FUNDAÇÃO AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL - FAS

SUS NA FLORESTA

 

 

 

 

 

 

 

GUIA DE SAÚDE RIBEIRINHO:

 PAPEL, DESAFIOS E POSSIBILIDADES DOS AGENTES DE SAÚDE RIBEIRINHA

(VERSÃO PRELIMINAR)

Elaborado por : Maíra Mendes dos Santos

 

 

 

2021

Manaus, Amazonas

 

 

 

 

 

 

 

Apresentação

Esse guia de saúde ribeirinho é parte de um esforço coletivo entre consultores e pesquisadores para aperfeiçoar o sistema de atendimento em saúde de populações tradicionais. Esse produto faz parte de um projeto chamado SUS na floresta, idealizado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) que uma organização da sociedade civil, que atua na Amazônia, sem fins lucrativos, sem vínculos político-partidários, de utilidade pública e beneficente de assistência social.  O SUS na floresta tem como objetivo maior a identificação e implementação de soluções e serviços efetivos em saúde para as populações amazônicas, de modo a adequar os princípios, estrutura e ações do SUS às especificidades das populações ribeirinhas e indígenas.

O projeto do SUS na floresta surgiu durante a pandemia do coronavírus, quando a FAS passou a liderar a articulação da Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais contra o vírus no Amazonas. Essa aliança conta com apoio de vários parceiros institucionais, na criação de estratégias para o cuidado em saúde de populações tradicionais, vulneráveis ao COVID-19 e que carecem de acesso aos serviços do SUS.  

A melhoria dos serviços de saúde nos territórios indígenas e localidades ribeirinhas só poderia ocorrer a partir da apropriação pelos agentes locais de saberes e condutas em saúde de modo a trazer sustentabilidade do cuidado às comunidades. Por isso, é  com esse objetivo que   foi idealizado e construído esse guia de saúde,  ou seja, para que ele seja um instrumento diário do agente comunitário de saúde, apoiando e facilitando suas ações de saúde dentro da atenção primária.

Os itens apresentados por esse guia foram definidos a partir de um diagnóstico situacional, realizado também como parte do projeto SUS na Floresta, resguardando sua efetividade na resolução dos principais desafios enfrentados pelas comunidades ribeirinhas em geral, assim como  esclarecendo as principais ações do agente de saúde. Dessa forma,  abordaremos sobre o papel do Agente Comunitário de  Saúde, formas de realização do  diagnóstico e visitas domiciliares,  descrições e manejo de  doenças mais prevalentes  , além de  formas de promoção de qualidade de vida da população.

        SUMÁRIO

Apresentação        3

O papel do Agente Comunitário de Saúde        4

Como fazer um diagnóstico comunitário?        9

Visita domiciliar: como realizar?        13

Primeiros socorros – Quando e como realizar?        15

Tuberculose        26

Doenças Diarreicas        28

Infecções Respiratórias        31

Doenças Parasitárias        36

Malária        41

Doenças Crônicas        44

Promovendo hábitos saudáveis        50

COVID – 19        53

Imunização        57

Referências Bibliográficas        64

        

        

O papel do Agente Comunitário de Saúde

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina

Cora Coralina

Nesse tópico, vamos falar sobre o seu papel na equipe de saúde e na comunidade. Seu trabalho é fundamental para que os cuidados em saúde cheguem nas casas das pessoas. Você é o elemento da equipe que mantém maior contato com a população, entra nos domicílios, recebe diretamente as queixas da comunidade, comprometendo-se de forma direta com a necessidade de dar respostas e encaminhamentos aos problemas encontrados. Ao mesmo tempo, precisa auxiliar a equipe na resolução dos desafios diante das possibilidades e limites da própria equipe e do sistema de saúde.

Com os avanços legais e políticos do SUS (Sistema Único de Saúde) e, principalmente com a criação do Programa de Saúde da Família para implementar a Atenção Primária, a família passou a ser peça-chave para as ações em saúde, sendo o foco para a compreensão processo saúde-doença, ampliando o conceito predominante do atendimento emergencial ao doente em hospitais, efetivando, portanto, ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes.

Você, Agente Comunitário da Saúde - ACS, faz parte da Estratégia de Saúde da Família e portanto, a família é o ponto de partida para o seu trabalho. Vamos, então, entender melhor do que se trata esse conceito.

A família pode ser considerada como o primeiro contato da pessoa com a sociedade e é a mais importante influência na vida das pessoas. É na família que aprendemos os costumes, valores e crenças que irão formar nossa identidade e nossas experiências emocionais. Podemos chamar de família um grupo de pessoas com vínculos afetivos, seja de sangue ou de convívio.

A formação das famílias vem se transformando ao longo do tempo, conforme as mudanças sociais, econômicas, religiosas e culturais. Hoje existem vários de formação dessa unidade familiar, como: famílias com união estável, reconstituídas, de casais do mesmo sexo, de casais que moram em casas separadas, de famílias constituídas apenas com a mãe ou pai e seus filhos, ou ainda família com a ausência do pai e da mãe. Nesses casos, os avós ou tio/tia costumam assumir a responsabilidade em cuidar da família.

Vamos elencar abaixo, alguns aspectos que devem ser considerados para a identificação da formação e funcionamento familiar:Canoe outline

 O grau de parentesco entre os membros da família.Canoe outline

Quantos e quem são os membros agregados.Canoe outline

A função de cada membro na família, por exemplo, como é a divisão das atividades domésticas, a divisão das despesas da casa, quem é o esteio emocional e espiritual da família, etc.Canoe outline

Os tipos de trabalho dos membros da família.Canoe outline

A forma como o homem e a mulher exercem seus papéis na família e quem exerce a liderança.Canoe outline

As crenças, hábitos, valores e costumes religiosos, principalmente aqueles que podem influenciar no cuidado com a saúde.Canoe outline

Presença de conflitos entre os familiares e como eles resolvem esses conflitos.Canoe outline

Se todos os membros da família possuem documentos de identificação: certidão de nascimento, CPF, carteira de identidade, carteira de trabalho (se for o caso), ou outros que facilitem o exercício da cidadania.

É muito importante perceber, então, que cada comunidade e região tem características diferentes em relação aos costumes, condições sociais e econômicas e políticas.

Independente da atividade que esteja exercendo, a intenção deve ser sempre de ajuda e respeito, no sentido de procurar atender as necessidades de saúde, por meio de orientação/informação, cuidado, troca de experiência, buscando a solução dos problemas em conjunto com os demais profissionais da equipe.

O ACS precisa “traduzir” o seu próprio entendimento sobre saúde, e ter seu campo de visão ampliado para entender e assimilar a cultura, costumes, língua e toda a relação familiar e peculiaridades de cada povo. Para que isso aconteça, ele precisa construir uma relação de confiança com as pessoas, que chamamos de vínculo.

Quando se forma o vínculo, cria-se uma potente estratégia para transformação das práticas cotidianas de saúde que possam atender as demandas e as necessidades em saúde das pessoas. Um dos pontos fundamentais para se formar o vínculo é saber ouvir e respeitar a visão do outro.

Por ser aquele que entra no domicílio e conhece a intimidade da pessoa, o ACS acaba vivenciando situações que muitas vezes os outros profissionais não podem vivenciar.

Lembre-se, o ACS é um elo entre a comunidade e os serviços de saúde. Ele ajuda as pessoas a encontrar soluções mais eficazes para os seus problemas.

