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Aos filhos da civilização Xokleng, da Área Indígena de Ibirama, SC, que mantêm vivos os costumes, a escrita e a língua Xokleng, apesar de tudo.

                   


   Lendas…

                                 

Xokleng, o último guerreiro,  3

A lenda do Morro da Cruz,   4

                   

A lenda do Morro Pelado,   8

A lenda das Sete Cachoeiras,  10

A lenda do Arroio do Engenho,  12

                   

A lenda da Caverna Rio dos Bugres,  14

 A lenda da Pedra Furada,  16                

                     

  A lenda do Rio do Engano,  18

  Xokleng na atualidade ,  19


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Xokleng, o último guerreiro

De quando em quando, um filho Xokleng, primeiro povo a habitar a Serra Catarinense, retorna para ver de perto que destino foi dado às florestas, aos rios, ao ambiente tingido de verde, aquele ambiente que abrigou sua gente por milhares de estações. Aqui vão alguns relatos das lendas contadas pelo último Xokleng que se teve notícia.

Conta-se que Xokleng, indígena que leva o nome de sua civilização, riu de algumas lendas que sobreviveram ao tempo. Louvava a criatividade do povo, sem esquecer que a ele muito se deve a causa da extinção de sua tribo. Foi então que se animou a contar sua versão de algumas lendas, inéditas até aqui.


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Diz uma antiga lenda que...

Debate-se ainda se a civilização Xokleng não seria uma ramificação da Kaingang. Nunca saberemos ao certo.

O viçoso verde da vegetação anunciava o início da primavera. Uma jovem índia Xokleng e um moço guerreiro Kaingang, naquele início de estação, selariam o encontro dos dois grande povos indígenas do hemisfério sul. Se eram rivais ou não, pouco importava para os sentimentos dos jovens.

O encontro ocorreu por acaso. A Xokleng distanciou-se da tribo. Sua percepção feminina parece que a empurra ao encontro.

Nômades, quis o acaso que as civilizações se cruzassem nas imediações das suntuosas rochas, às margens do Rio Canoas. Por um capricho da natureza, há um grande vão na rocha mãe, como se fosse uma janela para contemplação do magnífico vale, cortado e banhado

pelo límpido rio.

Laklãnõ, a indiazinha Xokleng, banhava-se nas cristalinas águas do rio. Seu corpo nu boiava sobre as águas com tal harmonia que era como se fizesse parte delas. Absorta, nem percebeu que, oculto nas moitas, os negros olhos de Jê, o indiozinho Kaingang, pousavam curiosos sobre seu corpo.   Quando  mergulhou, mantendo


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os olhos abertos, sentiu a presença de Jê, mas manteve-se brincando em meio às ondas, sabendo que era observada. No entanto, também Jê percebeu que fora visto, mas continuou se esgueirando por entre os galhos.

Horas correram nessa cumplicidade. Qualquer coisa de inexplicável atraiu os adolescentes um para o outro. Como uma sereia que surge das águas, Laklãnõ levantou-se e andou em direção ao admirador, como que encantado. As palavras proferidas em línguas diferentes não tinham qualquer importância, pois a universal linguagem da paixão fascinava mutuamente os jovens. Pouco disseram um ao outro, diferente de seus olhos que falavam mil palavras.

Combinaram um sinal para os próximos encontros. Seria aos pés do vão da grande rocha, no topo da montanha.

Diz uma velha lenda indígena que a melodia de uma flauta é a marca da alma daquele que a toca. Assim como cada ser é único, não existem dois cantos iguais. Por isso, ficou acertado que Laklãnõ tocaria sua flauta no local do encontro. A sensibilidade de Jê, por certo, a reconheceria.

Dois traços paralelos, coloridos, em cada lado do rosto, um cinto de cipó com penas na parte frontal, uma flauta de bambu a mão, mais parecia uma deusa grega; era Laklãnõ, a indiazinha Xokleng. Na cabeça, um cocar de penas de arara, às costas um arco, no rosto, traços duplos verticais em cada face, na cintura, um cordão com penas cobrindo seu sexo; era Jê, o indiozinho Kaingang.

