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histórias do rio taquari para crianças

 

 

 

 

 

 

HISTÓRIA

DO RIO TAQUARI-ANTAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

P A R A    C R I A N Ç A S

GINO FERRI - 12 DE OUTUBRO DE 1996

AOS MEUS QUERIDOS NETOS

CLÁUDIA FERRI

CARLO ANTÔNIO FERRI

FERNANDO FERRI

MOISÉS

MATEUS

LUCAS LANG

COM MUITO AMOR E CARINHO DEDICO ESTE LIVRO

VÔ GINO

 

 

Um rio é uma dádiva da natureza,

Uma dádiva muito especial, um patrimônio da hu­manidade!

Por isso, merece nosso respeito e nossa atenção, para que continue a viver, dando vida.

Para que este projeto, da HISTÓRIA DO RIO TA­QUARI-ANTAS, para crianças, pudesse ser con­cretizado, várias pessoas se envolveram, acredi­tando.

Assim nos acreditamos, acreditou o Bel. Adroaldo Conzatti, Prefeito Municipal de Encantado, que, além de acreditar no rio, acreditou nas crianças.

E, quando todos acreditarem nosso rio Taquari-­Antas, será sempre,

"VIDA E ALEGRIA

 

 

 

 

 

 

 

 

Um agradecimento especial a minha filha EUNICE

Pelas maravilhosas criações e a elaboração dos desenhos que ilustram esta história.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este livro foi elaborado a pedido de

minha querida neta "Claudia Ferri".

Ela insistiu muito para que eu escrevesse á

"História do Rio Taquari-Antas",

Especialmente, para crianças.

Além do incentivo, da persistência e da “cobrança”, ela ainda colaborou comigo e sugeriu como deveria ser o começo do livro:

 

“Era uma vez”... Uma grande nuvem

preta...”

 

Por isso crianças, aqui está, com todo

o carinho do

Vô GINO

 

 

A "História do Rio Taquari-Antas

Para Crianças”

 

 

Os desenhos do livro são para colorir!

INDICE

 

Nome do Rio                                                         01          

Dedica tória                                                           02

Agradecimentos                                                     03

Agradecimentos                                                     04

Índice                                                                   05

Abertura                                                               06

A História do Rio Taquari-Antas                               07

Nasce um rio                                                         08/13

O nome do rio Taquari-Antas                                       14/17

As águas dos mares, rios e lagos                                 18/19

O cascalho do rio                                                   20/21

A ecologia                                                             22/23

A poluição                                                             24/25

A flora                                                                  26/27

A fauna                                                                 28/29

A navegação no rio                                                 30/33

Os trapiches e as maxambombas                              34/35

As barcas do rio                                                     36/37

As pontes sobre o rio                                              38/39

As balsas de madeira                                              40/41

As enchentes do rio                                                42/43

As belezas do rio                                                    44/45

As praias                                                               46/47

As ilhas                                                                 48/49

As cachoeiras                                                        50/51

As poesias sobre o rio                                            52/53

Amemos o rio Taquari-Antas                                        54

Patrocínio                                                             55

O rio Taquari e seus afluentes- Mapa                            56

 

H I S T O R I A  D O  R I O

TAQUARI-ANTAS

 

 

 

 

QUERIDOS NETINHOS!

 

 

 

 

 

ERA UMA VEZ .............................................................

Era uma vez, há muito tempo, milhões e milhões de anos atrás, começou esta interessante história que vou contar para vocês .

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ERA UMA VEZ .... Uma grande nuvem voava pela imensidão do espaço aéreo, soprada pelo vento, que a empurrava de um lugar para outro.

A grande nuvem, era tão escura que, às vezes, chegava a encobrir o sol.             Ela estava cheia de pe­quenas gotinhas de água, que evaporaram do oceano Atlântico.

A grande nuvem continuava andando pelo céu, deixando-o escuro.

 

A GRANDE NUVEM PRETA ERA SOPRADA PELO VENTO

 

 

 

 

 Certo  dia, que tinha pouco vento, aquela nuvem passou muito perto da terra que chegou a raspar na ponta de uma enorme montanha.          

