Crônicas de amanhã

A privacidade de amanhã Por Urjel Morais

A empresa de pesquisas eMarketer criou uma estimativa de pessoas que usam as redes sociais. Segundo eles, 1,61 bilhão de pessoas vai acessar as redes sociais, ao menos 1 vez por mês este ano, e o valor deve subir para 2,33 até 2017. Com um quinto de toda a população se expressando socialmente na rede, a privacidade e o controle das informações se tornou um item seriamente discutido nos mais diferentes grupos.

Com a recente descoberta que diversos governos têm monitorado dados de usuários por todo o mundo, diversas empresas, como Google e Yahoo, anunciaram planos de aumentar a segurança em seus sistemas. Mas é importante que cada um colabore, sempre usando senhas diferentes, não acessando dados sigilosos de redes públicas, e controlando as informações publicadas.

A nossa imagem pública é um dos bens mais valiosos no mundo virtual. Este ano, o conceituado dicionário Oxford elegeu “Selfie” como palavra do ano. O neologismo faz referência à fotos tiradas de si mesmo, e normalmente distribuídas socialmente. O uso inicial do termo foi remetido à 2002, mas no último ano teve sua popularidade aumentada em 17.000%. O aumento no uso de autorretratos expõe nossa vaidade, e nossa necessidade de atenção.

Muitas vezes, nossas fragilidades são usadas contra nós. Descoberto recentemente, um aplicativo que roubava dos dados dos usuários e controlava os smartphones. O aplicativo InstLike para smartphones prometia que mais pessoas o veriam e curtiriam suas fotos, mas criou uma legião de smartphones que se curtiam automaticamente.

Segundo um dos criadores da Internet, a privacidade é uma anomalia. O engenheiro de computação Vinton Cerf, afirmou em uma palestra que: “Nosso comportamento social é bastante prejudicial à privacidade. A tecnologia ultrapassou nosso intelecto social”. Segundo ele, o avanço das tecnologias impõe um sérios riscos à privacidade, que ainda não foram compreendidos.

Mas, Eric Schmidt, presidente do conselho do Google está trabalhando para aumentar a privacidade e diminuir a censura. Em uma palestra ele previu que, em uma década a segurança digital acabará com toda a censura mundial. Ele viaja o mundo promovendo esta causa em países com censura.

Os dados serão o petróleo do futuro, e já existem muitas “mineradoras” de olho neles. Mas os dados são produzidos e alimentado pelo uso cotidiano, portanto o maior poder está nas mãos do usuário. Faça uma retrospectiva dos e-mails enviados, posts, fotos e descubra o seu rastro digital, você irá se surpreender.

Urjel morais - jornalista - urjelm@gmail.com