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A Raposa e o Corvo

A Raposa e o Corvo

Por Lucretia

*Qui se laudari gaudet uerbis subdolis,

Sera dat poenas turpes paenitentia.

(Fedro)

Sentada sobre uma alta pedra, uma raposa prateada admirava ao longe uma espaventosa e esfumacenda explosão. Seus olhos dourados brilhavam em fúria. Quem teria feito aquilo?

O palácio mais rico e luxuoso de todo Makai ardia entre a fumaça e as ruínas do que fora. Lá morava o mais poderoso demônio, que possuía um famoso tesouro. Algo digno de ser roubado pelo famoso ladrão de todos os tempos, Youko Kurama.

Mas naquele momento tudo estava perdido. O luxuoso palácio em ruínas e o fabuloso tesouro furtado da maneira mais espaventosa que Kurama já vira. Sua ira crescia ao ver a fumaça que o vento levava. Quem em todo Makai poderia ter feito aquele show todo? Quem seria aquele ladrãozinho tão medíocre?

Foi nesse momento que viu entre os rolos da tensa fumaça surgir uma figura esquia, com longos fios negros e trajes da mesma cor. Kurama estreitou os dourados olhos ao reconhecer o ursupador de seu tesouro.

" Karasu" pensou com seus pensamentos em brasa. A raiva crescendo em seu interior. Não podia acreditar que aquele pássaro agourento estava roubando o tesouro que praticamente tinha o seu nome escrito.

Karasu tinha sido de seu bando quando ainda era um pequeno youkai sem rumo na vida. Kurama o acolheu e lhe ensinou alguns truques. Não por pena, mas por seu enorme poder explosivo. E por causa desse mesmo poder fora expulso do grupo. Karasu não se enquadrava a maneira de roubar de Kurama, sempre furtivo e cuidadoso. Ele queria explodir tudo a todo tempo, arruinando algumas missões do youko.

Kurama estreitou ainda mais seus olhos e segurou-se para não explodir em raiva e pular em cima daquele corvo atrevido. Sentia gana de matá-lo! Porém a morte não seria suficiente para aquele youkai agourento. A humilhação seria mais apropriada para aquele demônio de baixo calão, e Kurama sabia muito bem como fazê-la. Sorriu vulpinamente, imaginando o que aprontaria. Com certeza ensinaria aquele cretino a nunca mais cruzar o caminho de Youko Kurama!...

***************

Kurama dirigiu-se a uma taverna perto daquele território. Era um lugar em que só os ladrões costumavam ir. Bebiam algumas cervejas, fumavam um pouco de maryjuana, brigavam e discutiam também, além de planejarem seus roubos, assassinatos e outros crimes.

O grupo de Kurama estava lá, como bons ladrões que eram. Tinha certeza que Karasu também seguiria para lá, afim de comemorar sua grande façanha. Com certeza aquele pássaro asqueroso estava se sentindo.

Kurama sentou-se numa mesa sem aproximar-se de seus companheiros. Não queria se distrair quando Karasu chegasse. Pediu uma cerveja e bebeu-a calmamente, solvendo cada gole.

- O que foi, chefe?

Um belo youkai de cabelos negros sentou-se próximo de Kurama. Era Yomi. Tinha um semblante preocupado. Desconhecia o que acontecera com Kurama, mas sabia que era algo grave.

Kurama olhou-o de soslaio. Ainda estava muito irritado e preferia ficar sozinho.

- Yomi, volta para a outra mesa. - ordenou.

- O que aconteceu, Kurama? - insistiu Yomi, aproximando-se ainda mais do youko.

- Depois eu te explico. Agora quero que você volte para lá. É uma ordem, Yomi!

Yomi obedeceu muito à contragosto. Queria saber o que perturbava tanto o seu chefe e amante. Sentou-se na mesa em que estava antes, mas seus olhos rosados continuavam sobre a figura de Kurama. Sentia-se um pouco magoado.

***************

Kurama já havia bebido a primeira caneca de cerveja e ia para a segunda quando Karasu chegou.