A seguir, algumas das atividades do Agente Comunitário de Saúde:

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Cadastrar as pessoas da comunidade no Sistema Regulatório de Saúde.Canoe outline

Identificar as áreas e situações de risco individual e coletivo.Canoe outline

Encaminhar as pessoas com problemas de saúde às Unidades de Saúde.
Orientar as pessoas em relação a formas de promoção e a proteção da saúde e ao uso do sistema de saúde.
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Acompanhar o tratamento e reabilitação das pessoas doentes, orientadas pelas Unidades de Saúde.
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Desenvolver ações programadas e situacionais que busquem a integração entre a equipe de saúde e a comunidade de referência da UBS, considerando as características individuais e do grupo e as finalidades do trabalho de acompanhamento a condições favoráveis à saúde.Canoe outline

Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade, sendo a programação feita em conjunto com a equipe, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade. As famílias com maior necessidade devem ser visitadas mais vezes, mantendo como referência a média de 1 (uma) visita/família/mês;Canoe outline

Em situação de surtos e epidemias, executar em conjunto com o agente de endemias ações de controle de doenças, utilizando as medidas de controle adequadas, manejo ambiental e outras ações de controle do vetor (qualquer ser vivo que transporta e transmite um causador de doença a outro organismo vivo), de acordo com decisão da gestão do seu município.

Além dessas funções, o ACS pode desenvolver outras atividades na Unidade de Saúde, desde que vinculadas às atribuições acima.

De certa forma, todas as atividades realizadas pelo ACS devem ser educativas, ajudando o ribeirinho (ou indígena) a compreender os fatores envolvidos no processo de saúde e de adoecimento.  A postura educativa tem como objetivo final contribuir para a melhoria da qualidade de vida da
população. As ações educativas em saúde podem envolver desde o explicar sobre um problema de saúde, até atividades mais complexas como oficinas, campanhas etc. todas devem envolver o exercício do diálogo e do saber escutar.

O enfoque educativo é um dos elementos fundamentais na qualidade do serviço prestado. Educar é um processo permanente de construção. As ações educativas têm início nas visitas domiciliares, mas podem ser realizadas em grupo, seja na própria Unidade de Saúde ou nos espaços coletivos da comunidade.

As atividades em grupo são poderosas para gerarem reflexões e aprendizados em saúde. Existem diferentes metodologias para se trabalhar com grupos. Você e sua equipe devem avaliar a que melhor se adapte à realidade local em termos de estratégias, tempo e espaço.

A linguagem deve ser sempre simples, para que a pessoa compreenda o que você está dizendo. É importante considerar a experiência e o conhecimento de todos os envolvidos no processo para que haja troca de ideias. Somente assim, as pessoas desenvolverão capacidade de tomada de decisão sobre o próprio cuidado em saúde, se tornando autônoma e protagonistas de si mesmas.


Como fazer um diagnóstico comunitário?

"A educação é um ato de amor, por isso um ato de
coragem. Não pode temer o debate.
A análise da realidade, não pode fugir à discussão
criadora, sob pena de ser uma farsa.”
Paulo Freire, em Educação como Prática da Liberdade

Para que haja um planejamento efetivo de ações em saúde, é necessário realizar um diagnóstico da comunidade. Nesse capítulo, vamos explicar do que se trata o diagnóstico e como realizá-lo.

O diagnóstico comunitário é uma ferramenta que tem como função identificar os riscos, vulnerabilidades e prioridades de uma comunidade, promovendo a proteção à saúde do indivíduo e operacionalizando e planejando os serviços no processo de vigilância em saúde.

Deve ser realizado pela equipe de saúde do local com a participação de todos da comunidade. Sempre haverá pessoas na comunidade que queiram contribuir para a saúde das pessoas com conhecimentos fundamentais para o diagnóstico.

Esse diagnóstico precisa ser realizado através do vínculo formado entre a pessoa da comunidade e o agente de saúde, com a realização do mapeamento territorial da comunidade, do levantamento das doenças mais comuns e suas causas; e das necessidades sanitárias, para que com isso, possa se viabilizar a promoção da saúde e vigilância em saúde.

É interessante que toda a equipe de saúde ajude na elaboração do diagnóstico pois isso aumentará o conhecimento sobre a comunidade sobre as áreas de risco, locais de plantação, caça, pesca, coleta de alimentos e outros recursos naturais, além dos espaços de apoio à saúde (como a escola ou a associação).

O diagnóstico deve ser capaz de:

Para realizar o diagnóstico comunitário o ACS tem que ter em mente alguns pontos importantes, como:

A etapa inicial do diagnóstico é o cadastramento das famílias do seu território de atuação, que deve ter no máximo, 750 pessoas. Para realizar o cadastramento, é necessário o preenchimento de fichas específicas que influenciará no planejamento da equipe.

O cadastro permite o conhecimento das reais condições
de vida das famílias residentes na área de atuação da equipe,
tais como a composição familiar (que já falamos o quanto é importante essa compreensão), a existência de população indígena, quilombola ou assentada, a escolaridade, o acesso à água potável, o número de pessoas por sexo e idade, as condições da habitação, a situação econômica, as doenças referidas etc.

Além disso, a identificação dos estabelecimentos e instituições presentes no território, como escolas, associações, creches, comércio, campo de futebol, igrejas, praças, instituições de longa permanência (ILP), cemitério, depósitos de lixo/aterros sanitários etc. ajuda na elaboração do planejamento das ações utilizando todos os recursos que a comunidade possa ter.

Identificar os locais onde os moradores costumam ir para resolver seus problemas de saúde também é fundamental. As pessoas podem ir, por exemplo, a casa benzedeiras ou rezadores, raizeiros ou em busca de pessoas que são conhecidas por saberem orientar sobrenomes de remédio para algumas doenças. No diagnóstico, é importante também procurar saber se as pessoas costumam usar remédios caseiros, chás, plantas medicinais, e outras práticas alternativas.

A equipe de saúde, de posse dessas informações deve atuar de forma integrada, discutindo e analisando em conjunto as situações identificadas. O cadastro das famílias deve ser feito sistematicamente para que os dados estejam sempre atualizados.

A coleta das informações pode ser armazenadas em fichas ou em um mapa, onde reflita como uma “fotografia” da sua comunidade que pode ser feito manualmente ou com recurso de informática ou internet. Nesse mapa, devem constar as ruas, caminhos, rios e todos os recursos que a comunidade possui, dos quais elencamos alguns deles anteriormente.

No mapa, é necessário que você e sua equipe identifique quais os riscos da sua microárea. Como o mapa retrata o território onde acontecem mudanças, ele é dinâmico e deve ser sempre atualizado.

Esclarecendo ainda mais a importância do mapa, com ele, você pode:

Atenção! É importante saber que:

Ao identificar indígenas na sua comunidade, não esqueça que o indígena possui o direito de ser acompanhado, respeitando-se as diferenças culturais.
É necessário considerar que o indígena nem sempre tem domínio da nossa língua, podendo entender algumas palavras em português, sem compreender o que você gostaria de passar para ele. Então, verifique se a comunicação está acontecendo de forma satisfatória ou não. O esforço de compreensão
deve ser mútuo de modo a promover o diálogo.


Visita domiciliar: como realizar?

A visita domiciliar é a atividade mais importante do seu papel como Agente de Saúde. Nesse capítulo, vamos falar sobre os objetivos da visita domiciliar e como proceder nessa atividade.

Por meio da visita domiciliar, é possível:

• identificar os moradores, por faixa etária, sexo e raça, ressaltando situações como gravidez, desnutrição, pessoas com deficiência etc.;

• conhecer as condições de moradia e de seu entorno, de trabalho, os hábitos,
as crenças e os costumes;

• conhecer os principais problemas de saúde dos moradores da comunidade;

• perceber quais as orientações que as pessoas mais precisam ter para cuidar melhor da sua saúde e melhorar sua qualidade de vida;

• ajudar as pessoas a refletir sobre os hábitos prejudiciais à saúde;
• identificar as famílias que necessitam de acompanhamento mais frequente ou especial;

• divulgar e explicar o funcionamento do serviço de saúde e quais as atividades disponíveis;

• desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população do território de abrangência;

• ensinar medidas de prevenção de doenças e promoção à saúde, como os cuidados de higiene com o corpo, no preparo dos alimentos, com a água de beber e com a casa, incluindo o seu entorno;

• orientar a população quanto ao uso correto dos medicamentos e a verificação da validade deles;

• alertar quanto aos cuidados especiais com puérperas, recém-nascidos, idosos, acamados e pessoas portadoras de deficiências;

Ao entrar na casa de uma família, você entra não somente no espaço físico, mas na intimidade da pessoa. Ao abrir a casa para você, a família está expondo sua história de vida, com suas crenças, sua cultura, seu modo de viver!
A sensibilidade do ACS para compreender o momento e a maneira certa de abordar as pessoas é uma das habilidades mais importantes e a que permite gerar uma relação de confiança.