Foi a primeira vez para ambos. Era o entrelaçamento do sangue de duas nações, no espaço oco da grande rocha, naquele sublime momento. Pelo resto dos tempos, antropólogos e outros pesquisadores, tentariam desvendar a origem dos descendentes de Jê e Laklãnõ.


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Pela lei do nomadismo, ninguém há de criar raízes. Tudo que deixavam eram rastros. A natureza, intacta, regozijava-se com os hóspedes. Não teriam, natureza e indígenas, a mesma sorte, tempos depois. Estes, dizimados; aquela, marcada por sulcos grotescos em suas veias. De modo que logo seguiram seu rumo. Jê desgarrou-se e seguiu as pegadas da tribo de Laklãnõ, que partiu para caminhos incertos.

Antes, porém, o jovem guerreiro Kaingang, para deixar registrado o mágico momento que passou com Laklãnõ, prendeu um sinal no meio do vão da grande pedra.

Muito tempo depois, habitantes daquela região, percebendo a semelhança do sinal com uma cruz, nominaram aquele local Morro da Cruz.

Você, visitante, quando pisar o lendário Morro da Cruz, não deixe de olhar pela janela, no vão da grande pedra, a beleza do vale, do rio e do verde viçoso. Se conseguir entrar em estado alfa - concentre-se, quiçá consiga - ouvirá a sinfonia única de Laklãnõ, a indiazinha Xokleng, soprando sua flauta. E então, faça como aquele povo: “deixe somente pegadas e nada leve senão lembranças”.1

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 Flauta indígena de bambu


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1. Reescrita do slogan criado por adeptos de vivências naturais: “Da natureza nada se tira a não ser fotos, nada se leva senão lembranças, nada se deixa senão pegadas, nada se mata senão o tempo”. 

Como chegar:   sentido  Urubici – Rio  Rufino   via   SC  439, distante  8 km,   localidade  Campestre. Formação rochosa  de arenito com 1380m acima do nível do mar, margens do Vale do Rio Canoas.  Caminhada de  1 km até o topo, onde se encontra uma fenda natural.


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                       A Lenda do Morro Pelado

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            Reza a lenda que...

Muitas são as lendas que o povo conta sobre as nuas montanhas conhecidas como Morro Pelado.

Xokleng fala como se tivesse vivido aquela epopeia. Sempre quando faz referências aos ancestrais, o rústico e duro rosto de guerreiro deixa-se umedecer pelas lágrimas que não consegue conter.

Naquele tempo, diante da ameaça de bárbaros que se aproximavam perigosamente, a legião Xokleng instalou-se nas inóspitas montanhas de um certo lugar. Ali, pelo menos, por algum tempo, estariam protegidos.

Flocos de neve flutuam no ar e logo juntam-se ao oceano branco. Fazia frio nas montanhas. Os índios ocupavam seus dias escavando cavernas para protegerem-se do rigoroso inverno, e também dos estrangeiros, que vinham abrindo clarões por onde passavam.

Quando mudava a estação, em outros tempos, poderiam ir em direção ao mar. No entanto, tal aventura desses espíritos nômades, não era mais possível.  Inimigos vindos do oceano, com suas armas que cuspiam fogo, instalaram-se nas regiões litorâneas.

Muitos outonos se passaram até que os abrigos subterrâneos tivessem ficado prontos. O líder que determinara o local, assim como os primeiros a dar início à empreitada,


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não puderam ver o quão acertadas foram aquelas obras.

Por vários invernos os Xokleng se ocultaram do invasor, como seres invisíveis, embrenhando-se com astúcia naquelas cavernas dissimuladas.

Um dia, porém, os oponentes, mais espertos do que imaginavam, armaram uma emboscada e aprisionaram os Xokleng em seu próprio esconderijo.

