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2019 Jornada de Seminários - Arte e Ciência no Brasil
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 CÁTEDRA OLAVO SETUBAL DE ARTE, CULTURA E CIÊNCIA

CATEDRÁTICOS: Helena Nader e Paulo Herkenhoff

Jornada de Seminários 2019-2020: Arte e Ciência no Brasil

Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência:

gênero, neocolonialismo e espaço sideral

Jornada de seminários em homenagem ao professor Alfredo Bosi, ex-diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), estudioso das interseções entre arte e ciência. É distinguido crítico e historiador da literatura brasileira. Militante histórico, atuou ao lado de dom Evaristo Arns na resistência durante os anos da ditadura militar.  

OBJETIVOS:

O objetivo da disciplina é promover uma discussão profunda sobre as inter-relações entre arte e ciência ao longo dos tempos, perpassando por aspectos como proeminência cultural de um país sobre outro, questões de gênero, de estilos e formatos. A disciplina é resultado do encontro entre dois titulares da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, Helena Bonciani Nader e Paulo Herkenhoff. Os palestrantes e debatedores convidados representam a fronteira do conhecimento nos temas propostos e são lideranças em suas áreas de atuação. 

JUSTIFICATIVA:

A disciplina foi concebida pela Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência do Instituto de Estudos Avançados da USP, buscando dar aos participantes uma visão holística do papel da arte e da ciência, e consequentemente da cultura, no Brasil e no mundo de hoje. Os participantes terão uma oportunidade de tomar conhecimento de temas que ainda não fazem parte do cotidiano da maioria dos artistas e cientistas. As discussões deverão evidenciar como o imbricamento arte-ciência e ciência-arte pode ser relevante para ambas. O curso busca evidenciar as potencialidades para o envolvimento social, cultural e científico dos profissionais em um nível interdisciplinar. Arte, cultura e ciência estão na base de uma educação cidadã.

PÚBLICO-ALVO:

  • Interessados em geral
  • Alunos de pós-graduação da USP regularmente matriculados de qualquer área de conhecimento.
  • Alunos do curso “Arte: Crítica e Curadoria”, da PUC/SP
  • Funcionários do Itaú Cultural

CARGA HORÁRIA:

  • 3 horas por encontro
  • Total: 19 encontros

CALENDÁRIO:

Relações de Conhecimento entre Arte e Ciência: gênero, neocolonialismo e espaço sideral

Horário: 14 horas às 17 horas

DATA

MESA

LOCAL

08/08/2019

Arte, Cultura e Ciência e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável I - As urgências do futuro

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

09/08/2019

Arte, Cultura e Ciência e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável II - Para qual futuro?

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

15/08/2019

Relações do conhecimento em dois artistas cientistas: I Leonardo da Vinci

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

16/08/2019

Relações do conhecimento em dois artistas cientistas: II Cildo Meireles

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

29/08/2019

A coelha e Eu: arte, ciência e tecnologia

Conselho Universitário USP -

R. da Reitoria, 374,

Cidade Universitária

30/08/2019

Arte, música, física e psicanálise: Nuno Ramos, Arnaldo Antunes, Otavio Schipper e Sérgio Krakowski

Conselho Universitário USP -

R. da Reitoria, 374,

Cidade Universitária

12/09/2019

Da fragilidade, da falta de rigor, dos enganos da ciência e do falseamento da paisagem

Conselho Universitário USP -

R. da Reitoria, 374,

Cidade Universitária

13/09/2019

O Matriarcado de Pindorama - a impossibilidade do silêncio

Conselho Universitário USP -

R. da Reitoria, 374,

Cidade Universitária

26/09/2019

Diagramas de alteridade

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

27/09/2019

Concretismo, razão e industrialização

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

17/10/2019

Muito além de “paulistas e cariocas” - Mário Pedrosa e pontos extremos da modernidade no Brasil

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

18/10/2019

Brasil: do neoconcretismo à Tropicália (Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Ferreira Gullar e José Celso Martinez)

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

31/10/2019

Arte, gênero, sexualidade - As perplexidades do pensamento teórico

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

01/11/2019

Brasil, Brasis e sua complexa formação social

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

07/11/2019

História e mito: os povos Huni Kuin e Guarani

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

08/11/2019

Escultura, física e política para as mitologias indígenas

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

21/11/2019

Etnologia e escravidão. (Des)compromissos da ciência com a liberdade

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

22/11/2019

Técnicas de apagamento e reconstrução da memória da escravidão nos espaços de eugenia urbanística

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

05/12/2019

Encontro com Helena Nader e Paulo Herkenhoff

Auditório do IEA -

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo,

Cidade Universitária

BIBLIOGRAFIA:

ARANTES. Otília (org.). Acadêmicos e Modernos. Textos escolhidos de Mário Pedrosa III. São Paulo: Edusp, 1998.

ARANTES, Otília (org.). Forma e Percepção Estética. Textos escolhidos de Mário Pedrosa II. São Paulo: Edusp, 1996.

ARANTES, Otília (org.). Modernidade cá e lá. Textos escolhidos de Mário Pedrosa IV. São Paulo: Edusp, 2000.

ARANTES, Otília (org.). Política das Artes: Textos Escolhidos de Mário Pedrosa I. São Paulo: Edusp, 1995.

ARANTES, Otília. Mário Pedrosa: itinerário crítico. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

BOSI, Alfredo. Arte e conhecimento em Leonardo da Vinci. São Paulo: EDUSP, 2017.

BRONOWSKI, Jacob. Ciência e Valores Humanos. São Paulo: Perspectiva, 1974.

DAMM, Ursula; HOPFENGARTNER, Bernhard; NIOPEK, Dominik; BAYER, Philipp. Are artists and engineers inventing the culture of tomorrow? Futures 48 (2013) 55–64.

GUEDIM, Zayan. How Art and Science Intersect, 21 fevereiro, 2019. https://edgy.app/where-art-and-science-intersect

HAAG, Carlos. Entre a cátedra e o ateliê: Desenhos de anatomia de Leonardo da Vinci,desconhecidos por séculos, revelam tentativa de unir arte e ciência.Revista Pesquisa PESQUISA FAPESP 198, 2012. https://revistapesquisa.fapesp.br/2012/08/10/entre-a-c%C3%A1tedra-e-o-ateli%C3%AA/?cat=humanities

HERKENHOFF, Paulo. Invenções da mulher moderna, para além de Anita e Tarsila (ensaios sobre Anita Malfatti, Lygia Clark, Lygia Pape e Mira Schendel). São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2018.

HERKENHOFF, Paulo. ”Por que Cildo? - Duchamp e Cildo e Duchamp”. In: Por que Duchamp? São Paulo, Instituto Itaú Cultural, 1999, pp. 62-77.

KAC, Eduardo; LAVAL-JEANTET, Marion; MANGIN, Benoît; DE MENEZES, Marta; GESSERT, George; VANOUSE, Paul. What Bio Art Is: A Manifesto, 2017. http://www.ekac.org/manifesto_whatbioartis.html

KAC, Eduardo. BIO ART Transgenic works and other living pieces. http://www.ekac.org/transgenicindex.html

MAMMI, Lorenzo (org.). Arte - Ensaios. São Paulo: Cosac & Naif 2015.

MOTA, Carlos Guilherme. Ideologia da cultura brasileira (1933-1974). São Paulo, Ática, 2002.

NADER, Helena Bonciani; OLIVEIRA, Fabíola de; MOSSRI, Beatriz de Bulhões (orgs.). A ciência e o poder legislativo: relatos e experiências. São Paulo: SBPC, 2017. http://portal.sbpcnet.org.br/livro/cienciaepoderlegislativo.pdf

ONU. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030

ORDINE, Nuccio. A Utilidade do Inútil - Um Manifesto. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.

ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo. 2a edição. Porto Alegre: Sulina; Editora UFRGS, 2016.

ROLNIK, Suely. Esferas da insurreição. São Paulo: n-1 edições, 2018.

ROLNIK, Suely; GUATTARI, Felix. Micropolítica: cartografias do desejo. São Paulo: Vozes, 2005.

SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: Uma Biografia: Com novo pós-escrito 2015.

SNOW, Charles Percy. As duas culturas e uma segunda leitura: Uma Versão Ampliada das Duas Culturas e a Revolução Científica. São Paulo: EDUSP, 2015.

WISNIK, Guilherme (org.). Arquitetura - Ensaios críticos. São Paulo: Cosac & Naif 2015.

YETISEN, Ali K; DAVIS, Joe; COSKUN, Ahmet F; CHURCH, George M and YUN, Seok Hyun.   Bioart. Trends in Biotechnology, 2015, Vol. 33, No. 12, 724-734.

PROGRAMA:[1]

08/08 - Arte, Cultura e Ciência e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável I - As urgências do futuro

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

As responsabilidades do Brasil com a agenda de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para o Milênio, desenvolvido a partir da Conferência Rio+20 (2012). São 17 objetivos e 169 metas (https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030).

Mesa de abertura

  • Paulo Saldiva

Professor Titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP. Foi membro do Conselho da Cidade de São Paulo na gestão de Fernando Haddad, presidente da Comissão de Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP, membro do Comitê Científico da Escola de Saúde Pública da Harvard University e membro do Comitê de Qualidade do ar da Organização de Saúde (OMS).