O youkai era só alegria. Estava orgulhoso do furto bem sucedido que fizera. Estava todo cheio de si. O que o Youko Kurama diria dele agora, hein?

Sentou-se numa cadeira do balcão e pediu uma canela bem grande de cerveja. Estava tão feliz que beberia até cair!

Ao avistar Karasu, Kurama deu um sorriso de satisfação, deixou sua ira de lado e dirigiu-se ao youkai. Era hora de colocar seu plano em ação e acabar com o excessivo orgulho daquele pássaro agourento.

Aproximou-se furtivamente do youkai, enquanto seus movimentos eram seguidos pelos rosados olhos de Yomi.

- Ah, como são bonitos e brilhosos esse cabelos! - exclamou Kurama, tocando os negros fios de Karasu.

Karasu virou-se violentamente, reconhecendo a doce voz. Era Kurama! Tinha certeza absoluta. Era sorte demais para um dia só! Roubar um famoso tesouro e encontrar o Youko. Talvez pudesse ludibriar um pouco dele, contando como fora fácil roubar tal fortuna.

- Youko Kurama! Você por aqui! - exclamou contente.

Abraçaram como velhos conhecidos. Como se a mágoa de ter sido expulso do bando não significasse nada. E Kurama disfarçando sua ira e a vontade de torcer a pescoço daquele pássaro. Um queria vingar-se do outro com certeza...

Sentaram-se numa mesa isolados. Kurama escolhera a mesa estrategicamente. Um lugar pouco iluminado, algumas cervejas e um pouco de sedução... E pronto! O corvo estaria em suas mãos. E Kurama conhecia muito bem seu ponto fraco... Sua vaidade!

Conversaram alegremente, bebendo muitas cervejas. Yomi observava tudo ao longe. Seu coração e olhos ardendo de ciúme e mágoa. Sentia muito pelo que Kurama fazia, mas não podia se meter, talvez fosse algum plano.

- Como você está bonito, Karasu! - Kurama falou, aproximando sua cadeira do outro youkai, seduzindo-o.

Karasu engoliu em seco. Não podia acreditar que Kurama estava dando em cima dele. Logo ele, o youko mais bonito e sensual de todo Makai. Aquele que todos queriam ser amantes. Esfregou os olhos, talvez tivesse bebido demais.

- Se você tivesse uma grande fortuna que pudesse somar com a sua beleza, com certeza já seria o rei de todo Makai. - continuou Kurama, com a sua voz sensual.

Kurama segurou a mão de Karasu, acariciando sensualmente. O youkai ficou com a respiração suspensa. Ainda não acreditava naquilo...

- E poderia ter o amante que quisesse, inclusive eu... - Kurama finalizou com uma piscada de olho, definitivamente flertava com o corvo.

- E-eu... eu tenho essa fortuna.

Karasu deixou as palavras fugirem de sua boca. Queria o Youko Kurama, e queria agora. Não importava com o que podia acontecer depois. Se tornaria o Rei do Makai ou não...

- Então, o que está esperando? - Kurama perguntou suavemente, sussurrando - Você pode me ter quando quiser. _ aproximou-se do rosto de Karasu, que não usava a máscara, para beijar-lhe os lábios.

Um forte estrondo foi ouvido no salão da taverna. Karasu desviou o olhar em direção ao barulho, seguido por Kurama. Então o youko pode ver o seu amante em pé, rufando como um touro e a cadeira tombada no chão.

Kurama respirou pesadamente, tentando manter a calma. Tinha que ter paciência, afinal não contara seu plano para Yomi. E mesmo se compartilhasse do segredo, ele não iria aceitar. Era ciumento demais para isso.

- Que tal irmos para outro lugar? - sugeriu Kurama, olhando para Karasu com malícia.

- Para onde podemos ir? - perguntou ainda meio atordoado com o que estava acontecendo.

- Sugiro o seu esconderijo, pois o meu logo , logo vai ficar cheio e não teremos muita privacidade. O que acha?

- Eu acho uma ótima idéia. - concordou o youkai, sorrindo de antecipação com o que o youkai estava sugerindo.

