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5° Bimestre ST1
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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO- UNIVESP

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA

LEANDRO TIAGO NASCIMENTO SILVA

LUCIANO LEMOS

MICHELE APARECIDA MOREIRA

MARCELO SILVA

Dia da Partilha - Aprimorando o convívio para melhorar o aprendizado no EJA

CRUZEIRO

2015

UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO- UNIVESP

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA

Dia da Partilha - Aprimorando o convívio para melhorar o aprendizado no EJA

 

Projeto Integrador apresentado à Universidade Virtual do Estado de São Paulo - UNIVESP, para avaliação bimestral.

Área de Concentração: Licenciatura em Ciências Naturais e Matemática

Orientador: Custódio Silva

 

CRUZEIRO- SP

2015

Sumário

Resumo …………………………………………………………………………

Abstract ………………………………………………………………………....

Introdução e justificativa ………………………………………………………..

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4

5

Problema e Objetivos da pesquisa …………………………………………….

7

Metodologia empregada e Descrição da construção do(s) Protótipo(s) …..

8

Apresentação do protótipo 1  ....………………………………………………..

10

Considerações finais …………………………………………………………....

12

Bibliografia ………………………………………………………………………..

Anexo 1 …………………………………………………………………………

Anexo 2 ………………………………………………………………………...

Anexo 3 ………………………………………………………………………...

13

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19

RESUMO

É evidente que a cada dia buscamos o aprimoramento de nossas habilidades pessoais, mas não podemos esquecer onde nascem estas habilidades, que é na escola, através do ensino. Sem o ensino, não há conhecimento e nosso país está com esta qualidade bastante defasada. Não há quem ensine bem e também quem aprenda bem. Querendo mudar esta realidade, o presente relatório exemplifica um método estudado no nosso curso de Licenciatura em Ciências Naturais e Matemática, chamado Design Thinking, regido por prototipagem. Utilizando os procedimentos deste método, detectamos um problema de baixo aproveitamento no aprendizado das turmas de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) de Ensino Fundamental I e II em uma tradicional Escola Municipal da cidade de Cruzeiro, SP, e tentamos achar uma solução adequada. O caminho escolhido por meio de conversas com a gestão do EJA da escola foi a melhoria da interação entre os alunos, o que poderia promover melhor qualidade no rendimento tanto individual como coletivo nas atividades de ensino da mesma. Para esta finalidade, realizamos reuniões para ouvir a opinião dos Docentes, discutimos soluções e concordamos em criar, através de um protótipo, o “Dia da Partilha” que consistiria em adequar à grade curricular, dias de interação entre os alunos que apresentam idades bem diversificadas. Este protótipo ainda está em andamento, e seus futuros resultados dependerão do desenvolvimento de novos protótipos com a participação da equipe do projeto, dos professores e gestores da escola.

Palavras- Chave: EJA; Design Thinking; Prototipagem, Interação.

ABSTRACT

It is clear that every day we seek to improve our personal skills, but we can not forget where these abilities are born, it is at school, through teaching. No education, no knowledge and our country is with this quality quite outdated. There are those also who teach well and learn well. Wanting to change this reality, this report exemplifies a method studied in our Bachelor's Degree in Natural Sciences and Mathematics, called Design Thinking, governed by prototyping. Using the procedures of this method, we detected a low utilization problem in learning the Youth and Adult Education classes (EJA) in elementary school I and II in a traditional Municipal School in the city of Cruzeiro, SP, and try to find an appropriate solution. The path chosen through discussions with the management of the school EJA was to improve interaction between students, which could promote better quality in both individual and collective performance in teaching the same. To this end, we held meetings to hear the views of Teachers, discuss solutions and agreed to create, through a prototype, the "Day of Sharing" that would consist of adapting the curriculum, length of interaction between pupils with well diversified ages . This prototype is still ongoing, and its future results will depend on the development of new prototypes with the participation of the project team, teachers and school managers.

Key-words: EJA; Design Thinking; Prototyping, Interaction.

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Sabemos que no cotidiano, a qualidade do ensino tem deixado a desejar em muitas instituições de ensino do nosso país. A busca pela melhor educação é a chave para um futuro promissor porém nem sempre esta melhor educação está ao alcance de todos. Seja por motivos sociais, políticos ou particulares, um ensino de qualidade às vezes se encontra fora dos limites da população comum. Pensando nisso, nosso projeto tem se dedicado à melhoria deste ensino e através da metodologia de Design Thinking, viabilizamos idéias a fim de realizar protótipos viáveis e sustentáveis para beneficiar alguma instituição carente desta qualidade. O foco do protótipo é interação, onde entendemos que sem interação, seja ela entre aluno x aluno ou aluno x professor, não há qualidade de ensino. Uma instituição educacional interativa, com certeza é uma instituição educacional  de qualidade no seu propósito.

