Avaliar, quer em sua forma quantitativa, quer em sua forma qualitativa, faz parte da história da humanidade desde que essa se reconhece como tal. Já e, 1575; historiam Lospera e Cols (1995). Belleforest descobriu a gruta de Rouffihinac; onde havia pinturas; obras pré-históricas; outras descobertas como essa seguiram sendo impressionante a representação de animais hoje desaparecidos, desde 20.000 anos a.c, como é o caso dos achados de Lascduro, onde estão pintados; em diversos tamanhos e a diferente distância, distintos animais – havia; então a idéia de avaliar o tamanho a distância ... Talvez a qualidade, no sentido de que o mais forte abate o mais fraco.
Ao longo da história da humanidade; os seres humanos; através da experiência acumulada da “contagem de pessoas, viveres, animais, no campo, no comércio de bens e no acompanhamento do movimento dos astros para calcular o tempo, começaram a denotar grandezas por meio de números, pois todos lhes conheciam o significado” (Medeiros, 1999, p.50) o que tornou possível imprimir maior exatidão às observações de diversos fenômenos e passar da simples contagem para a mensuração.
Portanto, ao se falar em teste a discussão não pode ser pautada de forma simplista sobre gostar ou não gostar de e usar ou não teste, defender ou atacar testes como se os mesmos fossem independentes de todo o seu processo de construção ou do profissional que os usam, ou do uso que deles faz (Rosa, 1997), nem se trata de confrontar opiniões pessoais muito menos brigar, mas a discussão deve ir além dos testes em si para abraçar as idéias de ciências as concepções de homem e de sociedade (Patto, 2000).
Quanto ao uso de testes Rosa (1997, p.10) pergunta: “testes quem resiste a eles?, visto que, independentemente de qualidade ou seriedade, estão presentes no cotidiano de forma inegável, quer na revista de divulgação cientifica, quer nos jornais diários e nos semanários. Até mesmo na troca de mensagens eletrônicas entre colegas e amigos o fenômeno está presente, quem ainda não recebeu uma mensagem em seu computador pessoal do tipo teste de personalidade ou teste do Dalai Dama, como diz Bonelli (1995), por vezes: tal instrumental até sofre desvalorização por parte do profissional, mas é idealizado por parte dos estudantes”.
Ao questionar sobre a validade do teste podemos citar como exemplo o teste de aptidão vocacional que era usado na década de 70 nos Estados Unidos em todas as escolas de ensino médio, quando o teste passou por uma revisão no final daquela década, percebeu-se que, além de estar mal construído, permitia a sugestão de carreiras que eram inadequadas aos alunos segundo certos padrões de escores – Quanto a fidedignidade pode ser formulada da seguinte maneira: “Se as pessoas fossem testadas duas vezes, os dois escores seriam semelhantes? Fidedignidade que dizer que é mantida a consistência dos escores obtidos pela mesmas pessoas quando elas são examinadas com o mesmo teste em diferentes ocasiões ou com diferentes conjuntos de itens equivalentes ou sob outras condições variáveis de exame”. Isso não deve, entretanto ser confundido com uma idéia de que não há mudança na pessoa que é avaliada ao contrário um escore pode-se modificar. Por exemplo, tomando a avaliação da inteligência, é necessário considerar os fatores emocionais que estão presentes nas produções intelectuais ou as condições sociais e econômicas (Sigal, 200). Se algum tipo de dificuldade emocional resultou em um escore baixo, é muito possível que noutro momento esse valor seja mais alto.
Quando os testes falham em apresentar as características examinadas, as críticas concentram–se em apontar que diferenças socioculturais, quando não levadas em consideração emitem resultados que pode prejudicar aquele que foi testado.
A crítica ao uso de testes e vista por Guntert (2000), por dois prismas. De um lado, há uma valorização exagerada do instrumental, atribuindo a ele expectativas de precisão e exatidão das medidas, poder de previsibilidade de diagnóstico diferencial estabelecidos sem dúvidas, o que estabelece um sentido de onipotência, de outro há uma rejeição porque o instrumento é visto como pouco confiável, precária, possibilitando uma generalização de traços, que podem a vir a discriminar determinadas populações; pois normas e padrões não são especifico da população testada, ou como afirma Bonelli (1993, p.71) a atitude vai da desvalorização a idealização dos testes o que dá entender um déficit de informações como preconceito e estereótipos.
Como se percebe a imersão de todos nós em um mundo de avaliação oportuniza e até impele que leigos e profissionais discutam os assim chamados testes. Tal discussão de forma alguma é fácil, Bolanos (2000) compreende que as técnicas projetivas, por causa do mau uso e abuso tenha sofrido descrédito, salienta, entretanto que se o profissional as usa com rigor cientifico e com adequação ao caso específico eles são capazes de revelar as imagens e fantasias inconscientes do sujeito. Gonzalez (1999), diz que os testes devem ser usados como ferramentas úteis para que o profissional se aproxime da problemática de quem busca seu auxílio em menor tempo do que o requerido por outros métodos.
Figueiredo (1999), afirma que o profissional deve ter tal conhecimento acerca do teste para poder atribuir um real significado dos resultados de modo a reconhecer as influências ao contexto do individuo. Meyertal (2001, p.53) diz que se deve considerar o contexto da história do cliente as informações sobre a demanda os comportamentos que podem avaliar ao responder as questões do encaminhamento e, então comunicar os achados ao cliente a seus familiares e quem os encaminhou.
