Manual da Nova Planta
versão 2025 r13
Prof. Geraldo Ramalho
James Alves Júnior
Fortaleza - junho de 2025
HISTÓRICO
Revisão | Data | Descrição | Responsável |
00 | maio de 2019 | versão original finalizada | Prof. Geraldo, James Alves |
03 | junho de 2020 | incluída tabela de I/O dos CLPs e nome de variáveis no SoMachine/EcoStruxure; incluído diagrama e tabela com as configurações possíveis das válvulas manuais de manobra da planta; incluída breve descrição dos sistemas | Prof. Geraldo, James Alves |
04 | maio de 2021 | incluído capítulo sobre o gêmeo digital da planta desenvolvido com o PLANTsim e outras melhorias | Prof. Geraldo |
05 | junho de 2021 | Correção da topologia de rede | Prof. Geraldo |
06 | maio de 2022 | removido capítulo sobre Gêmeo Digital; remanejado para o M.A.P.. Inclusão de gráfico explicativo da comunicação com SCADA usando as memórias MW. | Prof. Geraldo |
07 | junho de 2022 | Inclusão de tabela com endereços do sistema de segurança instrumentada | Prof. Geraldo |
08 | outubro de 2022 | Inclusão de memórias de sensores analógicos de nível (tq4 e tq5) na comunicação da planta | Prof. Geraldo |
09 | novembro de 2022 | Título atualizado. Nova seção sobre a aplicação SCADA ECOSTRUXURE e o monitoramento pelo Vison ou via web (perspective). Novo capítulo sobre simulação e testes. | Prof. Geraldo |
10 | dezembro de 2022 | Atualização da tabela de configuração da planta. Atualização das tabelas de memórias SCADA. Modificação na nomenclatura dos software utilizados na planta. | Prof. Geraldo |
11 | maio de 2023 | Atualização sobre os dispositivos virtualizados no sistema SCADA | Prof. Geraldo |
12 | junho de 2023 | Atualização sobre a eletroválvula e chave de nível mínimo/máximo do tanque 1. | Prof. Geraldo |
13 | junho de 2025 | Três novas seções adicionadas: Máscaras para uso simultâneo das memórias das saídas digitais de acionamento dos atuadores da Planta; Comunicação interprocessos e; Comandos MODBUS para o robô SCARA. | Prof. Geraldo |
SUMÁRIO
a. Módulos do Controle de Processo
b. Sistema de Proteção / Segurança Instrumentada
c. Sistema de Configuração e Monitoramento (parcialmente implementado)
i. Configurações manuais da planta
b. Proteção / Segurança Instrumentada
c. Configuração e Monitoramento
d. Endereços IP dos dispositivos da planta
4. Programa padrão da planta de processos
a. Estrutura da aplicação no SoMachine/Machine Expert
b. Mapeamento de endereços para comunicação com sistema SCADA
c. Variáveis de I/O no Machine Expert
d. Mapeamento de endereços de I/O do SIS
e. Máscaras das saídas digitais
a. Simulador Machine Expert x Controladores da Planta
b. Gêmeo digital com o PLANTsim
c. Dispositivos virtualizados via SCADA
A planta do LARI[1] compreende 3 sistemas independentes: um processo de automação industrial configurável que pode simular diferentes processos industriais; um sistema instrumentado de segurança (SIS) que é independente e atua nos tanques 2 e 3 para evitar transbordo (possui opção bypass); e um sistema de configuração das ligações entre tanques na planta (planejado).
Planta de Processos do LARI
Da esquerda para a direita: quadro 1 (módulo de abastecimento e aquecimento e controle do robô SCARA), quadro 3 (módulo de mistura e envase) e quadro 2 (módulo de mistura e dosagem).
No Quadro 1 existe uma interface homem-máquina (IHM) gráfica com tela sensível ao toque. Por meio dessa IHM é possível:
No Quadro 2 existe uma interface homem-máquina (IHM) gráfica com tela sensível ao toque. Por meio dessa IHM é possível:
Tela principal da IHM do Quadro 2
Os software utilizados na Planta do LARI são:
OBS.: Para detalhes da operação manual da Planta via IHMs dos Quadros 1 e 2, consulte o Manual Básico de Operação da Planta.