Em 15 de agosto de 2015, nosso grupo decidiu procurar uma instituição onde, supostamente, necessitava de algum tipo de ajuda em relação ao tema proposto. Decidimos por uma instituição bem conservadora da cidade de Cruzeiro - SP, cujo nome é Escola Municipal Arnolfo Azevedo. Conversamos com a diretora e os professores daquela escola e começamos a trabalhar nossa metodologia. Fomos informados das dificuldades da escola em lidar com a heterogeneidade das turmas - o que demanda atividades especificas para tentar melhorar a equalização, tanto no sentido cognitivo quanto afetivo-social. Outro fator dificultoso escutado foi a interação dos alunos entre si devido a diversidade de gerações existentes na escola. Então, o grupo decidiu ter mais uma reunião com os professores da escola e assim poder definir qual seria o problema e as possíveis soluções, pois ainda não havíamos escolhido em qual problema iriamos trabalhar. Na ocasião a diretora da instituição propôs que participássemos de reuniões às quintas-feiras, onde os professores estariam voltados a nos dar atenção e expor de maneira mais clara as dificuldades que eles encontram no ambiente escolar. Segue abaixo algumas fotos da Escola trabalhada em questão:

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Fotos tiradas na escola Arnolfo Azevedo - Cruzeiro - SP - 6° ano

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Fotos tiradas na Escola Municipal Arnolfo Azevedo - Cruzeiro - SP - 6° ano

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Fotos tiradas na Escola Municipal Arnolfo Azevedo - Cruzeiro - SP - Sala da Prof.a Elizângela

PROBLEMA E OBJETIVO DA PESQUISA

        

Em 22 de agosto, observamos e analisarmos que um dos problemas apontados pela diretora da escola que utilizamos como base, foi  definido como tema: “ A Interação cognitiva e afetivo-social entre os alunos da Escola Municipal Arnolfo de Azevedo, de Cruzeiro SP”. Então, vieram idéias de um primeiro protótipo, um evento promovendo alguma forma de interação. Conversamos com os professores sobre a possibilidade de criamos um “dia de interação” entre os alunos que poderia ser chamado de “Dia da Partilha”. A diretora da escola, Professora Rose gostou da idéia e sugeriu a inclusão deste evento no planejamento pedagógico. Esta idéia então foi transmitida aos professores da escola, que seja feita uma aula dinâmica onde haveria uma confraternização e uso de jogos, com o intuito de aproximá-los.

METODOLOGIA EMPREGADA E DESCRIÇÃO DETALHADA DOS PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DOS PROTÓTIPOS

        

APROXIMAÇÃO DO TEMA

A principio definimos o ambiente escolar o qual iremos ter como base do nosso projeto e o ano escolar que usaremos como foco. Esta escola está situada no município de Cruzeiro- SP. Ela é uma escola da rede municipal de ensino que atende os alunos no método EJA (Educação de Jovens e Adultos) que moram na cidade, muitos vindos especialmente da Fundação Casa.

        Foi realizado entrevistas com a diretora e os professores, que replicaram as idéias aos seus alunos.

Ao analisarmos as respostas e socializarmos as entrevistas, observamos que um dos problemas citados pela diretora, foi a falta de interação entre os alunos devido a intergeracionalidade deles e como isso afeta o cotidiano escolar dos alunos.

DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ESPECÍFICO

Através da entrevista com a diretora da escola e os professores, a equipe do projeto definiu o seguinte desafio: Como melhorar a Interação cognitiva e afetivo-social entre os alunos da Escola Municipal Arnolfo de Azevedo, de Cruzeiro - SP. 

O campo da nossa pesquisa é uma  escola pública municipal, situada no município de Cruzeiro-SP, tendo como atividade de ensino o método EJA, atendendo à diversidade geracional daquela cidade. No ano de 2015, esta escola sofreu  com entradas de bebidas alcoólicas, drogas e alguns tipos de violência entre alunos e professores. Por esse motivo tem havido uma mobilização entre todos os integrantes da escola para mudar esse cenário negativo em que ela está inserida.

                                                                

Perguntadas sobre a falta de interação entre os alunos e escutamos as respostas dos professores sobre a idéia de um dia de interação entre os alunos. Obtivemos respostas diferentes. Quatro dos seis professores conseguiram efetuar uma conversa inicial com seus alunos sobre a idéia e uma das professoras nos relatou que “tentou” falar com os alunos, sem sucesso. 3 professoras conversaram com seus alunos e obtiveram bastante resposta positiva. Os alunos interagiram dando idéias sobre utilizar imagens neste “dia da interação”. A professora de artes, professora. Elizangela (séries iniciais do fundamental - inclusive alfabetização) , acredita na idéia, visto que ela é a principal referência dos alunos, pois dedica muito tempo à turma e tem muito vinculo com eles.

