Nesta masterclass, Mariana Souza propõe uma imersão no cinema de Cheryl Dunye, cineasta afro-americana pioneira na representação sáfica negra e na construção de uma linguagem híbrida entre ficção e documental. A partir da análise do filme The Watermelon Woman (1996), serão discutidas questões sobre autoria, representatividade, fabulação e memória nas narrativas audiovisuais.
A atividade busca refletir sobre como o cinema pode operar como espaço de visibilidade e imaginação política, especialmente nas produções realizadas por mulheres negras e lésbicas. O encontro também abordará o contexto histórico da obra de Dunye e sua influência nas gerações seguintes de realizadoras que exploram a interseção entre raça, gênero e sexualidade no audiovisual.
A masterclass integra a programação mensal "Cine Brasília Clássicos" e é voltada a estudantes, profissionais e entusiastas do cinema interessados em ampliar repertórios e compreender a relevância das produções que desafiam as narrativas hegemônicas do cinema.
Mariana Souza é curadora de cinema, pesquisadora e educadora independente. Explora as interseções entre as linguagens visuais e as imagens em movimento como modos de pensar as experiências e fabulações das diásporas negras. É diretora artística da Correnteza – Mostra Internacional de Cinema Atlântico e criadora do curso O Cinema Lésbico e as Práticas de Visibilidade. Mestranda na Escola de Comunicação da UFRJ, participou de residências e programas como Inclusartiz (RJ, 2022), Arché-RAW (PT/ESP, 2022), Locarno Industry Academy (SP, 2021), Vitrine LAB (SP, 2023) e Flaherty Seminar (EUA, 2025).