Módulo do Processo | Quadro elétrico | Descrição dos equipamentos [I/O] | Funções |
1 | Q1 | Grupo A:
Grupo B: idem grupo A, exceto botões, iluminadores e a ausência de 1 resistência [9ed 8sd 2ea] | Sistema duplo, independente, de aquecimento de líquidos, armazenamento e abastecimento da planta. |
2 | Q2 | Grupo A:
Grupo B:
[7ed 12sd 5ea] | Homogeneização do líquido de entrada; Controle de vazão, temperatura e nível. Controle de PH, dosagem. |
3 | Q3 | Grupo A:
Grupo B: sistema de envase - planejado
[4ed 4sd 2ea] | Controle de nível; controle de envase |
1 | Q1 | Grupo A: robô SCARA
[0ed 4sd] |
Controle de vazão (Grupo A1 + Grupo A2)
Calibração de instrumentos de vazão (Grupos A1 e B1 + Grupo A2)
Controle de temperatura (Grupo A1, Grupo A1 + Grupo A2)
Controle de temperatura em cascata (Grupo A1 + Grupo A2)
Sistema de produção de tinta (Grupo A1 + Grupo A3)
Sistema de produção de soro com envase (Grupo B2 + Grupo A3 e B3)
Sistema de produção de tinta com envase (Grupo B2 + Grupo A3 e B3)
Módulo do Processo | Quadro elétrico | Descrição dos equipamentos [I/O] | Funções |
1 | Q1 | Grupo A:
Grupo B: idem grupo A [6ed 2sd 2ea 0sa] | Sistema de intertravamento para proteção das resistências, do tanque e anti-transbordo |
2 | remoto | Grupo A:
Grupo B:
[2ed 3sd 0ea 0sa] | Sistema monitoramento remoto para proteção anti-transbordo |
3 | remoto | Grupo A:
Grupo B: em desenvolvimento [2ed 1sd 0ea 0sa] | Sistema de monitoramento remoto para proteção anti-transbordo |
TOTAL | [10ed 3sd 2ea 0sa] |
Esse sistema permite a reconfiguração da planta por meio de registros manuais que modificam a interligação/sequência das etapas do sistema de automação.
Módulo do processo | Quadro elétrico | Descrição dos equipamentos [I/O] | Funções |
1 | remoto |
| Sistema de configuração remoto |
2 | remoto |
| Sistema de configuração remoto |
3 | remoto |
| Sistema de configuração remoto |
TOTAL | [6ed 0sd 0ea 0sa] |
O processo da planta pode ser configurado por meio de válvulas manuais (registros), que realizam desvios nas tubulações, permitindo a realização de diferentes processos de circuito longo ou mais de um processo de circuito curto que podem funcionar ao mesmo tempo.
Registros Manuais de Manobra da Planta
Processo | Válvulas* | Sequência do processo | Objetivos |
1** | Abertas: 0,3,4 Fechadas: 1,2,5,6 | Circuito fechado completo longo (Tq0/1-Tq2-Tq3-Tq4-Tq1/0) - até 100 litros de água no sistema |
|
2 | Abertas: 0,3,2 Fechadas: 1,4,5,6 | Circuito fechado completo curto (Tq0/1-Tq2-Tq3-Tq4-Tq3) - 50 litros de água no sistema |
|
3 | Abertas: 0,3,6 Fechadas: 1,2,4,5,6 | Circuito aberto completo com descarte (Tq0/1-Tq2-Tq3-Tq4-Descarte) - somente para a manutenção da planta |
|
4 | Abertas: 1 Fechadas: 0,2,3,4,5,6 | Circuito fechado parcial curto (Tq2-Tq3-Tq2) - exige preparação inicial; 50 litros de água no sistema |
|
5 | Abertas: 0,2 Fechadas: 1,3,4,5,6 | Circuito fechado parcial curto (Tq2-Tq3-Tq4-Tq3) - exige preparação inicial; 50 litros de água no sistema |
|
* ver diagrama das válvulas de manobra
** configuração atual
Exemplo de Processo Tipo 1 - Circuito fechado completo longo (Tela da Aplicação Vision no Ignition SCADA)
Exemplo de Aplicação Vision no Ignition SCADA para Processos Tipo 1 e Tipo 3
Exemplo de Processo Tipo 4 - Circuito fechado parcial curto (Tela da aplicação Vision no Ignition SCADA)
Exemplo de Aplicação no Elipse SCADA para Processos Tipo 4
Os principais equipamentos de controle de processo e comunicação estão listados na tabela a seguir, que contém um resumo da sua configuração. Esses equipamentos fazem parte dos diferentes sistemas do laboratório.