Separar o lado pessoal do profissional não é uma tarefa fácil, principalmente quando o ACS mora no mesmo local onde trabalha e o contato é constante. Entretanto, saber dissociar a relação pessoal do seu papel como agente comunitário de saúde é muito importante para tomar decisões corretas de promoção, prevenção, controle, cura e recuperação de saúde. Além disso, impede de o ACS fazer (pré) julgamentos que não são bem-vindos como um Agente de Saúde. Todos os membros da equipe, inclusive, devem respeitar as diferenças entre as pessoas, adotando uma postura de empatia, respeito e tolerância às distintas formas de pensamento e modo de vida que não sejam os mesmos que você e sua equipe vivenciam.

Para que a visita domiciliar seja bem feita, ou seja, atinja seu objetivo, ela deve ser planejada. Ao planejar, você também consegue gerir melhor o tempo e respeitar também o tempo das pessoas que está visitando. Então, crie um roteiro de visitas e defina o tempo de duração de cada vista, devendo, claro, adaptar de acordo com a necessidade que surgir.

A pessoa a ser visitada deve ser informada do motivo e da
importância da visita. Chamá-las sempre pelo nome demonstra
respeito e interesse por elas. Quando você não souber responder a alguma pergunta, não se preocupe, apenas diga que vai procurar a resposta e informar à pessoa na próxima visita. Essa conduta ajuda também a gerar uma relação de maior confiança e compromisso.

Com o seu roteiro de visitas em mãos, informe às pessoas que pretende visitar para verificar essa possibilidade. Isso ajuda na execução do planejamento, além de ser um ato de respeito. Na primeira visita, é indispensável que você diga seu nome, explique o motivo da sua visita e se, a pessoa não conhecer o seu trabalho, fale sobre ele.




Após a realização da visita, você deve se certificar se o objetivo dela foi alcançado e se foram fornecidas e colhidas as informações necessárias. Com isso, é possível corrigir as possíveis falhas. Com as informações corretas, você deve compartilhar com o restante da equipe, expondo as possíveis dúvidas, suas impressões, seus anseios e as condutas exitosas.

Lembre-se que toda visita deve ser realizada a partir de um planejamento da equipe, com base nas necessidades identificadas de cada família. Pode ser que seja levantada uma situação de risco e isso demandará a alteração do planejamento para a realização de visitas mais frequentes.

Primeiros socorros – Quando e como realizar?

Como o nome já diz, os primeiros socorros são as primeiras medidas de assistência que uma pessoa realiza diante de um acidente ou qualquer intercorrência em saúde até ela ser levada a uma unidade de saúde.

Nesse capítulo, vamos “falar” sobre as principais ocorrências que levam à necessidade de primeiros socorros e como realizar essas medidas.

Primeiramente, vamos apresentar algumas situações em que você deve orientar a família a procurar um serviço de saúde da área de moradia de forma imediata:

Caso você encontre alguém com uma dessas situações acima durante a visita domiciliar, informe a sua equipe de saúde imediatamente e reforce as orientações dadas pelo Polo Base a um parente responsável.

Independente da situação que necessita primeiros socorros, é importante seguir essas orientações:

Para realizar os primeiros socorros da melhor forma possível, é necessário que você possua o kit de materiais para os devidos procedimentos.

        A caixa de primeiros socorros deve conter:

Atenção!

É fundamental se proteger ao prestar socorro. Proteja suas mãos com luvas descartáveis ou, na falta delas, algum material impermeável e limpo, como sacolas plásticas. Além das mãos, preserve também seus olhos, nariz e boca. Não toque nessas áreas enquanto não lavar as mãos após a prestação do socorro para evitar qualquer contaminação.

Para que possa prestar socorro, é preciso saber quais são os sinais vitais e o que fazer para verificá-los. Como o nome já sugere, os sinais vitais dão informação de como as funções básicas do corpo estão funcionando. Um dos sinais é a respiração. Você pode avaliar como está a respiração de duas maneiras:

  1. Observe se o peito da vítima está se movimentando. Isso é sinal de que o ar está entrando e saindo dos pulmões dela.

                                                                  Fonte: SANTOS, OZÉLIA, 2021.

  1. Coloque os dedos ou o seu rosto próximo ao nariz da vítima para que possa sentir a respiração dela.

                                                               Fonte: SANTOS, OZÉLIA, 2021.

A frequência respiratória varia de uma criança para um adulto. Uma criança que está respirando normalmente vai realizar a respiração (que é a inspiração, quando puxa o ar, e a expiração, quando solta o ar) de 15 a 30 vezes dentro do intervalo de um minuto. Já um adulto faz de 12 a 20 respirações em um minuto. Para medir essa frequência, pegue o relógio e conte no tempo certo.

Outro sinal vital é a pulsação arterial, que é o ciclo de expansão e relaxamento das artérias do corpo. Para verificar a pulsação da vítima, coloque o dedo indicador e o dedo médio no pulso (que fica localizado no punho na mesma direção do dedão) ou na carótida (artérias que ficam localizadas nas laterais do pescoço)

                                                                    Fonte: SANTOS, OZÉLIA, 2021

Assim como a frequência respiratória, você deve contar quantas vezes a pulsação ocorre dentro de um minuto. Em uma criança, a pulsação normal é de 120 batimentos em um minuto. Já em um adulto, é de 70 a 80 batimentos em um minuto.

                                                                         Fonte: SANTOS, OZÉLIA, 2021

Outro sinal vital importante é a temperatura. O corpo humano, em funcionamento normal, possui temperatura entre 36ºC e 36, 5ºC. Para medir a temperatura, use o termômetro e na falta dele, você pode sentir a temperatura pegando na pele da vítima. Observe também se a pele está pálida ou arroxeada (sinal de falta de oxigenação correta no corpo).

É importante verificar também o nível de consciência da vítima. Para isso, faça perguntas básicas, como por exemplo: Qual o seu nome? Quantos anos você tem? Que dia é hoje? Onde você está?

É possível verificar o nível de consciência da vítima, pedindo para ela apertar a sua mão. Assim você pode verificar se ela compreende esse comando.

Caso você perceba a falta de pulsação e de respiração, a vítima está em parada cardiorrespiratória e será necessário você realizar uma reanimação cardiopulmonar nela, Veja quais são os passos para essa reanimação:

  1. Coloque a vítima de barriga para cima em um local que seja duro e plano, como o chão.
  2.  Peça para alguém chamar ajuda, seja de um enfermeiro ou na falta dele do líder indígena que tenha conhecimento em primeiros socorros.
  3.  Fique de joelhos ao lado do corpo da vítima e verifique se não há nenhum corpo estranho na boca da vítima que esteja obstruindo as vias respiratórias. Se encontrar alguma coisa, retire e mova a língua da vítima para abrir as vias respiratórias.
  4.  Comece a compressão no coração, colocando uma mão em cima da outra, entrelaçando os dedos e apoiando a palma de uma das mãos no meio do peitoral da vítima;                                                                    

  1. Empurre o tórax da pessoa para baixo, deixando seus braços esticados e utilizando o peso do seu corpo para fazer esse movimento. É necessário deixar que o peitoral dela volte para a posição original a cada movimento. Faça esse procedimento 30 vezes

                                                                                 

                                                                         Fonte: SANTOS, OZÉLIA, 2021

                                                                                           

  1.  Depois da compressão, ponha uma mão na testa da vítima e, com a outra, levante o queixo dela devagar. Inspire profundamente enchendo seu peito de ar e sopre o ar na boca da vítima devagar até ver o peito dela subir. Espere o peito da vítima baixar e repita essa respiração boa a boca.