Somente dois dos seis professores que conhecemos demonstraram não estar disponíveis a realizar a idéia proposta. O professor de português decidiu que não tem jeito de inserir a idéia e não vai poderá fazer nada. A professora de historia relatou sobre a dificuldade de implantar este dia pois tem dias em que o número de alunos na escola é menor. Às vezes 10 alunos num total de aproximadamente 40, onde são 5 turmas com 160 alunos. Segundo ela, dias de segunda-feira e de quarta-feira o número de alunos é maior e na quinta e sexta feira cai devido ao fim de semana. Existem também alunos que só vão para garantir a presença e outros considerados “alunos-fantasma”, que só aparecem no fim do semestre.

Mesmo com todas estas dificuldades, a maioria acredita que este dia da interação melhoraria o quadro de qualidade da escola, então decidimos que este seria nosso primeiro protótipo.

PROTÓTIPO 1

Iniciados os trabalhos e discussões a cerca do problema após as entrevistas realizadas, foi apontado que o problema atual seria melhorar a falta de interação dos alunos da escola. O grupo assistido pelo Coordenador, começou a proceder pesquisas, a fim de melhor entender a metodologia de Design Thinking, aprofundando pesquisas junto à sites de problemas correlacionados e também do Ministério da Educação, já que nem todos os membros da equipe são atuantes na área da Educação.

Após esse aprofundamento teórico, decidimos instituir um dia de interação chamado de “Dia da Partilha”.

Como o objetivo coletivo da escola é buscar a melhoria da interação, chegamos á criação do 1º protótipo: Instituir o "Dia da Partilha", onde partilhar significa repartir, tolerar, respeitar, produzir e valorizar o trabalho alheio. Neste dia ocorreram atividades e dinâmicas que promovem a interatividade (Anexo 1) e facilitam na compreensão dos conteúdos escolares. Os alunos trabalharão em grupos com idades heterogêneas, onde partilharão músicas, filmes, livros, experiências de vida (viagens), profissões e também levarão objetos pessoais. Ocorrerá dois dias aleatórios por semestre, como uma espécie de “surpresa”. Será uma atividade em um dia com mais frequência dos alunos, conforme detectado, entre segunda e quarta-feira. Esta proposta será desenvolvida em conjunto com a professora que tem mais “influência” com os alunos. Depois será expandido para os outros professores. Fizemos algumas pesquisas sobre a importância da dinâmica em grupo, tanto para interação quanto para o aprendizado em si e disponibilizamos em anexo (ANEXO 3) para incorporar as idéias no nosso “Dia da Partilha”.

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Algo parecido com o “Dia da Partilha”. Nesta foto os alunos estavam se preparando para trabalhar com arte em gesso. 

FEEDBACK DO PROTÓTIPO 1

        O protótipo 1º então foi levado à consulta da Diretora e aos professores da escola, onde os trabalhos ora descritos estão sendo desenvolvidos. Após a explanação da Diretora, foi verificado que é viável a sua realização, tendo em vista a vontade que o corpo docente tem de ver os resultados desta solução.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda não podemos dizer que este é o protótipo final pois está em constante desenvolvimento e aprimoramento. Mas de acordo com os feedbacks do corpo docente da escola, o “Dia da Partilha” tem tudo para ser um sucesso, quando implantado no cotidiano escolar.

BIBLIOGRAFIA

Acesso: 27/08/2015

Disponível em:http://educador.brasilescola.com/orientacoes/dinamicas-na-sala-aula.htm 

Acesso: 08/09/2015 às 13:34h

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/alfabetizar-eja-muda-planejamento-aulas-694005.shtml 

Acesso: 08/09/2015 às 14h

Disponível em: http://maosquefazemmovadiadema.blogspot.com.br/2010/03/importancia-da-dinamica-de-grupo-na.html 

Acesso: 08/09/2015

Disponível em: http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/GT/GT4/tc4%20(999).pdf

Acesso: em 08/09/2015 13:14h

Disponível em: http://www.blogdojuniorfelix.com/2013/11/30/sarau-cultural-promove-interacao-entre-alunos-do-eja-do-municipio-de-caicara/ 

ANEXO 1 - DINÂMICAS EM SALA DE AULA

As dinâmicas promovem a interatividade e facilitam na compreensão dos conteúdos escolares. Quando se trata das aulas de Língua Portuguesa, na maioria das vezes é motivo de desagrado por parte do aluno, pois ele já estigmatizou que as atividades tradicionais, chamadas “gramatiqueiras”, tornaram-se banalizadas.