Equipamento | Modelo | Qtde | Entradas digitais | Saídas digitais | Entradas analógicas | Saídas analógicas | Portas de comunicação |
Expansão | Schneider TM3TI4 | 8 | - | - | 4 4-20mA, 0-10V, PT100 | - | X |
Expansão | Schneider TM3AM6 | 1 | - | - | 4 4-20mA, 0-20mA, 0-10V | 2 4-20mA, 0-20mA, 0-10V | X |
IHM | Schneider MHIS5T 24Vcc | 2 | X | X | X | X | 1 Ether 1 RS485 / RS232 (MODBUS) 2 USB |
CPU compacta | Schneider TM221ME16T | 1 | 8 | 8 transístor | 2 0-10V aceita TM3TI4 | - | 1 Ether com defeito 1 RS485 (MODBUS) |
CPU compacta | Schneider TM241CEC24T | 1 | 14 | 10 transístor | aceita TM3TI4 | aceita expansão | 1 Ether 2 RS485 (MODBUS) 1 CANopen |
CPU modular | Schneider TM251MESE 24Vcc | 1 | - | - | aceita TM3TI4 | aceita expansão | 2 Ether (1 Switch) 1 RS485 (MODBUS) |
CPU compacta | Schneider TM218LDA40DRN | 3 | 24 | 16 | X | X | 1 RS485 (MODBUS) |
CPU compacta | Schneider TWDLCAA10DRF 24Vcc | 1 | 6 | 4 transístor | X | X | 1 RS232 / RS485 via cabo multilink (MODBUS) |
CPU compacta | ALTUS FBs40MCTJ 220Vca | 1 | 24 | 16 | X | X | 1 Ether (MODBUS) |
CPU compacta | Siemens S7 1214C 24Vcc | 5 | 14 | 10 transístor | 2 | 1 Ether PROFINET | |
Gateway | Siemens AS-i LINK PN I/O 6GK1 411-2AB10 24Vcc | 1 | AS-i | ||||
Expansão | Siemens AS-i Modul 3RK 1402-3CE00-0AA2 | 1 | 4 | 4 | X | X | AS-i |
Expansão | Siemens AS-i Modul 3RK 1200-0CE00-0AA2 | 1 | 4 | AS-i | |||
Expansão | Siemens AS-i Modul 3RK 1207-1BQ44-0AA3 | 1 | 4 | AS-i | |||
Acessório | Siemens Interface de Saída Analógica S7-1200 | ? | X | X | X | 1 0-10V, 4-20mA | X |
Comunicação | Rádio MODBUS | 1 | |||||
Comunicação | Conversor 232/485 | 1 | |||||
Atuador | Conversor de Frequencia ATV630U07N4 | previsto | 1 Ether (MODBUS) | ||||
CPU modular | TM262L10MESE8T | 1 | 4 | 4 | - | - | 1 Ether 1 RS485 (MODBUS) |
Comunicação sem fio | Receptor Wireless Zigbee ZBRN2 | previsto | X | 1 RS485 (MODBUS) | |||
Sensor sem fio | Temperatura zigbee ZBRTT1 | 1 | X | Zigbee | |||
Sensor sem fio | Energia Powertag ACTI9 zigbee A9MEM1560 | 1 | X | Zigbee | |||
Sensor sem fio | Botoeira zigbee | 3 | X | Zigbee | |||
Comunicação sem fio | Receptor Wireless ZBRRA | 1 | 2 | Zigbee |
No laboratório existem 5 tipos de redes/protocolos: Ethernet, TCP/IP, PROFINET, MODBUS TCP (e MODBUS RTU) e AS-i. Na rede ethernet entre os computadores e controladores utiliza o protocolo TCP/IP. A rede do sistema de automação também compartilha o protocolo Ethernet e TCP/IP utilizando o MODBUS TCP para a comunicação entre o sistema SCADA e os CLPs. O protocolo MODBUS RTU roda sobre o padrão serial RS485 e permite a comunicação entre CLPs mestres e seus respectivos CLPs escravos. A rede do sistema de segurança é interligada ao sistema de automação via Ethernet e TCP/IP compartilhado com o protocolo PROFINET, mas usa o protocolo de comunicação MPI entre o CLP e o sistema SCADA. Ainda no sistema de segurança, a rede AS-i é utilizada para conectar o controlador aos módulos de I/O remotos.
Topologia da rede MODBUS TCP / MODBUS RTU / PROFINET / AS-I
Versão Atual (Processo + SIS)
Versão com Inversores MODBUS e segunda Ethernet
Módulo 1:
Módulo 2:
Módulo 3:
O sistema de segurança instrumentada é independente do processo, possuir o próprio controlador, sensores e atuadores. Esse sistema atua nos tanques 2 e 3, monitorando o risco de transbordo e atuando no fechamento das válvulas de segurança. São quatro válvulas, duas para cada tanque.
