Crônicas de amanhã

A liberdade de amanhã Por Urjel Morais

Você é livre? Você escolhe quem encontrar, aonde ir e o que fazer? Vivemos em uma era em que o acesso à informação bate recordes, os governos são cada vez mais pressionados pelos cidadãos e as empresas geridas em função dos seus públicos. Grande parte dessas informações são direcionadas e previamente interpretadas.

A internet avança e assume o posto de segunda mídia global. Continuamente crescendo, a web está cada vez mais próxima da fatia de mercado da televisão, que apresenta leve retração. É isso que mostra a pesquisa da ZenithOptimedia, que avalia os gastos em publicidade global.  A internet é uma mídia que possibilita ao usuário poder para escolher aonde clicar e o que deseja ver, certo? Nem tanto.

Estamos vivendo na Era da Atenção em que o foco do consumidor é cada vez mais valioso, e muitas vezes a rede social é aonde o usuário passa a maior parte do seu tempo. Com o objetivo de aumentar ainda mais este tempo, Facebook e twitter estão investindo para se tornarem os locais onde os usuários acessam as notícias. Mas ao selecionar qual notícia divulgar, eles controlam o foco do usuário. Jeremy Gilbert, que ensina design de produto de mídia na Universidade de Northwestern afirma: “Os algoritmos do Facebook não surgiram do nada(...) Eles não são necessariamente forças malévolas, mas o poder das empresas de Internet em influenciar o que os cidadãos leem ou assistem (ou deixam de) é cada vez maior”.

Arquitetura da informação é um campo em crescimento. Enquanto um arquiteto desenvolve ambientes para abrigar, transitar e transmitir sensações, um arquiteto da informação trabalha para melhorar a experiência humana na web. É ele quem torna algumas informações mais fáceis de encontrar, e outras menos. Este profissional insere códigos que definem o perfil de um site, seu foco, assuntos principais, atualizações e outras características.

Estamos cada vez mais inseridos no mundo digital. O que fazemos, para onde vamos e a forma como reagimos tem alimentado nosso perfil online cada vez mais. Recentemente surgiram aplicativos como o Lulu, Tubby, e agora o Grasp Me, focados em avaliações anonimas sobre os usuários de redes sociais, gerando ainda mais dados e nos tornando mais mapeáveis, com vantagens e desvantagens.

Quantas reportagens você leu por estarem nas redes sociais, quantos amigos adicionou, lugares visitou? Quem controla o que você quer, compra e vê?

Urjel morais - jornalista - urjelm@gmail.com