  • Carlos Gilberto Carlotti Júnior

Pró-Reitor de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo e Professor Titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, na Divisão de Neurocirurgia. Foi Diretor Clínico do HCFMRP-USP e Presidente da Comissão de Pós-Graduação da FMRP-USP.

  • Edmund Chada Baracat

Pró-Reitor de Graduação da Universidade de São Paulo. Professor Titular da Universidade Federal de São Paulo e Professor Titular da Universidade de São Paulo. Foi Pró-Reitor de Graduação da UNIFESP. É Presidente da Comissão de Graduação da Faculdade de Medicina da USP e membro do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Diretor Acadêmico da Associação Médica Brasileira.

  • Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado

Pró-Reitora de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo. Professora Titular da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP, onde já foi diretora e presidiu a Comissão de Pós-Graduação. Foi superintendente do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP.

  • Ana Paula Tavares Magalhães Tacconi 

Representando o Prof. Sylvio Roberto Accioly Canuto, Pró-Reitor de Pesquisa. É professora do Departamento de História da Universidade de São Paulo. É membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas - LUDENS-USP, do NEAM - Núcleo de Estudos Antigos e Medievais da UNESP, do NEMED - Núcleo de Estudos Mediterrânicos (UFPR) e membro-conselheiro da ANPUH - Associação Nacional dos Professores de História.

  • Eduardo Saron

Dirigente do Itaú Cultural há 17 anos. Conselheiro da Fundação Bienal de São Paulo, Conselheiro do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Instituto CPFL, SP Companhia de Dança, do Conselho Nacional de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, TV Cultura e do Museu Judaico de SP. Diretor do Museu de Arte Moderna (MAM) e Presidente do Conselho de Cultura do Estado de SP.

  • Helena Bonciani Nader

Titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência. Professora Titular da Unifesp, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, membro da Academia de Ciências de São Paulo, da World Academy of Science (TWAS) for the Advancement of Science in Developing Countries e do Conselho Superior da Capes. É presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), onde exerceu três mandatos como presidente.

  • Paulo Herkenhoff 

Titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.  Foi diretor do Museu de Arte do Rio (MAR) e do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Foi curador adjunto no departamento de pintura e escultura do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), curador geral da XXIV Bienal de São Paulo, curador chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) e curador da Fundação Eva Klabin Rapaport. Foi consultor da Coleção Cisneros (Caracas, Venezuela) e da IX Documenta Kassel (Alemanha).

  • Martin Grossmann

Coordenador acadêmico da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência. Professor Titular da ECA-USP. Foi diretor do IEA-USP e diretor geral do Centro Cultural São Paulo. Ocupou a vice-diretoria do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP. Criador e coordenador do “Fórum Permanente: Museus de Arte, entre o Público e o Privado”, uma plataforma de mediação e ação cultural.

Mesa: Arte, Cultura e Ciência e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável I. As urgências do Brasil.

  • Helena Nader (moderadora). Apresentação geral dos simpósios sobre Relações do Conhecimento entre Arte e Ciência: gênero, neocolonialismo e espaço sideral. Questões gerais sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

  • Roberto Lent. Quadrante de Pasteur e a Ciência para Educação.

Graduado em Medicina pela UFRJ, obteve o Doutorado no Instituto de Biofísica (UFRJ), com pós-doutoramento no Massachusetts Institute of Technology (EUA). É Professor Titular da UFRJ, Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, Pesquisador 1A do CNPq, Cientista do Nosso Estado da FAPERJ e atualmente também Pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. Além disso, coordena a Rede Nacional de Ciência para Educação, com o objetivo de desenvolver no país formas de pesquisa translacional voltadas para a educação.

  • Otávio Guilherme Cardoso Alves Velho. Terra plana e iluminuras turcas.

Professor Emérito da UFRJ e pesquisador Emérito do CNPq. Presidente de Honra da SBPC e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Membro da Ordem Nacional do Mérito Científico (Grã-Cruz). Medalha Roquette–Pinto outorgada pela ABA. Medalha Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa. Editor associado da Encyclopaedia of Globalization, Routledge.

  • Juca Ferreira. Vida simbólica, Pontos de Cultura e Sustentabilidade.

Sociólogo com trajetória profissional dedicada à vida política e às ações culturais e ambientais. Foi vereador e Secretário do Meio Ambiente de Salvador, vice-presidente da Fundação OndAzul e representante da sociedade civil na elaboração da Agenda 21 Nacional. Foi Secretário Executivo durante a gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura, assumindo o cargo de Ministro de Estado da Cultura em 2008. Ocupou o cargo de Secretário da Cultura do Município de São Paulo e, em 2018, assumiu a Secretaria de Cultura de Belo Horizonte.

09/08 - Arte, Cultura e Ciência e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável II - Para qual futuro?

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

Homenageado: Leopoldo de Meis (médico, pesquisador e professor titular do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro)

  • Helena Nader (moderadora).

Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.

  • Walter Alves Neves (participação especial)

Professor Sênior do IEA-USP. Com trajetória única na ciência brasileira, transitou entre as ciências biológicas, humanas e da terra para compreender o processo da evolução de nossa espécie. Tem formação e produção científica nas áreas de arqueologia, antropologia biológica, antropologia cultural e paleontologia. Sua descoberta mais conhecida refere-se à Luzia e seu povo, estudo que alterou o conhecimento sobre a ocupação do continente americano. Na Jordânia, descobriu evidências mais antigas de nossos ancestrais fora da África, datadas em cerca de 2,5 milhões de anos.

  • Sabine Righetti. Avaliação das universidades de que acordo com os ODS da ONU.

Pesquisadora e professora doutora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor-Unicamp). Foi jornalista da Folha de 2010 a 2015, onde ajudou a desenvolver o RUF - Ranking Universitário Folha, que ainda coordena academicamente. É fellow Knight, Eisenhower e Lemann e grantee do Instituto Serrapilheira. Pesquisa e orienta trabalhos sobre comunicação da ciência, percepção pública da ciência e da tecnologia, indicadores de qualidade de ensino superior e avaliação de ensino superior.

  • Paulo Artaxo. A Sustentabilidade no Antropoceno, retrocessos do Brasil e a globalização. 

Professor Titular do Instituto de Física da USP. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia de Ciências dos países em desenvolvimento (TWAS) e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP). É membro da coordenação do Programa FAPESP de Mudanças Globais e da Rede CLIMA do MCT. É representante da comunidade científica no CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente). É membro da equipe do IPCC que foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 2007.

  • Naomar de Almeida Filho. Saúde e Educação sob a inversão tributária - efeitos perversos sobre a equidade.

Professor Titular de Epidemiologia no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Visitante na Universidade da Carolina do Norte, da Universidade da Califórnia em Berkeley, da Universidade de Montreal e da Universidade Harvard. Primeiro Titular da Cátedra Juan Cesar Garcia da Universidad de Guadalajara, México. Professor Convidado da Maestría en Epidemiología da Universidad Nacional de Lanús, Argentina. Foi Reitor da Universidade Federal da Bahia, presidente da Comissão de Implantação e Reitor pro-tempore da Universidade Federal do Sul da Bahia.

15/08 - Relações do conhecimento em dois artistas cientistas: I Leonardo da Vinci

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

Leonardo da Vinci, homem do Renascimento, foi um investigador científico que usou a arte para descrever fenômenos da Física, Biologia e Medicina, e propôs mecanismos delirantes para o seu tempo. Em homenagem ao professor emérito da USP Alfredo Bosi, autor de Arte e conhecimento em Leonardo da Vinci.

  • Martin Grossmann (moderador)

Professor Titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Foi diretor do Centro Cultural São Paulo (2006-2010), diretor do IEA/USP (2012-2016). É o coordenador acadêmico da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.

  • Francisco Rômulo Monte Ferreira. Modernidade, Ciência e Literatura: algumas reflexões

Professor de História e Filosofia da Ciência no Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBqM-UFRJ). Orientador pleno no programa de pós-graduação em Neurociências e Comportamento no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP) nas linhas de História e Filosofia da Neurociência e relações entre Ciência, Literatura e Cinema.

  • Luciano Migliaccio. O desenho é coisa mental: conhecimento científico e desenho em Leonardo Da Vinci. 

Doutor em história da arte Universidade de Pisa, 1990. Professor doutor da FAU (USP) e professor visitante da Universidade Estadual de Campinas.

  • Ildeu Moreira de Castro. De Leonardo a Einstein - o eclipse de Sobral.

Doutor em Física (UFRJ), chefe do Departamento de Física Teórica do Instituto de Física (UFRJ) em 1987, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC (2017-2019).

16/08 - Relações do conhecimento em dois artistas cientistas: II Cildo Meireles

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

Homenageados: Albert Einstein, Marcel Duchamp e Hélio Oiticica, figuras capitais para o jovem Cildo Meireles. Albert Einstein trouxe fundamentos para obras como Desvio para o Vermelho. Marcel Duchamp trouxe um modelo de arte como conhecimento para além do virtuosismo manual. Hélio Oiticica foi um paradigma para uma arte de transgressão e de vínculos com o Brasil profundo.

  • Paulo Herkenhoff (moderador)

  • Marcelo Viana. Simetria: Encontro da Arte com a Matemática. 