Então, torna-se difícil para o professor fazer com que o aluno apreenda os conteúdos gramaticais sem que os mesmos sejam vistos sob esta forma. O fato relaciona-se também com a falta de interesse que assola o cotidiano escolar da atualidade em que vivemos.

Surge assim a necessidade de elaborar novas estratégias de ensino, de modo a fazer com que os alunos voltem mais a sua atenção para o que está sendo divulgado pelo professor.

Dentre estas estratégias estão as Dinâmicas, as quais promovem uma maior interatividade na relação Professor X Aluno e contribuem para que o aprendizado se efetive de forma satisfatória.

Desta forma, a prática docente apoia-se no objetivo de aliar a prática com a teoria, pois em ritmo de competição, os alunos se esforçam mais em demonstrar os conhecimentos adquiridos. Vejamos a seguir um exemplo de como utilizar este método, utilizando-se da dinâmica do balão, no qual contém as perguntas sobre um determinado tema. Como por exemplo: Verbos. 

O primeiro passo é dividir a sala em dois grupos, nomeando-os (como, por exemplo, Grupo A e Grupo B).

Em seguida acionar o aparelho sonoro para que a música conduza o ritmo da atividade, apenas lembrando que a “autoridade” neste momento é fator decisivo, pois caso contrário, poderá perder o foco, fazendo com que e a interpretação fique distorcida, onde os alunos concluirão que se trata de um momento de descontração e não de uma atividade com fins pedagógicos.

Feito isto, começar a dinâmica, orientando para que o balão percorra toda a sala, e no momento em que achar conveniente, o professor desliga o som e sugere que a pessoa “portadora” do balão o estoure, respondendo assim a pergunta em questão.

Obviamente que será vencedor aquele grupo que obtiver maior pontuação.

Medidas como estas não podem ser aplicadas todos os dias, mas se utilizadas de forma conveniente, oferecem resultados surpreendentes para o trabalho docente.[1]

ANEXO 2 - ALFABETIZAR NA EJA

Alfabetizar na EJA: O que muda no planejamento das aulas?

Ensinar adultos exige cuidados. Não tratar os alunos como crianças é um dos pontos fundamentais para que o trabalho funcione

Alunos de EJA do Colégio Santa Cruz: Gustavo Lourençao Educação EJA

A defasagem na escolaridade leva muitos alunos a procurarem a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em geral, este público é atendido por professores formados para atuar no Ensino Fundamental e que costumam trabalhar paralelamente com as crianças das turmas regulares. Apesar de o currículo ser essencialmente o mesmo, quem frequenta a EJA já é adulto e busca outra finalidade com os estudos. Por isso, o professor precisa fazer adaptações na escolha dos temas, na abordagem e no tratamento que dá à turma.

Segundo a Proposta Curricular em Educação Para Jovens e Adultos do Ministério da Educação, quem trabalha neste segmento deve conhecer os alunos "suas expectativas, sua cultura, as características e problemas de seu entorno e suas necessidades de aprendizagem". Respeitar a realidade do estudante é fundamental em todos os níveis de ensino, mas ganha uma importância ainda maior quando eles já são experientes. É preciso levar em conta a bagagem da turma. O papel do educador na EJA é, principalmente, o de ajudar o adulto a perceber mais sensivelmente o mundo que o cerca e ampliar o repertório dos alunos para que consigam solucionar questões do cotidiano com mais propriedade.

A professora Miriam Capitânio Macgnani, da EM Madre Celina Polci, em São Bernardo do Campo (SP), dá aulas para uma turma de 19 alunos que trabalham na construção civil. Eles fazem parte de um projeto da prefeitura e frequentam a escola durante o expediente para elevar o grau de escolaridade e aprimorar os conhecimentos da profissão. Além das aulas regulares, são acompanhados por um professor de nível técnico.

Para aproximar os conteúdos curriculares da realidade dos alunos, Miriam propôs uma pesquisa sobre diferentes tipos de construção e suas funções. Como muitos vivem em moradias irregulares, o impacto destes ambientes na sociedade, na natureza e na saúde dos estudantes é debatido em sala, com o apoio de fotos do acervo municipal.

Em outra ocasião, uma das estudantes, de 27 anos, contou que já estava na nona gestação apesar da pouca idade. Ciente que o tema era familiar ao resto do grupo, a professora preparou uma aula sobre métodos contraceptivos e saúde da mulher, que contou com boa participação da turma. "Contextualizo o conteúdo porque o aprendizado para eles têm que ser significativo, afinal buscam a escola para mudar a própria vida", explica a docente.