          Esta montanha chamava-se "MONTE NEGRO", e estava localizada no mu­nicípio de São José dos Ausentes, na parte Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul.

          A grande montanha chamada Monte Negro, era muito alta, tinha mais de 300 metros de altura.

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando a nuvem preta raspou na montanha, acon­teceu uma coisa muito interessante: A montanha fez um pequeno rasgo na nuvem e esta deixou cair UMA GOTI­NHA DE ÁGUA, do seu interior.

Esta gotinha de água rolou pela montanha abaixo, até chegar aos pés da montanha, onde o terreno tinha o formato de uma bacia.

Em seguida, da grande nuvem preta caíram mais gotinhas de água, muitas outras, que também rolaram do alto da montanha, até seus pés, juntando-se com a primei­ra gotinha, dentro da grande bacia.

A enorme quantidade de gotinhas de água que caíram da nuvem preta, formou um grande banhado.

 

AS GOTINHAS DE ÁGUA CONTINUARAM A CAIR

 

 

 

 

 

Nos dias e nas noites seguintes, a grande nuvem preta ficou  parada            sobre a montanha, deixando cair mais gotinhas de água, em quantidade tão grande, tão grande, que não dava mais para contar.

Foram milhões e milhões de gotinhas de água, como uma grande chuva, as quais rolaram do alto da montanha, juntando-se todas dentro do banhado.

Então a água do banhado foi crescendo e trans­bordou, formando um pequeno fio de água que começou a correr por entre as montanhas, onde surgiu um pequeno arroio.

Este pequeno arroio começou a crescer com a água que vinha da montanha e do banhado e sempre ia cada vez mais longe...

E, cada vez recebia mais água que vinha de outros pequenos arroios, que também foram for­mados por gotinhas de água, que caíram por sobre as montanhas, nos diversos lugares por onde o arroio passava.

O pequeno arroio cresceu, cresceu, foi engrossan­do e tornou-se um rio, que continuou a correr por entre as montanhas, indo sempre mais longe.

A água do rio corria com muita força e ia cavando o seu caminho, onde passava por entre os montes e mon­tanhas, formando seu leito, e ali corre desde milhões e milhões de anos, até os dias de hoje.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A NUVEM PRETA FICOU FELIZ COM O QUE TINHA ACONTECIDO. TAMBÉM O SOL SORRIA, ILUMINANDO O CAMINHO DO RIO QUE SE FORMARA.

 

Assim começou a ter "vida", o nosso grande e belo rio TAQUARI-ANTAS.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O   NOME   DO   R I O   "T AQ U A R I  -  A N TAS"

O rio Taquari-Antas nasce num lugar muito alto, a mais de 1.000 metros acima do nível do mar, em meio às montanhas da Serra Geral.

Começa como pequeno fio de água, escorrendo de um grande banhado, forma-se um arroio e torna-se um rio, com a chegada de outros arroios e pequenos rios que se juntam a ele, ao longo do percurso por onde passa.

Como antigamente, nas margens do rio viviam mui­tas ANTAS, que tomavam banho em suas águas, os índios que habitavam as suas margens, começaram a chamá-lo de RIO DAS ANTAS.

A anta é um animal parecido com o porco, porém maior. Tem o focinho mais comprido, olhos pequenos, ore­lhas grandes e pescoço curto. Tem o corpo coberto de pelos. Vive nas matas, perto dos rios.              Alimenta-se de fo­lhas e de frutas.

As antas grandes podem atingir até dois metros de comprimento, por um metro de altura. Tem quatro de­dos nas patas dianteiras e só três nas patas trazeiras. Pode pesar até 150 quilos.

 

A ANTA – MAMÍFERO NATIVO DA AMÉRICA DO SUL

A anta vivia em grupos nas margens do rio. Infe­lizmente, hoje não existem mais, nas matas a beira dos nossos rios, pois foram mortas pelos homens, que aprovei­tavam a carne para comer e o couro para fazer utensílios de uso doméstico.