Pesquisador titular e diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). Especialista em Sistemas Dinâmicos, já orientou 39 doutores e 20 mestres. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Matemática e vice-presidente da União Matemática Internacional. Recebeu diversas distinções, como o Grande Prêmio Científico Louis D., da França, e é membro das Academias de Ciências do Brasil, Chile, Portugal e Mundo em Desenvolvimento. Organizou o Congresso Internacional de Matemáticos ICM 2018 e escreve semanalmente na Folha de São Paulo.

  • Maria Arminda do Nascimento Arruda. Arte e circuitos ideológicos: Flávio Carvalho e Cildo Meirelles, paradigmas éticos para o presente.

Professora Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo. Atualmente é Diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Pesquisadora sênior do Instituto de Estudos Sociais e Políticos de São Paulo (IDESP). Foi Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP; representante da Congregação da FFLCH no Conselho Universitário; Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da FFLCH/USP; Chefe do Departamento de Sociologia; representante da Área de Sociologia junto a CAPES; Secretária Executiva da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – ANPOCS.

  • Paulo Herkenhoff. Cildo e Duchamp.

Titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.  Foi diretor do Museu de Arte do Rio (MAR) e do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Foi curador adjunto no departamento de pintura e escultura do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), curador geral da XXIV Bienal de São Paulo, curador chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) e curador da Fundação Eva Klabin Rapaport. Foi consultor da Coleção Cisneros (Caracas, Venezuela) e da IX Documenta Kassel (Alemanha).

  • Cildo Meireles.

Artista plástico. Estudou com o artista peruano Félix Barrenechea (DF, (1963) e ENBA (RJ, 1968). Primeira individual no MAM-BA (1967). De 1971 a 1973, viveu em NY, onde havia participado da exposição Information - MOMA (1970). Realizou exposições no MAM-RJ (1975); Pinacoteca-SP (1978/2006); Magiciens de la Terre, Pompidou/La Villette (1989); IVAM (1995); New Museum (1999); Institute of Contemporary Art, Boston; MAM-SP e MAM-RJ (2000); Tate Modern (2008), MACBA e MUAC (2009), entre outras. Bienais: Veneza (1976/2003/2005 e 2009); Sydney (1984); SP (1981/1998 e 2010), Documenta de Kassel (1992 e 2002), Bienal Sur (2019).

29/08 - A coelha e Eu: arte, ciência e tecnologia

Local: Conselho Universitário USP - R. da Reitoria, 374, Cidade Universitária

A mesa discutirá inteligência artificial, as origens da cor-luz e a ética no universo da arte e da BioArt - manifestação artística inspirada na biologia que faz uso de moléculas, como proteínas e DNA, de células, até de organismos complexos, de invertebrados a vertebrados. O termo foi cunhado por Eduardo Kac em 1997 para referir-se à sua obra "Time Capsule", que utiliza biomateriais e tecnologias da imagem. A coelha Alba ou GFP Bunny (Green Fluorescent Protein) é uma obra de arte da engenharia genética. O gene da proteína fluorescente verde (GFP), inserido por transgenia na coelha, faz com que o animal fique verde quando exposto à luz fluorescente.

Homenageado: Mário Schenberg, que foi um eminente professor da USP, atuando nas áreas de Física, Astrofísica, Mecânica Quântica, Termodinâmica, além da Matemática. Seu olhar sensível se voltou para a aguda semiologia de Mira Schendel. Foi ativista político, perseguido pela Ditadura, enquanto era reconhecido internacionalmente como pesquisador.

  • Helena Nader (moderadora)

  • Eduardo Kac. Alba et Moi (videoconferência). 

Reconhecido internacionalmente por sua telepresença e bioarte. Seu trabalho está nas coleções permanentes de museus como: Museu de Arte Moderna de Nova York; Tate, Londres; Victoria & Albert Museum, Londres; Frac Occitanie no Les Abattoirs - Museu de Arte Moderna e Contemporânea, Toulouse, França; Museu de Arte Moderna de Valência, Espanha; Museu ZKM, Karlsruhe, Alemanha; e Art Center Nabi, Seul, entre outros. Em 2017, realizou a obra Telescópio Interior no espaço, à bordo da Estação Espacial Internacional.

  • Fábio Cozman. Inteligência Artificial, do Teste de Turing and Desafio de Winograd.  

Phd pela Carnegie Mellon University (1997), Professor Titular da Politécnica da e livre-docente (USP). Ex-coordenador da comissão de inteligência artificial da SBC, pesquisa sobre conhecimento e aprendizado (tópicos: inteligência artificial, redes bayesianas, conjuntos de probabilidade, modelos estatísticos gráficos).

  • Bruno Moreschi. Experiências artísticas nos sistemas das Inteligências Artificiais – Crítica institucional 2.0 e camadas humanas.

Pesquisador e artista com projetos relacionados à desconstruções de sistemas complexos, em especial seus espaços de legitimação e jogos de poderes. Doutor em Artes Visuais pela Unicamp, com passagem na University of Arts (Helsinki), projetos reconhecidos por prêmios e instituições como Van Abbemuseum, 33ª Bienal de São Paulo, Rumos Itaú Cultural, Fapesp, Capes e CAD+SR. Atualmente trabalha com um grupo de pesquisadores na construção de métodos democráticos, artísticos e ativistas para o uso de programação, machine learning e AIs.

  • Marcos Cuzziol. Ética da Ciência e horizonte quântico.

Doutor em Artes pela USP, gerente do Itaulab, laboratório de mídias interativas do Itaú Cultural. Curador da exposição “Consciência Cibernética [?] Horizonte Quântico” (2019).

  • Vanderlei Salvador Bagnato. As novas origens da cor-luz: laser, fluorescência, quimioluminescência, biofotônica... A Alba de Eduardo Kac como pintura.

Doutor em Física pelo MIT, professor titular da USP e diretor do Instituto de Física de São Carlos. Investiga átomos frios, condensados de Bose-Einstein e ações fotodinâmicas em câncer e controle microbiológico. Realiza atividades de difusão científica.

30/08 - Arte, música, física e psicanálise

Local: Conselho Universitário USP - R. da Reitoria, 374, Cidade Universitária

A mesa discutirá a interdisciplinaridade de conhecimentos, da física à biologia sintética, dos acordes musicais ao texto escrito, assim como suas relações intrínsecas com a psicanálise, que tem sua origem em Freud.

Homenageada: Universidade Federal da Bahia, que é reconhecida em seu papel inovador em favor da música moderna do século XX. A UFBA envolveu compositores da qualidade de Koellreutter, músico atonal e dodecafônico, e Widmer ao experimental Smetak, que influenciou Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé.

inventor de instrumentos musicais ímpares.

  • Paulo Herkenhoff (moderador)

  • Otavio Schipper. Meu projeto de arte e os acasos na escolha da arte - Física, Matemática, Cildo Meireles e Freud.

Formado em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. O artista foi contemplado em 2015 com a Berlin Fellowship pela Akademie der Künste e em 2017 com o KLAS Award pela Max Planck Society na Alemanha. Trabalhou em colaboração com os grupos de pesquisa em Biologia Sintética nos Institutos Max Planck na Alemanha e na Universidade de Groningen na Holanda. Em 2019 foi convidado como artista visitante pelo CERN (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear) na Suíça.

  • Vitor Guerra Rolla. Fractalidade e Codificação Ao Vivo. 

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, é Ph.D. em Engenharia Informática pela Universidade de Coimbra, Portugal. Música é objeto principal em sua pesquisa. Recentemente, mostrou no periódico Europhysics Letters que redes formadas com os acordes de diversas músicas clássicas possuem estrutura fractal. Em janeiro de 2019, organizou a primeira conferência de Live Coding na cidade do Rio de Janeiro. Trabalha no laboratório VISGRAF situado no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada – IMPA.

  • Fernando Henrique de Oliveira Iazzetta.

Professor Titular na área de Música e Tecnologia do Departamento de Música da ECA/USP e pesquisador do Laboratório de Acústica Musical e Informática (LAMI). É coordenador do NuSom - Núcleo de Pesquisas em Sonologia da Universidade de São Paulo.

  • José Miguel Wisnik

Professor livre docente em Letras (Literatura Brasileira) pela Universidade de São Paulo, músico, compositor e ensaísta.

  • Leopold Nosek.

Psicanalista. Membro efetivo e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Docente do Instituto de Psicanálise Durval Marcondes da SBPSP. Foi Presidente da SBPSP (1993/1994 e 1995/1996), da FEBRAPSI (1991/1993) e da FEPAL (2010/2012).

12/09 - Da fragilidade, da falta de rigor, dos enganos da ciência e do falseamento da paisagem

Local: Conselho Universitário USP - R. da Reitoria, 374, Cidade Universitária

A ciência, em especial a pseudociência, tem situações de falhas e equívocos. Alguns artistas exploram esses momentos de dificuldade do saber, correspondente às limitações do sujeito ou aos valores de certo momento histórico. Walmor Corrêa organizou A Biblioteca dos Enganos, reunindo textos de viajantes e missionários que interpretaram fantasiosamente a natureza do Brasil. Raúl Antelo discutirá a teoria da Ruinologia e a obra de Fernando Lindote. A fala do professor Hernan Chaimovich Guralnik interessa aos investigadores que se preocupam, via o campo do sensível, com as dificuldades da ciência e com o modo como a arte torna esse processo uma hipótese poética. Noutro seminário, Rosana Palazyan debaterá a indiferença de alguns antropólogos com relação à escravidão.