Havia ali índias grávidas, crianças de colo, jovens indígenas, guerreiros feridos. Somente um deles, que teimosamente nunca quis entrar na caverna, se salvara.

Conta-se que esse indígena sobrevivente dançou sem parar uma dança louca e gritou indecifráveis palavras sem se cansar. Só deteve-se quando toda a vegetação, que cobria aquelas montanhas, desceu varrendo e arrancando todas as raízes, tal como se a natureza estivesse em pranto.

O Xokleng então olhou o Morro Pelado e sumiu para nunca mais ser visto.

Hoje, indiferentes ao passado daquele morro, turistas e aventureiros fazem trilhas, praticam alpinismo, montanhismo e rappel para preencherem os seus dias. Outros, visitam as cavernas, que guardam os mistérios esquecidos daquele tempo.

Cada pedaço que os pés dos turistas tocam tem uma história de algum Xokleng que um dia também nele pisou.


Como chegar: Bairro Baiano, 3 km do centro da cidade. Logo ao cruzar a ponte que corta o Rio Urubici, sentido Centro-Baiano, já se pode avistar o Morro Pelado.                                      

   


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 A lenda das Sete Cachoeiras

Reza a lenda que...

A filha do grande líder Xokleng, então com 10 anos de idade, de uma tribo que habitava as imediações de um pequeno riacho, era uma indiazinha diferente das outras.  

Recolhida em sua oca, nem brincava nem fazia as coisas de sua idade. Tristezinha, a pequena indiazinha Xokleng preocupava seu pai, o velho cacique.

Nenhum tratamento com ervas, sugerido por feiticeiras da tribo, teria dado qualquer resultado. Quietinha, em seu canto, passava os dias a pequenina índia. Fazia desenhos em fragmentos de rochas que eram trazidos pelos guerreiros da aldeia. Inscrições rupestres e, mais tarde, artes em grafite,   denominariam os homens brancos, tempos depois. Mas era, na verdade, o único passatempo daquela solitária indiazinha.

A notícia dessa enfermidade da filha do grande líder se espalhou por tribos vizinhas. Muitos tentaram ajudar,  sem nada conseguir.

Um dia, uma benzedeira soube da triste sina do velho cacique e sua filha. Partiu em direção à aldeia, sabia que ficava próxima a um pequeno riacho, o qual juntava-se a um


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grande rio, que corria engolindo os pequenos afluentes,  esse

grande rio era o rio  Canoas. Lá chegando, tomou conhecimento de tudo quanto tinha sido feito, sem que nada tivesse dado resultado.

Desconfiou, a benzedeira, que a indiazinha precisava brincar em coisas diferentes daquelas que todos tinham lhe mostrado.

Orientou todos os guerreiros daquela tribo a construírem pequenas quedas de água para que a indiazinha brincasse.

A criança se sentiu tão feliz com as brincadeiras nas cachoeiras ao longo do riacho, que voltou a sorrir tal quais as meninas de sua idade.

O grande líder ficou muito agradecido, e, desde então, o riacho das cachoeiras passou a ser conhecido como Rio Sete Quedas.

Desse acontecimento surgiram os, hoje conhecidos,  toboáguas ou tobogãs, escorredores aquáticos, que fazem a felicidade das crianças pelo mundo afora.

Se você fizer a trilha das cachoeiras, no Rio Sete Quedas, irá perceber que entre uma e outra cachoeira há um perfeito toboágua nas corredeiras do riacho. Caso o encontre, pare por um instante, medite, deixe que a alegria da indiazinha Xokleng penetre em sua alma. Você voltará para casa mais feliz. Acredite.



Como chegar: Urubici, SC, Serra Catarinense, 7 km do centro da cidade, às margens do Rio Canoas, sentido Rio Rufino, localidade Campestre.



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  A lenda do Arroio do Engenho

 Contam os antigos que...