Kurama retribuiu-lhe o sorriso. Não porque estava gostando da idéia como Karasu, mas porque o pássaro agourento estava no papo e logo teria todo aquele ouro que lhe pertencia.

**************

 Depois de andarem alguns quilômetros, Karasu e Kurama chegaram a uma enorme árvore. Um carvalho do Makai, com uma copa bem farta e um tronco bem forte. Uma magnifica espécie!

Em cima da árvore, no meio da copa, podia-se ver uma pequena casa. Parecia uma casa de árvore, mas era de longe melhor. Cuidadosamente pintada em azul escuro e janelas e porta muito bem cuidadas. Era um ninho perfeito para um pássaro como ele.

Kurama admirou a casa debaixo. Não podia imaginar que aquele youkai fosse capaz de tanto. Enquanto o youko observava o belo ninho, Karasu subia as escadas talhadas no tronco da árvore.

- Vem, Kurama. Por aqui! - chamou o youko entusiasmado com  o que a bela raposa prometera.

Kurama o seguiu prontamente. Queria pegar logo o que cobiçava a muito, mas antes o humilharia, divertindo-se um pouco.

Subiram, mas Kurama não se prendeu muito a detalhes. Apenas deixou seus olhos dourados caírem sobre o baú, em que provavelmente estaria o tal desejado tesouro. E lá estava ele, a poucos metros de seus longos dedos de raposa. Mas primeiro seguiria seu plano: diversão, roubo e humilhação.

 Kurama segurou o braço de Karasu e puxou-o para si, impedido o corvo a continuar seus devaneios. Delirava em ser Rei do Makai. Falava das coisas que faria e que Kurama seria amante dele para sempre e desfrutaria da riqueza e luxo com ele. Pássaro tolo!... Envaidecido com meras palavras vindas de uma ludibriosa raposa.

Tirando a máscara, que cobria os lábios de Karasu, Kurama arrebatou-lhe um ardente beijo. O youkai quase não acreditou e acabou derretendo-se nos braços do youko.

Kurama tirou-lhe, sem desgrudar os lábios dos do corvo, o sobretudo preto que usava. Sentiu a falta de resistência de Karasu e sorriu entre o beijo de satisfação. Aquele pássaro de mau agouro estava no papo. Seria muito fácil enganá-lo...

Os dois demônios abraçaram-se mais forte, sem cessarem o ardente beijo. O corpo de Karasu incendiava-se com o toque da raposa e esfregava-se com uma sofreguidão desesperada. Na verdade sempre fora apaixonado por Kurama, mas nunca tivera coragem suficiente de aproximar-se do youko. Além do que ele e Yomi estavam sempre juntos na época em que era do bando. Então recolhera o sentimento para si. Mas agora todos os seus sonhos estavam tornando-se realidade. Seria o youkai mais rico e poderoso de todo Makai e teria o amante mais belo, o famoso Youko Kurama.

Kurama guiou o youkai até a cama deste. Beijando seus lábios, ouvidos, pescoço... Realmente queria aquele pássaro na sua mão, a mercê de toda sua sensualidade.

Olhou por sobre os olhos para o enorme e cobiçado baú acima da cabeceira da cama de Karasu, enquanto beijava o ombro deste, agora já descoberto. Não havia mais nada que desejasse naquele momento do que aquele pequeno tesouro, mas teria que ter um pouco de paciência.

Karasu já gemia e contorcia-se a cada toque de Kurama. Estava tão feliz! Sentia-se bonito, rico e amado... ou seja, cheio de si. Pobre pássaro!... Mal sabia que estava sendo ludibriado pela raposa mais astuta que o Makai já conhecera.

O youko jogou-o sobre os lençois de seda preta e olhou-o de cima. Deu um meio-sorriso de puro sarcasmo, vendo o tolo corvo envaidece-se com seus falsos vanglorias.

Tirou a branca camisa da túnica, olhando fixamente para Karasu. A sensualidade de seu olhar fez com que o youkai estremece-se fixo na cama. Kurama era belo, selvagem e exalava sexo por todos os poros.