                                                                             Fonte: SANTOS, OZÉLIA, 2021

Caso a vítima não melhore, refaça o procedimento de reanimação, fazendo as 30 compressões e 2 respirações até a ajuda chegar. Você pode pedir que outra pessoa continue a reanimação caso você fique muito cansado.

Atenção!

 NUNCA dê nada à vítima algo para beber, cheirar ou comer.

Agora vamos explicar o que fazer em caso de a vítima desmaiar.  Desmaio é a perda repentina da consciência.

As principais causas são:
• hipoglicemia (queda de açúcar no sangue);
• cansaço excessivo;
• fome;
• nervosismo intenso ou emoções repentinas;
• acidentes que envolvem perda grande de sangue;
• dor intensa;
• mudança rápida de posição (de deitado para em pé);
• bradicardia (batimento do coração lento).


Existem sinais de que a pessoa pode vir a desmaiar, que são:

• fraqueza;
• suor frio abundante;
• tontura ou ânsia de vômito;
• palidez intensa;
• pulso fraco (pressão arterial baixa);
• respiração fraca;
• pés e mãos frios;
• escurecimento abrupto da visão.

O que fazer se a pessoa começou a desmaiar?

1) Sente a vítima em uma cadeira ou algo semelhante.

2) Ajude-a a se curvar para a frente e baixe a cabeça dela entre as pernas, em altura mais baixa que os joelhos.

3) Peça para ela respirar profundamente até o mal-estar passar.

O que fazer caso a pessoa desmaie?

  1. Mantenha ela deitada, colocando sua cabeça e ombros em posição mais baixa em relação ao resto do corpo.
  2. Afrouxe a sua roupa.
  3. Mantenha o ambiente ventilado.
  4. Se a vítima vomitar, vire o corpo dela de lado para que ela não se sufoque com o vômito.
  5. Depois que ela voltar à consciência, pode oferecer a ela café, chá ou água com açúcar.

Intoxicação

Intoxicação é uma ocorrência comum e que necessita de medidas rápidas para socorrer a vítima. Vamos entender do que se trata e como realizar os primeiros socorros. Intoxicação é uma forma de envenenamento pela exposição a substâncias químicas tóxicas para o organismo, gerando alterações funcionais e ou anatômicas mais ou menos graves.

Abaixo, vamos listar alguns sinais de intoxicação:

O que fazer se uma pessoa estiver com intoxicação?

1) Peça alguém para chamar ajuda de um enfermeiro ou médico.

2) Isole a área.

3) Tente identificar o tipo de agente de intoxicação (pode estar  no mesmo local onde a vítima está localizada, como frascos de remédios, materiais de limpeza, bebidas, seringas de injeção, latas de alimentos ou produto químico, caixas e outros recipientes.

4) Certifique que você ou quem for realizar o resgate esteja utilizando os equipamentos de proteção para autoproteção.

5) Remova a vítima para um local ventilado.

6) Verifique os sinais vitais e aplique, caso necessário, as técnicas de ressuscitação cardiorrespiratória, mas NÃO faça a respiração boca-a-boca caso a intoxicação seja por inalação de algum produto. Para estes casos, utilize máscara ou outro sistema de respiração adequada.

7) Caso o serviço de urgência não chegar no local, procure levar a vítima imediatamente a um pronto-socorro. Se for possível entregue uma amostra do agente causador da intoxicação, ao atendimento especializado, para facilitar a escolha do tratamento adequado.

A ingestão de algumas plantas pode causar envenenamento, causando alterações nos sistemas circulatórios, gastrointestinal ou do sistema nervoso. Cerca de meia hora após a ingestão de uma planta venenosa, a vítima pode apresentar queda de pressão arterial, sudorese, fraqueza, cianose (pele com coloração azul da pele e das mucosas devido à baixa quantidade de oxigênio no sangue).

Abaixo vamos listar algumas plantas venenosas:

      Além das plantas, existe o envenenamento por animais peçonhentos que acontece pela introdução no organismo humano da peçonha, que é uma substância tóxica presente em alguns animais como determinados sapos, cobras, insetos, etc.  Vamos “falar” agora sobre o que fazer diante de acidente com animais peçonhentos (venenosos):

  1. Lave o local da picada com água e sabão.
  2. Leve a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, mas NÃO a deixe caminhar. Carregue a vítima pelas extremidades (braços e pernas).
  3. Mantenha o local que foi envenenado elevado até a chegada no atendimento médico.
  4. Se possível, fale ao profissional de saúde sobre as características do animal peçonhento: qual animal, tamanho e a cor.

Atenção!

 Não amarre, não fure e não corte o local infectado. Não dê nada para a vítima beber. Não tente sugar o veneno, porque há maiores chances de infecção e você põe em risco sua saúde; Não aplique remédios ou ingredientes em cima da ferida da vítima, como pó de café, açúcar ou álcool.

Afogamento

O afogamento é uma ocorrência muito comum que o Agente de Saúde acaba tendo que lidar.

Então, vamos com as orientações:

1) Caso você não saiba nadar, chame alguém que saiba para que retire a vítima do rio o mais rápido possível. Não entre no rio! Enquanto isso, você pode tentar jogar uma corda, um remo ou um galho para a vítima tentar segurar.

2) Peça para alguém chamar o atendimento de emergência o mais rápido possível.

3) Caso você esteja dentro de uma canoa, voadeira ou barco pequeno, não tente puxar a vítima para dentro dele, no meio do rio, porque o barco pode virar; Por isso, leve a vítima para a beira para prestar o socorro.

4) Quando você chegar com a vítima na beira do rio, vire cuidadosamente a cabeça dela para o lado, mantendo a cabeça em posição mais baixa do que o peito. Isso vai ajudar ela a não vomitar.

5) Deite a vítima em um lugar que a água não alcance, para que vocês não sejam levados pela correnteza.

6) Verifique os sinais vitais da vítima. Esteja pronto para realizar a reanimação nos casos de parada cardiorrespiratória.

7) Evite deixar a vítima com a roupa molhada. Cubra ela com algum lençol para que a temperatura dela não baixe.

Tuberculose

A Tuberculose é uma doença que ainda é bastante presente em comunidades ribeirinhas e indígenas. Nesse capítulo, vamos explicar do que se trata essa doença, sintomas e quais as ações esperadas de um ACS.

O que é?

Tuberculose é uma doença causada por uma bactéria chamada Mycobacterium Tuberculosis, conhecida mais como bacilo de Koch. Ela afeta o pulmão, podendo atingir outros órgãos do corpo humano, como os ossos, pele, fígado, de acordo com sua gravidade.                                                                                    Fonte: Filizzola, 2019

Quais são os sintomas?

Como se pega tuberculose?

     De modo geral, a tuberculose é transmitida pelo ar, sendo que as gotículas de saliva expelidas pelo paciente infectado durante a tosse ou o espirro são as principais formas de contaminação. Uma pessoa pode conter o bacilo de Koch sem apresentar os sintomas causados pela tuberculose, por sua imunidade estar alta.  Alguns fatores podem afetar a imunidade do organismo e favorecer o desenvolvimento da doença, como tabagismo acentuado, desnutrição, condições socioeconômicas e falta de higiene

 

Como é o tratamento?

O tratamento da tuberculose será definido pelo médico de acordo com os sintomas e gravidade, mas costuma ser um tratamento longo (de 3 a 6 meses) e que exige o uso de medicamentos farmacêuticos.

Mesmo que os sintomas sumam ou que haja uma melhora considerável, é necessário continuar o uso dos medicamentos de acordo com a recomendação médica. Se a pessoa interrompe o tratamento, a bactéria pode ficar mais resistente e não ser combatida com os medicamentos que até então estavam sendo eficazes.

