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O soar da meia noite-Adriele, Júlia, Luiz e Mariana.docx
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Acadêmicos: Adriele Raulino, Julia Oldoni, Luiz Mello e Mariana Schimit

Professora: Jozieli Camila Cardenal

Disciplina: Processo Criativo

adrielaraulino11@gmail.com / juliaoldoni2@gmail.com / mraschimit@gmail.com 

luizmellol@hotmail.com 

DESAFIO LITERÁRIO – ESCRITA CRIATIVA – LIVRETO

O soar da meia noite

Era uma manhã fria de domingo na grande e velha Porto Alegre. As pessoas andam lentamente pela rua, tomando um amargo e quente chimarrão, enquanto observam o lindo nascer do sol que esquenta o domingo do grande Rio Grande do Sul.

Em um prédio antigo na frente da praça histórica da cidade, duas amigas diretamente do Paraná encontram-se de mudança. Lara e Sofia haviam se formado há pouco na faculdade de Fashion Design e resolvem se aventurar.

Ao chegar no apartamento que haviam alugado por telefone, Sofia, a mais ansiosa largou as malas na porta e saiu correndo para bisbilhotar o apartamento todo. Lara saiu correndo atrás de Sofia com medo de ficar para trás e perder a emoção de descobrir cada canto do apê com sua melhor amiga.

Ao chegar no último andar do apartamento, as meninas se deparam com vários móveis antigos que parecem estar parados há anos com o tanto de poeira que se acomulava na superfície. Dentre os móveis havia uma linda geladeira azul com bolinhas brancas, de início as amigas se encantaram e animadas decidiram decorar o novo lar com os velhos móveis encontrados.

A noite chegou e as meninas exaustas de um dia cansativo se preparam para dormir. Enquanto Sofia foi se deitar em seu quarto, Lara por hora teria como cama o sofá da sala, já que não tivera tempo de fazer as compras.

Era 23h45 quando Lara deitou no sofá, estava com os olhos pesados que mal conseguia deixá-los aberto, havia algo porém que a incomodava e não permitia dormir. Ouviu soar um relógio de parede preso na geladeira, que outrora passara despercebido. A cada badalada ela sentia seu coração mais pesado e sua respiração mais lenta, algo estava errado, mas antes que fizesse algo o relógio deu suas doze badaladas e Lara dormiu de abrupto.

As seis da manhã Lara acordou assustada, durante a noite anterior tivera pesadelos horríveis, se sentia ainda mais cansada e fraca, porém, considerou que aquilo fosse o nervosismo da mudança.

A noite voltou para o sofá no mesmo horário do dia anterior e novamente o relógio embalou seu sono. A cada noite os sonhos se tornam verdadeiros pesadelos. Lara se sentia cada vez mais doente.

Voltando para casa Lara foi se deitar, já com medo do que a noite lhe preparará, mas algo diferente aconteceu, quando o relógio soou meia noite ela não dormiu. Começou ouvir uma voz vinda da geladeira azul, o som agudo foi aumentando cada vez mais e agora podia ser entendido, a voz dizia um nome: “JORGE”, consumida pelo pavor Lara desmaiou.

Na manhã seguinte a menina acordou desesperada, seu maior pesadelo voltou para assombrá-la. Por três anos Lara sofreu com um relacionamento abusivo. Quando contou que iria embora, como esperava nada ocorreu bem.

Seu namorado persuadiu para não ir, quando percebeu que não iria convencê-la a agrediu, Lara lutando por sua vida o empurrou com força para o lado quando bateu com a cabeça em uma geladeira e não acordou mais, ela com medo do que aconteceria fugiu. O corpo foi encontrado dois dias depois e tudo foi considerado um acidente.

Em total desespero ela sabia que o espírito de Jorge queria vingança, e que o motivo de sua fraqueza era que ele estava sugando a sua vida dia após dia, mas o que ela poderia fazer?

Lara acordou com um guarda batendo em sua porta, olhou pelo corredor e teve a visão de sempre, aquela velha geladeira azul ao fundo do corredor do hospício que conservava o seu passado sombrio. O que acontecera de fato na fatídica noite nunca seria revelado ao certo. Lara foi encontrada sentada no chão paralisada com o copo de Jorge dentro da geladeira ao seu lado. Em seu julgamento a única palavra que proferiu foi o nome de seu amado.

No mesmo dia que ela foi presa o hospício recebeu um presente, uma geladeira azul, a qual foi deixada logo a frente do quarto de Lara. Ela vai passar o restante de seus dias sonhando com a vida que perdeu e sendo assombrada pelo espírito de quem ela tirou a vida, mas será que de fato ela é culpada?

Há coisas que nem as mentes mais sans explicam.