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O CIRCO

Welington era um garoto muito esperto e inteligente que cursava o sétimo ano do ensino fundamental.

Alguns colegas de sua turma gostavam de brincar com ele pela sua estatura. Realmente era bem pequeno, eles diziam que era o mascote da sala. Sempre que surgia algum comentário ele achava logo uma saída inteligente, mesmo que fosse fingir que nada ouviu.

Um dia, conversando com sua mãe ele comentou sobre isso com ela.

- Mãe, alguns colegas gostam de falar que sou muito pequeno e riem de mim.

- Não liga meu filho, é melhor estar no sétimo ano novinho do que com idade avançada. Você deve sentir orgulhoso de ser pequeno e estar adiantado na escola.

- Mãe – disse ele – hoje passou em frente à escola o desfile de animais de um circo. Gostaria muito de ir num circo de animais.

- Não gosto desses circos, filho, fiquei sabendo que maltratam os animais durante as apresentações. Eu gosto mesmo é de circos que tem palhaços engraçados, mágicos, acrobacias ou coisas parecidas, animais não.

- Eu queria ir mesmo assim – insistiu Welington.

- Pode esquecer meu filho, já falei que não deve ir nesse tipo de circo. Agora vai tomar banho para jantar.

Welington foi tomar banho um pouco contrariado e refletindo sobre o que sua mãe disse pensou: - minha mãe deve estar certa, não se deve judiar dos animais. Imagine se alguém batesse  no Bret, eu ficaria muito bravo.

Saindo do banho foi para o quintal onde Bret, seu cãozinho estava esperando com o rabinho balançando, demonstrando assim o amor que sentia pelo garoto.

Naquela noite, Welington teve um sonho interessante, estava num circo que tinha muitos animais. Ele achou o máximo as acrobacias dos cães – como eles conseguem fazer isso – Pensou.

O elefante jogando bola foi muito interessante. E as gracinhas que os macacos faziam, os gatos saltando lá do alto. Incrível!

Quando terminou o espetáculo, sem que ninguém percebesse, foi até o fundo do circo onde ficavam os animais. Ao se deparar com aqueles que tinham acabado de assistir, ficou decepcionado com o que viu. Os animais estavam presos em jaulas pequenas, sujas e desconfortáveis. O elefante estava amarrado com uma corrente e Welington percebeu nele um olhar triste.

De repente notou que chegava alguém e se escondeu atrás de uma caixa observando o que ia acontecer.

Um homem que ele pensou ser o tratador dos animais se aproximou de um elefante que estava deitado e bateu com uma vara e com uma ponta de ferro na extremidade da vara, espetava-o para que se levantasse.

Quando o elefante conseguiu levantar, ele viu horrorizado, muitas feridas e hematomas que haviam em suas pernas.

Ainda muito triste com o que via, outro homem apareceu arrastando os cães que fizeram acrobacias, por uma corda e sem o mínimo de respeito, foram praticamente jogados numa jaula.

Welington pensou em sua mãe – minha mãe tinhas razão, circo de animais é horrível. Eles sofrem nas mãos malvados dos homens. Mas o que fazer para ajudar esses animais?

Após algum tempo, os homens foram embora e aproveitando, saiu do esconderijo e se aproximou do elefante machucado e olhando-o com muita tristeza, disse: – olá elefante, minha mãe me disse que os homens dos circos maltratavam vocês e eu não acreditei. Agora vejo o quanto ela tinha razão. Sabe elefante, amanhã eu vou voltar aqui escondido e trazer um remédio para curar suas feridas.

Eu gostaria muito de ajudar vocês, mas não sei como.

Para surpresa do garoto o elefante disse – Eu sei como pode nos ajudar garoto.

- Estou sonhando ou você falou comigo elefante? Perguntou Welington sem acreditar numa resposta.

- As duas coisa, você está sonhando e estou falando com você.

- É, só podia ser um sonho, onde já se viu elefante conversar.