Um jovem casal apaixonado quis conhecer os segredos das cachoeiras de um certo arroio. Passaram próximo a um pinheiro secular e seguiram contra as águas. Avistaram a primeira cachoeira e a contornam pela esquerda, em direção à outra. Quando se aproximavam da segunda cachoeira, extasiados pela beleza de tudo que viam, não perceberam as pegadas de uma onça-pintada, talvez a última da Serra Catarinense. Assustados, distanciaram-se um do outro. Perderam-se na floresta. Da mulher, nunca mais se teve notícia. Do homem, sabe-se, que inconformado com a perda de seu grande amor, fez morada nas imediações das cachoeiras. Para sobrevivência, teria construído um engenho para auxiliá-lo na moagem de grãos.

Passaram-se os anos. As feições juvenis deram lugar a algumas rugas. Eram as marcas do tempo. Exceto seu amor que permanecia inabalado. Guardava em seu


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peito a esperança de reencontrar sua amada. Não passava dia que não contornasse a primeira cachoeira e andasse em direção à segunda, esperando encontrá-la.

Um dia, quando um grupo de turistas chegou para visitar as já lendárias cachoeiras, este senhor pode ver nas feições de uma mulher as mesmas daquela jovem que outrora se perdera na floresta. Encontram-se. E viveram o resto de seus dias naquele lugar, que desde então ficou conhecido como Arroio do Engenho.

Diz a lenda que todo casal que faz a trilha das duas cachoeiras, contorna a primeira e anda em direção à segunda, fica extasiado pela beleza de tudo que vê, quando retorna, tem-se que jamais se separa, e seu amor sobreviverá pelo resto dos tempos. Porém, pode ocorrer de alguém se perder... mas não há mais a onça- pintada.

Relatos dão conta que teria sido a onça-pintada que conduziu a jovem mulher ao vilarejo mais próximo.











Como chegar: Urubici (Pássaro Lustroso), Serra Catarinense, 3 km do centro da cidade. Bairro Baiano. Próximo a um pinheiro com mais de 500 anos. Estrutura para acampar.

                                                                            


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  A Lenda da Caverna Rio dos Bugres1

   Diz uma antiga lenda  que...

Um senhor feudal era proprietário de uma grande extensão de terras. Ainda que escalasse o monte mais alto e projetasse o olhar para o ponto mais distante, estaria vendo apenas parte de suas posses. Apesar disso, não era feliz. Sonhava encontrar ouro, ouro o bastante para fazê-lo o mais rico e poderoso de todos os homens. (Conta-se que era possuidor de 20 mil hectares, havia recebido do governador da província).

Um belo dia, quando passeava por suas terras, restava no horizonte ainda um estreito feixe de sol, não era nem dia nem noite, o instante exato do crepúsculo, viu de relance um chispar de algo que o fez acreditar fosse ouro.

Mandou todos os seus escravos e todos os índios sob seu domínio que cavassem para encontrar o ouro, que por certo estaria soterrado naquele lugar. Não tinha dúvidas que recebera um sinal.

Nem os índios nem os escravos africanos dominavam técnicas para abrir buracos em rochas. A comunicação era outro empecilho, não se entendiam.


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Apesar disso, cavernas foram abertas sem que tivessem a mínima ideia para quê.

Sucede que o senhor feudal, vendo que o trabalho apresentava resultados, um certo dia, embrenhou-se na caverna. Assustados, diante da presença do coronel, índios e escravos, evadiram-se do local, deixando-o preso no labirinto escuro das fendas.

Conta-se que fecharam as saídas e autoproclamaram-se livres, deixando lá preso para sempre o tirano senhor feudal.

Quando alguém hoje visita aquelas escavações e ouve um eco surdo de gritos, está escutando o eco da história da liberdade daqueles escravos e índios e as lamúrias do senhor feudal.

1. O termo bugre, referindo-se ao índio, é a forma pejorativa para designar habitantes desconhecidos,  no sentido de inculto, conforme  Dicionário Houaiss. 

Como chegar:  Urubici (Pássaro Lustroso), Serra Catarinense, 11 km do centro da cidade, no povoado denominado Rio dos Bugres. Sentido Serra do Corvo Branco.




