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Erika Almeida, Vila Viçosa Porque é que decidiu ser escritor? Ninguém queria que fosse escritor na minha família. Até diziam: «Como é que ele vai ganhar a vida?» Antes queriam que fosse engenheiro, médico... Mas não fui eu que escolhi. Nasceu comigo.

6.º C, Escola EB 2,3/S de Caminha, Vilarelho Foi difícil publicar o seu primeiro livro? O meu primeiro livro para crianças foi para a minha filha que tinha 6 anos. Depois, concorri a um prémio e ganhei-o. Era da Associação Portuguesa de Escritores. Ganhei

À Álvaro Álvaro conversa com

Magalhães Magalhães

Recebemos dezenas de perguntas para a primeira entrevista de Conheço um escritor. Três leitores foram escolhidos para fazer a entrevista e colocarem todas as questões recebidas na nossa redacção

www.visaojunior.pt

Vai a

esse prémio nos primeiros cinco anos. Até acabaram com ele porque era sempre eu que o ganhava [risos]! Como eram livros premiados nunca tinha dificuldade em publicar. Tinha uma pessoa que gostava muito dos meus livros, era a escritora Ilse Losa, que já morreu. Ela começou a publicá-los na ASA e praticamente obrigava-me a escrever para crianças. Na altura tinha escrito livros de poesia, pensava que iria ser poeta.

Quando escreve deixa-se influenciar

Saber como podes participar, ler mais respostas e ver o vídeo da visita a casa de Álvaro Magalhães

pelas opiniões dos seus leitores? Não. Quando escrevia o Triângulo Jota recebia muitas cartas. Pediam para o Gil se encontrar com a Joana. Nunca lhes fiz a vontade. Sei que tenho muitos leitores, mas se não tivesse nenhum escrevia

na mesma porque o meu compromisso é com a literatura.

Tem medo que os leitores não gostem do que escreve? Quando um livro acaba ficamos inquietos porque não sabemos o que lhe vai acontecer. Não há medo, acho que é uma dúvida. É aquilo que as mães sentem quando um filho sai de casa pela primeira vez.


Inês Teixeira, Santo André Como é o seu dia-a- -dia? Acordo ao meio dia [risos]. Conheces alguma outra profissão onde possas acordar à hora que queres, não tens patrão, não tens colegas, não tens horários? Acordo tarde, faço uma refeição, vou ler jornais, e começo a trabalhar por volta das três. Durante a tarde, respondo a telefonemas, contactos… A vida de um

escritor não é só escrever. Às vezes, dava jeito ter uma secretária para tratar de assuntos burocráticos. Depois de jantar começo a escrever a sério. Quando a minha mulher vai dormir e o telefone deixa de tocar é que é bom. Fico sozinho só com os três gatos e a Lua. Hoje, por exemplo, vai ser óptimo porque é Lua cheia e tenho sempre a ideia que escrevo melhor e mais.

Gabriel Sousa, Duarte Lopes, 11 anos, e Lígia Gonçalves, 12 anos, alunos do 6.º C da EB 2,3/S de Caminha, foram à casa do escritor, no Porto

Alice Vieira

No próximo mês lê as respostas da escritora às perguntas dos nossos leitores

Álvaro Magalhães, 59 anos, autor de êxitos como Triângulo Jota, O Limpa-Palavras e outros Poemas ou O Brincador, é o primeiro autor da iniciativa Conheço um escritor, promovida pela VISÃO Júnior, em parceria com o Plano Nacional de Leitura e com a Rede de Bibliotecas Escolares. Na visita a sua casa e na companhia dos seus três gatos (Pandora, Lucas e Micha), o escritor anunciou várias novidades: até ao fim do ano serão publicados mais seis livros da série Crónicas do Vampiro Valentim (no total serão 12) e, em Abril, começará a publicar uma nova série de livros, intitulada Lucas Scarpone, aventuras de um gato que vive num mundo de gatos evoluídos.

Alunos do 5.º A, da Escola Básica e Secundária de Arga e Lima Escreveu Maldita Matemática. Gosta de matemática? Nunca gostei de matemática, por isso é que escrevi o livro. Sofria muito quando era miúdo, tinha muito boas notas a Português e muito más a Matemática. Tinha dificul- dade em compreender, sou muito distraído e não me concentrava. Ainda hoje não sei fazer coisas

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primárias como conversões de euros…

Ana Marta Santa Dias Se pudesse entrar numa das suas histórias, em qual seria? Há muitas histórias minhas onde eu estou. No Triângulo Jota posso encontrar lá o Joel, no Hipopoóptimos o rapaz tímido, envergonhado, o Guarda-redes míope de O Brincador. Estou nos meus livros todos.

Alunos do 1.º Ano da EB1 de Sever do Vouga Na história Joaninha, diz «(…) todas as crianças têm asas, embora não se saiba.» Quando era criança também tinha asas? É uma metáfora.

Quer dizer que as crianças têm capacidade de imagi- nar, sonhar muito mais do que os adultos.

Alunos do 8.º B/F e A, Escola Pedro Jacques de Magalhães, Alverca O que é que ainda lhe falta fazer? Ora aí está

O que queres perguntar ao escritor António Mota?

Ele vai responder a todas as perguntas, na edição de Abril

Álvaro Magalhães com uma das suas grandes companheiras, a Pandora

Texto: Florbela Alves Fotos: Lucília Monteiro

uma pergunta a que não consigo responder... Falta- me talvez escrever um livro que seja tão irresistível que dê a volta ao mundo!

A nível pessoal, qual a pessoa que mais admira? O meu avô porque era uma pessoa muito bondosa, pensava pouco nele e passava a vida a ajudar os outros.

Qual a memória mais forte que tem da sua infância? Talvez aos 14 anos, estar a sofrer muito para escrever um poema. E, no fim de ter escrito, pensar: «Será que já é poesia?»

Alunos 6.º Ano, Agrupamento de Escolas de Arronches Qual é o seu livro preferido? Podemos querer fazer um poema e

Como participar Individualmente, a pares ou em grupo, envia as tuas perguntas até dia 2 de Março para escritoresjunior@visao.impresa.pt. Podes enviar vídeos com dramatizações, recontos e textos sobre o trabalho e a vida do autor.

não conseguir, é preciso esperar que a poesia venha ter connosco. Por isso, talvez escolhesse O Brincador, que reúne os meus poemas todos.

João Pedro Rodrigues, 3.º Ano, Centro Escolar Prof. José Pinheiro Gonçalves Como definiria a poesia a uma criança de 8 anos? A própria palavra criança, porque as crianças são poetas mesmo quando não sabem.

Rafael, Manuel e Inês, EB João de Barros, Viseu Já pensou em desistir de escrever? Vou escrever sempre. É um trabalho que nunca cansa. Sabes porquê? Porque gosto de o fazer, é isso é uma sorte.

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