Homenageado: Paulo Vanzolini, intérprete da alma paulistana melancólica com Ronda, uma música que foi abraçada pelo Brasil. Foi professor da USP, eminente zoólogo e estudioso da evolução das espécies em conjunto com o professor Aziz Ab’Saber (fundador do IEA/USP), tendo feito uma viagem à Amazônia com o pintor José Cláudio. Também colaborou com a ilustradora Hide Weber. Foi um dos idealizadores da FAPESP.

  • Helena Nader (moderadora)

  • Paulo Herkenhoff. Walmor Corrêa, Fernando Lindote e Letícia Ramos.

  • Walmor Corrêa (vídeo).  A Biblioteca dos enganos.

Artista plástico. Ao longo de sua carreira, participou de diversas exposições no Brasil e no exterior, entre as quais se destacam: XXVI Bienal Internacional de São Paulo, VII Bienal do Mercosul, Panorama da Arte Brasileira no MAM-SP; Metamorfose e Heterogonia – Projeto Site Specific – MAM-SP; Os Trópicos: Visões a partir do Centro do Globo – Martin-Gropius-Bau (Berlim, Alemanha) e Isiko South African Nacional Gallery (Cidade do Cabo, África do Sul); e Cryptozoology: Out of Time Place Scale – Bates College Museum of Art e Kansas City Art Institute (EUA); 2015, publicação intitulada O Estranho Assimilado; Em 2016, Sesc Pompéia / SP, instalação, a vida de Lina Bo Bardi; 2017, Mapeamento Cognitivo, solo Project/ArtRio; 2018, Walmor Corrêa e Sporophila beltoni no Instituto Ling.

  • Margareth Aparecida Campos da Silva Pereira (apresentação por meio de vídeo). O terremoto de Lisboa de 1755, sua explicação científica, as reformas do Rio de Janeiro setecentista e sua influência sobre a recuperação da capital portuguesa. 

Professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UFRJ), onde atua no Programa de Pós-graduação em Urbanismo.

  • Letícia Ramos. História Universal dos terremotos. Sobre o terremoto de Lisboa de 1755.

Cursou Arquitetura e Urbanismo na UFRGS e Cinema na FAAP. Seu foco de investigação artística é a criação de aparatos fotográficos próprios para captação e reconstrução do movimento, com apresentação materializada em vídeos, fotografias e instalações. Suas obras já foram expostas em espaços como Tate Modern, Centro de Arte Pivô, Itaú Cultural, Centro Cultural São Paulo, Parque Lage, Museu Coleção Berardo, Instituto Tomie Ohtake e CAPC- Musée d’art contemporain (Bordeaux). Sua obra História Universal dos Terremotos trabalha o terrível terremoto de Lisboa, que foi um divisor de águas entre a metafísica e a explicação científica do episódio como evento de ordem geológica.

  • Fernando Lindote. Desenhos Antelo.

Artista plástico. Nasceu em Sant’Ana do Livramento, cidade fronteiriça entre Brasil e Uruguai. Foi cartunista e chargista diário em jornais do sul do Brasil antes de se dedicar às artes visuais. A linguagem mais utilizada pelo artista, desde o início de sua trajetória em fins dos anos 1970 foi a instalação. Ao longo de seu percurso realizou performance, pintura, fotografia, vídeo, desenho e escultura para espaços institucionais e urbanos.

  • Raúl Antelo. Uma ruinologia amazônica.

Professor titular de literatura na Universidade Federal de Santa Catarina. Foi Guggenheim Fellow e professor visitante em várias Universidades (Yale, Duke, Texas at Austin, Maryland, Leiden). Presidiu a ABRALIC e recebeu o doutorado honoris causa pela Universidad Nacional de Cuyo. É autor de vários livros, dentre eles, “Maria com Marcel. Duchamp nos trópicos”; “Archifilologías latinoamericanas”; “A ruinologia e Visão e potência-do-não”. Colaborou em “Arte e política no Brasil: modernidades; Mil hojas. Formas contemporáneas de la literatura” e “Antonio Candido 100 anos”.

  • Hernan Chaimovich Guralnik. A ciência como dúvida e incerteza?

Professor Titular do Instituto de Química da USP. Coordenador de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da FAPESP. Foi Chefe do Departamento de Bioquímica do IQUSP; Coordenador do Curso de Ciências Moleculares, USP; Pró-Reitor de Pesquisa da USP; Diretor do IQUSP; Presidente da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular; Vice-Presidente da Academia Brasileira de Ciências; Vice-Presidente do International Council for Science; Presidente da InterAmerican Network of Academies of Science; Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Membro do Conselho Editorial de Ciência e Cultura (SBPC), Estudos Avançados (IEA-USP) e do Electronic Journal of Biotechnology.

13/09 - O Matriarcado de Pindorama - a impossibilidade do silêncio

Local: Conselho Universitário USP - R. da Reitoria, 374, Cidade Universitária

O Brasil, malgrado seu caráter machista, é uma cultura rica de vozes femininas. No campo da arte e da ciência, as mulheres estiveram à frente, ao lado ou um pouco atrás dos homens, mas nunca ausentes. Isso faz de nossa cultura um processo singular comparada às sociedades hegemônicas. O seminário reúne mulheres dos mais diversos campos de expressão.

Homenageadas: Chiquinha Gonzaga e Nair de Tefé, duas mulheres que fizeram a passagem política dos valores do Império para a República nascente, com uma esperança de democracia. Chiquinha Gonzaga ousou na música e o Brasil nunca mais foi o mesmo, com a modernização do carnaval. Tinha um comportamento transformador da condição da mulher na sociedade. Nair de Tefé vinha de uma família nobre e foi uma mulher da “pá virada”. Dirigiu automóvel em fins do século XIX, foi caricaturista que parecia responder à literatura de Machado de Assis na crítica do comportamento social. Casou-se com o presidente Hermes da Fonseca e subverteu o formalismo do Palácio do Catete, onde introduziu maxixe e violão, a ponto de receber uma ácida crítica do Senador Rui Barbosa.

  • Liliana Sousa e Silva (moderadora).

Coordenadora Executiva da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.

  • Nádia Battella Gotlib. Clarice Lispector, a linguagem visual, a partir da crônica Mineirinho e o livro Água Viva.

Livre-docente em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo, onde atuou como professora de Literatura Portuguesa e Literatura Brasileira. Atualmente é professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da USP. Foi Bolsista Sênior do CNPq até fevereiro de 2017.

  • Suzana Pasternak. Histórias de penúria em São Paulo I - Carolina Maria de Jesus, favelas e população de rua até o ano 2000.

Professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Doutora em Saúde Pública pela USP e especialista em Urbanismo pela Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne), França. Tem experiência na área de planejamento urbano e regional, atuando principalmente nos temas favela, habitação popular, estudos urbanos. É membro do corpo editorial de Cadernos Metrópole (PUCSP).

  • Regina Pekelmann Markus. Ciência, a busca por alguma coisa diferente - mulheres na ciência. 

Professora Titular do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e Pesquisadora Sênior do CNPq. Atua na área de Cronofarmacologia, com ênfase no papel da melatonina sobre a resposta inflamatória e câncer. Foi membro do Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados da USP por dois mandatos e integrou a Comissão Científica deste instituto na Academia Intercontinental.

  • Tania Rivera. Desvios de fala, denúncia e bordados. Stela do Patrocínio, Aurora Cursino dos Santos e Natália Leite (ou como as ‘insanas’ nunca se calaram).

Psicanalista, com mestrado e doutorado em Psicologia pela Université Catholique de Louvain. Pós-Doutorado em Artes Visuais na Escola de Belas Artes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi professora da Universidade de Brasília de 1998 a 2010 e, atualmente, é professora da Universidade Federal Fluminense. Atua nas áreas de teoria e clínica psicanalíticas e fundamentos e crítica das artes. Autora de “O Avesso do Imaginário” (Prêmio Jabuti), entre outros.

  • Denise Stoklos.

Bacharel em Jornalismo e licenciatura em Ciências Sociais. Iniciou sua carreira teatral profissional há 50 anos. Recebeu o título Doutora Honoris Causa da Unicentro, no sudoeste do Paraná, onde seu nome foi dado a um centro cultural, a uma fundação, a um acervo, a um festival de teatro e a um auditório na universidade local. Estabeleceu-se como uma das únicas atrizes brasileiras exercendo continuamente sua profissão sem fazer televisão ou telenovelas. Apresentou-se em 33 países, em 7 idiomas.

  • Aline Motta. Exibição do vídeo Pontes sobre Abismos (premiado na 7ª edição do Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça 2019/2020). A artista combina diferentes técnicas e práticas artísticas como fotografia, vídeo, instalação, performance, arte sonora, colagem, impressos e materiais têxteis. Com extensa agenda afro-brasileira de reconstrução da memória obliterada e dos processos de ruptura da biopolítica neocolonialista, sua investigação busca revelar outras corporalidades, criar novos sentidos, ressignificar memórias e elaborar outras formas de existência.

26/09 - Diagramas de alteridade

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

O modelo contemporâneo de arte como práxis ética de solidariedade social. Artistas recorrem à condição desvalida de pessoas e produzem arte a partir desse encontro, através de processos de alteridade ou de reconhecimento da subjetividade autoral e de sua condição de sujeito econômico da arte, eliminando-se a mais valia simbólica com benefícios reais ao outro envolvido. O modelo abstrato de diagrama é retirado do processo de demonstração científica.