Como prevenir a tuberculose?

A prevenção à tuberculose é feita através da vacina BCG, aplicada em crianças e bebês, geralmente no braço direito. É a BCG que deixa uma marca na pele, abaixo do ombro.

Evitar aglomerações e manter sempre os ambientes bem arejados, permitindo a troca constante do ar do ambiente é uma forma de prevenir o acúmulo da bactéria.

Quais são as ações do Agente Comunitário de Saúde?

Doenças Diarreicas

O que são?

        As doenças diarreicas são também muito frequentes em comunidades ribeirinhas e indígenas e é uma das maiores causas de adoecimento e morte, principalmente em crianças abaixo de dois anos e em idosos. Normalmente, chamamos no plural porque podem ter diferentes causas. Vamos entender melhor sobre os sintomas e as ações que o ACS deve tomar?

        As diarreias são causadas por vermes e por vários tipos de micro-organismos, como bactérias, vírus e protozoários. Esses agentes são seres vivos muito pequenos, invisíveis para os nossos olhos. Eles vivem no intestino do ser humano, assim como em qualquer outro ambiente, como na terra, na água, plantas, em animais e nos objetos que usamos.

Como ocorre a transmissão?

      A transmissão da diarreia acontece de diversas formas. Nas diarreias causadas por vírus, a transmissão acontece de uma pessoa para a outra, pela saliva, espirro e tosse.

           Nas diarreias causadas por vermes e micróbios, a transmissão acontece pela via fecal-oral, quer dizer, a pessoa doente contamina o ambiente com suas fezes e a pessoa saudável leva até a boca o micróbio ou verme causador da doença, sem perceber. As fezes da pessoa doente podem contaminar a água dos rios, terra, as plantas e assim os animais podem passar pelas fezes de uma pessoa doente e proliferar ainda mais o ambiente.

        Quando a pessoa doente não lava bem as mãos depois de fazer coco, os micróbios das fezes que ficam na sua mão contaminam qualquer objeto que pegar, como panela, balde, cuia, copos, prato, colher, toalhas, roupas, ferramentas, brinquedos, etc.

                                                                                                Fonte: Brasil, 2016

   A mulher doente pode transmitir a doença para o bebê quando vai amamentar ao mexer nos seios e no bebê com a mão, caso não faça higienização das mãos.

Quais são os sintomas?

Quais são as ações do ACS?


Infecções Respiratórias

As infecções respiratórias são o segundo tipo de doenças que levam à internação hospitalar no Amazonas, seguido das doenças diarreicas, segundo o Ministério da Saúde e a principal causa de atendimento, internação e óbito de crianças indígenas menores de cinco anos.

    Vamos conhecer melhor sobre essas infecções e como o ACS pode atuar nesses casos.

O que são?

     Essas doenças são aquelas que atingem as vias respiratórias, como gripe, sinusite, amigdalite, faringite, bronquiolite e pneumonia. Elas podem ser causadas por micro-organismos, como vírus ou bactérias e outros agentes, como poluição, substâncias tóxicas, fumaça e cigarro, e atacam as vias respiratórias.

     As infecções respiratórias podem ser agudas ou crônicas. As primeiras têm
início repentino e duram por volta de sete dias. A gripe, o resfriado, a
pneumonia, a otite média aguda e a amidalite são exemplos de infecções agudas. São causadas por micro-organismos, como vírus, bactérias e fungos. Já as doenças respiratórias crônicas demoram mais para se desenvolverem, possuem duração longa, podendo aparecer várias vezes ao longo da vida e são mais difíceis de tratar e curar. São causadas por poeira, poluição, fumaça, cigarro ou outros agentes similares.  São exemplos de infecções crônicas a asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica. Nesse capítulo, vamos focar nas infecções respiratórias agudas.

Como são transmitidas?

     A transmissão das infecções respiratórias agudas acontece de uma pessoa para outra através do ar, por gotículas de saliva ao falar, espirro ou tosse, ou por contato com objetos contaminados, como pratos, copos, talheres, cuias, panelas, roupas, brinquedos, chupeta, mamadeira, lençol.

     Alguns hábitos, situações ou características pessoais podem favorecer o desenvolvimento e ou agravamento dessas infecções:

Quais são os sintomas mais comuns?

      As infecções respiratórias podem atingir diferentes áreas do sistema respiratório e serem causadas por diferentes tipos de micro-organismos. Abaixo, segue um quadro com o nome de cada infecção e os sintomas e sinais mais comuns.

Nome

Sintomas

Gripe (rinofaringite aguda ou resfriado) - causada pelo vírus influenza

Garganta dolorida e vermelha, sem pus. Nariz entupido com secreção clara, sem catarro amarelo. Dor de cabeça, dor no corpo, mal estar. Tosse e febre não intensas.

Amidalite - pode ser causada por vírus ou bactérias

Dor de garganta, dificuldade para engolir com garganta mais vermelha que o normal. Na amidalite bacteriana, tem febre, pontos ou placas de pus nas amidalas e gânglios do pescoço aumentados e doloridos em crianças com mais de dois anos.

Sinusite - causada por bactérias

Dor de cabeça forte e no rosto (na testa, em volta dos olhos e bochechas na lateral do nariz). A dor piora quando a criança abaixa a cabeça para a frente. Secreção com cheiro forte no nariz, que escorre pela garganta. A febre não é intensa e a tosse acontece mais à noite.

Laringite, traqueíte e bronquite - causada por bactérias

Tosse, rouquidão; às vezes pode parecer tosse longa. Pode apresentar febre e escarro com sangue

Otite externa - causada por fungos

Dor e coceira na parte externa do ouvido. Não tem febre.

Otite média aguda - causada por bactérias

Dor de ouvido, febre, saída de pus pelo ouvido. Crianças pequenas podem ficar irritadas, ter dificuldade para sugar, chorar de dor com a mão na orelha, começar a mamar e parar com choro. Febre alta e frequente.

Pneumonia - causada por bactérias e às vezes por vírus e fungos

Febre, tosse, dificuldade para respirar, batimento de asa do nariz (em crianças de até 3 meses), que é o alargamento e na abertura das narinas durante a respiração, sinalizando dificuldade para respirar. Tem também aumento da frequência respiratória (taquipneia) e  catarro amarelo.


Quais são as ações do ACS?

Atenção!

O início do tratamento com antibiótico ou outros medicamentos deve ser feito somente com orientação do médico ou enfermeiro!

Doenças Parasitárias

     Doenças parasitárias são doenças infecciosas causadas por um parasita humano, que são organismos que vivem em uma pessoa e obtém nutrientes dela para sobreviver. Vamos “falar” sobre dois tipos de doenças parasitárias mais comuns nas comunidades indígenas: a ascaridíase e a amebíase.

A ascaridíase

O que é?

Ascaridíase é uma infecção causada por um parasita chamado Ascaris Lumbricoides, que vive no intestino da pessoa infectada podendo levar até a morte quando os vermes bloqueiam o intestino ou os tubos que ligam o fígado e a vesícula biliar ao intestino delgado.

Uma pessoa contaminada elimina diariamente milhares de ovos do parasita através das fezes. Em locais em que não há tratamento de esgoto, as fezes podem contaminar o solo e consequentemente os alimentos, a água, e até objetos quando a pessoa contaminada não faz higienização das mãos após eliminar as fezes. A transmissão do Ascaris ocorre quando uma pessoa sadia ingere acidentalmente estes ovos presentes no ambiente, como nos alimentos, água

Vamos entender como é o ciclo de vida desse parasita.