 

O rio das ANTAS percorre mais da metade de seu caminho, aproximadamente 350 quilômetros, com este no­me. Ao receber as águas do seu afluente, o rio CARREI­RO, nas divisas dos municípios Cotiporã e Dois Lajeados, ele muda o nome para rio "Taquari", por isso o chamamos de rio TAQUARI-ANTAS.

Com o nome de Taquari, ele percorre mais 170 quilômetros, até desaguar no rio Jacuí, entre os municípios de Triunfo e General Câmara.

O nome de TAQUARI, também foi dado pelos ín­dios que habitavam em suas margens, que o chamavam de "TEBIQUARl”

Em épocas passadas, há muitos e muitos anos, nas margens do rio habitavam os índios.  Os índios alimentavam-se de peixes do rio, carnes de animais, frutas silvestres, carnes de aves e alguns pro­dutos que plantavam.  

Eles caçavam os animais, as aves e os peixes com suas flechas.

 

OS         I N D I OS   G OSTAVAM    M U I TO         DO   RIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AS ÁGUAS DOS MARES, RIOS E LAGOS

As águas sempre foram muito importantes para as pessoas. Pois a água serve para beber, lavar, cozinhar, dar aos animais, regar as plantas e jardins e muitas outras utilidades.

Servem ainda para produzir eletricidade nas usi­nas, fazer crescer as plantas e os arbustos, para o trans­porte através dos barcos e grande vapores, e muitas coi­sas mais.

Por isso, os homens sempre procuram as mar­gens dos rios, dos lagos ou dos mares, para construir as cidades.

Vocês Já notaram que as grandes cidades foram construíram nas margens dos mares, dos rios ou dos lagos?

Olhem para o mapa do Brasil e vejam quantas cidades estão localizadas à beira do Oceano Atlântico, ou nas margens dos rios, ou dos lagos.

As águas são muito importantes para nós, pois não aderíamos viver sem elas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NAS MARGENS DO RIO TAQUARI-ANTAS, SURGIRAM MAIS DE TRINTA CIDADES.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O CASCALHO DO RIO

As terras das margens onde o rio Taquari-Antas nasce estão cheias de pedras que caem das montanhas, grandes e pequenas, que são carregadas para dentro do rio,  e quando chove muito rolam rio abaixo. .

As pedras são empurradas pela correnteza das águas do rio e rolam sobre as rochas, no fundo. Batem e raspam umas nas outras e vão ficando lisas e arredondadas. Com isso, surge o cascalho, em grande quantidade.

O cascalho é utilizado nas construções de casas, no leito das estradas, serve para embelezar as fachadas de casas ou de muros e é usado ainda em muitas outras utilidades.

Em Estrela, cidade localizada à margem esquerda  do rio Taquari-Antas, nos fundos da praça principal, existe um monumento em homenagem ao cascalho do rio Taqua­ri.

É o único monumento conhecido, em homenagem ao cascalho.

 

O CASCALHO ROLA NO FUNDO DO RIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A ECOLOGIA

Muitos anos atrás .... O rio Taquari-Antas tinha suas águas bem limpas e claras. Podia-se tomar banho no rio, sem perigo nenhum de contrair alguma doença. Entrando no rio, até a profundidade de um metro ou pouco mais, era possível ver os pés no fundo rio, pisando nos cascalhos. Viam-se também os peixinhos, nadando e brincando, ilumi­nados pelos raios de sol, que penetravam nas águas limpas.

Os peixes das mais diversas espécies, grandes e pequenos, nadavam felizes, nas águas do rio.

Podia-se beber a água do rio, sem filtrar ou ferver.

Hoje, isto já não é mais possível, pois ela está poluída.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OS PEIXES VIVIAM FELIZES, NAS ÁGUAS LIMPAS DO RIO.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A POLUIÇÃO

Desde que começou a colonização das margens do rio Taquari-Antas, com a construção de cidades e vilas, os homens não tiveram o cuidado necessário para não sujar as águas.

Jogaram muita sujeira dentro do rio ou nas suas margens. Com isto, as águas tornaram-se sujas, poluídas, perdendo aquela limpeza que tinham antigamente, a mais de setenta ou oitenta anos atrás.