Deitou-se sobre o corvo, encaixando uma das pernas entre o meio das pernas de Karasu, roçando-a de leve. Constatou que o sexo do youkai já estava bem desperto. Beijou-o novamente, encaixando todo seu corpo no do outro. Sua língua abriu caminho entre os lábios de corvo até encontrar a língua do outro. Karasu gemeu entre o beijo. Era bom demais para ser verdade!

Kurama cessou o beijo subitamente e dirigiu-se até os pés do pássaro. Tirou um por um os pesados sapatos que o youkai usava, jogando-os longe. Não tirava os olhos do Karasu, nem do tesouro, logo acima de sua cabeça.

Abriu a calça e praticamente arrancou-a dele, num puxão vigoroso. Karasu gemeu meio assustado, mas não podia evitar de gostar de toda fúria com que o youko o amava. Iludido em seu desejo e vaidade... Kurama sorriu ao ver a enorme vara que apontava para o alto, excitada. Só precisaria deixar aquele pássaro tolo bem cansado para poder executar seu plano com êxito.

Aproximou-se de Karasu outra vez, engatinhando sobre seu corpo como uma raposinha. Tinha um olhar que deixava o youkai delirar só em pensar o que Kurama podia fazer com ele.

Sem nenhum aviso prévio, Kurama abocanhou o sexo do corvo, colocando-o inteiro em sua boca de uma só vez. Karasu gemeu alto. Surpresa e prazer misturavam-se sob o toque da raposa prateada. Era tesão demais sentir a boca do youko envolver seu membro daquela maneira e ainda por cima provocando-o com chupadas, lambidas e pequenos beijos.

Kurama chupou-o da melhor maneira que sabia. Excitando-o ao máximo. Fazendo com que o corvo simplesmente se entregasse cada vez mais a sua volúpia. Literalmente estava em suas mãos.

O clímax chegou subitamente para o youkai. Era tesão demais para o seu corpo, tão desacostumado ao amor. Conhecia muito bem morte, destruição e explosões, mas o amor... principalmente por alguém que o desprezara no passado e que amara tanto. Era quase um sonho! Pobre tolo apaixonado!...

Karasu gozou, jorrando toda sua luxúria para dentro da boca do youko, que engoliu saboreando o gosto daquele gozo. Excitou-se em definitivo. Afinal sexo era sexo não importava com quem fosse. Escalou o youkai com seus lábios, subindo pelo abdômen, peito, pescoço até chegar a uma das orelhas.

- Que youkai mais lindo você é. - sussurrou, num sopro quente, precisava manter a vaidade do corvo acessa.

O youkai sorriu languidamente, envolvido na sensação de cansaço que tomava o seu corpo depois de um prazer tão intenso. Acreditava em cada palavra falsa que Kurama lhe dizia. Logo aprenderia que não se deve confiar em uma raposa.

Kurama beijou-lhe mais uma vez os lábios. Empurrou sua língua, procurando pelo toque da outra. Precisava excitar mais uma vez Karasu e cansá-lo ao extremo.

Esfregou-se contra o corpo do youkai, despertando-o para uma segunda rodada. Sentia-se excitado também e precisava aliviar-se naquele momento. Agarrava e deslizava suas mãos pela pele de Karasu com vigor e desejo, fazendo o corvo gemer lascivamente entre os beijos que trocavam.

Subitamente Kurama virou Karasu de bruços. Deu uma olhada breve nas pálidas nádegas que arrebitavam-se para ele. Abriu as próprias calças e deixou que seu sexo saísse. Agarrou uma das nádegas com força, gravando suas unhas na pele branca, enquanto bombeava seu membro, estimulando-se. O corvo gemia de dor e de prazer e filetes de sangue corriam.

Kurama penetrou sem nenhum aviso ou preparação. Não se preocupava se causaria dores aquele youkai. Pensava apenas em si, no tesão que sentia, no seu sexo que pulsava, quente, pingando, exigindo um alívio.

O youkai gemeu alto, agarrando-se aos negros lençóis de seda. Uma dor insuportável arrebatava-o, como um ferro em brasa, porém não quis que Kurama parasse um só instante de penetrá-lo. Iria até o fim com o demônio que mais amava. Seria amante dele para sempre e isso era o que importava. Coitado!...