 Os ovos eliminados nas fezes contêm, no interior, embriões de Ascaris, que após alguns dias e em condições ambientes propícias, se transformam em larvas, podendo infectar uma pessoa. Quando ingeridos, os ovos com as larvas se alojam no intestino, atravessam parede do intestino e alcançam a corrente sanguínea, de onde passam para fígado, coração, chegando nos pulmões. Daí, as larvas migram para o sistema respiratório superior, até próximo à cavidade oral, podendo ser expelidas pela boca através da tosse ou deglutidas, voltando para o sistema digestivo. Durante esse processo, a larva se torna um verme adulto e pode viver de 1 a 2 anos dentro do trato gastrointestinal da pessoa.  Os vermes adultos variam entre 15 e 50 cm de comprimento e entre 0,25 e 0,5 cm de diâmetro. Os ovos colocados pelos vermes adultos são excretados nas fezes, desenvolvem-se no solo e começam o ciclo de infecção novamente, quando são ingeridos.

Fonte: PINHEIRO, PEDRO. 2021

          As pessoas também podem ser infectadas pelo Ascaris suum, um verme que se aloja em porcos. A infecção começa quando uma pessoa engole ovos com as larvas após tocar em porcos infectados ou comer frutas ou verduras mal cozidas contaminadas com fezes de porco.

Quais são os sintomas ?

Normalmente a ascaridíase não apresenta sintomas, mas podem ocorrer:

Quando ocorre obstrução do intestino, a pessoa doente pode apresentar também inchaço abdominal.

A ascaridíase é diagnosticada por exame de fezes ou quando os vermes adultos aparecem nas fezes ou saem pela boca ou pelo nariz.

Amebíase

O que é?

          Assim como a Ascaridíase, a amebíase é uma infecção causada por um parasita que se aloja no tratogastrointestinal, que costuma viver em ambientes onde as condições de saneamento não são adequadas. A amebíase é causada pelo protozoário chamado Entamoeba histolytica, podendo ser chamada também de disenteria amébica ou ameba.

         A infecção ocorre com a ingestão de cistos que se abrem e liberam as formas ativas do parasita, chamados trofozoítos, que se multiplicam e provocam úlceras no revestimento intestinal. Esses micro-organismos podem migrar para o fígado ou outras partes do corpo. Os cistos podem ser transmitidos diretamente de pessoa para pessoa, ou de forma indireta pelos alimentos ou pela água, ou ainda por relação sexual oral-anal

Quais são os sintomas?

Os sintomas normalmente se desenvolvem ao longo de uma a três semanas após a contaminação e podem incluir:

Quando a infecção está em um estágio mais grave, podem aparecer os seguintes sintomas:

Quais são as ações do ACS?

Malária

Agora vamos apresentar algumas doenças provocadas por vetores.

Vamos começar pela malária, também conhecida como paludismo, impaludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, maleita, sezão, tremedeira ou batedeira. A malária é uma doença infecciosa causada por um parasita chamado Plasmodium que afeta as células vermelhas do sangue.

O parasita é transmitido através da picada da fêmea do mosquito (Anopheles) infectado. Esses mosquitos geralmente picam entre o anoitecer e o amanhecer. Quando o mosquito infectado pica uma pessoa, os parasitas viajam até o fígado e entram nas células vermelhas do sangue. Dentro dessas células, os parasitas se multiplicam rapidamente até elas se romperem, liberando ainda mais parasitas na corrente sanguínea e manifestando, nesse processo, os sintomas típicos da doença.

Fonte: https://educalingo.com/pt/dic-de/anopheles

Quais são os sintomas mais comuns?



Quais são as ações do ACS?

- De pessoas que apresentem sinais e sintomas e enviá-la ao profissional responsável para leitura (microscopista). Quando não for possível essa coleta, encaminhar as pessoas para a UBS ou para o microscopista;
- Para verificação de cura (L VC) após o término do tratamento e encaminhá-la para leitura de acordo com a estratégia local.

Dengue

        A dengue é outra doença provocada por um vetor e muito comum na região Amazônica. É causada pela picada da fêmea do mosquito infectado pelo parasita chamado Aedes aegypti. O mosquito costuma picar durante o dia e, nas casas, é encontrado normalmente em paredes, móveis, peças de roupas penduradas e mosquiteiros.  

      A fêmea põe ovos de quatro a seis vezes durante sua vida e, em cada vez,
cerca de 100 ovos, em locais com água limpa e parada. O mosquito adulto vive em média de 30 a 35 dias, porém o ovo que é a primeira fase de vida pode sobreviver por até 450 dias mesmo que o local esteja seco, passando a virar larva quando esse local recebe água limpa.

 

                                                 Fonte: https://www.jornaldosite.com.br/?p=3014

Quais são os sintomas mais comuns?

Os sintomas mais comuns são

Fonte: https://www.odemocrata.com.br/geral/ministerio-da-

saude-alerta-para-aumento-de-149-dos-casos-de-dengue-no-pais/

Quais são as ações do ACS?


Doenças Crônicas

Nos últimos anos, a população brasileira mudou o estilo de vida devido aos avanços da medicina e da tecnologia, assim como mudanças na indústria de alimentos. Com isso, as pessoas passaram a comer mais comidas industrializadas e fazerem menos atividades físicas, aumentando a quantidade de pessoas com doenças crônicas, como diabetes, câncer, obesidade e hipertensão. Essa tendência ocorre também em comunidades ribeirinhas e indígenas. Vamos explicar melhor sobre essas doenças e como os agentes podem atuar.

O que são?

 As doenças crônicas são aquelas que permanecem por longo período, podendo acompanhar a vida inteira, mesmo quando tratadas. Elas podem ser extremamente sérias podendo causar a morte. Mesmo que não ponham em risco à vida da pessoa, costumam ser bastante incômodas prejudicando a qualidade de vida das pessoas.

Diferente das doenças infecciosas, as doenças crônicas não são causadas por bactérias ou vírus e não são transmitidas de uma pessoa para outra. Elas são causadas por vários fatores principalmente o estilo de vida. O tratamento geralmente tem como objetivo controlar a doença, isto é, evitar que ela piore e cause outros problemas de saúde para o doente.

Vamos descrever sobre a hipertensão arterial, diabetes e obesidade, pela importância do AIS para sua prevenção assim como pelo aumento da frequencia dessas doenças nas populações mais distantes.  


Hipertensão arterial

    É chamada também de pressão alta e acontece quando a pressão que o sangue passa pelas veias e artérias do corpo é muito forte, maior do que os valores considerados normais. A pessoa é considerada hipertensa quando sua pressão arterial está maior ou igual a 140/90 mmHg, ou como costumamos descrever de 14 por 9. A verificação da pressão arterial deve ser feita várias vezes, com aparelhos calibrados e por profissionais capacitados.

Se não controlada, essa doença pode causar problemas sérios como acidente vascular cerebral (derrame) ou infarto (ataque cardíaco). Pode ainda prejudicar os rins, a visão, o cérebro e pernas.

Como já mencionamos, não existe uma única causa para doença crônica, então vamos listar alguns fatores que, quando associados, são um risco para o desenvolvimento da hipertensão:

Quais são as ações do ACS?


Diabetes Mellitus

Costuma ser chamada de diabetes, apenas. É uma doença resultante da ausência ou de pouca produção de insulina, hormônio responsável pela redução do açúcar no sangue. A diabetes também pode ser resultante da falta de reação à insulina existente no corpo humano. Isso faz com que o açúcar do sangue não seja absorvido pelas células do organismo causando o aumento dos seus níveis na corrente sanguínea. Se não tratada, pode ser bastante séria, causando outras doenças como insuficiência renal, doenças do coração, derrame (acidente vascular cerebral), pé diabético (infecções no sistema circulatório dos membros inferiores) e cegueira. Existem dois tipos mais frequentes dessa doença: o diabetes tipo 1 e o diabetes tipo 2.

Diabetes mellitus tipo 1

Esse é o tipo de diabetes que acontece mais predominantemente na infância e adolescência, com o pico de incidência (número de casos novos da doença numa população) entre 10 a 14 anos de idade, podendo ocorrer de forma rapidamente progressiva.