Naquele tempo, a água era muito limpa. Hoje a água do rio Taquari-Antas é suja, com outra cor, imprópria para o uso, antes de ser tratada.

A poluição das águas do rio Taquari-Antas, assim como de seus afluentes, é um problema muito sério, pois muitas pessoas, que moram nas suas margens, nas cida­des ou nas vilas, usam a água para beber. Mas antes disso, a água deve ser fervida ou tratada.

Por tudo isso, não devemos nunca, jogar lixo, den­tro do rio, nem nas suas margens, nem outras coisas que possam sujar suas águas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

HOJE, O RIO ESTÁ POLUIDO, OS PEIXES PEDEM SOCORRO!

 

A FLORA

Em ambas as margens do rio Taquari-Antas, em toda sua extensão, em épocas passadas, havia uma gran­de floresta, formada por enormes árvores, das mais varia­das espécies, onde se destacava o imponente pinheiro, que sobressaía das outras árvores, por ser o mais alto.

Nas barrancas do rio, existiam muitas árvores que produziam frutas saborosas. Quando as frutas amadureciam, caíam dentro da água e serviam como alimento para os peixes.

Entre estas frutas existia a pitanga, a guabi­roba, a cereja, a jaboti caba, o guabiju, a amora, o arati­cun, o lingá e outras.

Muitas árvores da floresta, pelo seu tamanho e por sua qualidade, serviam para fazer tábuas, para construir casas. O pinheiro era o principal, que além de tábuas, produzia um saboroso fruto comestível, o pinhão, que ser­via de alimento para as pessoas.

Muitos anos mais tarde, com a chegada do ho­mem branco, que começou a cortar as árvores, a grande floresta que existia, to' desaparecendo.

Hoje, poucas árvo­res grandes existem nas margens do rio Taquari-Antas, por isso, quando vêm as enchentes, as águas das enxur­radas, levam muita terra para dentro do rio, sujando suas águas, que se tornam barrentas e turvas.

 

 

 

OS PEIXES ALIMENTAM-SE DE FRUTAS

 

A FAUNA

Nas grandes florestas que existiam nas margens do rio Taquari-Antas viviam várias espécies de animais selvagens, que hoje, não existem mais, como a Anta, que deu o nome a primeira parte do rio, o tigre a onça, o leão­-baio e outras.

Ainda existe a raposa, o zorrilho, o macaco, a paca, o tatu, o furão, o preá, a lontra, o ratão do banhado e várias outras espécies pequenas.

Existem inúmeras variedades de passarinhos, muito bonitos e coloridos, nas matas ou nos campos as margens do rio, como o beija-flor, o bem-te-vi, a corruíra, a pomba, o tico-tico, o sabiá, a saíra, o corvo, o quero-quero e mui­tas outras.

Tem também um pássaro branco, chamado ara­ponga, apelidado de "ferreiro", pois tem o canto parecido com a batida de um martelo sobre o ferro.

Existem ainda vários tipos de lagartos, cobras, sa­pos, rãs, aranhas, abelhas e muitas outras variedades de insetos.

As águas do rio Taquari-Antas tinham muitos pei­xes grandes e pequenos. Hoje, têm poucos, por causa do grande número de pescadores e ainda porque a água do rio está poluída e muito suja que provoca a morte dos peixes.

O lambari é o menor peixe do rio, é prateado e muito bonito e ainda pode ser visto nas beiras do rio.

O maior é o dourado, peixe amarelado, de onde vem seu nome.

Tem ainda, a joaninha, o cará, o pintado, a traíra, o jundiá, a piaba, o cascudo e o muçum. Este é muito curio­so, parece uma cobra. Alguns peixes do rio Taquarl-Antas, são cobertos de escamas, outros têm o couro liso.

 

 

A FAUNA DO RIO

ANIMAIS, PEIXES, AVES, RÉPTEIS E INSETOS.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A NAVEGAÇÃO  NO RIO

Antes do descobrimento do Brasil, havia muitos índios que moravam nas margens do rio Taquari-Antas, ou de seus afluentes.

Para cruzar os rios, eles usavam pequenos barcos, feitos de troncos ou casca de grandes árvores.