- Então, quer saber como nos ajudar? Perguntou o elefante.

- É isso aí garoto, precisa nos ajudar – falou um macaco que ouvia a conversa.

- Caramba! o macaco também fala – Disse ele admirado.

- E nós também falamos - Disseram os cães.

- Que legal, aqui todos os animais falam. Olhe elefante, se vocês falam, porque não pedem para os homens respeitar vocês?

- Porque eles não conseguem nos ouvir – Disse o elefante.

- Como assim? Não entendi. Como eu consigo ouvir? – Quis saber Welington.

- Para poder nos ouvir – disse um dos cães – é preciso amar e respeitar os animais. É preciso ter amor no coração, ser bom. As pessoas que possuem a maldade no coração só conseguem ouvir a voz do mal, as pessoas que tem a bondade no coração conseguem ouvir a voz do bem. Você é um garoto bom, por isso podemos nos entender.

- Ah! entendi. E como posso ajudar vocês?

- Vou te explicar – disse o elefante – você pode fazer uma coisa importante, talvez não nos ajudará diretamente, pois já estamos velhos e cansados, mas ajudará outros animais. Para isso deverá conscientizar as pessoas sobre o mal em assistir circo que tem animais.

- Como faço isso? Quis saber ele.

- Você é inteligente e descobrirá, mas posso dar algumas dicas tipo conversar com seus amigos da escola, com professores, vizinhos, enfim, divulgar esse problema entre as pessoas que pensam que ver um animal fazendo gracinha num circo é maravilhoso.

- Legal! – falou Welington – nunca mais assisto circo com animais. Agora tenho que ir, acabei de ter uma idéia genial. Tchau elefante, macacos, cãezinhos, gatinhos...

Saindo do circo, foi para casa refletindo sobre que havia acontecido. No outro dia, já na escola, conversou com vários amigos que concordaram com ele e bolaram um plano.

No próximo final de semana, ainda em sonho, pintaram várias faixas e placas e foram para frente do circo protestar e alertar as pessoas que chegavam para assistir o espetáculo.

As frases eram  as seguintes: “Não vá ao circo que tem animais, eles são maltratados”, “Este circo é sem graça, porque ver animais fazendo graça a troco de sofrimento, não tem graça nenhuma”, “Leve seu filho somente a circos que não tenham animais para que ele sorria com o riso do palhaço e não com o sofrimento dos animais”, “Levem seus filhos ao um divertimento saudável, neste circo eles nada aprenderão sobre o respeito à vida”.

E por fim, numa faixa estava escrito: “Junte-se a nós contra a maldade dos homens e a favor da vida de animais indefesos”.

Bom, depois dessa noite tumultuada, Welington acordou no outro dia pensando sobre seu sonho e ao ver sua mãe na cozinha, contou a ela.

- Que sonho bonito meu filho – disse sua mãe – pouco sei sobre os sonhos, mas acho que não foi por acaso, afinal você estava com vontade de ir ao circo e não acreditou no que te falei sobre o tratamento dado aos animais. Então esse sonho foi uma forma que Deus achou para te alertar e acreditar na sua mãe.

- Nunca mais vou duvidar da senhora – falou ele entristecido – hoje vou conversar com meus colegas na escola para não irem nesse circo e eu nunca mais vou querer assistir circo com animais.

- É assim que se fala filho – Disse sua mãe, sorrindo.

- Só vou a circo que tem palhaço para dar bastante risada – Afirmou ele.

- O sorriso faz bem as pessoas Welington, já a tristeza é o contrário, só faz mal – Falou sua mãe.

- Então viva o circo do palhaço! - Gritou ele sorrindo.

- E viva o palhaço do circo! Finalizou sua mãe.

Ouviram então o latido feliz de Bret que os olhava da porta.

- E viva o Bret. Falou Welington.

 Sua mãe abraçou e beijou seu filho e ambos estavam felizes naquela manhã.

FIM