Arte no Ensino Fundamental
As oportunidades de aprendizagem de arte, dentro e fora da escola, mobilizam a expressão e a comunicação pessoal e ampliam a formação do estudante como cidadão, principalmente por intensificar as relações dos indivíduos tanto com seu mundo interior como com o exterior.
O aluno desenvolve sua cultura de arte fazendo, conhecendo e apreciando produções artísticas, que são ações que integram o perceber, o pensar, o aprender, o recordar, o imaginar, o sentir, o expressar, o comunicar. A realização de trabalhos pessoais, assim como a apreciação de seus trabalhos, os dos colegas e a produção de artistas, se dá mediante a elaboração de idéias, sensações, hipóteses e esquemas pessoais que o aluno vai estruturando e transformando, ao interagir com os diversos conteúdos de arte manifestados nesse processo dialógico.
Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto seus modos de pensar e agir como os da sociedade. Trata-se de criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer o entendimento da riqueza e diversidade da imaginação humana. Além disso, os alunos tornam-se capazes de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo e decodificando formas, sons, gestos, movimentos que estão à sua volta. O exercício de uma percepção crítica das transformações que ocorrem na natureza e na cultura pode criar condições para que os alunos percebam o seu comprometimento na manutenção de uma qualidade de vida melhor.
A dimensão social das manifestações artísticas revela modos de perceber, sentir e articular significados e valores que orientam os diferentes tipos de relações entre os indivíduos na sociedade. A arte estimula o aluno a perceber, compreender e relacionar tais significados sociais.
Essa forma de compreensão da arte inclui modos de interação como a empatia e se concretiza em múltiplas sínteses.
O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que nossas experiências geram um movimento de transformação permanente, que é preciso reordenar referências a cada momento, ser flexível. Isso significa que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender.
Ao aprender arte na escola, o jovem poderá integrar os múltiplos sentidos presentes na dimensão do concreto e do virtual, do sonho e da realidade. Tal integração é fundamental na construção da identidade e da consciência do jovem, que poderá assim compreender melhor sua inserção e participação na sociedade.
Tecnologia e Proposta Triangular no Ensino de Artes Visuais para a Educação Formal
A Proposta Triangular de Ana Mae Barbosa é hoje a principal referência do ensino da arte no Brasil. A educadora brasileira Ana Mae, foi pioneira na sistematização do ensino de Arte em museus, quando foi diretora do MAC. Essa abordagem é a base da maioria dos programas em Arte-educação no Brasil. A proposta triangular surgiu em e foi o primeiro programa educativo do gênero e consiste no apoio do programa de ensino de Arte em três abordagens para efetivamente construir conhecimentos em Arte: Contextualização histórica (conhecer a sua contextualização histórica); Fazer artístico (fazer arte); Apreciação artística (saber ler uma obra de arte).
Tratam-se então da leitura da obra, leitura do contexto da obra e fazer artístico.. Raramente as três dimensões são abordadas juntas.
Ana Mae costuma usar a expressão "o reencantamento" para dizer que a educação perdeu o encanto... E sem ele fica tudo raso, um amontoado de números sem sentido... Para ela “arte é cognição, uma cognição para a qual colaboram os afetos e os sentidos”, pelo que o ensino da arte nas escolas deve incentivar a criatividade, facilitar o processo de aprendizagem e preparar melhor os alunos para enfrentarem o mundo. E como é o nosso mundo?
O mundo dos números, dos planos estratégicos, autocráticos ou participativos. Ambos são apenas planos. A partir de planilhas e simuladores podemos trabalhar com o previsível e o seguro, mas o previsível não existem mais. É apenas uma ilusão de estabilidade e controle, nada mais. Citando Ana Mae Barbosa, "a flutuação contextual torna qualquer definição ambígua e controversa. Logo, é da controversia e tolerância à ambiguidade que trata o pós modernismo.”
Por que falar de Ana Mae Barbosa hoje? Porque é no território da arte que a não resposta é a experiência virtureal que estamos vivenciando e não compreendendo ainda.
Para Ana Mae Barbosa, “Arte/Educação é todo e qualquer trabalho consciente para desenvolver a relação de públicos (crianças, comunidades, idosos, etc.) com a arte, como em um diálogo em que um está dentro do outro.
Referências:
PCN Artes – pag 19 – 22
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf
Acesso em 05/06/2013
A Proposta ou Abordagem Triangular – Ana Mae
Acesso em 05/06/2013