Seus barcos serviam ainda para pescar ou passear pelo rio, eram chamados de "pirogas” ou “igaras”.

Muito tempo depois... Quando começaram a surgir as grandes cidades, nas margens do rio, os moradores usavam os mais diversos tipos de barcos, que serviam para cruzar o rio, pescar, passear, praticar esportes, ou então para o transporte de produtos, que colhiam nas ro­ças, ou ainda para transportar as pessoas de um local para outro.

Apareceram então barcos grandes e pequenos.

Os maiores eram os vapores, para o transporte de produt­os e pessoas, pois ainda não havia ônibus ou automóveis como hoje.

Os barcos atracavam nos portos ao longo do rio.

Havia vários tipos de barcos menores, como: a gasolina, o lanchão, o caique, a canoa, a lancha, a regata e o caiaque

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OSGRANDES BARCOS DE ANTIGAMENTE

Os grandes vapores iam e vinham do porto de Muçum até Porto Alegre, carregados de produtos agrícolas e de lá traziam mercadorias industrializadas, as malas do correio, os jornais e outras encomendas, para todos os portos ao longo do rio.

    Havia outros vapores muito bonitos para o trans­porte de pessoas.

        Eram grandes barcos. com duas enor­mes rodas parecidas com as rodas dos antigos moinhos.              As rodas ficavam na parte de fora do vapor e serviam para empurrar, para frente, as grandes embarcações.

Na parte interna do vapor, tinha uma fornalha, pa­ra queimar lenha da fornalha saía uma grande chaminé para a saída da fumaça.

A fornalha produzia o vapor para movimentar as rodas do barco.

A maior empresa de transportes no rio Taquari, era a Navegação Arnt, que tinha quatorze vapores para o transporte de pessoas e mais de quarenta outras embar­cações de diversos tipos.

Várias outras empresas tinham seus barcos que navegavam pelo rio Taquarl, transportando cargas, desde o porto da cidade de  Muçum até o porto de Porto Alegre.

Depois da década de 1930, quando aumentou o número de caminhões e ônibus para o transporte de car­gas e de pessoa, os grandes vapores desapareceram das águas do rio Taquari.

Hoje, outros barcos navegavam no rio Taquari, para o transporte de cargas, mas somente até o porto de Estrela, com o auxílio da Barragem-Eclusa de Bom Retiro do Sul.

 

 

 

 

 

 

OS TRAPICHES E AS MAXAMBOMBAS

Como as barrancas do rio Taquari são muito altas, os marinheiros e os navegadores, tiveram uma idéia genial, de construir os trapiches e as maxambombas, para carregar e descarregar os barcos.

O TRAPICHE era um grande armazém construído sobre barrancas do rio e servia para depositar os produtos que iam ser transportados pelos barcos. .

O TRAPICHE E A MAXAMBOMBA

                 A MAXAMBOMBA era um aparelho formado por dois pares de trilhos de aço, como os de trem, quê partiam desde uma grande porta do armazém e desciam pela barranca, até a altura das águas do rio.  Eram fixados em grossos pedaços de madeira, os quais eram ,apoiados sobre muros, bem for­tes, encravados na barranca.    

                 Sobre os trilhos rodavam dois pequenos trenzinhos abertos, que serviam para levar os produtos, desde o armazém até os barcos, e  ao mesmo tempo, levavam outras mercadorias, desde os barcos até o armazém.

Os dois trenzinhos eram presos, um em cada ponta de um grosso cabo de aço, que era enrolado num grande pião de madeira, colocado dentro do armazém.

Este grande pião de madeira era movimentado por um animal, geralmente cavalo ou burro, o qual estava atado a um longo pedaço  de  pau, semelhante aos dos engenhos de moer cana.

O animal, ao caminhar, em círculo ao redor do pião,  fazia o pião girar, enro­lando o cabo de aço de um dos trenzinhos, que subia carre­gado de mercadorias, enquanto que desenrolava o cabo do outro trenzinho, que descia, desde ó armazém, até os bar­cos, carregando os produtos a serem embarcados.

Entre os dois pares de trilhos, havia uma longa es­cada de madeira, utilizada pelas pessoas.