Independentemente de todas críticas aos testes de fato cabe ao profissional examinar sua própria preparação para trabalhar com testes, pois como afirma Rosa (1997), é possível constatar má formação de profissionais. No entanto é importante observar o que diz França (1999), onde coloca que para o bom uso dos instrumentos de avaliação, além de sólida base teórica é preciso ter e manter uma atitude crítica, estar consciente das limitações dos testes e das entrevistas, das observações, estar consciente especialmente das limitações teóricas do profissional. É muito alerta, segundo Muller (1988), para seus próprios pontos críticos de modo a não projetar sobre o orientando o seu material.
No entanto gostaria de chamar a atenção aqui, quanto a identidade e papel do Orientador Educacional, no contexto educacional, nos dias atuais frente a uma realidade social em profundas e constantes mudanças, ou seja, um profissional da Educação, que deverá atuar numa perspectiva coletiva com os demais profissionais da escola e alunos, numa dimensão crítica, contextualizada, humana e essencialmente pedagógica;
Contextualizando os diversos fatores que influenciam a formação integral dos educandos, traduzindo numa ação competente e significativa para os objetivos propostos no projeto político pedagógico da escola. Levando em conta a pessoa do educando, associando-a aos aspectos econômicos culturais e espirituais, físicos, psíquicos e sociais, não de forma mecanicista e rotineira, e sim numa ação planejada, reflexiva, sistematizada e integrada à uma ação política, ideológica e ética, tendo como maior objetivo, à autonomia intelectual do educando, e que o mesmo se torne um “elemento” atuante e transformador dentro da organização social.
Vale enfatizar o que diz Vera Marica (1994), onde diz que a dimensão humana interacional revelá-se pela relação sócio-afetiva e cognitiva que o educador busca construir ente ele e o aluno e entre o aluno pela observação e busca da conhecimento da vida; do desenvolvimento e da aprendizagem do mesmo; pela preocupação em construir o grupo de educadores e educandos garantindo um trabalho e cooperativo na escola.
O orientador deverá estar atento ao movimento da escola, suscitando assim, uma reflexão sobre, seus problemas, suas contradições, como profissionais que nela atuam a percebem e como se posicionam quanto ao papel que exercem na formação do aluno, assim como o aluno percebe a escola e se posicionam quanto a sua própria formação.
Penso que neste momento tão importante da Orientação Educacional, onde a mesma vem ganhando “forma” e conquistando gradativamente o seu espaço, na história da Educação no Estado do Tocantins, nós Orientadores Educacionais devemos ter especial atenção a construção da identidade da Orientação Educacional, solidificando-a nos pilares fundamentais a um Ensino e Aprendizagem de qualidade, apontado pela UNESCO como os eixos estruturais da educação na sociedade contemporânea, sendo eles: Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Viver e Aprender a Ser, devendo constituir em ações permanentes que visem a formação do educando como pessoa e como cidadão. Considerando como elemento central dessa formação a construção da cidadania em função dos processos sociais que se modificam. (...) Priorizando a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. (PCN)
Acredito que a equipe pedagógica da escola através da pessoa do Orientador educacional se tornou muito mais completa, portanto, com muito mais condições de desenvolver juntamente com a comunidade escolar um projeto político pedagógico coerente com a realidade da mesma, portanto significativo, e o que é mais importante, transformá-los em ações permanentes que assegure a formação do educando como pessoa e como cidadão de acordo com o que pede a constituição e a LDB. Portanto a escola deverá atuar no sentido de promover o envolvimento com o meio social, propiciando a integração necessária à construção de uma educação inclusiva, partindo do real, trabalhando na construção da identidade de seus alunos, identificando, analisando e avaliando o impacto das transformações naturais, sociais, econômicas, culturais e políticas, tendo em vista a sua dinâmica existencial no mundo, situando com um ser que se transforma e que transforma. Enfatizando a importância da atuação do seu papel quanto cidadão dentro de um mundo em constante mudança, para que os nossos alunos venham a propiciar-se desses conhecimentos, aprimorando-se como pessoa, no mundo do trabalho e na prática social.
A nova sociedade, decorrente da revolução da tecnológica e seus desdobramentos na produção e na área da informação, apresentam características possíveis de assegurar à educação uma autonomia ainda não alcançada. Isto ocorre na medida em que o desenvolvimento das competências cognitivas e culturais exigidas para o pleno desenvolvimento humano passa a coincidir com o que se espera na esfera da produção. O novo paradigma emana da compreensão de que, cada vez mais, as competências desejáveis ao pleno desenvolvimento humano aproximam-se das necessárias a inserção no processo produtivo. (PCN)
Como se percebe o Orientador Educacional é um protagonista importantíssimo neste novo modelo de educação frente a uma nova sociedade, uma vez que o mesmo entende o individuo como a unidade básica da mudança, ou seja, é o individuo que muda a si mesmo antes de mudar a sociedade, portanto a dinâmica da escola deverá traduzir a dinâmica de um grupo do profissionais integrados somando forças em prol de um só objetivo, com certeza o resultado será bem melhor, e estes resultados certamente refletirão na nossa sociedade; portanto em dias melhores.
Ismeni Lima de Moura
Orientadora Educacional