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“livre do açoite da senzala e preso na miséria da favela”.

O que se pode perceber com os estudos é que no ensino público, as crianças aprendiam e aprendem até nos dias de hoje que a libertadora do povo negro foi a princesa Isabel.  Vejamos que a princesa, diante do sofrimento do negro nas senzalas, assinou a Lei Áurea, colocando fim a séculos de sofrimento dos escravos negros trazidos à força do continente africano.

Como vemos a história é tão bem contada que muitos não acreditavam que existissem os verdadeiros lutadores pela libertação.

Nomes como Zumbi, Maria Quitéria, Luiz Gama entre outros  não passavam personagens fictícios inventados por "negros revoltados"

A lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil, como diz Abdias Nascimento, não foi uma lei de libertação, foi uma lei de extermínio das populações negras e não brancas do Brasil. Basta dizer que no momento da sua proclamação, os fazendeiros expulsaram de suas terras centenas de ex-escravos e esses sem um mínimo de garantias ou indenização, passaram a vagar pelas estradas trazendo apenas a roupa do corpo, buscando em Ogun a força para os próximos combates, em Xangô a justiça, em Oxum a proteção os seus filhos e filhas e em Exú a proteção de seu corpo.

Nessas condições o único refúgio possível foi os morros e cortiços das grandes metrópoles, dando assim o início às favelas, como diz o samba “... livre das correntes da senzala, preso na miséria da favela...”

Hoje em dia ainda vemos que muitas das grandes empresas não contratam negros nem mulheres para os cargos de direção notamos que a sociedade patronal ainda carrega em sua memória o vestígio dos senhores de engenho.

 E não para por ai temos plena consciência do que acontece todo o dia com a maioria desse povo.

Ao invés de ir pro tronco, vai pra cadeia; leva tiro no lugar de chicota; usa algema ao invés de corda; a Casa Grande agora ficou mais longe; o navio negreiro é motorizado e cobra passagem; o negro continua tendo seus direitos negados; continua pagando pelo crime de querer ser livre.

Portanto, trabalhar nas escolas esse tema fazendo pesquisas dos grandes nomes que se envolveram na história do desenvolvimento, comemorar     o Dia Nacional da Consciência Negra é resgatar e relembrar a memória desses lutadores sociais que encharcaram o chão dos quilombos, minas, sertões, fábricas e seringais com o seu sangue.

  A Política Publica e a Educação, pode mudar esse cenário de preconceito, discriminação e desigualdade, na busca de um mundo melhor.....