Muitos dos alunos de Miriam ainda não sabem ler. Para alfabetizá-los a Secretaria de Educação desenvolveu um material exclusivo. Na hora de propor aos alunos a escrita de uma lista de palavras, por exemplo, ela opta por termos relacionados ao cotidiano da construção civil. Esta é uma escolha importante, já que aquilo que é utilizado na alfabetização dos pequenos, como parlendas e listas com nomes de animais, não serve para os adultos. O trato infantilizado é, inclusive, um dos motivos que afastam os alunos da EJA da escola e pode ser apontado como uma das causas para a queda de 6% nas matrículas, revelada no último Censo Escolar. Uma dica é substituir estes textos por poesias ou letras de músicas conhecidas. 

Assim como o planejamento das aulas é diferente, as dificuldades também mudam do Ensino Fundamental nas turmas regulares e nas turmas de EJA. Miriam observa que, ao contrário das crianças, os adultos têm mais medo de errar, principalmente na hora de formular hipóteses de escrita. Em entrevista à NOVA ESCOLA a pesquisadora Sandra Medrano, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (CEDAC), explicou que este receio tem um motivo. Em geral, este aluno tem mais dificuldade para compreender que escrever "errado" ou não conseguir ler todas as palavras é uma maneira de alcançar o acerto. A sugestão é que o professor mostre que o mais importante, no caso da alfabetização, é pensar sobre o sistema de escrita, o que inclui refletir e discutir sozinho e com os colegas quais letras usar e em que ordem, quais palavras são familiares e o que pode ser referência para escrever algo novo.[2]

ANEXO 3 - DINÂMICAS EM GRUPO

A IMPORTÂNCIA DA DINÂMICA DE GRUPO NA SALA DE AULA

Edilene Joaquina de Souza

Juliana Joaquina de Souza

Educadoras do Mova Diadema

Exemplo de Dinâmica de Grupo

PALAVRA DAS EDUCADORAS

Esperamos que a nossa contribuição possa ser aproveitada e que juntos possamos promover o crescimento do movimento, levando nossos alunos a aprendizagem e reflexão de forma agradável.

As Educadoras

As Educadoras

TEMA: A IMPORTÂNCIA DA DINÂMICA DE GRUPO NA SALA DE AULA

Introdução

O uso da dinâmica de grupo na sala de aula pode ser uma importante ferramenta no processo de aprendizagem na educação de jovens e adultos.

Na maioria das vezes o uso das dinâmicas está desvinculado do conhecimento teórico e isolado do planejamento pedagógico, o uso de dinâmicas devem se fundamentar em bases teóricas e com objetivos claros.

As dinâmicas não devem ser apresentadas apenas como passatempo, devem ser valorizadas e encaradas como uma rica estratégia pedagógica em sala de aula.

Objetivos

As dinâmicas de grupo favorecem o relacionamento entre os educandos, possibilitando a socialização do grupo, cabe ao educador facilitar o processo de integração para uma boa comunicação voltada ao respeito com o outro e a integração para melhor qualidade de vida e bem estar.

Objetivos específicos

● Buscar maior abertura da pessoa em relação aos demais;

●Romper barreiras que impedem uma verdadeira comunicação pessoal por causa de tantos preconceitos e condicionamentos, que geralmente angustiam as pessoas em relação as outras;

●Despertar nas pessoas o sentido da solidariedade, adormecido pelo individualismo e pelo egoísmo;

●Colaboração efetiva, afastando a frieza, a indiferença, a agressividade, o desejo de dominação e o tratamento da pessoa como objeto;

●INSIGHT PESSOAL: Apresentar a pessoa como ela realmente é...( suas limitações, deficiências, habilidades e suas tendências positivas e negativas;

● Maturidade grupal, grau de abertura, harmonia, seu ambiente de amizade, sinceridade, confiança e colaboração;

●Promover enriquecimento nos conteúdos trabalhados em sala de aula, para maior fixação.

Metodologia

●Textos para reflexão, discussão e leitura;

●Filmes para abordagem dos temas apresentados;

●Músicas para serem apresentadas durante as dinâmicas e com proposta de atividades;

●Pintura ( trabalho com arte);

●Jogos envolvendo áreas de conhecimento;

Recursos

●Tv e DVD

●CD Player

●Bexigas

●Barbante

●Papéis (Sulfite, cartão etc...)

●Material para pintura ( giz de cera, lápis de cor, guache etc...)

●Caixa de presente

ESCLARECIMENTO NECESSÁRIO

O QUE É DINÂMICA DE GRUPO?

Dynamis é uma palavra grega que significa força, energia e ação.

A dinâmica de grupo, como forma de brincadeiras lúdicas e jogos sem pretensão de analisar aspectos comportamentais, surgiu bem antes de haver qualquer menção à estrutura organizacional das empresas e sociedade.