 

AS BARCAS DO RIO                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                

Para cruzar o rio Taquari-Antas, antes da constru­ção das grandes pontes, havia muitas barcas, em diversos passos, desde perto das nascentes, até sua foz. Eram mais de cinqüenta barcas a operar nas águas do rio.

Havia barcas grandes e pequenas. Algumas eram movimentadas por gasolinas (barcos com motor a gasolina), outras a remos e varas ou ainda por marombas.  Maromba era um sistema de duas roldanas fixadas nas margens com um cabo que girava entre elas e neste cabo estava amarradaa barca que cruzava o rio, impulsionada pela correnteza.

Hoje, a maioria das barcas desapareceu, em conseqüência das construções de gran­des pontes e somente cinco, ainda continuam a operar no rio Taquari-Antas, em Triunfo, Taquari, Santa Tereza, No­va Roma do Sul e São Francisco de Paula.

 

 

 

TIPO DE BARCA DO RIO TAQUARI-ANTAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AS BALSAS DE MADEIRA

Há mais de sessenta anos atrás, navegavam pelo  rio Taquari-Antas, as balsas de madeira, que eram feitas de troncos de árvores ou de tábuas, que eram levados a Porto Alegre.

As balsas, em sua maioria, eram formadas de mui­tas tábuas. Mais de três, quatro, ou até cinco mil tábuas, que eram amarradas umas às outras, formando uma enor­me jangada.

A balsa deslizava nas águas do rio, levada apenas pela correnteza, quando estavam um pouco acima de seu nível normal.

Sobre a balsa era construída, provisoriamente, uma pequena casa de madeira, tipo cabana, que servia para o descanso dos homens que a dirigiam, para fazer a comida e para guardar os alimentos necessários para a longa viagem.

O tempo de viagem para chegar até Porto Alegre, dependendo dos locais em que a balsa era feita, era de oito dias até doze dias.

Era um espetáculo grandioso e muito bonito, ver, de sobre as barrancas do rio, aquela enorme jangada, navegando, impulsionada apenas pela correnteza das águas.

Depois que surgiram os grandes caminhões, lá pela década de 1930, as tábuas passaram a ser levadas por via rodoviária, até Porto Alegre ou outros pontos de consumo, e nunca mais, foram vistas balsas navegando no rio Taquari-Antas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A BALSA DE MADEIRA PASSOU A SER UMA FANTÁSTICA VISÃO  DO PASSADO

 

PONTES SOBRE O RIO

Muitas pontes foram construí das sobre o rio Ta­quari-Antas.

A primeira foi a grande ponte de ferro com pilares de pedras, construí da em Barretos, no município de Triunfo, ligando com General Câmara. Hoje serve somente para passagem dos trens que vão de Porto Alegre até a frontei­ra Leste e Sul do Estado do Rio Grande do Sul.

Uma das últimas pontes construí das sobre o rio Taquari-Antas é a que liga Roca Sales a Encantado. Uma grande ponte, com mais de quinhentos metros de compri­mento.

São mais de quinze pontes construídas sobre o rio Taquari-Antas.

A mais bonita é a ponte Brochado da Rocha, que liga Muçum ao município de Roca Sales. É uma ponte dupla, para trens e para veículos.

É formada por sete grandes arcos, e um longo viaduto.

Outra muito bonita é a ponte Ernesto Dornelles, que liga os municípios de Bento Gonçalves e Veranópolis, formada por dois grandes arcos paralelos, sendo a primei­ra do mundo em seu gênero.

 

 

 

A PRIMEIRA PONTE CONSTRUíDA SOBRE O RIO

 

 

 

 

 

AS BELEZAS DO RIO

Em épocas normais, o rio Taquari Antas, apesar de ter suas águas poluídas, ainda assim, é muito bonito, especialmente na região em que ele corre entre as monta­nhas, fazendo graciosas curvas. Nas margens do rio onde ainda existem árvores, muitas delas cobertas de  flores multicoloridas, parece que formam duas alas para o rio passar, com toda sua majestade.