Topologia do SIS
Topologia da rede PROFINET / AS-i
Módulos 1,2,3:
Atualmente, o sistema de configuração apenas monitora o estado dos registros de manobra. Ele está implementado no mesmo controlador do SIS. O estado dos registros V0 a V4 (veja figura sobre os registros de manobra) são informados na IHM do quadro 3 e também ficam disponíveis para o sistema SCADA. Em ambos o layout da planta (ligação entre os tanques) é reconfigurado de acordo com a posição desses registros.
Topologia do Sistema de Configuração
Módulos 1,2,3:
Dispositivo | Endereço IP Fixo |
M251 / Quadro2 | 10.106.23.11 |
M241 / Quadro3 | 10.106.23.13 |
MHIS5T / Quadro1 | 10.106.23.20 |
MHIS5T / Quadro2 | 10.106.23.14 |
S7 1200 / SIS | 10.106.23.15 |
SCADA/Ignition da Planta | 10.106.23.2 |
TWIDO 40DRF / Robô SCARA | 10.106.23.21 |
O sistema de automação da planta do laboratório possui um programa padrão para os CLPs M251, M218, M241 e M221 e o IHM. Esse programa padrão permite executar processos manuais, automáticos e remotos (por meio de aplicação SCADA). Ele deve ser usado em todas as práticas para que a planta funcione corretamente. Entretanto, é possível adicionar subrotinas ao programa padrão para executar diferentes tarefas desenvolvidas pelos estudantes.
As memórias na tabela a seguir são endereçáveis via MODBUS TCP quando o controlador Machine Expert Basic estiver conectado à Planta. As entradas digitais dos CLPs indicados na tabela são copiadas nos bits das memórias %MW1x0. As saídas digitais são copiadas nos bits das memórias %MW1x1. Os bits das memórias %MW1x2 podem ser usados para escrever nas saídas correspondentes dos CLPs (somente quando o modo remoto está ativo). As entradas analógicas dos CLPs são copiadas nas memórias %MW1x3 a %MW1x6.
Quadro 1 | Entradas Digitais | Saídas Digitais | Entradas Analógicas | Uso Geral | Máscara das Saídas Digitais | |||||
0 - 15 | Apenas leitura | Apenas escrita* | 0 | 1 | 2 | 3 | ||||
CLP 221 [via 241] | %MW 110 | %MW 111 | %MW 112 | %MW 113 | %MW 114 | %MW 115 | %MW 116 | %MW 117 | %MW 118 | %MW 119 |
Quadro 2 | Entradas Digitais | Saídas Digitais | Entradas Analógicas | Uso Geral | Máscara das Saídas Digitais | |||||
0 - 15 | Apenas leitura | Apenas escrita* | 0 | 1 | 2 | 3 | ||||
CLP 218 [via 251] | %MW 120 | %MW 121 | %MW 122 | --- | --- | --- | --- | --- | --- | %MW |
CLP 251 | --- | --- | --- | %MW 123 | %MW 124 | %MW 125 | %MW 126 | %MW 127 | %MW 128 | --- |
Quadro 3 | Entradas Digitais | Saídas Digitais | Entradas Analógicas | Uso Geral | Máscara das Saídas Digitais | |||||
0 - 15 | Apenas leitura | Apenas escrita* | 0 | 1 | 2 | 3 | ||||
CLP 241 | %MW 130 | %MW 131 | %MW 132 | %MW 133 | %MW 134 | %MW 135 | %MW 136 | %MW 137 | %MW 138 | %MW 139 |
* Para habilitar a escrita das saídas digitais através do SCADA (modo remoto), é necessário escrever o valor 1 nas memórias %MW251 para o CLP M251 (e M218) e %MW241 para o CLP M241 (e M221).
ATUALIZAÇÃO: Use o botão físico (sem fio) AZUL para habilitar/desabilitar o modo remoto ao invés de escrever nessas memórias. Quando modo remoto está habilitado, uma mensagem pisca nas IHM dos Quadros 1 e 2.
As memórias de %MW242 a %MW249 no CLP M241 e de %MW252 a %MW259 no CLP M251 armazenam as referências min/max das respectivas entradas analógicas do CLP M241 e CLP M251. Por exemplo, os valores de referência mínimo e máximo para o nível do tanque 2 (célula de carga) estão definidos em %MW252 (default = 4350) e %MW253 (default = 4680), respectivamente. Esses valores são utilizados nos programas da planta e só podem ser alterados na IHM do Quadro 2.