Tudo começou no período paleolítico, com as ingênuas brincadeiras das crianças,nesta fase já existem registros de desenhos nas cavernas, provavelmente retratando as guerras entre as tribos ou lutas com os animais (para subsistência). As crianças, posteriormente, imitavam os pais utilizando as armas na simulação de brincadeiras de guerra. Neste período já há impressões arqueológicas de que eles tinham consciência do jogo, usando uma bexiga de animal como bola, por exemplo. Na Idade Média, surge a idéia da simulação de situações. Os pagens simulavam uma "guerra" com as crianças, fazendo uso de arco-e-flexa e de jogos como "cabo de guerra". Nesta época já há inclusive a idéia de ganho e perda que um jogo pode causar.

Mais tarde, já na época industrial, em 1933, foi realizada uma pesquisa para verificar se o estresse e as condições estruturais das fábricas influíam no trabalho dos operários. A investigação provou que as condições de trabalho, extremamente precárias, prejudicavam e causavam fadiga nos funcionários. Com algumas melhorias, como uma iluminação adequada, os trabalhadores tiveram uma significativa melhora na performance. "Desde então foi provado que os fatores externos prejudicam na dinâmica dos grupos.

O conceito de dinâmica de grupo como o conhecemos hoje surgiu entre 1935 e 1955. Em Psicologia Social, o grupo é a instância que estabelece a ligação entre o individual e o coletivo. Neste âmbito, emerge como um conceito que vai além dos indivíduos que o compõem. Como elementos centrais da definição de um grupo, pode-se destacar a interdependência funcional entre os seus membros, a partilha de um objetivo comum e a existência de papéis e normas.

Um dos teóricos mais influentes para o estudo dos grupos foi Kurt Lewin, que instituiu o termo "Teoria de Campo". A Teoria de Campo considera que não se pode compreender o comportamento do indivíduo sem se considerar os fatores externos e internos à pessoa, uma vez que estes interagem na determinação desse comportamento. Lewin foi ainda um dos criadores da Teoria da Dinâmica dos Grupos, que procura analisar, do ponto de vista inter-individual, as estruturas do grupo, como o poder, a liderança e a comunicação.

Mas, afinal, o que vem a ser a dinâmica de grupo? A partir do momento que temos três ou mais pessoas se comunicando e trocando informações podemos dizer que elas estão se movimentando, aprendendo, e se há uma interação há a dinâmica. A dinâmica de um grupo é o seu movimento, e a vida deste grupo é a inter-relação entre os participantes. Participamos e coordenamos vários grupos ao longo da vida: na escola, em casa, no trabalho... Cada grupo tem um objetivo e dinâmica próprias. Veja um exemplo: em um grupo de amigos que se encontra num sábado à noite, o objetivo maior é se divertir, trocar idéias, enfim, passar um tempo agradável ao lado de pessoas que se gostam. Por outro lado, em um processo de seleção a dinâmica é utilizada para identificar comportamentos que não passíveis de serem identificados em testes, como liderança, capacidade para atuar em equipe, entre outras competências comportamentais. Tudo depende da vaga e do que a empresa quer do candidato.

A dinâmica de grupo é usada como ferramenta com fins de aprendizagem nos Estados Unidos desde 1950. No Brasil, imagina-se que ela começou a ser utilizada em escolas e empresas na década de 70, mas não há dados que comprovem isso.

A DINÂMICA DE GRUPO E O SEU PAPEL NA EDUCAÇÃO

A dinâmica é a forma do educando contar algo, falar dos enigmas de seu mundo interior, além de oferecer recursos para que o educando passe do papel de passivo à ativo, aumenta a capacidade de tomar consciência de si e do outro, promovendo a socialização e a aprendizagem.

POR QUE TRABALHAR COM DINÂMICA DE GRUPO?

As dinâmicas possibilitam vivências, que ao serem refletidas e partilhadas gestam um aprendizado pessoal e grupal libertado, possibilitando, dentre outras coisas:

●Desenvolvimento da consciência crítica;

●Sistematização de conteúdos, sentimentos e experiências;

●construção coletiva do saber;

●exercício de escuta e acolhida do outro como ser diferente;

●auto - conhecimento como ser único e social...

PARA QUEM VAI ORIENTAR A DINÂMICA É FUNDAMENTAL:

● conhecer todos os passos da dinâmica para aplicá-la com segurança;

● possibilitar um clima de espontaneidade em que os participantes sintam-se livres e á vontade para participar de experiência feita;

● perceber o nível de relação e entendimento do grupo, pois nem toda dinâmica se adapta bem a qualquer grupo. Ela pode ser um instrumento enriquecedor se for bem utilizada e se o grupo estiver em condições de vivenciá-la;

● as dinâmicas podem ser adaptadas de acordo com a realidade e o tamanho do grupo.