Quando subimos no alto dos montes ou das mon­tanhas, que estão perto do rio, vemos panoramas belíssi­mos, realmente encantadores. O rio visto lá de cima, torna se ainda mais belo, parece uma grande cinta de prata, serpenteando entre as montanhas verdejantes, encantan­do a todos os que o visitam.

O rio tem vida própria. Ele nasce, cresce, corre, brinca, faz barulho e borbulha nas cachoeiras, parece uma criança feliz.

 

 

 

AS BELAS PAISAGENS DO RIO SE SUCEDEM A TODO O INSTANTE

 

 

 

 

 

 

 

AS ENCHENTES DO RIO

De tempos-em-tempos, quando chove muito na região onde passa o rio Taquari-Antas, especialmente na sua parte mais alta, ocorrem grandes enchentes. A água do rio torna-se da cor do barro e começa a correr com mais força.

O rio sobe as barrancas e invade as partes mais baixas das cidades e vilas. Entra nas ruas, nos jardins e nas casas, fazendo os moradores fugirem para outras par­tes mais altas, levando todos os seus pertences.

Nesses dias, o rio fica assustador, suas belezas desaparecem, não tem mais o encanto dos dias normais.

Isto acontece de tanto-em-tanto, ou seguidamen­te, sem data marcada, deixando muito assustadas as pes­soas que moram perto do rio, toda vez que chove em grande quantidade e as águas começam a subir as barrancas.

Quando o rio baixa, os moradores que tiveram que fugir, voltam para suas casas, que ainda estão molhadas e sujas. É preciso limpar tudo e colocar novamente os móveis em ordem.

 

AS ENCHENTES PROVOCAM GRANDES ESTRAGOS

 

 

 

AS PRAIAS DO RIO

 

                 Os dois lados do rio Taquari-Antas têm belíssimas praias que enfeitam suas margens, em todo o seu percurso.

                 A maioria delas é coberta de cascalho, algumas de areia ou de terra.

As praias que existiam no trecho do rio, entre Bom Retiro do Sul e Arroio do Meio, desapareceram, por causa da elevação das águas, represadas pela Barragem cons­truída em Bom Retiro do Sul.

As duas mais bonitas eram as de Estrela e a da Figueira, em Cruzeiro do Sul.

Eram duas praias cobertas de cascalho, e com muita sombra das árvores na beira do rio.

Entre muitas outras praias que ainda existem des­de sua foz até as nascentes, uma muito bonita é Praia Grande, localizada em Muçum, onde todos os anos reali­zam-se as provas de canoagem do Campeonato Estadual.

Outras praias enfeitam o rio Taquari-Antas, muitas com sombra e algumas com água límpida e fresca, que brota de vertentes junto as barrancas. São ótimas para o descanso, para o esporte aquático, para piqueniques, acam­pamentos, pescarias e lazer.

 

 

RECANTOS MARAVILHOSOS ENFEITAM O RIO

 

 

 

 

AS ILHAS

O rio Taquari-Antas tem muitas ilhas, umas pe­quenas outras maiores, nos mais diversos pontos por onde passa. A grande maioria é coberta de cascalho, plantas e arbustos ou mesmo de terra.

Quando o rio cresce, em épocas de enchentes, todas as ilhas desaparecem, em algumas só sobram às pontas das grandes árvores.

São centenas de ilhas, em todo o curso do rio.                      

Algumas pequenas, nem nome têm. Outras maiores são conhecidas por seus nomes próprios que Ihes foram dados pelos navegadores do rio, pelos moradores de suas mar­gens, ou ainda pelas Prefeituras. "

A maior de todas as ilhas do rio Taquari-Antas, chama-se "Pai - José" está localizada entre os municípios de Triunfo e de General Câmara, onde o rio é bastante largo.       Ela tem mais de cinco quilômetros de comprimento, é coberta de cascalho, terra, árvores e arbustos. No meio da ilha plantam milho, que cresce no verão, quando nor­malmente não ocorrem enchentes, caso contrário destrui­riam toda a plantação.

Normalmente, as árvores que cobrem as ilhas, são  as chamadas "Sarandi". São muito fortes, com grandes raízes amarelas, que resistem à correnteza das águas.

