Quinta-feira, dia 24/07/2025, das 14h às 17h
1. Explorando o Globo Digital: usos do Google Earth no ensino de Geografia (ESGOTADA)
Ementa:
O ensino de Geografia na escola é caracterizado por sua diversidade
temática, abordagem interdisciplinar e forte uso de elementos
visuais, como mapas, gráficos, fotografias e imagens de satélite.
Transformar esse potencial em aulas mais dinâmicas e interativas, no
entanto, ainda representa um desafio para muitos professores. Este
minicurso, com duração de 3 horas, tem como objetivo apresentar
possibilidades pedagógicas do uso de um globo digital — com foco
no Google Earth — como ferramenta gratuita para enriquecer e
dinamizar o ensino de conteúdos geográficos e de outras áreas do
conhecimento. A proposta é oferecer subsídios para que os docentes
explorem recursos visuais e geoespaciais em sala de aula, promovendo
uma aprendizagem mais significativa e conectada com a realidade dos
estudantes.
2. Modernizações, Grandes Eventos e Cidades: Conflitos, Lutas e Sujeitos da Ação Social
Ementa:
Esta
oficina busca debater e comunicar as atividades, trabalhos e frentes
de atuação do GT de Geografia Urbana da AGB Seção Local Rio de
Janeiro, buscando seus vínculos com a formação político-científica
e o ensino de geografia dialogando com as experiências e
particularidades de Cabo Frio e da Região dos Lagos. O marco teórico
da Oficina se compõe principalmente, mas não exclusivamente, das
seguintes categorias e conceitos: espaço geográfico, produção do
espaço urbano, direito à cidade, usos do território nas cidades,
reestruturações urbanas, modernizações, projetos hegemônicos de
grandes eventos e revitalizações urbanas, resistências, movimentos
sociais e espaços de participação popular. Conflito
e a luta social terão destaque pela compreensão
destes como os principais, senão os únicos caminhos através dos
quais grupos sociais dominados e contra-hegemônicos constituem-se
enquanto sujeitos coletivos, sujeitos políticos e sujeitos da ação
social no espaço público. O
foco da atividade será prioritariamente a participação e parcerias
da AGB Rio junto: (i) a movimentos populares de luta pela cidade no
Rio de Janeiro (RJ), com destaque para o Movimento Unido dos Camelôs
(MUCA); (ii) à coalização global de organizações Sport
& Rights Alliance
no preparativo e articulação frente a Copa do Mundo Feminina de
Futebol que o Brasil sediará em 2027; (iii) e à 6ª Conferência Nacional das Cidades 2024-2025.
3. Espacialidades insurgentes: saberes silenciados, corpos dissidentes e a escola que escuta
Ementa:
A (pós)modernidade instaura um modelo de corpo ideal: disciplinado,
segmentado e normativo. Acompanhada por dispositivos regulatórios e
hierarquias que naturalizam exclusões, essa lógica higienista busca
apagar corpos dissidentes — como os corpos LGBTIA+, gordos, pessoas
com deficiência e idosos — ao definir padrões de valor,
competência e visibilidade social. Esta oficina propõe uma reflexão
crítica sobre as assimetrias de poder que atravessam os corpos e os
espaços, tendo como base a Educação Popular enquanto prática
libertadora e territorializada. Por meio de rodas de conversa e
atividades pedagógicas colaborativas, discutiremos como os saberes
geográficos — muitas vezes produzidos à margem da escola —
podem acolher experiências corporificadas e resistências espaciais,
rompendo com tradições científicas que se pretendem neutras e
descoladas do corpo. Ancorada na desobediência epistemológica e no
diálogo com a geografia feminista, crítica e subversiva, e com a
educação popular, a proposta tensiona os legados coloniais e
eurocêntricos que moldaram a ciência e a escola. Reivindicamos uma
Geografia que se construa com o chão das realidades populares,
comprometida com a vida, com a pluralidade de corpos e territórios,
e com a escuta ativa de saberes insurgentes.
4. Zines e outras linguagens visuais no Ensino de Geografia
Ementa:
A oficina é voltada para professores de geografia do ensino
fundamental e médio e alunos dos cursos de licenciatura em geografia
e áreas afins. Tem como objetivo geral analisar a potencialidade dos
recursos didáticos não convencionais no ensino de geografia como os
zines e outras linguagens visuais. Trabalha na perspectiva do
protagonismo docente em relação ao uso e produção de recursos
didáticos em geografia para a educação básica.
5. Geografias da música: Abordagem para um projeto de “envolvimento”
Ementa: A
proposta da oficina é abordar a geografia feita a partir da música.