O diabetes tipo 1 ocorre quando o próprio organismo destrói células do pâncreas chamada beta, que são células produtoras de insulina, levando ao aumento do açúcar no sangue por déficit absoluto de produção de insulina. Por isso, nesses casos é necessário o uso diário de insulina para que a pessoa mantenha o nível de açúcar controlado.

Esse tipo de diabetes costuma vir associado com relativa frequencia a outras doenças autoimunes como tireoidite de Hashimoto, doença celíaca, doença de Graves, doença de Adison, vitiligo e anemia perniciosa.

Diabetes mellitus tipo 2.

Esse é o tipo mais comum do diabetes. Acontece quando o nível açúcar no sangue fica muito alto, maior do que a produção normal de insulina pelo corpo ou quando o corpo se torna menos sensível à ação da insulina produzida, o que chamamos de resistência à insulina. O estilo de vida não saudável tem papel fundamental no desenvolvimento desse tipo de diabetes.

Quais são os sintomas?  

Estes sintomas comuns do diabetes, muitas vezes, passam despercebidos pela pessoa doente e tendem a se agravar, caso não tratadas, podendo levar a complicações severas e agudas como a cetoacidose diabética, no diabetes tipo I e o coma, no diabetes tipo II.


    Hábitos alimentares com ingestão de excesso de gordura e açúcar, combinado com a falta de atividade física levam ao acúmulo de gordura principalmente na região abdominal. Esse tipo de distribuição de gordura aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

Além do estilo de vida, outros fatores aumentam a chance do desenvolvimento de diabetes, como:



Quais são as ações do ACS?

Obesidade

A obesidade é também uma doença crônica.  Ela acontece quando há acúmulo de gordura no organismo e aumento do peso corporal, podendo estar associada ao diabetes, hipertensão e outros problemas cardíacos. O excesso de peso corporal é devido a hábitos alimentares errados, questões genéticas, sedentarismo, problemas psicológicos, entre outros motivos.

A forma correta de avaliar o excesso de peso corporal é calculando o Índice de Massa Corporal (IMC), que permite avaliar se o peso está adequado à altura da pessoa. Para calcular o IMC, basta dividir o peso em quilogramas pela altura em metros elevada ao quadrado: peso (Kg) / altura (m) ². Por exemplo, se uma pessoa pesa 70 kg e tem a altura de 1,70m, ela vai ter IMC de 20,5, o que indica que ela está com um peso adequado.

         Vejamos os valores de IMC de acordo com o estado nutricional da pessoa, considerando pessoas na faixa etária de 20 a 60 anos.

IMC (KG/M2)

ESTADO NUTRICIONAL

< 18,5 (MENOR OU IGUAL A 18,5)

BAIXO PESO

ENTRE 18,5 E 24,99

PESO ADEQUADO

ENTRE 25,0 E 29,99

SOBREPESO

> 30,0 (MAIOR QUE 30,0)

OBESIDADE

Atenção!

É comum pensar que para as crianças ficarem obesas, elas precisam ingerir grandes quantidades de comida. Isso não é verdade! A obesidade não acontece apenas com a ingestão de grande quantidade de alimento, mas com o tipo de alimentos consumidos frequentemente.

Promovendo hábitos saudáveis

Já “falamos” por diversas vezes a importância de a pessoa ter hábitos saudáveis para a prevenção de doenças. Nesse capítulo, vamos dar algumas dicas específicas de como manter uma vida mais saudável, de forma prática e possível para que você oriente melhor as pessoas da sua área de atuação. É importante saber que a mudança de hábito não ocorre de forma rápida. São pequenas mudanças que devem ser feitas de forma gradual e contínua.

1) Evitar pular as refeições e não ficar “beliscando” comida ao longo do dia. Procure fazer três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis entre as refeições. Dessa forma, a pessoa evita que o estômago fique vazio por um período prolongado, diminuindo o risco de ter gastrite e de ficar com muita fome e exagerar na quantidade quando for
comer.

2) Comer devagar é muito importante, porque permite que a pessoa perceba mais a quantidade de comida que está ingerindo e dá tempo de o corpo dar o sinal de saciedade antes que venha o excesso de alimento.

3) Escolher alimentos naturais, típicos da região e disponíveis na comunidade. Um prato colorido e equilibrado com proteína, legumes, verduras e carboidrato são o ideal para a ingestão das vitaminas, minerais e fibras necessários para um bom funcionamento do organismo. De preferência, deve-se optar por frutas, legumes e verduras crus para preservar os seus nutrientes.  

4) Evitar o consumo excessivo de alimentos industrializados, como refrigerantes, conservas, biscoitos, sucos de caixa ou em pó. Quando consumir, procure ler as informações nutricionais do recipiente para saber a quantidade de calorias, sódio (sal), gorduras que podem fazer mal em excesso.

5) Evitar comer embutidos (salsicha, linguiça, salame, presunto, mortadela), frituras e salgadinhos. Se for comer, faça isso no máximo uma vez por semana. Esses alimentos são “ricos” em gordura trans, tipo de gordura que faz mal para saúde.

6) Usar pequenas quantidades de óleo vegetal quando cozinhar (canola, girassol, milho, algodão e soja), sem exagerar nas quantidades. Uma lata de óleo por mês é suficiente para uma família de quatro pessoas.

7) Consumir diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos para garantir a ingestão de cálcio e proteína. É importante retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação para o controle da ingestão de gordura. A ingestão de vísceras e miúdos de animais, como o fígado, moela, e coração de galinha, entre outros são ricos em ferro, nutriente essencial para evitar anemia.

8)  Diminuir a quantidade de sal na comida e não acrescentar sal depois da comida preparada. Evite usar os temperos prontos, porque possuem muito sal. A quantidade de sal consumida deve ser de, no máximo, uma colher de chá rasa por pessoa ao longo de um dia.

9) Beber pelo menos dois litros, de seis a oito copos de água por dia, sem incluir refrigerante ou sucos industrializados, para o bom funcionamento do organismo. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições e garanta que a água esteja potável, ou seja, tratada e com qualidade suficiente para o consumo humano. Lembre-se de que falamos sobre como usar a água sanitária na água para matar os germes anteriormente.  A água precisa estar tratada, fervida ou filtrada para ser consumida, inclusive para fazer as refeições e sucos.

 10) Praticar pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e fumo. Atividade física é importante para o corpo e para a mente, como prevenção ou tratamento para ansiedade e depressão. Então, o recomendado é que se escolha um tipo de atividade física agradável para a pessoa, como caminhar, dançar, jogar jogo coletivo, pedalar, entre outros.

Quais são as ações do AIS?

COVID – 19

Essa doença é causada por um vírus chamado coronavírus e seu alastramento foi responsável pela pandemia, ainda presente nos dias de hoje.

Existem vários tipos de coronavírus que infectam animais, sendo que em sua maioria não atingem seres humanos. Entretanto, em 2019, foi identificado um coronavírus, chamado de SARS-CoV-2 que contaminou as pessoas a partir do morcego e seguiu contaminando pessoas ao redor do mundo.

A transmissão da doença ocorre principalmente por meio do contato com gotículas da boca e do nariz (saliva, tosse ou catarro), que podem ser transmitidas de forma direta, de uma pessoa para outra, ou indiretamente, pelo contato com objetos ou superfícies contaminados, como celulares, mesas, talheres, cuias, maçanetas, brinquedos, panos e roupas.

A COVID- 19 causa sintomas respiratórios parecidos com gripe. A doença pode ter sintomas leves ou graves, podendo gerar a morte. Algumas condições podem aumentar as chances de agravamento da doença, como obesidade, hipertensão, diabetes, problemas respiratórios crônicos, como asma e bronquite. A população indígena apresenta mais chances de ter complicações com esse vírus. Ainda estão sendo realizados estudos que mostram outros fatores de risco para contaminação e agravamento da doença.

Quais são os sintomas mais comuns?

A pessoa pode apresentar alguns desses sintomas:

Atenção!