NOVO: Quando mais de um controlador (Simulador do Ecostruxure Machine Expert Basic) está conectado, cada um pode ligar/desligar determinados atuadores por meios dos bits mapeados nas memórias %MW112, %MW122 e %MW132, dependendo do projeto. Os bits dos atuadores disponíveis são definidos por meio de uma máscara, para cada controlador, por meio das memórias %MW119, %MW129 e %MW139, respectivamente. Por exemplo, para um projeto que usa todos os bits de saída de todos atuadores da planta, os valores dessas memórias devem ser todos iguais a 0xFFFF, ou seja, todos os bits iguais a 1. Isto permite que a planta seja comandada simultâneamente por mais de um controlador, porém cada um acionando um conjunto diferente de atuadores definidos pelas máscaras.
Existem dois modos de comunicação entre o simulador do controlador (usuário) e a planta. O primeiro modo é o mais simples e deve ser utilizado preferencialmente. O CLP simulado é conectado à aplicação SCADA da planta e o script UPDATE da APP SCADA da planta fica responsável por copiar as memórias entre o CLP simulado e os CLPs da planta, criando um canal de comunicação virtual entre eles.
Modos de comunicação Planta x Controlador simulado
O segundo modo deve ser utilizado somente caso o simulador do CLP não consiga estabelecer uma comunicação simultânea estável com o SCADA da planta e com o SCADA do usuário. Nesse caso, o simulador do CLP fica conectado ao SCADA da planta e o SCADA do usuário deve conectar diretamente aos CLPs da planta. As memórias de uso geral %MW1x7 a %MW1x8 podem ser usadas pelo usuário para transferir informações entre da sua aplicação SCADA para os respectivos CLPs. Essas informações, podem ser lidas pelo programa de controle simulado no Machine Expert por meio do canal virtual.
Diagrama do canal virtual entre CLP simulado x CLP da planta no Modo 1
PRG: programa do CLP da planta
APP: aplicação SCADA ou IoT ou controlador simulado
O programa de controle da Planta de Processos utiliza 4 CLPs. Os sensores e atuadores utilizados no processo estão conectados a esses controladores de acordo com a tabela a seguir. As entradas e saídas digitais estão mapeadas em bits nas words da tabela da seção 4.b. No Machine Expert Basic, o bit y da word x pode ser lido/escrito usando o endereçamento %MWx:y (por exemplo, %MW110:x0). No Ignition é possível criar TAGs do tipo Derived Tag tipo Boolean, para cara bit y da word x e definindo, por exemplo, a expressão Read com getBit({source},y) e a expressão Write com {value} xor 2^y .
Tabela de mapeamento entre as memórias MODBUS e as variáveis nos CLPs da planta
ENTRADAS (D) %MWn:m | CLP M251 | CLP M241 %MW13n:m | CLP M221 %MW11n:m | CLP M218 %MW12n:m |
0 | X | Q3C241_I0_CHMAN_M3 | Q1C221_I0_REGIST_M1 | Q2C218_I0_LL_TQ3 |
1 | X | Q3C241_I1_CHSELET1_M2 | Q1C221_I1_LL_TQ0 | Q2C218_I1_HL_TQ3 |
2 | X | Q3C241_I2_CHSELET2_M3 | Q1C221_I2_LL_TQ1 | Q2C218_I2_CHMAN_M2 |
3 | X | Q3C241_I3_BOTAO_M3 | Q1C221_I3_HL_TQ0 | Q2C218_I3_CHSELET1_M1 |
