DIA DO HISTORIADOR
Numa iniciativa do Senador da República Cristovam Buarque, foi criado o “Dia do Historiador". Na verdade a data inicial seria 12 de setembro, mas, por propositura do Senador Augusto Botelho (PT-RR), a data aprovada foi alterada para 19 de agosto, para homenagear o pernambucano Joaquim Nabuco. A historiografia eleva o homenageado como um dos ícones do abolicionismo no contexto imperial, por suas obras e atuação na questão, alem de destacar sua trajetória na política, diplomacia, magistratura, jornalismo e literatura, sendo um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e, claro, eminente historiador. Neste bojo comemorativo, a data em Camocim poderia se revestir de grande significância, não somente por ser berço de figuras do porte de um Arthur Queirós ou de Tóbis Monteiro, mas por uma leva de historiadores formados no Curso de História da UVA congregados informalmente no GRAHC - Grupo de Amigos da História de Camocim, que ano passado promoveu o I Encontro de História de Camocim, apoiado pela Prefeitura Municipal.
Disse poderia, pois imagino que a data, afora quem é da área, deve passar em brancas nuvens. A produção deste grupo, se tivesse apoio, já poderia render uma dezena de obras sobre a cidade, além de nossa proposta engavetada de elaboração de um livro didático sobre o município.
Mas, o que é ser um historiador? Recorrendo ao dito popular de que “um povo sem história é um povo sem memória”, com todas as implicações advindas dessa máxima, avalia-se a importância do historiador e seu ofício. Neste sentido, esse profissional é aquele que lida com a produção de sentidos, do registro dos fatos, das análises conjunturais, baseando-se nas fontes disponíveis de um passado longínquo ou de um tempo presente.
Desta forma, mais do que um dia para se comemorar é preciso que se atente para algumas questões que afetam a categoria como a regulamentação da profissão ora em tramitação no Congresso Nacional.
Isso desemboca na atual configuração do exercício do magistério nas redes pública e privada de ensino, onde o número de professores não formados e atuando na área ainda é muito grande.
Por outro lado, aproveitando a data, reitero aqui a conjugação de esforços para a urgente criação de um Arquivo Público Municipal dentro das normas arquivísticas, e não um depósito em péssimas condições como se tem agora, a efetivação do Programa Editorial Carlos Cardeal , assim como a formalização de uma entidade que congressasse historiadores e amantes da história da cidade e, se não for pedir muito, o pronto apoio para a realização do II Encontro de História de Camocim em setembro que vem. Parabéns a todos os militantes da história. Lembrando sempre que o historiador é aquele que tem a missão de lembrar quando todos esquecem.
Carlos Augusto P. dos Santos
(Professor do Curso de História da UVA)