Dinâmicas em grupo

Dinâmicas

A árvore do conhecimento

Objetivo: Conhecer os participantes do grupo e suas opiniões relacionadas aos assuntos apresentados na árvore.

Material: Árvore com perguntas dentro da bexiga

Procedimentos: Cada participante se levanta e vai até a árvore, apresenta-se para o grupo, estoura uma bexiga e lê a pergunta para os demais participantes e responde de acordo com sua opinião.

Marque um encontro e converse

Objetivos: Trocar experiência com os demais participantes, relacionando-se através do tema discutido.

Material: Um relógio de papel, conforme modelo e caneta ou lápis para cada participante.

Procedimentos: Faça um relógio de papel , escreva um assunto para conversar em cada hora. Tire tantas cópias iguais, quantos forem os participantes.

Distribua os relógios, e um lápis ou caneta para cada pessoa. Peça que caminhem e marquem um encontro para cada hora. Cada pessoa se apresenta a alguém e marca com ela um encontro, ambas devem então escrever o nome uma da outra, sobre o relógio no espaço da hora combinada. É necessário número par de participantes.

Quem já tiver preenchido todos os horários deve se sentar, para que fique mais fácil completar as agendas.

Quando todos tiverem marcado as horas, comece a dinâmica...

Diga as horas, por exemplo. “Uma hora”. Cada um deve procurar o par com que marcou o encontro da uma hora e conversar sobre a pergunta ou assunto marcado para aquele horário.

Dinâmica de identificação

Objetivos: auto-conhecimento, resgate de valores e identificação do grupo através da socialização.

Material: Folha, Lápis ou caneta e música

Procedimentos: Faça um sorteio com o nome dos participantes, entregue uma folha e um lápis ou caneta, para que cada um faça um desenho que represente o amigo que foi sorteado. Cada participante pendura o seu desenho em um barbante e em seguida os demais participantes tentam identificar-se e escolhem um dos desenhos, explica porque se identificou com desenho, logo em seguida o que desenhou diz se o desenho corresponde a pessoa que o pegou, caso acerte o desenho fica com o participante, se não o desenhista entrega para o verdadeiro dono explicando o motivo de ter desenhado com tais características

Dinâmica no escuro

Objetivo: sentir e enfrentar medos e dificuldades, se colocar no lugar do outro

( deficientes visuais), expor emoções através do desenho.

Material: Em caso se for realizar a dinâmica durante o dia, usar venda para os olhos, música ambiente, material para pintura (lápis de cor, tinta guache, giz de cera etc...)

Procedimento: o facilitador entrega aos participantes uma folha em branco e alguns lápis de cor ou tinta etc...

Coloque uma música tranqüila e apague a luz ou amarre uma venda nos olhos do participante para que não veja nada, peça para que cada um expresse em forma de desenho o que está sentindo naquele momento, peça também para que escreva algo, quando terminarem ascenda as luzes ou retire as vendas e peça para cada um explica o que sentiu quando não estava vendo nada, peça para explicar para os demais participantes o que desenhou, quais foram suas necessidades e o que aprendeu com a atividade. Explique os objetivos para que todos possam refletir e discutir sobre o assunto abordado.

Dinâmica do repolho

Objetivos: Esta é uma forma bem criativa de saber o nível de conhecimento das pessoas, em relação a determinado assunto ou tema.

Material: elaborar previamente em folha de papel sulfite questionamentos para que os participante respondam. Enrolar cada folha, uma após outra, de modo que fiquem assemelhada a um “repolho”.

Procedimentos: Formar um círculo, e começar a passar o “repolho”.

Colocar uma música bem ritmada e ficar de costas para o grupo. Parando a música, quem estiver com o “repolho” na mão deverá retirar a primeira folha, ler e responder.

Senão souber o grupo pode ajudar e assim sucessivamente até que todas as pergunta sejam respondidas, quem ficar com a última pergunta é o ganhador.

Obs: Educador adapte esta dinâmica de acordo com o nível de conhecimento de seus educandos, não esquecendo que temos níveis diversificados em nossas salas de aula, portanto use perguntas relacionadas as áreas de conhecimento, em português por exemplo trabalhe com as sílaba, frases etc...

Utilize também cálculos matemáticos etc...

Dinâmica das palavras

Objetivo: reconhecer as palavras, usando a linguagem corporal.

Material: Caixa de presente com palavras em fichinhas, lousa e giz.

