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Texto de 5 min…

Texte

Como um texto pode fazer abrir o campo dos sentidos?

leitura - campo aberto onde o comum pode ser a soma das diferenças.

leitura - presença abertura porosidades.  a plaza em mim, eu emplazada. sem a determinação da palavra que encerra o dito. a in-de-terminação da leitura em dança - uma festa esgarçando as recepções de possibilidades não ditas mas vividas. 

o professor - amor e liberdade, aquela que partilha o não saber, que comunga o vazio da tríade da voz que se põe a ser habitada por pensamentos, sentimentos, pertencimentos do coletivo ávido em corpos abertos.

o saber. o não saber. o não da lei não tem vez. o não para a lei do saber. conhecimento em des-conhecimento. sem cimento no saber. des medir sabedorias e competências. competências? des medir para surgir. pluralizar. democratizar.

Um trecho me prendeu bastante em reflexões sobre as relações com a educação em dança de salão. Como é oferecido este presente e como as pessoas que fazem aula recebem e retornam este presente oferecido.

Pensar é cruel, pode ser in-de-terminado quando procuramos não o que diz o texto, mas como aproximamos e procuramos nele as respostas.

O comum, como numa performance, num lugar público de compartilhar palavras e silêncios. O professor que oferece um presente, que é voz, texto, silêncios e …

Abrir as comportas do texto. Procurar em estado de presença o não-dito. Não apreender o que está no texto/lição, mas FURAR ele. PROFANAR AS PALAVRAS. A valiosa experiência da palavra lida e compartilhada.

Relações entre o ensinar e o aprender. Como a pessoa que dá aula provoca quem ouve, quem acompanha o que está sendo dito. Reflexões sobre determinação e indeterminação. O quanto é libertador ou restringente cada uma delas.

Me emociona a experiência de ler com e a experiência de aprender com. Senti o tempo e a presença das pessoas, as palavras se multiplicando em sentidos na sala, preenchendo os corpos e o espaço entre os corpos, tal qual as margens da folha em branco. Pensei na comunidade e na amizade, no presente e no convite. Me sinto sim uma professora artista que remete uma carta. Ao final, me parece que é tudo sobre o amor. E o mais lindo é que sequer essa ideia de amor é única.

Me perdi em praticamente 80% da leitura coletiva do texto.

Isso me parece dizer muito sobre como tenho organizado (ou desorganizado) o retorno aos encontros presenciais.

Ora querendo fugir (“Eu não posso me perder“, disse um colega na apresentação).

Ora adiantando a leitura das páginas, como se pudesse chegar no futuro e voltar pra conta como foi a aventura. Ora lendo dois ou três parágrafos atrás na inútil tentativa de conseguir caminhar junto na leitura.

Tudo isso me diz algo mais, me evoca fracassos para encontrar algo que funcione, algo que não está dado ali.

O tempo me apavora. Como seria contar o tempo se a gente decidir dar trégua aos anos, horas, minutos e segundos? Como contar o tempo pela respiração, pelos sentimentos ou pelos passos? Como abrir mão do tempo?

O tempo me apavora porque Tempo é invenção colonial. Por isso me perco num quebra-cabeça que…

(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))(((acabou meu tempo)))

Por que não entrar no jogo e dentro do jogo criar um espaço de afeto e companheirismo? Ler a lição e construir um caminho próprio que é feito de erros e acertos. Difícil fazer este exercício. Preciso caminhar lentamente com esses textos e/ou me concentrar mais intensamente para me reencontrar com La Rosa. [Imaginar]

Abertura da comunidade no comum. Como construir essa comunidade atenta, presente e aberta? Ao fazer o exercício de leitura comum e ler sobre e a partir e com o que fazemos, ou seja, esse texto se amalgama ao exercício - vamos nos descobrindo essa comunidade, atenta, entre si - falando e fazendo, lendo e performando, pensando e agindo - construímos uma coreografia de leitura - lemos um texto que nos convoca para ser comunidade - 1a lição. Descortinamos juntes as palavras e os corpos, construímos um pensamento - ação heterogêneo desse texto - lição - convocação.

O que seria ler em liberdade? Encaro o texto como um amigo ansioso que está disposto a compartilhar todas suas angústias, problematizações e descobertas. Encaro o texto como o mundo que está disponível para ser compartilhado. Como eu encaro esse novo vínculo de amizade? Eu me disponibilizo a viver essa amizade em liberdade ou ainda me prendo a normas de leituras …

?Ler em liberdade seria se deixar levar a contínua repetição do texto até que a experiência da leitura o sacie? Ler em liberdade me dá o direito de escrever com liberdade? E viver a leitura e escrita do mundo?

Ler em voz alta, com corpo presente. Uma certa dissociacao do que se le,  do que se entendee do que se sente. ler em voz alta é tb escutar minhas autocriticas. se afinar com um devir leitura para navegar em outras camadas sensivies que o prprio jogo me convida. o medo de errar ainda paralisa. NAO CEDER ! náo resistir mas fluir com a tal ignorância que está sempre à espreita  desejando se afirmar o tempo todo.   se ja é dificil me escutra imagina escutar outras pessoas lendo com mascara. minha vontatde é de ficar na REPETICAO. saber furtar, nao é pedir, nao é esperar.    

Leitura compartilhada como forma de partilha do sensível, emergindo ou fazendo emergir urgências do eu para partilha com o nós, e que pode vir a emergir novas urgências através da empatia do ouvir na partilha do  que se lê.

A CABEÇA PENSA O QUE SE OUVIU - falado - dito - sentido - ouvido - lido - entendido - pensado - relido - ler - não lido - escrita - compreendido - texto - lição - leitura - leitores - devir - professora - comunidade - ofertado - amizade - compartilhado - aprendido - comum - heterogeneidade - pluralidade - programada - determinar - terminar - indeterminar -

A CABEÇA PENSA O QUE SE OUVIU

Esse jogo de palavras

Coisas que não entendo

Oralidade é mais fácil

Mas poder escutar que lê

pensar juntos junta

Os malabares com as palavras

é um jeito de fazer

como um texto pode fazer abrir o campo dos sentidos?

Nem sei se gosto tanto disso. As coisas têm nomes, nomes que se movem.

Gosto da escuta em 3 atos. A do texto, a da voz, a dos outros que escutam. 4 atos. do mundo que continua acontecendo enquanto compartilhamos sentidos em segurança em uma sala com a porta fechada

Hoje vi um pássaro morrer

Ele é caos ou hierarquia?

dá pra abrir tanto assim os sentidos?

gosto de pensar que é o encontro

e o prazer dele, do encontro.

o quanto nos movemos porque alguém se moveu ou porque eu me senti atravessada? criando sentidos só-compartilhados