4 | X | Q3C241_I4_PRESENCA_TQ5 | Q1C221_I4_HL_TQ1 | Q2C218_I4_CHSELET2_M2 |
5 | X | Q3C241_I5_LL_TQ4 | Q1C221_I5_CHMAN_M1 | Q2C218_I5_BOTAO_M2 |
6 | X | Q3C241_I6_ENVASE_HABILITADO | Q1C221_I6_BOTAO_M1 | --- |
7 | X | --- | Q1C221_I7_SEGUR_M1 | --- |
8 | X | --- | X | --- |
9 | X | --- | X | --- |
10 | X | --- | X | --- |
11 | X | --- | X | --- |
12 | X | --- | X | --- |
13 | X | --- | X | --- |
14 | X | X | X | --- |
15 | X | X | X | --- |
16 | X | X | X | --- |
17 | X | X | X | --- |
18 | X | X | X | --- |
19 | X | X | X | --- |
20 | X | X | X | --- |
21 | X | X | X | --- |
22 | X | X | X | --- |
23 | X | X | X | --- |
SAÍDAS (D) %MWn:m | CLP M251 | CLP M241 %MW13n:m | CLP M221 %MW11n:m | CLP M218 %MW12n:m |
0 | X | Q3C241_Q0_INVD3_LI2_TQ3TQ4 | Q1C221_Q0_EVALV_TQ0 | Q2C218_Q0_INVD4_LI2_TQ0TQ2 |
1 | X | Q3C241_Q1_INVD3_LI3_TQ3TQ4 | Q1C221_Q1_EVALV_TQ1 | Q2C218_Q1_INVD4_LI3_TQ0TQ2 |
2 | X | Q3C241_Q2_INVD3_LI4_TQ3TQ4 | Q1C221_Q2 | Q2C218_Q2_INVD4_LI4_TQ0TQ2 |
3 | X | Q3C241_Q3_INVD5_LI2_TQ4TQ0 | Q1C221_Q3_AQUEC_TQ1 | Q2C218_Q3_INVD5_LI2_TQ1TQ2 |
4 | X | Q3C241_Q4_INVD5_LI3_TQ4TQ0 | --- | Q2C218_Q4_INVD5_LI3_TQ1TQ2 |
5 | X | Q3C241_Q5_INVD5_LI4_TQ4TQ0 | --- | Q2C218_Q5_INVD5_LI4_TQ1TQ2 |
6 | X | Q3C241_Q6_ALARME_M3 | --- | Q2C218_Q6_AGIT_TQ2 |
7 | X | Q3C241_Q7_EVALV_TQ4TQ5 | --- | Q2C218_Q7_AGIT_TQ3 |
8 | X | Q3C241_Q8_AGIT_TQ4 | X | --- |
9 | X | Q3C241_Q9_AGIT_TQ5 | X | --- |
10 | X | X | X | Q2C218_Q10_EVALV_TQ2TQ3 |
11 | X | X | X | Q2C218_Q11_EVALV_TQ3TQ24 |
12 | X | X | X | Q2C218_Q12_EVALV_TQ4TQ3 |
13 | X | X | X | |
14 | X | X | X | |
15 | X | X | X | Q2C218_Q15_ALARME_M2 |
ENTRADAS (A) %MWn* | CLP M251 %MW12n* | CLP M241 %MW13n* | CLP M221 %MW11n* | CLP M218 |
0 | Q2C251_IA0_VAZAO_TQ0TQ2 | Q3C241_A0_LS_TQ4 | Q1C221_A0_TEMPERAT_TQ0 | X |
1 | Q2C251_IA1_VAZAO_TQ1TQ2 | Q3C241_A1_NIVEL_TQ5 | Q1C221_A1_TEMPERAT_TQ1 | X |
2 | Q2C251_IA2_CARGA_TQ2 | Q3C241_A2 | Q1C221_A2_NIVEL_TQ0 | X |
3 | Q2C251_IA3_TEMP_TQ2 | Q3C241_A3 | Q1C221_A3 | X |
SAÍDAS (A) %MWn* | CLP M251 %MW12n* | CLP M241 %MW13n* | CLP M221 %MW11n* | CLP M218 |
0 | x | x | x | X |
1 | x | x | x | X |
2 | x | x | x | X |
3 | x | x | x | X |
* Ver item 4b.
OBS.: dispositivos que atualmente não estão conectados ao controlador são indicados em vermelho
O Sistema Instrumentado de Segurança (SIS), é um sistema de monitoramento dos registros de manobra/configuração e monitoramento anti-transbordo dos tanques TQ2 e TQ3 da planta, sendo totalmente independente do processo de controle. O SIS está implementado em um CLP Siemens S7 1200. Esse CLP monitora o nível alto dos tanques 2 e 3 para comandar as eletroválvulas de segurança na entrada para os tanques, impedindo que ocorra transbordo. As chaves de nível e eletroválvulas são específicas do SIS. Um sistema SCADA deve monitorar as memórias da tabela abaixo usando o protocolo PROFINET para informar ao sistema de controle sobre a ocorrência de falhas, a fim de que sejam executadas as ações preventivas ou corretivas.