Homenageados: Geraldo de Barros e Cláudia Andujar. A arte pode ser um processo em que segmentos da sociedade, especialmente aqueles mais frágeis, são diretamente envolvidos em projetos de artistas. Nos anos 50, Geraldo de Barros, artista múltiplo e designer de móveis, criou a empresa UNILABOR para a fabricação de móveis, organizada em moldes de socialização dos lucros e de alguns aspectos da organização da produção. Cláudia Andujar, desde o final dos anos 60, aliou-se aos Yanomamis, utilizando sua fotografia como um instrumento de sua defesa contra o genocídio e de esclarecimento da sociedade nacional sobre os valores espirituais e humanos dos índios. Além do mais, Andujar sempre esteve com eles nos fóruns de defesa de seus direitos, compartilhou resultados econômicos de seu trabalho fotográfico e tornou-os herdeiros dos direitos de imagem.

  • Paulo Herkenhoff. História e significado dos diagramas de solidariedade no Brasil, com ênfase nos pioneiros Geraldo de Barros, Claudia Andujar e Celeida Tostes. O lugar do mercado e a ética do capitalismo. Apresentação de Igor Vidor, refugiado na Alemanha.

Perguntas aos artistas:

  • Dias & Riedweg. Autores da instalação Devotionalia (coleção: Museu Nacional de Belas Artes) como um sismógrafo do genocídio dos jovens pobres, em sua maioria negros, Rio de Janeiro.

  • Paula Trope. Pioneira na adoção de um modelo de igualdade entre o artista, seus colaboradores e o mercado através de um instrumento jurídico. O caso dos Meninos do Morrinho na favela do Pereirão no Rio de Janeiro.

  • Rosana Palazyan. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Gama Filho/RJ e cursou artes na Escola de Artes Visuais do Parque Lage/RJ. Sua obra configura uma variedade de meios (bordado, desenho, instalação, performance, vídeo, arte pública). Promove experiências e reflexões sobre arte, vida e sociedade em um processo de escuta, especialmente com aquele que se encontra socialmente em situação de exclusão. Participa de exposições desde 1989, destacando-se cinco bienais internacionais. Na mais recente, a 56ª Bienal Internacional de Arte de Veneza, participou do Pavilhão Nacional da República da Armênia, premiado com o Leão de Ouro de Melhor Pavilhão Nacional.

  • Eduardo Frota. O ateliê do artista em Fortaleza se tornou um modo irracional de produção pelo uso extensivo de trabalho como mecanismo de redistribuição de renda com os recursos de patrocínios de seus projetos.

  • Alexandre Sequeira. Com obra paisagística e retratística, o artista usou a fotografia como processo de negociação simbólica num vilarejo isolado. Os valores auferidos com essa produção reverteram para a comunidade, que decidiu como empregá-los.

  • Christian Ingo Lenz Dunker. A arte e a psicanálise na constituição do sujeito na vida nua.

Pós-Doutorado na Manchester Metropolitan University, Professor Titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, psicanalista, Livre Docente em Psicologia Clínica. Tem foco na teoria da constituição do sujeito, metapsicologia, filosofia da psicanálise e ciências da linguagem.

27/09 - Concretismo, razão e industrialização

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

O concretismo é uma manifestação artística que teve em São Paulo seu centro maior, embora praticado em outras cidades. Deriva de ideias do Manifesto da Arte Concreta de Theo van Doesburg e outros. Seu Manifesto Ruptura preconizou princípios extremamente objetivos com relação ao pré-cálculo da forma, a redução do vocabulário cromático, o ato e a matéria pictóricos, o caráter de signo da arte. Absorveu ideias da estética industrial, fez o elogio da razão, representando uma dimensão ideológica da identificação de São Paulo com a ideia de progresso. A crise sociopolítica dos anos 1960 conduziu essa visão canônica ao impasse da significação social do concretismo. Algumas respostas foram singulares, como os Popcretos de Waldemar Cordeiro.

Homenageada: Aracy Amaral. Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Reinventou a institucionalidade da arte no Brasil nos campos da museologia (Pinacoteca do Estado e MAC-USP); do processo de curadoria e circulação da arte sobre bases da pesquisa acadêmica (curadorias como a retrospectiva de Tarsila e o Projeto brasileiro construtivo na arte). É uma paladina da arte latino-americana.

  • Helena Nader (moderadora)

  • Paulo Herkenhoff. Acertando os ponteiros. Arte concreta, concretismo, minimalismo e neoconcretismo.

  • Talita Trizoli. Judith Lauand: "dama" do concretismo paulistano.

Pós-doutoranda do IEB-USP, onde investiga crítica de arte de mulheres no Brasil. Doutora pela FE-USP e Mestra pelo PGEHA-USP, com pesquisa na área de arte e feminismo no Brasil, com ênfase nas décadas de 60/70. Possui publicações em revistas nacionais e internacionais, e atividades de crítica de arte, investigação, curadoria e ensino na área de gênero, feminismos e ética no sistema das artes. É coordenadora do grupo de estudos feminista Vozes Agudas, do Ateliê 397.

  • Glauco Arbix. (Des)industrialização no Brasil: entre o passado e o futuro.

Professor Titular do Departamento de Sociologia da USP. Foi presidente da FINEP e Tinker Visiting Professor na Universidade de Wisconsin-Madison (EUA). Integrou o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e foi coordenador geral do Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da USP. Foi Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Coordenador Geral do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

17/10 - Muito além de “paulistas e cariocas” - Mário Pedrosa e pontos extremos da modernidade no Brasil

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

Mário Pedrosa é o paradigma mais complexo de um pensamento radical sobre a arte. Sua trajetória e algumas de suas ideias incluem o modo como viu e reviu as relações entre paulistas e cariocas, concretistas e neoconcretistas, discutiu as grandes divisões ideológicas no mundo, aproximou a arte da ciência, observou o mercado e a ditadura de 1964. Tudo isso faz de Pedrosa um autor seminal para compreender um momento especialmente elevado de pensamento crítico no Brasil.

Homenageado: Mário Pedrosa, aclamado como o maior crítico de arte brasileira de todos os tempos. Tinha uma visão holística que envolvia um olhar rigoroso sobre a história, a psicanálise, a política, o lugar da matemática na abstração geométrica e outras considerações do conhecimento. Suas ideias pontuaram o século XX, desde o modernismo, até mesmo o século XXI, com princípios como “a arte é o exercício experimental da liberdade”, que ganha enorme validade no presente com as manifestações do Poder pela restrição da expressão dos artistas. Ademais, criou parâmetros conceituais para a compreensão do projeto construtivo brasileiro.

  • Helena Nader (moderadora)

  • Paulo Saldiva. Quem foi Nise da Silveira? Quando a arte cura? A psiquiatra articulou seu trabalho terapêutico com as artes plásticas e o pensamento estético.

Doutor em medicina (USP), Livre Docente e Professor Titular da Faculdade de Medicina (USP). Pesquisador em Ecologia Aplicada, Saúde Humana e Antropologia Médica. Diretor do IEA (USP).

  • Ton Marar. A epistemologia do neoconcretismo, topologia de Moebius, o vazio, o acaso.

PhD em Matemática pela University of Warwick. Professor Livre Docente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP. Teoria das Singularidades e Topologia Geométrica são suas áreas de pesquisa.

  • Paulo Herkenhoff. A diferença neoconcreta. Princípios gerais do neoconcretismo e em textos de Mário Pedrosa, Ferreira Gullar, José Guilherme Merchior, Lygia Clark, Lygia Pape, Hélio Oiticica e Amílcar de Castro.

Cátedra Olavo Setubal (2019-2020). Autor de “Pincelada: pintura e método no Brasil, projeções da década de 1950” (2008). Instituto Tomie Ohtake. São Paulo, 2009.

  • Glória Ferreira. A revolução permanente do crítico.

Doutora em História da Arte pela Sorbonne, Paris I. Professora colaboradora da EBA-UFRJ. Crítica de arte e curadora independente. Entre suas últimas curadorias, destaca-se: “Arte como questão. Anos 70”, Instituto Tomie Ohtake (2007). Dentre os livros, a co-organização de “Escritos de artistas – anos 60/70” (2006); a organização de “Crítica de arte no Brasil - temáticas contemporâneas” (2006); “Mário Pedrosa. An Anthology Primary Documents” (MoMA, 2016). Publicou: “Entrefalas” (2011) e “Glória Ferreira. Fotografias de uma amadora” (2016).

18/10 - Brasil: do neoconcretismo à Tropicália (Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Ferreira Gullar e José Celso Martinez)

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

O processo construtivo brasileiro foi um embate incansável de ideias. Uma copiosa fonte de reflexão teórica que terminou por constituir bases conceituais e estéticas muito diferentes, ou mesmo opostas, entre o concretismo e a arte neoconcreta. O neoconcretismo tem um claro fundamento de produção de conhecimento e presença do sujeito, inclusive pela convocação do outro. Enfrentou a crise dos anos 60 com o esgotamento da geometria canônica, através de propostas participativas e no encaminhamento na direção do tropicalismo.

