Descrição geral

É um horizonte formado ou modificado pelo homem pelo uso prolongado, seja como lugar de residência, de descarte ou de cultivo, no qual haja sinais de adições de material orgânico de variada natureza, em mistura ou não com material mineral, cujas evidências possam ser comprovadas pela presença de artefatos cerâmicos e/ou líticos, ossos, conchas ou vestígios de ação do fogo (carvão e cinzas).

Critérios diagnósticos

Um horizonte A antrópico é um horizonte superficial ou enterrado que consiste de material mineral ou material orgânico proveniente de acumulações antrópicas de resíduos orgânicos ocorridas à superfície do solo e possui [1]–[3]:

O diagrama abaixo mostra a sequência de passos para avaliar a presença do horizonte diagnóstico A antrópico numa seção do solo.

A presença de um horizonte diagnóstico superficial A antrópico não é suficiente para identificar a classe de solo. Isso porque o SiBCS não possui uma classe para solos altamente antropizados. Você terá que identificar os horizontes diagnósticos subsuperficiais para identificar a classe de solo.

Solos altamente antropizados podem ser classificados utilizando o sistema internacional WRB [4]. Nele, os solos cujas características são determinadas pela ação humana podem ser classificados como Technosols ou Anthrosols.

Identificação no campo ou laboratório

Evidências de atividades humanas pretéritas. Artefatos cerâmicos ou líticos são materiais diagnósticos. Contudo, não há uma definição para eles no SiBCS. Isso dificulta a padronização das descrições de campo. Além da presença obrigatória de uma ou mais das evidências de atividade humana pretérita citadas, o horizonte A antrópico necessita atender a requisitos, em pelo menos um dos sub-horizontes A (incluindo horizontes intermediários AB, AC e AE) – em fase de validação. Vestígios de atividades humanas pretéritas: artefatos cerâmicos e/ou líticos, ossos, conchas ou vestígios de ação do fogo (carvão e cinzas).

Literatura consultada

[1]        H. G. dos Santos et al., Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, 5o ed. Brasília, DF: Embrapa, 2018, p. 531 [Online]. Disponível em: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1094003

[2]        IBGE, Manual Técnico de Pedologia, 3o ed. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2015, p. 430 [Online]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv95017.pdf

[3]        F. R. Cordeiro, A. Fontana, A. R. de Meneses, L. H. C. dos Anjos, e W. G. Teixeira, “Proposta de critérios quantitativos para a classificação do horizonte A antrópico no SiBCS”, em Seminário PIBIC Embrapa Solos 2016/2017, Rio de Janeiro, RJ, 2017, p. 23--27 [Online]. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/170882/1/2017-099.pdf

[4]        IUSS Working Group WRB, World Reference Base for Soil Resources 2014. International soil classification system for naming soils and creating legends for soil maps. Update 2015. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations, 2015, p. 192 [Online]. Disponível em: http://www.fao.org/3/a-i3794e.pdf