Diversas ilhas no trecho do rio entre Bom Retiro do Sul e Arroio do Meio, desapareceram quase por com­pleto, com a elevação das águas, represadas pela Barragem.

 

BELAS ILHAS ENFEITAM O RIO

AS CACHOEIRAS

 

Como o rio Taquari-Antas nasce em um lugar mui­to alto, ele desce mais de mil metros no seu percurso. Por isso, tem muitas cachoeiras, também chamadas de "corre­deiras", por causa da velocidade das águas borbulhantes. I

Existem diversas cachoeiras no rio, grandes e pequenas onde a água corre muito, por entre as pedras ou sobre o cascalho.

Uma grande cachoeira, chamada "Cachoeirão", es­tá localizada entre os municípios de Nova Pádua e Nova Roma do Sul. Vista do alto, a paisagem do rio, naquele local, onde existe um Mirante (do Sonda), é simplesmente deslum­brante.

As cachoeiras que existiam no trecho do rio, entre Bom Retiro do Sul e Arroio do Meio, assim como as ilhas, desapareceram com a elevação das águas represadas pela Barragem de Bom Retiro do Sul.              Neste trecho do rio, as águas são calmas e ótimas para esportes náuticos.

 

NAS CACHOEIRA, AS ÁGUAS BORBULHANTES, CORREM ENTRE AS PEDRAS.

 

 

 

 

 

AS POESIAS SOBRE O RIO

 

As belezas do rio Taquari-Antas, sempre serviram de inspiração aos poetas, para fazerem poesias e musicas sobre o rio, ou para os escritores escreverem belas páginas ou livros contando sua história, ou descrevendo as maravilho­sas paisagens do rio.

 

Faça você também uma bela poesia sobre o rio.

 

AMEMOS O RIO TAQUARI-ANTAS! Ele faz parte de nossas vidas!

Suas águas tépidas e sussurrantes,

Outrora, tão cristalinas e límpidas,

Estão sendo poluídas sem parar,

Fazendo desaparecer toda beleza.

As cidades e vilas a que deu vida,

Hoje, o estão querendo “matar”.

 

Aqui deixamos nosso brado de alerta,

Qual um cincerro que a todos desperta:

                                          Combatamos a toda a hora, a poluição.

                                          Façamos novamente, o Rio Taquari, azul.

E volte a ser, como dizia o padre Rambo:

                                                 “As mais encantadoras paisagens do Sul···”.

 

POESIA

 

 

 

 

MESAGENS:

O Rio Taquari inspira o Poeta e o Escritor.

Suas águas, suas margens, praias e cachoeiras, traduzem a vida para todos.

É do Rio Taquari que veio a lenda da cidade do nosso Encantado.

Ao amigo Gino que demonstra, por este livro, um profundo conhecimento de nossa região, o nosso obriga­do.

Certamente sua obra ajudará a todas as crianças e fará, cada vez mais, Encantado emergir no cenário Esta­dual e Nacional.

 

Adroaldo Conzatti

Prefeito Municipal de Encantado

 

Escrever, por si só é uma arte.

Escrever para as crianças,

penetrar no mundo mági­co infantil,

fazê-Ias descobrir o mistério,

o encanto, a bele­za

e a magia de uma história, representa o sonho de todo escritor.

É com isto que o livro

"HISTÓRIAS DO RIO TAOUARI-ANTAS PARA CRIANÇAS" nos brinda: momentos os deliciosos, em que fantasia e realidade se mesclam, fazendo com que se conheça a verdade, envolvida pela imagi­nação.

Temos a certeza de que, ao ler este livro, brilhará no olho de cada criança, uma centelha maior de vida, de esperança e de agradecimento a quem, de forma encanta­dora, traduziu a história do Rio Taquari, tornando-o mais próximo, mais conhecido, mais nosso.

Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Encantado

GINO FERRI

3º EDIÇÃO  

 

Pedidos para: Genuino Ferri Travessa Luiz Ferri 70

95960-000 - Encantado - RS

Fone: (051) 751-1422

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                              RIO TAQUARI E AFLUENTES

Reprodução de:

EUNICE FERRI LANG