Homenageado: Oswald de Andrade. Existem artistas que são faróis da sociedade, porque lúcidos e indomáveis. Oswald de Andrade é um paradigma que se renova sempre, porque não propunha modelos formais, mas modos de pensamento crítico que se renovam a cada geração. Seu espectro de preocupações incluía a medicina, a antropologia, a eletrônica e outros campos da ciência. Por isso, sua antropofagia pode envolver, sem decalques, o Cinema Novo e a Tropicália, como continua estimulando ações artísticas experimentais para muito além do cânon.

  • Paulo Herkenhoff (moderador)

  • Helena Nader. O ambiente e o desenvolvimento da ciência no Brasil no pós-guerra.

  • Celso Favaretto. A invenção de Hélio Oiticica: entre linhas da modernidade: o construtivismo, Duchamp e o trabalho científico do pai (José Oiticica Filho).

Doutor em Filosofia pela USP e Livre-docente pela Faculdade de Educação da USP. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Estética, Educação e Ensino de Filosofia.

  • Luiz Camillo Osório. Experimentalismo e resistência em Lygia Pape - e o saber arquitetônico vernacular nas favelas.

Doutor em Filosofia pela PUC-RJ, professor associado e diretor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, pesquisador do CNPQ e curador do Instituto PIPA. Foi Curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2009-2015). Em 2015 foi o curador do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza. Autor dos seguintes livros: Flávio de Carvalho, Cosac Naify, SP, 2000; Abraham Palatnik, Cosac Naify, SP, 2004; Razões da Crítica, Zahar, RJ, 2005; Olhar à Margem, SESI-SP e Cosac Naify, SP, 2016.

 

  • Sérgio Bruno Martins. Ferreira Gullar, do Manifesto neoconcreto à Teoria do não-objeto.

Professor do departamento de História da PUC-Rio. Doutor em história da arte pela University College of London. Foi editor-convidado do número especial Bursting on the scene: Looking Back at Brazilian Art (Third Text) e é autor do livro Constructing an Avant-Garde: Art in Brazil, 1949-1979. Tem experiência em crítica e história da arte, atuando principalmente nos temas: arte e vanguarda no Brasil; participação nas artes visuais; o legado moderno e o problema da autonomia artística na arte contemporânea; relação entre visualidade e escrita nas artes; ideologia do espaço urbano.

  • Tania Rivera. Lygia Clark, Pierre Fédida, delírio e objetos relacionais em contexto terapêutico.

Doutora em Psicologia (Université Catholique de Louvain). Pós-Doutorado em Artes Visuais na EBA (UFRJ). Psicanalista e professora de pós-graduação (UFF).  Autora de O Avesso do Imaginário (Prêmio Jabuti).

31/10 - Arte, gênero, sexualidade - As perplexidades do pensamento teórico

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

O seminário reúne artistas e pensadores para discutir e levantar o turbilhão de transformações das identidades de gênero contemporâneas, sua fluidez, o lugar e a força do corpo vibrátil neste processo, os posicionamentos políticos de expansão da liberdade dos indivíduos e as novas dimensões da subjetividade.

Homenageadas: Luz del Fuego e Pagu. Esta mesa homenageia duas mulheres audaciosas que deram ao Modernismo uma inesperada guinada sobre a liberdade sexual da mulher. Diferentemente de Tarsila, Pagu, sua rival, foi uma mulher contestatária e sem as amarras do catolicismo conservador da pintora modernista. Foi uma ativista na resistência contra a ditadura de Vargas, aliada ao proletariado, o que a levou a ser presa e torturada pela polícia política. Luz del Fuego, com origens em uma família de políticos, rompeu com os padrões moralistas da República, estabelecendo uma postura naturista que nada tinha de nudismo vulgar ou de pornografia, porque estava em busca de um contato mais autêntico com a natureza, o que a torna uma ecologista à frente de seu tempo.

  • Helena Nader (moderadora)

  • Guilherme Altmayer. De Luz del Fuego a 2019, gênero e sexualidade em levante.

Pesquisador, curador e ativista. Doutorando em design pela PUC-Rio, membro do grupo de estudos transviados e da Red Conceptualismos del Sur. Sua pesquisa tropicuir.org pensa arquivo de memórias estético-políticas sexo e gênero dissidentes no Brasil. Co-curou 'os corpos são as obras', em parceria com Pablo León de la Barra. Participou de Histórias da Sexualidade no MASP, com publicação em Antologias e exibição de filmes sobre Luz del Fuego; e da 32a Bienal de São Paulo em colaboração com Carlos Motta.

  • Fernanda Magalhães. Grassa Crua: Corpa em performance e ativismos. 

Artista, performer, ativista, gorda, feminista, fotógrafa e professora. Pós-doutora pelo LUME-UNICAMP (2016). Publicou “Corpo Re-Construção Ação Ritual Performance” (2010) e “A Estalagem das Almas” (2006). Recebeu o VIII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia 1995 - Minc/Funarte pelo Projeto “A Representação da Mulher Gorda Nua na Fotografia”. Seu trabalho integra acervos como a Coleção Joaquim Paiva (MAM-RJ), Maison Europèenne de la Photographie – MEP (Paris, França), Museu Oscar Niemeyer – MON (Curitiba, PR), entre outros.

  • Élle de Bernardini. Tudo o que você não vê está em mim.

Tem formação em ballet clássico pela Royal Academy of Dance. É uma mulher transexual com produção permeada por sua biografia. Suas obras abordam a intersecção entre questões de gênero, sexualidade, política e identidade, com a história da humanidade e da arte. Elas integram coleções como Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), MAC-RS (Porto Alegre), MAC-Niterói (Rio de Janeiro), Coleção Santander Brasil (São Paulo), Museu de Arte do Rio e MAM-RJ.

  • Jair de Jesus Mari. Uma visão contemporânea da relação entre arte e gênero.

Médico Psiquiatra, graduado pela Faculdade de Medicina da Fundação Universitária do ABC. Ph.d. pelo King’s College, Instituto de Psiquiatria, Londres. Professor Titular e Chefe do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Pesquisador Sênior do CNPQ, com participação em vários comitês internacionais (WHO e World Psychiatric Association).

  • Suely Rolnik. Políticas de subjetivação, a radicalização do desejo e sexualidade em movimento.

Graduada em Filosofia e Ciências Sociais na Université de Paris VIII, mestrado e DESS na Université de Paris VII, doutora em Psicologia Social (PUC-SP). Professora titular da PUC-SP.  Psicanalista, crítica de arte e cultura, curadora.

01/11 - Brasil, Brasis e sua complexa formação social

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

A complexa história da formação social do Brasil é atravessada por múltiplos movimentos, desde o choque para as populações autóctones (e sua “hospitalidade traída”) e a escravização dos africanos para a empresa colonial portuguesa. Ao longo da história, o tripé étnico de Graça Aranha e Oswald de Andrade se pôs como uma estratégia de poder simbólico. Foram selecionados grupos sociais excluídos ou relegados pelo eurocentrismo do aludido tripé. Complementarmente, o Brasil plural enfrenta histórias de violência na dimensão geográfica, étnica e de classe social.

Homenageado: Emanoel Araújo. O artista Emanoel Araújo representa um brilhante capítulo da história da arte dos afrodescendentes do Brasil. É aquele que volta à África em busca de matrizes estéticas e espirituais, atávicas ou contemporâneas para alimentar o projeto constitutivo brasileiro. Seu trabalho na arquitetura estética do Museu Afro Brasil significa uma ação que o Estado brasileiro não foi capaz de fazer com referência à cultura da maioria mestiça do Brasil. Seu olhar foi capaz de englobar também nossos cientistas negros. Por sua grandeza e abrangência, o Museu Afro não tem um par na cena internacional.

  • Paulo Herkenhoff (moderador)

  • Ailton Krenak. As sociedades indígenas e o desencontro das políticas do capital.

Líder indígena, atuou na elaboração da constituição de 1988, ambientalista e escritor brasileiro. Doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Grão-cruz da Ordem do Mérito Cultural.

  • Michel Schlesinger. Respostas judaicas aos desafios contemporâneos.

Bacharel em Direito pela USP, tem um mestrado em Lei e Literatura Judaica Clássica, é rabino da Congregação Israelita Paulista e representante da Confederação Israelita do Brasil para o diálogo inter-religioso.

  • Marcelo Campos. Decolonialidade tardia: signos em circulação entre arte e afrobrasilidade.

Professor adjunto do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto de Artes da UERJ e dos Programas de Pós-Graduação em Artes e em História da Arte (PPGArtes - PPGHA). Diretor do Departamento Cultural da UERJ. Membro dos Conselhos do Paço Imperial e do Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea. Curador das exposições: À Nordeste, SESC 24 de Maio, 2019; O Rio do Samba, Museu de Arte do Rio, 2018; Orixás, Casa França Brasil, 2016.

  • Soraya Soubhi Smaili. A ciência e a arte dos árabes e sua influência no contemporâneo e na cultura de nosso país.

Reitora da Universidade Federal de São Paulo e Professora Titular do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina-UNIFESP. Desenvolve projetos de pesquisa nas áreas de Neurociência, morte celular e autofagia. Estabeleceu e coordenou o Laboratório de Microscopia Confocal e o Laboratório de Sinalização e Morte Celular. Foi Secretária Regional SP da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Foi Co-fundadora, Presidente e Diretora Cultural e Científica do Instituto de Cultura Árabe; curadora das Mostras Mundo Árabe de Cinema e idealizadora da Cátedra Edward Said de Estudos Brasileiros na Unifesp.