Tabela de mapeamento entre as memórias e as variáveis no CLP do SIS
ENTRADAS (D) IXn.m | S7 1200 (IW0 = IB0 e IB1) | Módulo AS-I 4I (IB2) | Módulo AS-I 4I/4O (IB3) |
0 | Posição de V0 | TQ2 LHH | Estado de V2 |
1 | Posição de V1 | TQ3 LHH | Estado de V1 |
2 | Posição de V2 | Estado de V3 | Estado de V0 |
3 | Posição de V3 | Estado de V4 | Alarme / Bypass |
4 | Posição de V4 | X | X |
5 | --- | X | X |
6 | --- | X | X |
7 | --- | X | X |
8 | --- | X | X |
9 | --- | X | X |
10 | --- | X | X |
11 | --- | X | X |
12 | --- | X | X |
13 | --- | X | X |
14 | X | X | X |
15 | X | X | X |
SAÍDAS (D) QXn.m | S7 1200 (QW0 = QB0 e QB1) | Módulo AS-I 4I/4O (QB3) | |
0 | --- | X | EV1 - válvula de segurança TQ2 |
1 | --- | X | EV2 - válvula de segurança TQ2 |
2 | --- | X | EV3 - válvula de segurança TQ3 |
3 | --- | X | EV4 - válvula de segurança TQ3 |
4 | --- | X | X |
5 | --- | X | X |
6 | --- | X | X |
7 | --- | X | X |
8 | --- | X | X |
9 | --- | X | X |
10 | X | X | X |
11 | X | X | X |
12 | X | X | X |
13 | X | X | X |
14 | X | X | X |
15 | X | X | X |
Atualmente é possível que mais de um controlador Machine Expert Basic possa enviar sinais de comando para os atuadores da planta, desde que os sinais sejam mutuamente exclusivos. Essa exclusividade mútua é garantida pelo uso de máscaras para as memórias %MW112, %MW122 e %MW132. A configuração da máscara deve ser realizada para cada memória de saída digital do controlador na página Memórias, campo Saídas Digitais (w). Primeiro selecione um controlador (lado esquerdo), depois clique sobre a saída que deseja habilitar/desabilitar na memória correspondente. Uma saída desabilitada é identificada com um X. No exemplo da figura, estão habilitados apenas os sinais para os atuadores conectados às saídas digitais 1 e 3 mapeadas na memória %MW112 do controlador #1. Qualquer sinal enviado pelo controlador #1 para as saídas marcadas com X será ignorado pela Planta. Resultado similar será obtido configurando máscaras também para %MW122 e %MW132.
Monitoramento e configuração das máscaras das saídas digitais
Para o perfeito funcionamento, é necessário garantir que os demais controladores Machine Expert Basic tenham as saídas 1 e 3 desabilitadas nas suas respectivas memórias %MW112.
Através do simulador do programa Machine Expert, via MODBUS TCP, é possível executar um programa de controle na planta de processos. O script UPDATE que roda permanentemente na aplicação SCADA Planta_LARI (mestre) faz o mapeamento das memórias dos controladores para permitir que o simulador do Machine Expert (escravo) controle a planta (CLPs escravos) por meio do programa de usuário (ver mais detalhes no capítulo 4). Dessa forma, é possível monitorar o comportamento da planta e suas memórias via web (módulo Perspective) no computador ou dispositivo móvel (sem a necessidade de instalar e configurar o Vision), usando o link[2] disponível no portal do LARI (ver Documentação). Use o botão de conexão para habilitar a comunicação sdo simulador do CLP com a planta. O botão de desconexão executa uma rotina de desligamento dos atuadores, saída do modo remoto e desconexão do simulador do Machine Expert. Atenção: pode ter comportamento indefinido se for acionado sem que o simulador não esteja conectado ou se as memórias não tiverem sido zeradas antes.
O botão PARADA TOTAL (botão físico VERMELHO, ou na IHM dos quadros ou na interface Web) executa uma parada total, desabilitando todos os CLPs da planta e desativando o modo remoto. Nesse caso, a reativação da planta só pode ser feita pela IHM no Quadro 1 ou no Quadro 2. Use apenas caso o procedimento de desconexão normal falhe em abortar o funcionamento do programa que estava sendo simulado.
Monitoramento da Planta via WEB por meio do Perspective (interface antiga)
Também é possível monitorar o funcionamento da planta por meio das IHM no painel do Quadro 1 e Quadro 2. O botão PARADA TOTAL da IHM realiza o desligamento de todos os atuadores e também desabilita o modo remoto. Depois que a PARADA TOTAL é acionada (via botão físico ou via web ou na IHM), é necessário acioná-lo novamente na IHM para reabilitar a Planta.
Telas das IHM nos Quadros 1 e 2
(a) Tela principal (Q2) (b) PARADA TOTAL foi acionado
(c) Monitor do processo (Q1/Q2) (d) Monitor das variáveis (Q1/Q2)
Para a simulação no Machine Expert, considere o modelo da seguinte figura, na qual está representado o sistema a ser considerado nos projetos. i) No computador do aluno, há um CLP simulado no Machine Expert Basic e um sistema SCADA, ambos configurados e programados pelo aluno. ii) O CLP lê sinais dos sensores da planta de processos física e envia sinais aos seus atuadores por meio de uma unidade de I/O remota, simulada pelo sistema da planta, composto pelos CLPs e scripts do sistema SCADA.
