BRASILEIRO ATRAVESSA O ATLÂNTICO em um BARCO A REMO

Navegador demonstra felicidade ao encontrar pessoas, porém adorou passar 100 dias entre céu e mar

        Ontem à tarde, na Praia da Espera, Salvador, Amyr Klink pisou em terra firme pela primeira vez depois de 100 dias. O brasileiro atravessou o Atlântico navegando somente em um barco a remo, saindo de Luderitz, na África. Anos de preparação foram necessários para que essa viagem fosse completada: cardápios com nutrições variáveis, vacinas em dia e estudo das criaturas marítimas e das surpresas da natureza.

        Klink teve alguns problemas no oceano, como dores musculares e infecções nas mãos, porém não sofreu nenhuma doença grave. Sua rotina era seguida rigorosamente: acordava, tomava café da manhã, remava, estudava, comia um lanche, remava, almoçava, remava, estudava, jantava, remava, anotava os acontecimentos do dia, estudava e dormia. Essa rigorosidade ajudou-o a manter o ritmo e chegar no tempo esperado. Seu barco tinha o nome de Iat, trazido de Paraty, sua cidade natal.

        No momento que o brasileiro chegou ao seu país parecia muito tranquilo, feliz por ver pessoas e triste por deixar seu barco. “Passei 100 dias querendo falar com humanos, mas faria tudo para continuar mais 100 dias no meu barco, no meu mundo.”, afirmou Klink logo depois de sua chegada.

Chegada: Klink avista amigos na Praia da Espera depois de navegar durante 100 dias

Navegadores do Povo

19/09/1984