  • João Jesus de Paes Loureiro. Cultura Amazônica: Uma diversidade diversa. 

Mestre em Teoria da Literatura (PUC-SP), doutor em Sociologia da Cultura (Université de Paris IV), professor titular aposentado da UFPA.  Autor de Cultura amazônica - uma poética do imaginário e Açaí - cacho de signos. Poeta.  (PA)

07/11 - História e mito: os povos Huni Kuin e Guarani

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

O foco deste seminário estará em duas sociedades indígenas. O povo Huni kuin é formado por mais de cem aldeias distribuídas em doze terras indígenas e mais de 13.000 pessoas. É a maior etnia do Acre. Vivem na área do Alto Juruá e Purus e o Vale do Javari. Serão apresentadas suas estratégias de preservação de seus mitos fundacionais, a formação dos jovens como legatários desta rica herança, sem tolher seus contatos com as tecnologias avançadas e o universo urbano. Os guaranis têm uma ampla presença na América do Sul, abrangendo o sudeste e o sul do Brasil, a Bolívia, o Paraguai, a Argentina e o Uruguai. Três aspectos da identidade guarani são a “alma” (ava ñe'ë) e a língua; os ancestrais míticos e o conjunto de costumes e mitos que regulam a vida social.

Homenageado: Dua Busẽ. O octogenário cacique Dua Busẽ, da etnia Huni Kuin, é uma liderança fundamental entre as sociedades indígenas brasileiras. Seu projeto de sociedade envolve os jovens na produção de um imaginário a partir dos mitos principais do panteón. Sua ideia é que a juventude abrace o universo simbólico de que é herdeira, sem recalcar sua curiosidade com relação às tecnologias e outras solicitações do mundo contemporâneo.

  • Anna Dantes (moderadora).

Trabalha com a extensão da experiência de edição para outros formatos – laboratórios, oficinas, revistas, curadorias, exposições, coleções de moda, ciclos de estudo e filmes. Desde 1994, cria, realiza e colabora com projetos de transmissão de conhecimento e memória. Há oito anos realiza, junto ao povo Huni Kuin no Acre, o projeto Una Shubu Hiwea, Livro Escola Viva que contou com parceiros como Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Itaú Cultural e tem dois livros publicados entre eles Una Isi Kayawa ganhador do Prêmio Jabuti em Ciência da Natureza. Atualmente dedica-se também ao Selvagem, ciclo de estudos sobre a vida, rodas de conversas e edição de livros que tratam das correspondências entre conhecimentos científicos, artísticos e tradicionais.

  • Dua Busẽ 

Dua Busẽ (Manoel Vandique Kaxinawá) é aclamado como o maior pajé vivo nas margens do rio Jordão. Octogenário, é especialista no manuseio de medicinas da floresta e na cura, tendo contribuído para elaboração do Una Isĩ Kawaya ou Livro da Cura do povo Huni Kuin. Vive na aldeia Coração da Floresta na terra indígena Alto rio Jordão.

  • Zezinho Yube

Cineasta huni kuin. É assessor especial dos Povos Indígenas do governo do Estado do Acre. Faz cinema-documentário para narrar histórias da origem de seu povo, a cultura e o cotidiano nas aldeias. Filmes: “Já me transformei em imagem" (sobre o pajé Augustinho) e “As voltas do Kene” (desenhos indígenas). Vive na aldeia Mibayã na Terra Indígena Praia do Carapanã no rio Tarauacá. Fala + exibição de um filme.

  • Carlos Papá

Liderança da Aldeia Guarani. Trabalha há mais de 20 anos com audiovisual, focando-se em documentários, filmes e oficinas culturais para os jovens. Também atua como líder espiritual em sua comunidade. É presidente do Instituto Guarani da Mata Atlântica (Iguama) e fundador e conselheiro do Instituto Maracá.

  • Manuela Carneiro da Cunha. Ameaças ao conhecimento indígena e a seu papel na conservação da biodiversidade e na recuperação de solos e ecossistemas. Ex-professora titular da USP, ex-full professor da Chicago University. Autora de História dos índios no Brasil e Enciclopédia da floresta. Fundou o Núcleo de História Indígena e do Indigenismo (USP).

  • Elsje Maria Lagrou. Sentidos da arte Kaxinawa - o xamanismo, a identidade e a alteridade.

Professora de antropologia do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA, IFCS, UFRJ). Publicou os livros “A fluidez da forma: arte, alteridade e agência em uma sociedade amazônica” (Topbooks, 2007) e “Arte indígena no Brasil” (ComArte, 2009, 2015); editou, com Carlo Severi, “Quimeras em diálogo, grafismo e figuração nas artes ameríndias” (7Letras, 2014) e editou o catálogo “No caminho da miçanga” (Museo do Índio/UNESCO, 2017), exposição da qual foi curadora.

  • Xadalu. Artista plástico. A arte a serviço político e econômico dos guaranis no Rio Grande do Sul. Seu conceito fundamental é de Território Indígena para o alargamento da visibilidade desse segmento cultural marginalizado. Seus diagramas respondem a condições urgentes e a médio prazo, como o reflorestamento de áreas demarcadas.

08/11 - Escultura, física e política para as mitologias indígenas

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

A obra do escultor Ernesto Neto sempre foi vinculada à Física, com viradas para as Ciências Políticas (Leviathan de Hobbes). O artista tem também buscado relações de alteridade, saberes femininos e, agora, a visão cosmogônica de algumas sociedades indígenas. Suas esculturas e instalações não são meros comentários a seu repertório conceitual, mas uma forma de constituição de uma presença sensorial que plasma valores do mundo.

Homenageados: Darcy Ribeiro e Berta Ribeiro. O casal Berta e Darcy Ribeiro representou um salto epistemológico no conhecimento da riqueza cultural das sociedades indígenas do Brasil. Seu olhar agudo também teve um foco nas manifestações simbólicas, com refinado valor estético, desses povos estudados. Ambos se dedicaram à educação. Berta Ribeiro é um capítulo denso da longa história de mulheres que se embrenham nas selvas, enfrentam adversidades em busca do conhecimento do Outro. Darcy Ribeiro foi um homem renascentista com uma obra vasta de antropologia, história do olhar ocidental sobre os índios, fez literatura e foi um capítulo grandioso da universalização da educação no Brasil, ombreando com Anísio Teixeira e Paulo Freire. Cobriu o arco da educação, revolucionou com o sistema integral no Rio de Janeiro com os CIEPs no governo Brizola e criou universidades experimentais no campo da arte e da ciência, com distinção para a Universidade Brasília, devastada pela ditadura de 1964.

  • Helena Nader (moderadora)

  • Paulo Herkenhoff. Breve introdução a Ernesto Neto, viagens à física, ao poder a aos saberes do povo Huni-kuin.

  • Massimo Canevacci (videoconferência)

Professor de Antropologia na Faculdade de Ciências da Comunicação – Universidade de Roma “La Sapienza”. Fetichismos visuais, metrópoles comunicacionais, movimentos juvenis, sincretismos culturais, culturas indígenas, aldeia e metrópoles são algumas de suas áreas etnográficas de pesquisas.

  • Luiz Alberto Oliveira. A presença da escultura de Ernesto Neto no mundo, uma poética da física.

Físico, doutor em Cosmologia, foi pesquisador do Instituto de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica (ICRA-BR) do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI), onde também atuou como professor de História e Filosofia da Ciência. Professor, palestrante e consultor de diversas instituições, é atualmente o curador do Museu do Amanhã do Rio de Janeiro.

  • Ernesto Neto. As instalações Leviathan Thot no Panthéon (Paris, 2006) e na Pinacoteca SP, 2019).  

Artista plástico formado pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com produção situada entre a escultura e a instalação. Inicialmente explora a articulação formal e simbólica entre matérias diversas. Depois passa a utilizar meias de poliamida e outros materiais flexíveis e cotidianos. Em 1990 realiza esculturas com tubos de malha fina e translúcida, preenchidos com especiarias de variadas cores e aromas, fazendo alusões ao corpo humano no tecido que se assemelha à epiderme e nas formas sinuosas que se estabelecem no espaço. Depois passa a elaborar as naves, estruturas de tecido transparente e flexível que podem ser penetradas pelo público.

21/11 - Etnologia e escravidão. (Des)compromissos da ciência com a liberdade

Local: Auditório do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

A artista Rosana Paulino tem se dedicado a um vocabulário plástico para dar conta de como o processo de escravização se apropriava dos corpos negros. Também criava situações contemporâneas de neoescravismo. Uma de suas preocupações recentes é trabalhar com visões edênicas do Brasil e observar como a expansão da etnografia foi muitas vezes acompanhada por uma indiferença das ciências humanas com respeito à escravidão.    

Comemoração da Semana da Consciência Negra.

Homenageada: Lélia Gonzales foi uma antropóloga que faleceu prematuramente, mas viveu o suficiente para resistir à ditadura e implantar perspectivas avançadas de compreensão do legado histórico africano no Brasil contemporâneo. Na complexidade de seus estudos, chegou a perceber na língua brasileira situações em que a norma culta desprezava como erro de sintaxe e outros e que ela percebeu serem marcas duradouras de línguas africanas na fala dos escravos. A esta fusão linguística antropofágica, ela denominou portunegro.