Logo Kurama estava todo dentro do youkai e acariciou as costas do outro. Karasu ofegava pesadamente. O youko agarrou os negros fios do corvo e o trouxe até perto dele, forçando-o a ficar de joelhos.

- Você gosta disso, meu belo corvo? - perguntou Kurama, lambendo a orelha e o pescoço de Karasu.

Karasu acenou positivamente com a cabeça, ainda ofegando. Porém Kurama não lhe deu tempo para recuperar seu fôlego. Empurrou-o com força para que ele voltar-se a ficar de quatro, e, segurando sua cintura, começou a estocá-lo.

Kurama estocou Karasu com força e vivacidade, sem se importar se causava dor ou prazer ao tolo youkai, pensava apenas em seu prazer. Contudo Karasu sentia prazer. O maior e melhor que teve ou teria em sua vida.

Gozou um pouco antes de Kurama sem precisar de um estimulo para isso, tamanho tesão que sentia. O youko ainda deu mais algumas estocadas, mantendo-o no lugar pela cintura. Ejaculou poucos minutos depois, inundando todo interior do youkai com o seu sêmen.

Deixou que Karasu desabasse na cama, livrando-se de seu pênis. O youkai estava exausto e quase já dormia.

Kurama deitou-se ao lado dele, de barriga para cima. Ofegava pelo êxtase a poucos instantes, porém não estava totalmente satisfeito. Talvez mais tarde poderia resolver esse probleminha com Yomi. Olhou para o lado e viu o corvo adormecido.

- Karasu... - chamou-o num sussurro para comprovar que estava dormindo.

Sem resposta.

Sorriu de satisfação. Seu plano dera certo. Karasu dormia, exausto pelos momentos de prazer que lhe haviam sido proporcionado. Agora era só sair dali com todo aquele tesouro e deixar aquele pássaro agourento com cara de bobo.

Kurama segurou-se para não rir alto e acordar o tolo corvo. Queria ser um mosquito para ver a cara daquele idiota quando acordasse e não encontrar nem ele e o seu tesouro. Karasu caíra direitinho em seu joquinho! Que pássaro mais estúpido! Pelo menos assim aprenderia a não atravessar mais o caminho de Youko Kurama.

Vestiu-se, com um sorriso que não conseguia evitar. Como fora tolo aquele youkai! Pegou o baú e fugiu o mais rápido dali, para sua toca.

Contou tudo para se amante, contentíssimo, porém Yomi não reagiu da mesma forma. Amarrou a cara em ciúmes que não duraram muito tempo, logo os dois demônios estavam rolando, fazendo amor, entre as jóias e pedras preciosas.

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Karasu acordou algumas horas depois. Kurama não estava mais lá. Não encontrou nenhuma peça de roupa, nada que demonstrasse que ainda estava por perto. Bem, ainda tinha seu tesouro e Kurama, mais cedo ou mais tarde, voltaria para seus braços, pensou. Tolo!

Foi quando voltou seus olhos para o baú que se deu conta de que Kurama não só havia partido sem avisar como também levara seu tesouro. Seu sangue ferveu na hora. Como pode ter sido enganado daquele jeito? Sentiu raiva dele próprio por ser tão tolo.

Levantou-se da cama e andou, com passos duros, de um lado ao outro de sua pequena casa. Puxava seus cabelos com raiva. Como fora estúpido!

Parou de fronte a um enorme espelho, que mostrava todo o seu corpo  e olhou-se.  Sua raiva cresceu. Socou o espelho, quebrando-o, enquanto berrava juras de vinganças para o youko que ludibriara dos seus sentimentos.

- Youko Kurama, ainda de mato! Miserável!... Nunca mais você vai me enganar! Nunca mais! Nunca mais!!!

 

FIM

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*Quem se alegra de ser louvado com palavras astutas, tardiamente sofre castigos vergonhosos como arrependimento. (Fedro)

OBS: Essa fic é inspirada numa fábula latina chamada “A Raposa e o Corvo” do autor Fedro. O final da fic foi inspirada no poema “O Corvo” de Edgar Allan Poe.