Procedimentos: Dividir os participantes em equipes, faça um sorteio para ver a equipe que começa, um participante retira a palavra da caixa sem que os demais vejam, faz a mímica da palavra para os colegas descobrirem, quem acertar leva ponto, em seguida peça para o aluno que acertou escrever a palavra na lousa e formar uma frase, em caso de educandos em fase de alfabetização o professor e os amigos poderão ajudar. Ganha o grupo que fizer mais ponto, o grupo que perder deverá cumprir uma prenda para o grupo vencedor.

Obs: Educador tenha cuidado na escolha da prenda, deverá ser algo que todos se divirtam e não algo para prejudicar alguém.

Abrigo subterrâneo

Objetivo: Questionar sobre conceitos e valores morais, trabalhar a questão do preconceito no grupo e exercitar uma atividade de consenso.

Material: caneta ou lápis e uma cópia do ‘abrigo subterrâneo’ pra cada participante.

Processo: dividir o grupo em cinco pessoas ou dependendo do numero de participantes. Distribuir uma cópia do ‘abrigo subterrâneo” para cada participante. Orientar que cada pessoa deverá proceder a sua decisão individual,escolhendo até seis pessoas (da lista do abrigo) de usa preferência.

Em seguida,cada subgrupo deverá tentar estabelecer o seu consenso,escolhendo também as suas seis pessoas.

Ao final o facilitador sugere retornar ao grupão,para que cada subgrupo possa relatar os seus resultados.

Proceder os seguintes questionamentos :

Quais as pessoas escolhidas de cada subgrupo?

Qual o critério da escolha / eliminação?

Qual (is) o (s) sentimentos que vocês vivenciaram durante o exercício?

Solução: Uma escolha livre de preconceitos seria promover um sorteio.

ABRIGO SUBTERRÂNEO.

Você está correndo um serio perigo de vida.Sua cidade está sendo ameaçada de um bombardeio.Você recebe a ordem de que deverá acomodar em um abrigo subterrâneo apenas seis pessoas,entretanto há doze precisando entrar no abrigo.Abaixo,estão quais as pessoas e suas características. Faça a sua escolha.Apenas seis poderão entrar no abrigo:

( ) um violinista,40 anos,viciado

( ) um advogado,25 anos

( ) a mulher do advogado, 24 anos, que acaba de sair do manicômio. Ambos preferem ou ficar juntos no abrigo ou fora dele

( ) um sacerdote, 75 anos

( ) Uma prostituta, com 37 anos

( ) um ateu, 20 anos, autor de vários assassinatos

( ) uma universitária, 19 anos que fez voto de castidade

( ) um físico de 28 anos, que só aceita entrar no abrigo se puder levar consigo e sua arma

( ) um declamador fanático, 21 anos, baixo QI

( ) um homossexual, 47 anos geólogo

( ) um débil mental, 32 anos,que sofre de ataques epiléticos

( ) uma menina, 12 anos, baixo QI

Amigo secreto

Objetivo: preservar a amizade e desenvolver um momento de descontração

Materiais: Caixa de presente, papéis com os nomes de todos os participantes.

Procedimentos: Realizar um sorteio para o amigo secreto, cada um retira o seu e o facilitador pede para cada participante ir até a frente e dar dicas para os demais certarem o nome do amigo secreto, as dicas podem ser: Quantas letras tem o nome, quantas vogais, consoantes etc...

Quando a turma acertar o amigo sorteado deverá se levanta e dar um abraço ao colega e continua a dinâmica.

Transformação

Objetivo: se abrir para novas possibilidades, encarar os problemas como forma de crescimento e amadurecimento das idéias etc…

Material: Papel seda e música

Procedimentos: O facilitador Começa a amassando o papel e pede para que os participantes façam o mesmo, fechando os olhos, pede para que comecem amassar os papéis como se fossem seus problemas ( dificuldades enfrentadas), logo após ter amassado bem o papel pedir para que os participantes abram os olhos e desamassem o papel formando uma flor.

Significado: Sempre enfrentamos problemas e dificuldades, porém esses problemas sempre nos fazem crescer como pessoas nos tornando mais forte, ou seja o papel amassado é o problema e a flor é o renascimento da esperança.[3]

Exemplo de dinâmica em grupo - Transformação


[1] Referências:

Disponível em:http://educador.brasilescola.com/orientacoes/dinamicas-na-sala-aula.htm - acessado em 27/08/2015.

[2] Disponível em:  http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/alfabetizar-eja-muda-planejamento-aulas-694005.shtml  - acessado em 08 -09-2015 as 13:34h

[3] Disponível em: :http://maosquefazemmovadiadema.blogspot.com.br/2010/03/importancia-da-dinamica-de-grupo-na.html - acessado em 08- 09-2015 as 14:00