Buscando um certo equilíbrio entre o contingente populacional e os recursos existentes, a sociedade alto-medieval lançava mão de vários expedientes de controle de natalidade. Daí o pequeno número de crianças, apenas 2% da população camponesa. Em parte, isso se devia às práticas anticonceptivas e abortivas, apesar de duramente punidas pela Igreja. Em parte, era resultado da elevada proporção de viúvos e celibatários naquela sociedade. Em parte, decorria do infanticídio, especialmente o feminino, estudado por Emily Coleman (19: 1974, 315-335): para ter menos bocas para alimentar, sacrificavam-se muitos recém-nascidos do sexo feminino, que quando adultos seriam menos produtivos que os masculinos. Apesar de a mortalidade infantil masculina ser maior que a feminina, a taxa de masculinidade (isto é, a proporção homens/mulheres)era alta em muitas explorações agrárias, indicando a eliminação de crianças do sexo feminino. Por outro lado, nas grandes propriedades agrícolas, com melhores condições de sustentar um maior número de pessoas, a taxa de masculinidade era menor, pois aqueles sacrifícios eram menos necessários. Os bebês do sexo feminino eram eliminados em razão de... *