Nos últimos anos essa temática vem ganhando mais destaque nos
diferentes cursos de graduação e pós graduação espalhados pelo
país. Também notamos a aparição de livros exclusivos sobre o
assunto assim como GT’s em diferentes encontros acadêmicos. Nas
áreas vizinhas como a história, sociologia ou letras a música - em
particular a canção - também se tornou uma abordagem aceita e
estudada.
A proposta oferecida é de
trabalhar o tema em duas vertentes complementares. Por um lado,
pensando a música presente na performance
que ocupa as ruas das cidades em forma de blocos de carnaval,
neofanfarras, rodas de samba e choro ou rodas de capoeira etc. Em
todos esses casos a música é o elemento que dá unidade ao grupo
que ocupa o espaço publico, nem sempre isento de conflitos. Nesta
amalgama entre música, dança e folia encontramos modos de
resistência e re-existência (HURTADO e PORTO-GONÇALVES, 2022) que
constroem identidades, reafirmam projetos de lutas.
Por outro lado, pensando a música
como vetor de uma mensagem que pode ser cantada (repetida por toda a
coletividade) e que apresenta uma leitura de mundo, uma ideologia
contra hegemônica. Essa narrativa, muitas vezes, pode passar
desapercebida como algo menor e de pouca relevância. O cancioneiro
popular, seja ele mais ou menos envolvido pela indústria de massa,
carrega uma mensagem que merece ser compreendida e decifrada. Pois a
música nos leva para o “envolvimento” que, como propõe o mestre
quilombola Antônio Bispo é o antídoto do “desenvolvimento” que nos oprime e que destrói
o planeta através do capitalismo.
6. O
ambiente entra em sala: crise
ambiental e os discursos sobre a natureza
no ensino de Geografia
Ementa:
A Geografia Ambiental tem sido, desde o fim do
século
XX, uma tentativa de desafiar o fosso teórico-conceitual e
epistemológico deixado pela Geografia ao afastar os estudos
ecogeográficos (“Geografia
Física”)
dos sociogeográficos (“Geografia
Humana”).
Nossa abordagem
mais ampla é a Ecologia Política, que impõe à Geografia a
necessária tarefa de se colocar, no âmbito do pensamento crítico e
da práxis
anticapitalista, às demandas da ambientalização das lutas sociais
latino-americanas promovidas pela classe trabalhadora organizada e
pelos coletivos e povos organizados. Nesse âmbito, o recém formado
GT de Ecologia Política e o Movimento pela Soberania Popular na
Mineração (MAM) se lançam no contexto fluminense em meio à
territorialização das corporações agroextrativistas, mineradoras
e metalúrgicas na materialidade, nos discursos e, também, em seu
projeto ideológico para a educação. Nesse sentido, a oficina
indaga como os temas político-ecológicos e os conceitos da
Geografia Ambiental se posicionam em sala de aula face, sobretudo, à
influência da lógica extrativista/espoliadora, que ganha
materialidade através das megacorporações e da concepção
ideológica de “ambiente” que desconsidera seu conteúdo
classista e social amplo. Essas e outras indagações terão como
propósito fundamental o desdobramento político-ideológico prático
para o enfrentamento à lógica extra-local e anti-ecológica
comandada por interesses imperialistas no Brasil e também a
construção de possíveis estratégias para se (re)pensar a temática
ambiental em sala de aula.
7.Territorialidades
Negras: Saberes, Memória e a Luta Quilombola por Direitos
Ementa:
A oficina “Territorialidades Negras: Saberes, Memória e a Luta
Quilombola por Direitos” propõe trabalhar as territorialidades
quilombolas enquanto expressões de resistência negra e afirmação
socioterritorial no Brasil. Voltada a pessoas interessadas nas
temáticas da Geografia, das relações étnico-raciais e das lutas
por direitos, incluindo educadoras e educadores, estudantes do Ensino
Médio, da Graduação e da Pós-graduação, bem como integrantes da
comunidade em geral, a oficina articula fundamentos teóricos e
metodologias ativas com o objetivo de promover uma prática docente
comprometida com uma Geografia crítica e antirracista, valorizando a
luta quilombola e a cultura afro-brasileira. Serão exploradas as
dimensões da memória, da oralidade e dos saberes tradicionais como
formas de resistência e produção de conhecimento, além do papel
dos movimentos sociais e das lideranças quilombolas na consolidação
da identidade coletiva e na luta pelo direito à terra. A oficina
inclui, ainda, um panorama da questão quilombola no Estado do Rio de
Janeiro, com destaque para os processos de certificação e titulação
de territórios. Como recurso pedagógico, será utilizado um jogo de
tabuleiro didático que simula o percurso de titulação das
comunidades quilombolas, favorecendo a problematização dos desafios
enfrentados por esses povos e a construção de práticas educativas
contextualizadas.