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  A lenda da Pedra Furada

Reza a lenda que...

No tempo em que a natureza ainda não tinha se acomodado para receber o homem, as montanhas faziam armadas para capturar pássaros gigantes.

Muito tempo depois, as montanhas petrificadas e os pássaros gigantes extintos, restaram os sinais das peripécias da natureza daquele tempo.

A pedra furada, então, nada mais é do que uma armada que prendia os grandes mamíferos voadores. No entanto, os pássaros presos logo eram soltos para retomarem a brincadeira. Era o jeito que as rochas encontraram para interagir com os seres que se moviam.

Grandes extensões, disfarçadas de planície, aguardavam o voo rasante das aves gigantes, quando estas se aproximavam, projetavam-se para o alto, formando montanhas para interceptar as aves, foi quando se desenharam os grandes pântanos e depressões, vales e cumes dessa região.


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Foi assim que Urubici se formou, dessas brincadeiras da natureza. Por isso, os homens, quando olham para as paisagens de Urubici, sentem-se hipnotizados pela beleza. É que por detrás de cada torrão está a natureza sorrindo das loucuras faceiras daquele tempo.

Um dia, quando a geografia acordar desse sono profundo, os vales e os montes voltarão a reviver as peripécias de antigamente, e deixarão pasmados os seres que a habitam.

A lenda da pedra furada chegou até aqui porque um Xokleng, filho desta terra, descendente indígena de uma civilização perdida, cujos vestígios remontam a 2860 anos a.C., ouviu de seus ancestrais e transmitiu ao homem branco, este mesmo que dizimaria sua tribo por volta do século XIX.












Como chegar: Urubici, Serra Catarinense, 30 km do centro da cidade, Parque Nacional de São Joaquim, aparados da Serra Geral, área militar. Altitude: 1.822m. Temperatura mínima já chegou a -17,8ºC. Sentido Serra do Corvo Branco.



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A lenda do Rio do Engano


Reza a lenda que...

Uma nascente que brota por entre as pedras no cume de uma montanha rochosa, junta-se a uma outra mais adiante, e logo  formam uma corrente de água límpida. Escolhendo o caminho mais íngreme, precipita-se daquele monte. Lá embaixo, aninha-se, montando um pequeno lago, que logo escorrega por dentro da mata virgem. É o Rio.

Mais ao longe, já deixou vários rastros até chegar num povoado. As gentes moram nas bordas, fazem lavouras.

Os sobreviventes indígenas da tribo de Xokleng já teriam alertado aos estrangeiros que aquele vale era a morada das águas. Não lhes deram ouvidos.

Quando chove na cabeceira, as gentes do povoado não veem, mas o leito do rio se avoluma. De surpresa, de repente, o rio chega crescido, chega enchente, e arrasta as casas, e arrasta as lavouras. Assim, de vereda!  “De vereda”, exclama o povo. Esse é o rio, é o Rio do Engano.



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Xokleng na atualidade

Na Área Indígena de Ibirama, SC, os Xokleng sobreviventes ainda conservam traços de sua milenar cultura. A fala e a escrita sobreviveram ao tempo. Hoje, as novas gerações valorizam cada símbolo que chegou até aqui.

A necessidade de adaptação a outros valores vai modificando a cultura Xokleng, como a venda de artesanatos em cidades como Blumenau, Camboriú, Joinville e Florianópolis.

No entanto, traços marcantes da cultura indígena como a não acumulação e a supremacia do coletivo sobre o individual resistem bravamente na maneira de ser do Xokleng contemporâneo, ainda que afetado culturalmente pelo homem urbano.

A trágica trajetória de seus ancestrais não destruiu o ímpeto guerreiro do povo Xokleng, por isso ainda consegue olhar o futuro com esperança, apesar de tudo.

Urubici, outubro de 2012.

Charles Ferreira dos Santos

charlesfs@hotmail.com

www.charles-reinventar.blogspot.com