  • Paulo Herkenhoff. O lugar de Rosana Paulino na história da arte brasileira (moderador)

  • Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro. Ciência, capoeira, proibição de drogas e contra-hegemonia.

Professor titular e vice-diretor do Instituto do Cérebro da UFRN. Bacharel em Biologia pela UnB, mestrado em Biofísica pela UFRJ, doutorado em Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller e pós-doutorado em Neurofisiologia pela Universidade Duke. Pesquisa memória, sono e sonhos; plasticidade neuronal; comunicação vocal; psiquiatria computacional; educação; psicodélicos e política de drogas. Diretor da SBPC e pesquisador associado do CEPID FAPESP Neuromatemática. Autor de mais de 100 artigos científicos e de 5 livros de divulgação científica e ficção.

  • Rosana Paulino. A indiferença da etnologia com relação à sorte dos escravizados.

Artista visual, educadora e pesquisadora. Possui graduação pela Universidade de São Paulo e doutorado pela mesma instituição, na modalidade DD – Doutorado direto. Suas obras questionam o local ocupado pela mulher negra no Brasil e os efeitos deletérios da escravidão em nossa sociedade. Expôs em importantes museus no país e no exterior e tem obras em instituições como a Pinacoteca do Estado (SP), MASP (SP), MALBA (Argentina) e UNM - University of New Mexico Art Museum (USA).

  • Helio Menezes. Arte afro-brasileira contemporânea: entre políticas de (auto)representação, ativismos e produção de contra-narrativas históricas.

Mestre em Antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e pesquisador do Núcleo de Estudos dos Marcadores Sociais da Diferença (USP). Participou da curadoria da exposição Histórias Afro-Atlânticas. (moderador)

  • Grupo EmpreZa (exibição do vídeo “Vila Rica”).

Fundado em 2001, o grupo possui um vasto repertório de ações performáticas, happenings e produções audiovisuais e fotográficas. Atualmente é formado por: Aishá Kanda, Babidu, Helô Sanvoy, João Angelini, Marcela Campos, Paul Setubal, Paulo Veiga Jordão, Rava e Thiago Lemos. Movidos por intensa curiosidade em relação aos modos de produção de linguagem e de sensibilidade do corpo, o grupo parte de seu corpo-coletivo – a conjunção dos muitos artistas que formaram e contribuíram para a história do grupo – para pensar a performance, a arte e os lugares simbólicos em amplas dimensões.

22/11 - Técnicas de apagamento e reconstrução da memória da escravidão nos espaços de eugenia urbanística

Local: Auditório IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

Da abolição ao presente, inúmeras técnicas de controle social procuraram ocultar a cultura negra e os sítios fundamentais da história da escravidão, como no caso da proposta de Rui Barbosa de destruir os arquivos da escravidão como modo de apagar a chaga do cativeiro. Outras formas da desmemorização foram a ideia de “higienização” das cidades, a teoria do embranquecimento e a apropriação de padrões afro-brasileiros por discursos de exotização. Jaime Lauriano reconfigura a memória da escravidão em mapas do Brasil ou plantas do centro de São Paulo. É tarefa do artista afrodescendente estabelecer um foco em questões de sua origem? Rommulo Vieira Conceição reivindica o direito a trabalhar sobre qualquer pauta como qualquer outro artista. Quais são as alianças necessárias à discussão da dimensão afro do Brasil? Como a exclusão dos negros afeta os campos da arte, da academia, da crítica e da ciência?

Comemoração da Semana da Consciência Negra.

Homenageados: Manuel Querino e Abdias do Nascimento. Manuel Querino foi um abolicionista e historiador da arte que criou o mais radical corte analítico na história da arte brasileira, que é o reconhecimento do valor estético dos objetos de culto dos orixás. Essa posição no início do século XX resiste às teorias de embranquecimento e antecipavam ideias europeias sobre art nègre, numa compreensão que o próprio modernismo brasileiro não atingiu plenamente. Abdias do Nascimento, nascido em Franca, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde criou o Teatro Experimental do Negro, desenvolveu um ativismo cultural ao longo de sua vida. Sua resistência à ditadura de 1964, o levou ao exílio nos Estados Unidos, onde lecionou, desenvolveu sua pintura e fez contatos políticos com os black panthers. Grande referência para a emancipação dos negros no Brasil, foi eleito senador pelo Rio de Janeiro na abertura democrática.

  • Paulo Herkenhoff. Arte dos afro-descendentes e os movimentos da história da arte no Brasil no século XXI. (Moderador).

  • Igor Simões. Eugenia, entre a arte e a ciência; tarefas do curador afro-descendente? O direito a tratar do mundo. 

Doutor em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS. Investiga as articulações entre escritas da história contemporânea da arte, montagem e exposição. Professor assistente de História, Teoria e Crítica da Arte, Metodologia e Prática de Ensino da Arte na UERGS. Foi diretor de Artes Visuais na Secretaria Municipal de Cultura de Pelotas. Atua como curador e também em projetos de curadoria educativa em inúmeras exposições.

  • Jaime Lauriano. Depoimento sobre sua produção.

Artista plástico graduado no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Seus trabalhos são marcados por um exercício de síntese entre o conteúdo de suas pesquisas e estratégias de formalização, buscando trazer à superfície traumas históricos relegados ao passado, aos arquivos confinados, em uma proposta de revisão e reelaboração coletiva da História. Em peças audiovisuais, objetos e textos críticos, evidencia como as violentas relações mantidas entre instituições de poder e controle do Estado e sujeitos moldam os processos de subjetivação da sociedade.

  • Rommulo Vieira Conceição. Depoimento sobre sua produção.

Artista visual que trabalha com diversos meios, como instalação, objeto, escultura, desenho, fotografia e vídeo, explorando as sutilezas de percepção do espaço na contemporaneidade e as relações do homem contemporâneo no mundo atual. Mestre em Poéticas Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS. Ganhou prêmios como Rumos Itaú Cultural, 1º Prêmio FUNARTE de Produção em Artes, Prêmio Funarte de Arte Contemporânea – Galerias de São Paulo e Prêmio Aquisição Marcantonio Vilaça-FUNARTE. 

  • Anna Maria Canavarro Benite. A produção de ciência afrodiaspórica - corpo negro em conflito e negociação.

Coordenadora do LPEQI da UFG, do Coletivo CIATA- Grupo de Estudos sobre a Descolonização do Currículo de Ciências, que recebeu: Diploma de Reconhecimento por ação cotidiana na luta pela defesa, promoção e proteção dos direitos humanos (2013); Honra ao Mérito pela Assessoria Especial para Direitos Humanos e Cidadania (2014); Prêmio Mulher Combativa (2016). Militante do Grupo Dandaras no Cerrado. Secretária Executiva da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros/as. Ensino de Química como foco no ensino de ciências de matriz africana e da diáspora.

  • Giselle Beiguelman. Histórias da barbárie: Odiolândia à Marielle.  

Artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Tem foco em arte digital, patrimônio imaterial e design de interface. Elabora intervenções em espaços públicos, projetos em rede e aplicações para dispositivos móveis. Entre outras instituições, expôs na ZKM, Pompidou e Bienal de São Paulo. Foi Curadora de Tecnofagias – 3a Mostra 3M e é autora de vários livros e artigos sobre o nomadismo contemporâneo e as práticas de cultura digital.

05/12 - Encontro com Helena Nader e Paulo Herkenhoff

Local: Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária

Esta mesa promoverá um balanço das questões tratadas pelos acadêmicos da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência em 2019. Serão ouvidos os participantes dos seminários, discutidos caminhos de pesquisa e o futuro da própria cátedra quanto ao seu tema. Uma pergunta será feita mais uma vez: como a arte, a ciência e a cultura podem resistir ao obscurantismo e pensar a emancipação dos excluídos da sociedade, via o processo da educação?

Homenagem ao povo brasileiro sobrevivente e aos artistas e cientistas que resistem a toda forma de autoritarismo e obscurantismo.

  • Martin Grossmann. Moderador

  • Helena Nader e Paulo Herkenhoff.  E a ciência? E a arte? A problematização produtiva do diálogo entre os dois campos?

  • Paulo Herkenhoff. O pensamento esférico.

  • Helena Nader. O retorno à Terra plana.

  • Eduardo Saron. A teoria do CEP - a crítica da dinâmica cultural do Brasil recente, os impasses das instituições e a necessidade de promover a educação como modo de levar à participação efetiva dos cidadãos na vida cultural.

Dirigente do Itaú Cultural há 17 anos. Conselheiro da Fundação Bienal de São Paulo, Conselheiro do Museu de Arte de São Paulo (Masp), do Instituto CPFL, da SP Companhia de Dança, do Conselho Nacional de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, TV Cultura e do Museu Judaico de SP. Diretor do Museu de Arte Moderna (MAM) e Presidente do Conselho de Cultura do Estado de SP.

  • Guilherme Ary Plonski. A ética na formação e a formação na ética. 

Professor Titular da FEAC e professor Associado da Escola Politécnica da USP. Vice-diretor do IEA, vice-coordenador do Centro de Inovação da USP e membro da  Junta de Governadores do Israel Institute of Technology.


[1] Programa sujeito a alteração.