O sistema SCADA da planta está preparado para direcionar as memórias para o gêmeo digital desenvolvido com o PLANTsim. Para isso, deve-se usar a aplicação Planta_LARI, no Ignition SCADA, clicar no logo do laboratório para comutar a comunicação entre os CLPs da planta e o PLANTsim. O PLANTsim já deve estar em execução, antes de efetuar a comutação. Uma vez conectado ao PLANTsim, a aplicação SCADA terá comportamento definido pela resposta do gêmeo digital da planta (ou outro sistema que for definido definido nas configurações do PLANTsim).
Para complementar equipamentos ausentes na planta de processo, estão disponíveis 10 dispositivos virtuais (sensores e atuadores analógicos), que são atualizados automaticamente por um script no sistema SCADA a cada 5 segundos. Os dispositivos possuem endereços MODBUS definidos no driver OPC UA Machine Expert Basic, acessíveis pelo simulador do programa Machine Expert. O valor das memórias que simulam os sensores virtuais analógicos são incrementados ou decrementados de acordo com o valor configurado pelo usuário no atuador virtual analógico correspondente.
Estão disponíveis os seguintes dispositivos virtuais:
Memória | Dispositivo | Rótulo | Valor |
%MW300 a %MW309 | Sensor | S0 a S9 | Sx = Sx + Ainx - Aoutx valor inicial pode ser definido pelo usuário |
%MW320 a %MW329 | Atuador + | Ain0 a Ain9 | valor deve ser definido pelo usuário |
%MW340 a %MW349 | Atuador - | Aout0 a Aout9 | valor deve ser definido pelo usuário |
OBS: os valores das memórias não são reiniciados automaticamente
Exemplo: Simular um sensor analógico de pH 4-20mA (range 0 a 14)
A comunicação interprocessos ocorre através das memórias %MW390, %MW391, %MW392. A memória %MW391 é somente de escrita para registro do status do processo. Por exemplo, o byte mais significativo dessa memória (bits 8 a 15) pode ser utilizado para informar o status do processo para o processo posterior e o byte menos significativo pode ser utilizado para informar um valor ou setpoint para o processo anterior. O sistema da planta copia automaticamente o status (%MW391) do Processo n na memória %MW392 do processo anterior (n-1) e na memória %MW390 do processo posterior (n+1).
Cópia das memórias entre processos Exemplo com 3 processos
O robô SCARA pode executar comandos recebidos via MODBUS TCP. Um código de comando deve ser escrito na memória %MW0 (CMD), depois deve-se habilitar a execução remota do comando pela memória %M94 (REMOTE_START; o comando será executado somente com uma transição 0 para 1). Por medida de segurança, sempre deve-se executar primeiro os comandos Go Home e Move Zero, antes de qualquer sequência de movimento.
Comandos básicos do controlador do Robô SCARA
Comando (%MW0) | Função | Executar Comando (%M94) | Observação |
1 | Move para a posição Home, definida pelos sensores fim-de-curso | A execução remota do comando %MW0 depende da transição 0-1 da memória %M94: 1) escrever 1/True (inicia movimento);
3) escrever 0/False (preparar para executar o próximo comando) | Executar sempre antes do início de cada operação |
2 | Move para a posição 0 (definido por %MW100 e %MW150) (posição inicial) e incrementa a memória para a próxima posição | Executar sempre após o Go Home | |
3 | Move para a próxima posição disponível (1 a 3) e incrementa a memória para a próxima posição | Executar somente após o Go Home e Move Zero (%M98 e %M90 devem ser 1) |
As posições 0 a 3 (pares ang1,ang2; ang1:%MW100 a %MW103; ang2:%MW150 a %MW153) foram previamente definidas e estão armazenadas na memória do controlador do Robô SCARA. Ângulos negativos para giro no sentido anti-horário e ângulos positivos para giro no sentido horário.
A memória %M91 (IS_MOVING) indica se o robô está em movimento. Deve ser monitorada para garantir que o robô esteja parado antes de enviar um novo comando.
As memórias %M98 (IS_HOME; indica se o robô está na posição Home) e %M90 (IS_ZERO; indica se o robô está na posição Zero) devem ser monitoradas para garantir os estados definidos na coluna observação da tabela.
A memória %M95 (FULL_STOP) pode ser usada para interromper o movimento do robô.
ATENÇÃO! Considere o atraso na comunicação.
OBS.: Mais detalhes sobre a implementação do programa de controle e informações adicionais sobre o controle remoto via MODBUS TCP podem ser encontrados no Manual de Programação do Robô SCARA.
[1] https://ifce.edu.br/fortaleza/laboratorios/LARI
[2] http://10.106.23.2:8088 - Na aba HOME, procure por Perspective Session Launcher, clique em View Project, encontre o projeto Planta LARI e clique em Launch Project