Populismo no Brasil
O que é populismo?
Populismo é um termo utilizado para explicar um conjunto de práticas associadas a políticos, sobretudo da América Latina, durante boa parte do século XX. No caso do Brasil, essa expressão é utilizada como for-ma de explicar as características dos governantes do Brasil do período entre 1930 e 1964.
A definição populismo fez, inclusive, com que o período de 1946 a 1964 ficasse conhecido como “Repú-blica Populista”.
Características do populismo
Com base na definição básica de populismo, o historiador Marcos Napolitano listou as seguintes caracte-rísticas:
1. Relação direta e não institucionalizada entre o líder e as massas;
2. Forte nacionalismo econômico e defesa da união das massas;
3. Liderança política baseada no carisma pessoal e na rede de clientelismo;
4. Frágil sistema partidário.
O uso do termo populismo como explicação para os fenômenos políticos do Brasil foi muito forte durante grande parte do século XX.
Essa expressão perdeu parte de sua importância a partir da década de 1990, quando historiadores e cien-tistas políticos começaram a levantar hipóteses de que o populismo não era capaz de explicar toda a expe-riência histórica do Brasil do período em questão.
A primeira ideia questionada foi de que as massas eram manipuladas pelo discurso do líder carismático. Os novos estudos ressaltam que, na verdade, as massas não eram manipuladas pelo líder político, mas en-xergavam-no como o responsável por satisfazer suas demandas.
Presidentes populistas:
Dentro do período citado (1946 a 1964), os presidentes brasileiros foram:
• Eurico Gaspar Dutra (1946-51) – idealizador do Plano Salte (Saúde, alimentação, transporte e ener-gia). Aproximou-se dos Estados Unidos.
Walt Disney criou o personagem Zé Carioca em meio a essa aproximação.
• Getúlio Vargas (1951-54) – conhecido como pai dos pobres, Getúlio Vargas, é um grande exemplo do populismo no Brasil. Carismático, e sempre empenhado em aprovar leis trabalhistas que favoreciam os operários, como a Carteira de Trabalho, salário mínimo, legislação trabalhista, entre outros.
Acumulou alguns desafetos, como por exemplo, Carlos Lacerda, jornalista que criticava seu governo.
Em 1954, Carlos Lacerda sofreu um atentado, conhecido como o Atentado da Rua Tonelero e a culpa recaiu sobre Getúlio, que garantiu que só sairia do Governo morto. E em 24 de agosto, deu um tiro no seu peito.
• Juscelino Kubitschek (1956-61) – Criou o Plano de Metas, governo desenvolvimentista e seu lema era lema: "50 anos de progresso em 5 anos de governo.”
• Jânio Quadros (1961) – Foi um presidente controverso. Foi eleito prometendo varrer toda a corrup-ção. Seu símbolo era uma vassourinha.
Ao contemplar o guerrilheiro “Che” Guevara com a mais alta comenda do Brasil a Medalha Cruzeiro do Sul, irritou os militares.
Renunciou após 7 meses de governo, alegando “forças ocultas”.
• João Goulart (1961-64) – Criou as Reformas de base, que não chegaram a ser implantadas.
Considerado comunista, foi deposto pelo Golpe Militar de 1964, liderado pelo alto escalão do Exército.
Entre os nomes citados, os quatro últimos eram enxergados como políticos que encarnavam a defini-ção clássica de populismo.