Os processos culturais; as estratégias de socialização e as relações de trabalho vividas pelos sujeitos do campo em suas lutas cotidianas para manterem essa identidade são compreendidos, pela Educação do Campo, como elementos essenciais de seu processo formativo.

A Educação do Campo busca cultivar um conjunto de princípios que visa oportunizar a ligação da formação escolar à formação para uma postura na vida, na comunidade, na promoção do desenvolvimento do território rural – espaço de vida dos sujeitos camponeses. Ou seja, para que não se tornem apenas consumidores do conhecimento produzido por outrem e sim para que sejam, também, produtores de novos conhecimentos frutos da articulação do saber científico ao conhecimento adquirido e produzido a partir de sua vivência cotidiana.

Para o funcionamento de uma Escola do Campo é necessário o reconhecimento e a valorização da identidade de seus sujeitos. Portanto, as práticas educativas devem desencadear processos que demandem a produção coletiva de trabalhos que sejam úteis e relevantes para os estudantes e comunidades e que propiciam o aprendizado dos mecanismos necessário à organização coletiva.

Com relação aos processos de auto-organização e protagonismo dos educandos, a preparação para a participação na gestão dos processos educativos possibilitam a assimilação dessas práticas e a capacidade de planejá-las e organizá-las autonomamente.

Para tal, tornam-se necessárias, mudanças nas práticas e concepções da maioria dos educadores que atuam no meio rural sem ter nenhum vínculo com esse território e sem compromisso com os sujeitos que vivem nele.

A satisfação desta escola do campo dependerá da busca constante, por parte dos docentes, de informações sobre a própria realidade enfrentada pelos educandos em seus locais de origem, como ponto de partida e matéria prima central para o trabalho a ser desenvolvido em torno dos conteúdos a serem apreendidos.