dá em cada lugar define sua
sustentabilidade e está na origem de seculares e às vezes milenares sistemas produtivos que se perpetuam entre
inércias e transformações até hoje, constituindo um valioso legado cultural associado a paisagens ímpares. O
Pampa é produto e condicionante de saberes-fazeres e culturas alimentares, ofícios e tradições. É
biodiversidade, e, também, componentes históricos, arqueológicos, paisagísticos e etnográficos. Constitui-se
em espécies e ecossistemas, mas também em práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas
associadas a instrumentos, objetos, artefatos e lugares de referência cultural. É fundamental seu
reconhecimento e valorização, bem como o monitoramento de suas ameaças e o desenvolvimento de suas
potencialidades.