Oriente as pessoas a não tomarem nenhum remédio sem a orientação de um profissional da saúde, pois pode fazer muito mal à saúde

A melhor forma de enfrentar a COVID-19 é evitando seu contágio. Para isso, seguem algumas orientações que você deve repassar às pessoas da sua área de atuação:

  1. Manter o distanciamento social: sair de casa apenas quando extremamente necessário e, caso sair, manter distância de pelo menos um metro e meio das outras pessoas, além de usar máscara.  Caso a saída seja inevitável, procure manter distância de, no mínimo, um metro e meio das pessoas que encontrar e evite qualquer aglomeração.
  2. Ter cuidados de desinfecção após saída de casa: ao retornar para casa depois de uma saída extremamente necessária, tirar o sapato antes de entrar, trocar de roupa rapidamente e lavar bem as mãos com água e sabão, conforme as recomendações do Ministério da Saúde. Deixar a roupa que usou em um saco separado para ser lavada com água e sabão e limpar as solas dos sapatos.

3. Realizar o isolamento social, por 14 dias, em caso de presença de sintomas mesmo que não sejam graves: procure se manter em casa e distante das pessoas que moram com você. Não se aconselha ir para uma Unidade de Saúde caso os sintomas estejam leves. O isolamento deve ser feito em casa no período de 14 dias desde o dia de início dos sintomas, conforme as orientações da equipe de saúde.


4.Tomar alguns cuidados para evitar o contágio: evitar cumprimentar as pessoas por meio de abraços, beijos e aperto de mãos; cobrir o nariz e a boca com o cotovelo flexionado, tecido ou dentro da camisa ao tossir ou espirrar e não tocar os olhos, nariz, nem a boca com as mãos não lavadas, porque o vírus entra no corpo através das mucosas dessas regiões; manter as mãos lavadas com água e sabão e na sua ausência, use álcool em gel 70%; não compartilhar objetos de uso pessoal, como copo, prato, talheres e cuias; desinfetar objetos, utensílios e superfícies tocados com frequência com água e sabão, álcool 70% ou solução de hipoclorito de sódio (água sanitária); limpar e desinfetar todos os objetos vindos da rua (compras, utensílios), do mesmo modo; manter os ambientes bem ventilados, sempre que possível, e desinfetar os alimentos in natura com água corrente e água sanitária diluída na proporção de 1 litro de água para cada 20 ml, equivalente a 2 colheres de sopa, de água sanitária.

5. Manter a imunidade do corpo alta: realizar hábitos saudáveis com relação à alimentação, hidratação, controle de doenças e atividade física regulares.

Quais são as ações do ACS?

Imunização

A imunização ocorre quando existe a aquisição de proteção imunológica contra uma doença infecciosa, aumentando a resistência pelo organismo contra a infecção. A imunização pode ser feita por meio de vacina, imunoglobulina ou por soro de anticorpos. Nesse capítulo, vamos focar na vacinação, que foi e continua sendo uma estratégia extremamente importante para o controle e até erradicação de algumas doenças, como por exemplo, a varíola.

        Existe um esquema de vacinação para cada fase da vida, enquanto criança, adolescente, adulto e idoso. Você, como Agente Indígena de Saúde, deve acompanhar a vacinação das pessoas do seu povo, utilizando a caderneta de saúde. Em caso de a pessoa não ter ou não estar com a caderneta preenchida, encaminhe ao Polo Base.

O esquema vacinal pode ser alterado ao longo dos anos ou sofrer adaptações conforme a região, portanto é importante que você se mantenha atualizado sobre o esquema vacinal da sua região com a enfermeira ou com o médico da equipe.

Esquema de vacinação da criança, de acordo com a idade, dose e doença correspondente:

IDADE

VACINAS

DOSES

DOENÇAS

Ao nascer

BCG-ID

Dose única

Formas graves de tuberculose

Vacina contra Hepatite B

1° dose

Hepaite B

1 mês

Vacina contra Hepatite B

2° dose

Hepaite B

2 meses

VORH (vacina oral de rotavírus humano)

1° dose

Diarréia por rotavírus

VOP (vacina oral contra pólio)

1° dose

Poliomielite (paralisia infantil)

Vacina Tetravalente (DPT+Hib)

1° dose

Difteria, tétano, coqueluche,  menigite e outras infecções causdas por Hoemophilus influenza tipo b

4 meses

VORH (vacina oral de rotavírus humano)

2° dose

Diarreia por rotavírus

VOP (vacina oral contra pólio)

2° dose

Poliomielite (paralisia infantil)

Vacina Tetravalente (DPT+Hib)

2° dose

Difteria, tétano, coqueluche,  menigite e outras infecções causdas por Hoemophilus influenza tipo b

6 meses

VOP (vacina oral contra pólio)

3° dose

Poliomielite (paralisia infantil)

Vacina Tetravalente (DPT+Hib)

3° dose

Difteria, tétano, coqueluche,  menigite e outras infecções causadas por Hoemophilus influenza tipo b

9 meses

Vacina contra febre amarela

Dose incial

Febre amarela

12 meses

SRC (Tríplice oral)

1° dose

Sarampo, Rubéola e caxumba

15 meses

VOP (vacina oral contra pólio)

Reforço

Poliomielite (paralisia infantil)

DPT (tríplice bacteriana)

1° Reforço

Difteria, tétano, coqueluche

4-6 anos

DPT (tríplice bacteriana)

2° Reforço

Difteria, tétano, coqueluche

SRC (Tríplice oral)

Reforço

Sarampo, Rubéola e caxumba

10 anos

Vacina contra febre amarela

Reforço

Febre amarela


Esquema de vacinação do adolescente, de acordo com a idade, dose e doença correspondente:

IDADE

VACINAS

DOSE

DOENÇAS

11 A 19 ANOS

HEPATITE B

1ª DOSE

HEPATITE B

2ª DOSE

1 MÊS APÓS A 1ª DOSE

3ª DOSE

6 MESES APÓS A 1ª DOSE CONTRA HEPATITE B

HEPATITE B

1ª DOSE

DIFTERIA E TÉTANO

2ª DOSE

1 MÊS APÓS A 1ª DOSE

3ª DOSE

6 MESES APÓS A 1ª DOSE CONTRA HEPATITE B

11 A 19 ANOS

FEBRE AMARELA

DOSE INICIAL

FEBRE AMARELA

TRÍPLICE VIRAL

DUAS DOSES COM INTERVALO MÍNIMO DE 30 DIAS

SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA

        

Esquema de vacinação do adulto, de acordo com a idade, dose e doença correspondente:

IDADE

VACINAS

DOSE APLICADA

           DOENÇA

A PARTIR DE 20 ANOS

CONTRA DIFTERIA E TÉTANO

1ª DOSE

DIFTERIA E TÉTANO

2ª DOSE - DOIS MESES APÓS A 1ª DOSE

3ª DOSE - QUATRO MESES APÓS A 1ª DOSE

A PARTIR DE 20 ANOS

CONTRA FEBRE AMARELA

DOSE INICIAL

FEBRE AMARELA

DUPLA VIRAL E/ OU TRÍPLICE VIRAL (SR E/OU SCR)

DOSE ÚNICA

SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA

Esquema de vacinação do idoso, de acordo com a idade, dose e doença correspondente:

VACINA

DOSE APLICADA

DOENÇAS

DUPLA BACTERIANA

1ª DOSE

        DIFTERIA E TÉTANO

2ª DOSE - DOIS MESES APÓS A 1ª DOSE

3ª DOSE - QUATRO MESES APÓS A 1ª DOSE

CONTRA FEBRE AMARELA

DOSE INICIAL

       FEBRE AMARELA

INFLUENZA

DOSE INICIAL

                GRIPE

 

PNEUMOCOCO

DOSE INICIAL

PNEUMONIA CAUSADA PELO PNEUMOCOCO

        

Referências Bibliográficas

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